sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Férias Vermutianas

Pessoal,

Com o final do ano resolvemos dar uma descansada. Isso significa que estamos em férias! Voltaremos dia 04/01/10, com mais novidades do mundo do samba! Aliás, sugestões são sempre bem-vindas!

Nestes dois anos de Vermute com Amendoim já foram quase 70 mil visitas e mais de 100 mil pageviews. Enquanto não voltamos, visite as páginas anteriores do blog para lembrar tudo o que já fizemos!

Feliz Natal e um Ano Novo cheio de batucada!

Axé!
Fel e Murilo.

Então é Natal...

Está chegando o Natal e pior do que ver as decorações já aparecerem no meio de outubro é escutar a voz da Simone cantando sempre aquela musiquinha irritante. Por isso, selecionamos quatro sambinhas para você tocar bem alto quando alguém vier com o chato clichê: "Então é Natal...."

1 - É Natal (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho) cantada por Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho
2 - Sagrada Luz (Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro) cantada por João Nogueira
3 - Noel e Natalina (Nei Lopes) cantada por Nei Lopes
4 - Quando o Natal caiu numa sexta-feira (Luis Carlos da Vila) cantada por Luis Carlos da Vila



Quem curtiu esses sambas, pode baixar a coletânea "Um Natal de Samba" no Poeira e Cantos.

Samba no Clube Anhangüera

Texto copiadíssimo do O couro do Cabrito.

"Hoje é dia de roda de samba quente no Bom Retiro: pra fechar o ano com chave de ouro, a bola da vez é Gallotti, sambista bom de roda e parceiro de longa data dos Inimigos do Batente. A temperatura promete ser elevada nesta noite de sexta-feira, menos pela meteorologia, mais pelas brasas que ele irá cantar. Todos para lá!!"

Para quem quer conhecer a capacidade do sujeito, dá uma ligada nele cantando no filme "Noel, o Poeta da Vila"



Inimigos do Batente convidam Gallotti
Local: Clube Anhangüera
Endereço: Rua dos Italianos nº1261 – Bom Retiro – São Paulo - SP
Data: 18/12
Horário: a partir de 22h
Ingressos: R$ 10,00
Como chegar: Marginal Tietê (sentido Penha), passando a Ponte da Casa Verde, terceira rua à direita, primeira à esquerda e novamente primeira à esquerda.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Os pitacos de Tulípio

Acaba de sair o livro que compila as melhores charges do Tulípio, o desenho botequeiro. Editado pela Devir, o livro sai por 35 reais bem gastos. E este bebum assumido tem potencial quando o assunto é samba. Veja algumas sacadas:





Saiba mais no site do próprio

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Dicas para o Natal

Salve, salve gente boa! Mais um ano que passou voando e o Natal já bate à nossa porta. E com ele vem a listinha de presentes do Vermute com Amendoim. Se liga:

R$ 20,90











Registro impecável de um dos maiores expoentes do samba de São Paulo.

R$ 39,90












Gravação de um programa da TV Globo que conta com participações especiais, como do Conjunto Rosa de Ouro, de Radamés Gnatalli e de Canhoto da Paraíba.

R$ 30,00












Livro de Sérgio Cabral, lançado em comemoração ao centenário de Ataulfo Alves.

R$ 93,90












Um apanhado com o melhor da Pequena Notável.

R$ 20,00












O maior nome do samba de breque em vinil.

R$ 250,00









Digo e repito, para mim a melhor marca de instrumentos de percussão.

R$ 125,00












Para batucar ou para usar.

R$ 170,00












Nada daquelas camisetas com os dizeres: "Paz", ou "2010". Passe a virada do ano de branco e em grande estilo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Disco da semana: Do Cóccix até o Pescoço - Elza Soares


Mais uma vez, o disco da semana é um daqueles que tem tocado bastante no meu aparelho de som. Não é um disco propriamente de samba (apesar de conter alguns). Elza Soares lançou "Do Cóccix até o Pescoço" em 2002, e é boa opção de presente de natal para aquele amigo secreto (ou oculto) que não conhecemos direito.

Digo isso porque Elza, e este disco em especial, ataca em várias linhas de frente diferente. Sendo assim há grandes chances do agraciado gostar do que ouvir. Com um timbre único, Elza vai do samba ao choro, passa pelo rap e pelo tango com uma desenvoltura única. Coisa de quem entende do riscado. Do disco, destaco as seguintes faixas: "Dura na Queda", de Chico Buarque, feita em homenagem à prórpia Elza, o choro "Bambino" e o poema de Oswald de Andrade, que foi musicado por Zé Miguel Wisnik, um dos arranjadores. Sem dúvida o ponto alto do disco.

Músicas:
1- Dura na queda (Chico Buarque)
2- Hoje é dia de festa (Jorge Benjor)
3- Haiti (Caetano Veloso / Gilberto Gil)
4- Dor de cotovelo (Caetano Veloso)
5- Bambino(Ernesto Nazareth / José Miguel Wisnik)
6- A carne (Seu Jorge / Marcelo Yuka / Wilson Cappellette)
7- Eu vou ficar aqui (Arnaldo Antunes)
8- Etnocopop (Carlinhos Brown)
9- Fadas (Luiz Melodia)
10- Flores horizontais (Oswald de Andrade, José Miguel Wisnik)
11- A cigarra (Elza Soares / Letícia Sabatella)
12- Quebra lá que eu quebro cá
Não volto atrás (Oswaldo Nunes)
Samba crioula (Elza Soares)
Salve a Mocidade (Luiz Reis)
Garota de Ipanema (Tom Jobim, Vinícius de Moraes)
Samba é bom assim (Norival Reis, Hélio Nascimento)
Fechei a porta (Sebastião Motta, Ferreira Santos)
O amanhã (João Sérgio)
Juventude transviada (Luiz Melodia)
Cadê o pandeiro (Roberto Martins, Walfrido Silva)
13- Todo dia (ABM de Aguiar)
14- Façamos (vamos amar)(Cole Porter, Vrs. Carlos Rennó)

Baixe esse disco no Solidown

Uma aula com Paulo César Pinheiro

Enquanto o disco da semana não sai, uma dica preciosa para hoje à noite:


Trata-se do ótimo programa Sala do Professor Buchanan's, que rola à partir das 20 horas e pode ser assitido ao vivo no Bourbon Street, na zona sul de São Paulo, ou escutado na Rádio Eldorado. O professor da vez é ninguém menos do que Paulo César Pinheiro. Timoeado por Daniel Daibem, o programa tem um tom bastante informal. É uma conversa-show, que dessa vez também contará com a potente voz de Fabiana Cozza.



Um dos papos abordados serão os três livros de Paulinho: "Pontal do Pilar", "Matita, o Bruxo" e "Santa Meretriz". Além disso, ele falará de algumas das suas mais de 2 mil letras e dos seus quatro livros de poesia já publicados.


Além disso ele contará mais sobre um projeto que está por vir: "Histórias das Minhas Canções" tem 55 histórias de músicas diferentes. Um documento e tanto para os qualquer admirador de música brasileira.

Sala do Professor Buchanan's com Paulo César Pinheiro e Fabiana Cozza
Quando: 14 de dezembro, às 20h.
Onde: Bourbon Street (r. dos Chanés, 127, Moema, São Paulo, (11) 5095-6100).
Ingresso: R$ 45 (couvert artístico)
Rádio Eldorado: 92,9 FM

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Entrevista póstuma com Noel Rosa

Segue, na íntegra, uma entrevista bastante divertida publicada no "O Pasquim" em maio de 1973. Quem assina é o jornalista Sérgio Cabral.

Trinta e seia anos depois de sua morte (morreu dia 4 de maio de 1937), procurei Noel Rosa para uma entrevista.

"Eu não tenho o que dizer. O que você quiser saber está na minha obra", disse ele modestamente.

O resultado foi esta entrevista. Se não estiver boa, não ponham a culpa exclusivamente no repórter. Afinal o entrevistado não dá entrevista há, pelo menos, 36 anos.

O PASQUIM - Você, um cara cheio de problemas de saúde, não saía dos bares, bebendo a noite inteira, batendo papo etc.
NOEL ROSA - Saber sofrer é uma arte. E pondo a modéstia de parte, eu sei sofrer.

O PASQUIM - Então você sofreu pra burro.
NOEL ROSA - Mesmo assim, não cansei de viver.

O PASQUIM - Mas as mulheres, de vez em quando, faziam você sofrer mais ainda.
NOEL ROSA - Quem sofreu mais do que eu, não nasceu.

O PASQUIM - Uma de suas mulheres foi até visitá-lo quando você estava doente. Mas você estava fora. Por que ela foi lá?
NOEL ROSA - Porque pretendia somente saber qual era o dia que eu deixaria de viver.

O PASQUIM - Você sofreu várias decepções, mas continuou amando.
NOEL ROSA - Nunca se deve jurar não mais amar a ninguém.

O PASQUIM - Quer dizer que você não tem nada contra o amor.
NOEL ROSA - Quem fala mal do amor não sabe a vida gozar.

O PASQUIM - Mas você, de vez em quando, fala mal de mulher.
NOEL ROSA - A mulher mente brincando e, às vezes, brinca mentindo.

O PASQUIM - Explica isso melhor.
NOEL ROSA - Quando ri está chorando e quando chora está sorrindo.

O PASQUIM - Você sabe que se a Betty Friedman o conhecesse teria uma tremenda bronca de você, que é contra mulher trabalhando...
NOEL ROSA - Todo cargo masculino, seja grande ou pequenino, hoje em dia, é pra mulher.

O PASQUIM - Mas o que é que atrapalha isso, Noel?
O PASQUIM - E por causa de palhaços, ela esquece que tem braços. Nem cozinhar ela quer.

O PASQUIM - Mas os direitos são iguais.
NOEL ROSA - Os direitos são iguais, mas até nos tribunais a mulher faz o que quer.

O PASQUIM - Então não são tão iguais assim.
NOEL ROSA - Pois o homem já nasceu dando a costela à mulher.

O PASQUIM - Essa história não é bem assim, não. É preciso discutir.
NOEL ROSA - Mas não quero discussão.

O PASQUIM - Da discussão sai a razão.
NOEL ROSA - Mas, às vezes, sai pancada.

O PASQUIM - Você gosta mesmo é de samba, não é?
NOEL ROSA - O mundo é um samba em que eu danço sem nunca sair do meu trilho.

O PASQUIM - Você acha mesmo o samba um troço importante?
NOEL ROSA - Exprime dois terços do Rio de Janeiro.

O PASQUIM - Tenho vários amigos que não gostam de samba, querem voar mais alto.
NOEL ROSA - Mas quem voa em grande altura leva sempre grande queda.

O PASQUIM - Não fale assim, Noel, os caras podem se chatear.
NOEL ROSA - O que eu falo é bem pensado. Não receio escaramuça. E que aceite a carapuça quem se sente melindrado.

O PASQUIM - Assim como você está falando, o que é que quer que pensem de você?
NOEL ROSA - Que entre nós o páreo é duro.

O PASQUIM - Mas vão acabar seus inimigos.
NOEL ROSA - Meus inimigos, que hoje falam mal de mim, vão dizer que nunca viram uma pessoa tão boa assim.

O PASQUIM - Pelo que vejo, não se pode falar mal do samba perto de você.
NOEL ROSA - O samba é a corda e eu sou a caçamba.

O PASQUIM - Você não tem medo de ninguém?
NOEL ROSA - Sou independente, como se vê.

O PASQUIM - Independente? Está rico?
NOEL ROSA - Não consigo ter nem pra gastar.

O PASQUIM - Ou seja: tá durão.
NOEL ROSA - Já estou coberto de farrapo, eu vou acabar ficando nu. Meu paletó virou estopa e eu nem sei mais com que roupa eu vou pro samba que você me convidou.

O PASQUIM - Você não vai porque está com medo dos malandros do samba.
NOEL ROSA - Não tenho medo de bamba. Na roda do samba, eu sou bacharel.

O PASQUIM - Como é que é esse negócio de bacharel?
NOEL ROSA - Quando me formei no samba, recebi uma medalha.

O PASQUIM - Você vive em tudo que é samba, não é?
NOEL ROSA - A polícia em todo canto proibiu a batucada. Eu vou pra Vila onde a polícia é camarada.

O PASQUIM - O samba em Vila Isabel é de noite ou de dia?
NOEL ROSA - O sol da Vila é triste. Samba não assiste porque a gente implora "Sol, pelo amor de Deus, não venha agora que as morenas vão logo embora."

O PASQUIM - Mas tem samba em outros lugares, Noel.
NOEL ROSA - Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira, Oswaldo Cruz e Matriz.

O PASQUIM - E a Vila, como é que fica nisso?
NOEL ROSA - A Vila não quer abafar ninguém. Só quer mostrar que faz samba também.

O PASQUIM - Conforme você disse, o samba exprime dois terços do Rio de Janeiro.
NOEL ROSA - Mas tenho de dizer: modéstia à parte, meus senhores, eu sou da Vila.

O PASQUIM - Assim não pode, Noel. Com esta banca, é melhor a gente acabar a entrevista.
NOEL ROSA - Ofereço meu auxílio. Passe bem, vá pela sombra.

O PASQUIM - Está me mandando embora, Noel?
NOEL ROSA - Não mandei você embora porque sou benevolente.

O PASQUIM - Sabe que se você dissesse isso para certos jornalistas, eles entenderiam como um desafio para briga?
NOEL ROSA - De lutas não entendo abacate.

O PASQUIM - Ué, eu soube que você já lutou profissionalmente.
NOEL ROSA - Cheguei até ser convidado para subir num tablado pra vencer um campeão.

O PASQUIM - E daí, venceu?
NOEL ROSA - Mas a empresa, pra evitar assassinato, rasgou logo meu contrato, quando me viu de roupão.

O PASQUIM - E como é que você se vira com esses valentões?
NOEL ROSA - No século do progresso, o revólver teve ingresso para acabar com a valentia.

O PASQUIM - Você sabe que Josué Montello...
NOEL ROSA - Escreve sal com c cedilha.

O PASQUIM - Pois é. Ele agora é da Academia Brasileira de Letras, junto com o Pedro Calmon.
NOEL ROSA - Dessa vez, juntou-se a fome com a vontado de comer.

O PASQUIM - Mas ele têm prestígio por aí, numa certa roda.
NOEL ROSA - Vassoura dos salões da sociedade.

O PASQUIM - Você não freqüenta essa roda, não é?
NOEL ROSA - Você pode crer que palmeira do Mangue não vive na areia de Copacabana.

O PASQUIM - Vamos falar mal das pessoas. E o Roberto Campos, hein?
NOEL ROSA - Que é também brasileiro. E em três lotes vendeu o Brasil inteiro.

O PASQUIM - Sabe que andaram pichando você sob o pretexto de que você é bom de letra mas não de música?
NOEL ROSA - Sendo as notas sete apenas, mais eu não posso inventar.

O PASQUIM - Bem, Noel, vamos acabar a entrevista. Adeus.
NOEL ROSA - Adeus é pra quem deixa a vida. Três coisas vou gritar por despedida: até manhã, até já, até logo.

AS FONTES
As respostas estão contidas nos seguintes sambas: Eu sei sofrer, de 1937, gravação de Aracy de Almeida; Provei (parceria com Vadico), de 1936, gravação de Marília Batista e Noel Rosa; Nuvem que Passou, de 1932, gravação de Francisco Alves; Você Vai se Quiser, de 1936, gravação de Noel Rosa e Marília Batista; É Preciso Discutir, 1931, gravação de Francisco Alves e Mário Reis; Até Amanhã, de 1932, gravação de João Petra de Barros; Quem Dá Mais, de 1932, gravação de Noel Rosa; Vitória (parceria com Nonô), de 1932, gravação de Silvio Caldas; Fita Amarela, de 1932, gravação de Francisco Alves e Mário Reis; X do Problema, de 1936, gravação de Aracy de Almeida; Com que Roupa?, de 1930, gravação de Noel Rosa; Feitiço da Vila (com Vadico), de 1934, gravação de Noel Rosa e João Petra de Barros; Boa Viagem (com Ismael Silva), de 1934, gravação de Aurora Miranda; Tarzan, o Filho do Alfaiate (com Vadico), 1936, lançado no filme Cidade Mulher por José Vieira; AEIOU (com Lamartine Babo), de 1934, gravação de Noel Rosa e Lamartine Babo; Onde Está a Honestidade?, de 1933, gravação de Noel Rosa; Mais um Samba Popular, de 1937, permaneceu inédito até 1962, quando foi gravado por Ana Cristina.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Aline Calixto: o melhor disco segundo a APCA

Saiu ontem o resultado do Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) 2009. E o melhor disco foi para Aline Calixto, uma carioca radicada em Belo Horizonte. Com belos arranjos de Jota Moraes, as 13 faixas do disco realmente são boas demais.

Com essas boas músicas e ótima capacidade interpretativa de Aline, o disco nem precisa de um clássico do cancioneiro (o que de fato não acontece). Ela segura a onda do começo ao fim, o que nos faz crer que a APCA acertou novamente.

Ficou curioso para conhecer o disco? O player abaixo tem as 13 faixas para serem ouvidas!



Confira os outros vencedores na categoria Música Popular:

Melhor Grupo
Paralamas do Sucesso

Melhor Show
Ney Matogrosso, pelos trabalhos em Os Inclassificáveis e Beijo Bandido

Melhor Cantora
Céu, pelo disco Vagarosa

Revelação
Maria Gadú

Melhor Compositor
Lenine

Homenagem Póstuma
Zé Rodrix (1947 - 2009)

Jurados
Ayrton Magnani Júnior
Inês Fernandes Correia
José Roberto Fresch

Quer conhecer melhor Aline Calixto?
Veja o site oficial
ou uma matéria no Estadão.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O samba colorido de Ariane

Ariane Krelling é mais uma representante de um estilo de arte chamado Naif. Em bom português, significa que são aqueles artistas que não tiveram uma preparação acadêmica. Aprenderam na raça. Posso estar errado, mas vejo certa influência nas obras de Ariane, de dois "pintores" já retratados nesta seção: Nelson Sargento e Heitor dos Prazeres. Confira aí!

Samba e Urbanismo

Sarau na Vila

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Uma dicussão e Teresa

Da outra vez que comparei dois sambas (um cantado por Zeca Pagodinho e outro por Paulinho da Viola) não sabia que isso poderia render aqui mais uma das inúmeras seções aí ao lado. Mas comparando alguns outros sambas por aí, me dei conta de que há muitas coincidências no nosso cancioneiro. Uma delas entre "É preciso discutir", de Noel Rosa, e "Tereza da Praia" de Tom Jobim e Billy Blanco.

"É preciso discutir"




"Teresa da Praia"



A primeira, de Noel, foi gravada em novembro 1931. A de Jobim e Blanco, em 1954. Uma é samba, a outra bossa. Terminam aí as diferenças. A primeira semelhança é o formato: ambas foram gravadas em forma de duetos. E por duplas de sucesso, como é o caso de Mário Reis e Francisco Alves, e Dick Farney e Lucio Alves, que tiveram discos bem sucedidos cantando lado a lado.


Depois, a temática. Nas duas há uma discussão por causa de uma mulher. Na de Noel, um prólogo, além do próprio título, anunciam que vai rolar discussão. Na outra, porém, o ouvinte só fica sabendo que se trata da mesma mulher no decorrer da canção.

Para terminar, em nenhuma há um vencedor. Enquanto na primeira, a discussão segue, na segunda eles chegam à conclusão de que a Teresa jamais pertencerá a ninguém.

E aí, qual é melhor?

Disco da semana: Estácio & Flamengo - 100 anos de samba e amor


E o disco da semana não poderia ser outro que não este. Que fique bem claro que o mesmo figura aqui não só por conta do hexacampeonato, mas também por ser um baita registro. O nome já diz tudo. São sambas que tem envolvidos de alguma maneira, essas duas agremiações cariocas tão importantes. Do disco, destaco a música "O samba bate outra vez", samba que cita os principais nomes e representantes da arte.

Parabéns ao Flamengo!


Músicas:
1 - O samba bate outra vez (Maurício Tapajós - Paulo César Pinheiro) cantam Alza Alves, Amélia Rabello, Beth Carvalho, Carlinhos Vergueiro, Chico Buarque, Cristina Buarque, Elton Medeiros, Ivone Lara, João Nogueira, Luciana Lopez, Luciana Rabello, Marcos Sacramento, Maurício Carrilho, Maurício Tapajós, Miúcha, MPB-4, Paulo Cesar Pinheiro, Paulo Malagutti, Paulo Roberto, Piii, Simone Cruz, Walter Alfaiate e Zé Keti
2 - A primeira Escola (Pereira Matos - Joel de Almeida)
Me dá meu violão (Tradicional - Paulo César Pinheiro) cantam Cristina Buarque, Dona Ivone Lara, Wilson Moreira e Zé Keti
3 - Gol anulado (João Bosco - Aldir Blanc) canta Marcos Sacramento
4 - O ''X'' do problema (Noel Rosa) canta Amélia Rabello
5 - Samba rubro-negro (Wilson Batista - Jorge de Castro) canta Carlinhos Vergueiro
6 - Com a perna no mundo (Gonzaguinha) canta Paulo Malagutti
7 - Memórias de um torcedor (Wilson Batista - Geraldo Borges) canta Cristina Buarque
8 - Deixa falar (Maurício Tapajós - Hermínio Bello de Carvalho) canta Carlinhos Vergueiro
9 - Estácio Holly Estácio (Luis Melodia) canta Sergio Santos e Alza Alves
10 - E o juiz apitou (Wilson Batista - Antônio Almeida) canta Marcos Sacramento
11 - ''Tributo Aos Velhos Sambistas do Estácio'':
Nem é bom falar (Ismael Silva)
Mandei pintar (Tradicional - Hermínio Bello de Carvalho)
Deixa essa mulher chorar (Brancura)
Arrasta a sandália (Baiaco - Aurélio Gomes)
Agora é cinzas (Bide - Marçal)
Se você jurar (Ismael Silva - Nilton Bastos) cantam Chico Buarque, Marcos Sacramento, Élton Medeiros, Miúcha, Carlinhos Vergueiro, Cristina Buarque, Paulo Malagutti, Paulo César Pinheiro, João Nogueira, Beth Carvalho, Wilson Moreira e Walter Alfaiate
12 - Hino do Flamengo (Lamartine Babo) cantam João Nogueira e coro

Baixe esse disco no Prato e Faca.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Norival conta o samba

Em um descontraído bate-papo, Norival Reis e Dedé da Portela cantam e contam sobre o como surgiu o samba Ylu Ayê (Terra da Vida), composto em parceria com Cabana. Vale a pena assistir!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Lançamento à vista

Nei Lopes já tem livros a dar com pau. Porém ele nunca tinha se aventurado nos romances. Pelo menos até agora. "Mandingas da mulata velha na cidade nova".

Com cenário de fundo no Rio de Janeiro, o livro se passa em um tempo entre 1870 e 1930. Lembra de personagens históricos, como Tia Ciata, João Cândido, Sinhô, Assumano Mina do Brasil, André Rebouças, Dom Obá, José do Patrocínio. Conta histórias dos ranchos de carnaval e da bagunça da Praça XI.



O livro já foi lançado no Rio de Janeiro e agora será em São Paulo. A festa acontece no dia 11/12, às 19 horas, no Bar Samba (Rua Fidalga, 308 - Vila Madalena).
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