quarta-feira, 14 de maio de 2008

A Fidalga e o Telefone

Este post não está para discutir se Donga compôs “Pelo Telefone”, se ouviu lá na casa da Tia Ciata ou se adaptou de cançonetas antigas que corriam na boca do povo. Também não quer deixar claro se era um samba, um maxixe, um tanguinho ou uma valsa amaxixada.

A idéia é falar sobre uma das duas paródias que se conhece dessa música. Obviamente, a menos conhecida. Deixemos Gilberto Gil de lado para falar de algo mais importante: a Cerveja Fidalga.
Registrada pela Brahma em 20 de julho de 1914, a cerveja fazia parte de uma seleção de rótulos que a Brahma inaugurava naquele ano, como a Carioca, a Suprema e a Malzebier, a última que vinha com a epígrafe: “Saborosa e nutriente, recomendada especialmente à senhoras que amamentam”.
A música de Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga, veio dois anos depois. Aliás, foi registrada precisamente no dia 27 de novembro de 1916 na Biblioteca Nacional.

A publicidade se valeu da força que levava o registro do "primeiro samba" e fez disso uma fonte de dinheiro, vendendo a Cerveja Fidalga. O registro de som provavelmente se perdeu ou está guardado em um lugar de acesso bem restrito. Mas dá para entrar no clima, se a versão original é conhecida. Se não, ouça-a aqui:


Pelo Telefone (Donga / Mauro de Almeida) --- Zé da Zilda



A versão publicitária não mudou muito a letra, mas surtiu bastante efeito. Tanto que foi tema de uma matéria na edição de 11 de dezembro de 1917 do Jornal do Brasil.

O chefe da polícia
pelo telefone
mandou me dizer
que há em toda parte
Cerveja Fidalga
para se beber


A cerveja Figalda parou de ser vendida no ano de 1971, mas acabou entrando para a história da publicidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Putz!
Pena que eu nasci em 1972, adoro uma cerveja.

Inclusive, samba antigo é bom, assim como o vinho, mas e a cerveja?

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