domingo, 28 de fevereiro de 2010

Walter Alfaiate

Faleceu ontem, por volta das 17h, o grande sambista Walter Alfaiate. Ele, que já estava internado em estado grave há dois meses, sofreu uma falência múltipla de órgãos e não resistiu.



Mais informações aqui.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Monarco no Anhangüera

Hoje o bicho vai pegar no Clube Anhangüera. Monarco, um dos maiores expoentes vivos do samba carioca dará o ar da graça naquele simpático clube de várzea.

Não tem porque não ser histórico. Monarco, com 76 anos, ainda esbanjando voz e sentimento no seu samba e uma multidão pronta para embalar clássicos do samba. Sinceramente não dá pra perder!


Inimigos do Batente convidam Monarco
Local: Clube Anhangüera
Endereço: Rua dos Italianos nº1261 – Bom Retiro – São Paulo - SP
Data: 26/02
Horário: a partir de 22h
Ingressos: R$ 10,00
Como chegar: Marginal Tietê (sentido Penha), passando a Ponte da Casa Verde, terceira rua à direita, primeira à esquerda e novamente primeira à esquerda.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Bença Velha Guarda

Em 2001, houve uma homenagem a Silas de Oliveira, feita na quadra do Império Serrano. Além da Velha Guarda do próprio Império, a festa também contava com a presença de escolas como: Mangueira, Portela, Salgueiro e Padre Miguel. Na ocasião foi gravado um documentário sobre o que uma escola de samba tem de mais valioso. Sua Velha Guarda.









quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Composição do além

Há quem acredite, há quem duvide. Há também quem não diz, nem desdiz. Mas o fato é que nos anos de 1979 e 1980, membros do Centro Espírita de Jacarepaguá psicografaram dois sambas e um texto que foram atribuídos ao mestre Candeia.



Candeia morreu em 16 de novembro de 1978, aos 43 anos. Os versos, entregues ao professor Isnard Araújo (parceiro de Candeia em algumas composições) foram psicografados em 13 de setembro de 1979 e 10 de janeiro de 1980. Confira:

Em um samba vou dizer
Tudo o que vi aqui
A vida não acabou
Depois que eu morri

Como disse outras vezes
O amor a tudo conduz
Só que agora a minha mulata
Fonte de toda inspiração, deu
A vez a Jesus

Quando cantamos um samba
Junto com os amigos num bar,
Não imaginamos que depois da
Morte vamos um dia novamente
Cantar

Se um dia eu puder, novamente
Farei um samba-enredo para
Contar ao povo alegre brincalhão
E amoroso, que a vida após a morte
Vai dar samba de novo

Viva Jesus e seu povo de Angola

Agora, veja o outro, psicografado em janeiro de 1980:

Meus amigos vim dizer
Agora de coração
Que o samba não acabou
Pois a morte não me levou

A morte não é brinquedo
E não pode ser em vão
Senão toda uma vida
Deixa de ter razão

A morte não existe
Para o espírito maduro
Mas muitos custam a entender
E até aí, estarão mortos no duro

Aqui neste outro lado
Há lugar e ocupação
Basta querer trabalhar
E viver a linda canção

Aqui do lado de cá
Não é só música sacra, não
Tem lugar para todos os ritmos
Pois quando se quer elevar Jesus
Pode ser num samba do bom

A música que aqui fazemos
Não é fruto da inércia, não
Trabalhamos o dia inteiro
Mas sobra tempo pra inspiração

Viva Jesus e seu povo de Angola

O texto é de 22 de maio de 1979. Aí vai:

Em vida dizia em samba o que pensava ser alegria, hoje a vida mostra um samba diferente. O sambista também é poeta, que diz ao morro inteiro o que lhe vai no coração. Aqui, no novo "terreiro", encontramos outros partideiros que vão na linguagem do morro exaltar Jesus, o maio dos partideiros.

Não pensem que é desrespeito dizer isto do Mestre, Amigo e Companheiro. Mas, também na linguagem do morro, Jesus vai ser o primeiro. O meu amigo "Padeiro" dizia: "Vehio, um dia Oxalá vai reunir todos os partideiros". E o crioulo sorria: "Padeiro! Você sõ pode contar com o seu tempero".

Mas, hoje, sei que vamos dar as mãos ao mundo inteiro

Viva Jesus e seu povo de Angola

Do amigo, Candeia.

Verdade ou mentira? Não importa. Os versos estão aí e ainda ninguém os musicou (pelo menos não que eu saiba). Uma parceria póstuma com Candeia e Elton Medeiros, ou outro melodista dos bons ia ser realmente sensacional, não ia?

Enquanto isso não acontece, fica um samba do mestre partideiro que antecipava o que ele faria depois da sua morte:

"Mas se eu for pra lá
Ao descansar
Vou cantar e sambar
Com um anjo moreno"

"Anjo moreno" foi gravado em 1972 por Clara Nunes e Silvinho do Pandeiro, e em 1988 por Mauro Duarte no disco "Candeia - acervo Funarte". É essa última versão que você ouve agora:

Anjo Moreno

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Você feriu meus ais

"Vou viver a minha vida" (Babaú) é daqueles sambas que você ouve uma, duas, dez, vinte, trinta vezes e não cansa. A versão disposta aqui é interpretada pelo próprio Babaú e está no disco "Mangueira Chegou", de 1989. Escute aí:



Não pensei
Que você
Fosse tão cruel assim
Que pudesse falar mal de mim

Eu muito lhe ajudei
Quase que lhe criei
Por isso fracassei
Nunca tive valor
Não tive seu amor
Agora quero paz
Vou viver minha vida
Não lhe dou guarida
Já tenho outro alguém
Não lhe quero jamais
Você feriu meus ais
Juro que...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Tuco, Batalhão, Cristina, Nelson e Monarco

Atenção pessoal, sábado e domingo próximo (27 e 28/02) acontecerão dois shows imperdíveis em São Paulo.

Tuco & Batalhão de Sambistas

DIAS
27/02 - Convidado Nelson Sargento e Cristina Buarque - 19h
28/02 - Convidado Monarco e Cristina Buarque - 18h

Valor: Na porta R$ 20,00
Antecipado :10,00

Centro Cultural de São Paulo
Local: Rua: Vergueiro nº 1000 - Metrô Vergueiro

Canções Praieiras de Dorival Caymmi

A obra-prima de Dorival Caymmi. Essa é a forma mais rápida e simples para convencer qualquer pessoa a conhecer esse disco. Lançado em 1954, "Canções Praieiras" é impressionante de tão bonito.



E a beleza das músicas de Caymmi vem da sua simplicidade. A simplicidade do universo dos pescadores, traduzido em oito faixas por este baiano ilustre. Seus versos singelos, cheios da sabedoria do mar, só podem tem sido criados com o pé na areia. É o caso da música "Saudade de Itapoã":

"Oh vento, que faz cantigas nas folhas
No alto do coqueiral
Oh vento, que ondula as águas
Eu nunca tive saudade igual
Me traga boas notícias
Daquela terra toda manhã
E joga uma flor no colo de uma morena em Itapoã"

Saudade de Itapoã



E não é só essa faixa, que encerra o disco, que é linda de doer. Arrisco a dizer que não há uma música sequer que não mereça ser ouvida repetidamente até decorar cada nota. Mas há uma que, talvez, resuma todo o espírito do disco é "O Bem do Mar"

O Bem do Mar



O desenho despretensioso da capa também é de Caymmi. Simples e tocante como o conteúdo que ela abriga. Tudo isso (e indescritível a beleza das canções) fazem deste disco imprescindível para os amantes da música brasileira.

01 - Quem Vem Pra Beira do Mar (Dorival Caymmi)
02 - O "Bem" do Mar (Dorival Caymmi)
03 - O Mar (Dorival Caymmi)
04 - Pescaria (Canoeiro) (Dorival Caymmi)
05 - É Doce Morrer no Mar (Dorival Caymmi)
06 - A Jangada Voltou Só (Dorival Caymmi)
07 - Lenda do Abaete (Dorival Caymmi)
08 - Saudade de Itapoã (Dorival Caymmi)

Baixe esse disco no Loronix

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"Brasil, Brasil" - Parte 2

Outro dia coloquei a primeira parte do documentário feito pela BBC, chamado "Brasil, Brasil". Dividido em três capítulos, "Brasil, Brasil" traça um panorama, durante seus 60 minutos de duração, da música brasileira.

A segunda parte é dedicada à revolução promovida pela Tropicália. Só que diferentemente da primeira parte, essa está sem legenda (vale para treinar o inglês, né?). Aproveite:

Capítulo 2 - Tropicalia Revolution














Na semana seguinte, a última parte do documentário. Não perca!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Marcos Sacramento, Moyseis Marques e Pedro Miranda no Rival

Promoção: Biografia de Dona Ivone Lara

Enfim começou o ano. E o Vermute, que não dorme no ponto, já começa com mais uma promoção. O presente da vez é o livro "Nasci para sonhar e cantar - Dona Ivone Lara: a mulher no samba", de Mila Burns


Quem já acompanha as promoções do Vermute, sabe como funciona. Basta mandar uma frase inspirada no título do livro.

As frases serão recebidas, aqui nos comentários ou pelo twitter (@vermute) até o dia 19/03 e o resultado sairá no dia 20/03.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Little marchs

Como bons foliões que somos deixamos esse site praticamente às moscas nos três dias da folia do Carnaval. Mas é Quarta-feira de Cinzas e, aos poucos, as pessoas vão voltando para a vida real.

Mas para quem ainda continua no clima da folia, um vídeo que vai dar o que falar: marchinhas em inglês. A obra é assinada por Lê Andrade (o mesmo que gravou o hino do Flamengo na língua da Rainha). Ele fez um pot-pourri de “Mamãe eu quero”, “Maria Sapatão”, “Cabeleira do Zezé”, “Me dá um dinheiro aí”, “Se você pensa que cachaça é água” e “Índio quer apito”. Dá só uma olhada:



E aí, essas músicas tocam no seu baile?

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O feitiço de Noel

O post de hoje é um belo texto feito por Zuza Homem de Mello, para o Valor de São Paulo e publicado hoje (12/02/2010)

O que causa espanto na obra de Noel Rosa não é apenas o colossal avanço que ela deu às letras da canção brasileira. É fato que não há como comparar as crônicas primorosas e rimadas do cotidiano, contidas em seus imaginosos versos musicados, com as tentativas de ressaltar com ingenuidade um ou outro episódio meramente curioso, que é o que existia nos sambas de seus antecessores. Nem há, por outro lado, como cotejar esse mesmo repertório anterior a Noel com o de suas canções sobre as vicissitudes da paixão, valorizadas por originais toques de ironia, que estabeleceram padrão elevado na música popular. A partir de Noel altera-se o nível de exigência para o que viesse a ser criado por seus contemporâneos e por autores posteriores.

Também causa espanto, e agora na vida de Noel, o desconcertante enredo com episódios insólitos, hilariantes e tragicômicos que delinearam sua breve existência, causa espanto a trajetória desse artista da classe média carioca descuidado com os atos da rotina, o que lhe custou a própria vida.

O mais espantoso, porém, é que essa obra, de aproximadamente 260 canções que atravessaram os anos sem que muitas tenham envelhecido, foi elaborada num espaço de tempo inacreditavelmente curto, apenas sete anos. Uma pesquisa na música popular universal provavelmente revelaria não haver outro caso de uma relação semelhante. Sem esquecer que essa produção, com dezenas de obras-primas, foi elaborada por esse prodígio da nossa música entre seus 20 e 26 anos. Com efeito, teoricamente surgiam a cada ano mais que 30 canções inéditas, algumas delas criadas rapidamente nas mais inesperadas situações.

Certa vez, Noel foi apresentado pela dona de uma festa no bairro da Tijuca à moça que havia namorado tempos antes. Ao lado de seu novo namorado, para surpresa do ex, ela tentou encobrir o romance anterior assim se expressando: "Prazer em conhecê-lo". Noel ficou zonzo, jururu num canto, abandonando a festa com seus amigos logo depois. Foram diretamente a um bar do centro e, num papel que pede ao garçom, escreveu apressadamente a letra de "Prazer em Conhecê-lo":

"Quantas vezes nós sorrimos sem vontade/ com o ódio a transbordar no coração/ por um simples dever da sociedade/ no momento de uma apresentação./ Se eu soubesse que em tal festa te encontrava/ não iria desmanchar o teu prazer/ porque, se lá não fosse, eu não lembrava/ de um passado que tanto nos fez sofrer (...) frente a frente/ naquele instante, mais frios do que gelo/ mas, sorrindo, apertaste minha mão/ dizendo então/ tenho muito prazer em conhecê-lo (...) que mais prazer/ eu teria em não te conhecer."

O caso ilustra a facilidade de Noel em tirar partido de uma situação por ele vivida horas antes não só para descrevê-la com admirável forma rítmica e rimada, mas ainda acrescida de uma reflexão final que se enlaça com a melodia criada, nesse caso com a colaboração de Custódio Mesquita. Tão frequentes eram tais arremates em suas letras, semelhantes às conclusões de fábulas de La Fontaine, que Noel seria futuramente apelidado de o filósofo do samba ("Ninguém aprende samba no colégio (...) quem suportar uma paixão/ sentirá que o samba então/ nasce do coração").

Como seus contemporâneos compositores - sobretudo Lamartine Babo, Ary Barroso e João de Barro - Noel confiava no que ocorria em seu dia a dia, em sua cidade ou até no exterior a fim de colher inspiração para as marchinhas de Carnaval, as emboladas, os foxtrotes, as valsas e, principalmente, para o gênero em que se tornou mestre, o samba, em andamentos diferentes. Numa ponta, os tipicamente batucados (alguns em parceria com Ismael Silva, iletrado musicalmente, porém um dos bambas criadores da seminal batida denominada de "samba do Estácio") e, na outra, os sambas lentos de caráter lírico (alguns em parceria com Vadico, pianista/arranjador paulista com sólida formação musical e compositor de harmonias refinadas para suas envolventes melodias). Muitos desses últimos se constituiriam no que seria, anos depois de sua morte, reconhecido como o samba-canção. É o que confere a Noel Rosa a condição de verdadeiro precursor.

É bem possível que esse pioneirismo estilístico, essa inventividade em tantos elementos de uma composição, seja a razão de Noel não ter tido o sucesso merecido em vida. Seu comportamento desregrado entregue à boemia atuando como artista de rádio nas incipientes emissoras da época e varando madrugadas pelos bares e cabarés cariocas deram-lhe em vida um estigma que superou sua atuação como compositor. Aliás, como afirmou o jornalista João Máximo, profundo conhecedor da matéria, "Noel Rosa pode não ter sido o melhor compositor popular de seu tempo, mas foi o mais importante". Máximo lança, agora, o livro "O Morro e o Asfalto no Rio de Janeiro de Noel Rosa" (Editora Aprazível, 204 págs., R$ 140,00).

Noel implantou um novo estilo na música popular, o estilo que acabou vingando na obra de grande parte dos mais conhecidos compositores brasileiros: o do samba urbano, com melodias requintadas e novos motivos poéticos. Seus versos ora coloquiais, ora críticos, ora líricos, ora humorísticos, ora satíricos e muitas vezes filosóficos, moldam esse estilo. Há composições sob a forma epistolar ("Cordiais Saudações"), há rimas surpreendentes (pinote com foxtrote, chute com vermute, orquestra com Palestra), há rimas internas (grito tão aflito, gerente impertinente), referências de época (cerveja Brahma, Gandhi, o telefone 344333), de local (Piedade, Cascadura, Penha), gírias (dar um beiço, funil), há expressões que se consagraram (com que roupa?), há artifícios curiosíssimos, como o gaguejar de um personagem ("Gago Apaixonado"), brincadeiras gramaticais (Picilone) e anatômicas (Coração) e naturalmente existem as emocionantes citações sobre o bairro em que nasceu, viveu e morreu: "São Paulo dá café/ Minas dá leite/ mas a Vila Isabel dá samba".

Não foi senão mais de dez anos após sua morte aos 26 de idade que a maturidade da obra de Noel começou a ser reconhecida em sua magnitude. Deveu-se a uma iniciativa inédita na fonografia brasileira a partir da gravadora Continental dirigida por João de Barro, de quem fora parceiro. Em plena fase dos discos de 78 rotações, embalados individualmente em envelopes pardos e de mínimo interesse gráfico, foi produzido em setembro de 1950 um álbum em capa dura com a ilustração, assinada por Di Cavalcanti, de um seresteiro tocando violão e textos internos de Lúcio Rangel e Fernando Lobo contendo três discos. As orquestrações foram caprichosamente elaboradas por Radamés Gnattali e a interpretação entregue à mais indicada para cantá-las, sua amiga Aracy de Almeida.

O timbre anasalado e a inflexão evocativa da voz de Aracy (cuja intimidade com a obra de Noel vinha desde 1935 com a gravação de 14 de suas composições) deram uma vida que poucos imaginavam existir nos sambas-canção que dominavam o repertório - "Feitiço da Vila", "Último Desejo", "Não Tem Tradução" e "X do Problema" com acompanhamento de cordas e flauta - e nos outros dois sambas - "Palpite Infeliz" e "Conversa de Botequim", com Aracy escorada pelo Quarteto Continental, na verdade o Quarteto de Radamés com ele (piano), Zé Menezes (guitarra), Luciano Perrone (bateria) e Vidal (contrabaixo).

Uma vez reativada, a chama da obra de Noel provou ter mais gás do que se supunha, e esse produto exemplar provou como uma gravadora pode ter peso nos rumos da música popular de um país quando dirigida por quem é da música. O samba-canção se expandiria notavelmente no período que o historiador Jairo Severiano reconhece como da modernidade.

Os direitos de autor duram por 70 anos contados de 1º de janeiro do ano subsequente à sua morte. Portanto, no caso de Noel Rosa, até 1º de janeiro de 2008. Nem por isso deixaram de ser produzidas várias antologias nos formatos de LP e CD muito antes que a obra de Noel caísse no domínio público.

A etiqueta carioca Rádio estreou no mercado fonográfico em 1953 com o long-playing de 10 polegadas "Poeta da Vila" contendo oito composições suas em arranjo de Aldo Taranto e cantadas por Marília Batista, sua intérprete quando ele vivia.

Provavelmente entusiasmada com o êxito do álbum de Aracy, a EMI-Odeon lançou ainda nos anos 50 o esplêndido LP "Noel Rosa e Sua Turma da Vila" com gravações anteriores em que ele cantava meia dúzia de seus sambas ("João Ninguém", "Onde Está a Honestidade", entre outros). Um precioso documento, já que a voz do autor veio a público em vinil pela primeira vez. Por meio de sua etiqueta mais popular (Imperial) foi compilado, em 1971, outro LP contendo 12 gravações também reconstituídas das originais, interpretadas pelo próprio Noel, entre as quais "Conversa de Botequim", "Com Que Roupa" e "Cordiais Saudações". Mesmo não sendo considerado grande intérprete, numa época em que os compositores eram ignorados e as músicas, vinculadas aos cantores, Noel canta mais solto e com mais graça que grandes cartazes do rádio e do disco de então. Pode-se constatar ter sido ele próprio o grande intérprete de sua obra.

Quatro anos depois, a Continental lançou também um vinil: outras seis gravações com o autor cantando novamente com sua voz diminuta no lado A da compilação incluída na série "Ídolos MPB", organizada por J.L. Ferrete.

Em 1966, Maria Bethânia lançou o compacto "Bethânia Canta Noel", que seria estendido como parte de um LP de 12 polegadas.

Nos anos 80, a gravadora Eldorado entrou em cena por meio da atuação de seu diretor Aluízio Falcão com dois álbuns originais. O de 1983, "Inédito e Desconhecido", tem a chancela dos produtores João Máximo e Carlos Dider (Caola), autores da mais completa biografia sobre o compositor, "Noel Rosa, uma Biografia", lançada em 1980. Violonista e cantor do conjunto Coisas Nossas, Caola é um fino intérprete do repertório noeliano. O projeto seguinte foi a primeira gravação completa da opereta "A Noiva do Condutor", tendo Marília Pêra e Grande Othelo como intérpretes principais.

O grupo vocal MPB4 gravou com capricho o LP "Feitiço Carioca" e, na mesma década, um álbum com 26 músicas divididas entre gravações originais dos anos 30 e novas versões com cantores como Paulinho da Viola e João Nogueira (dois de seus mais destacados intérpretes) foi o valioso brinde distribuído em 1982 pela Fenab do Banco do Brasil.

Em 1991, Almir Chediak produziu o "Songbook ", a que se seguiu um álbum duplo, ainda em vinil, com 22 canções gravadas na época por um elenco de estrelas como Tom Jobim, Gilberto Gil, Gal Costa, João Bosco, Djavan e Chico Buarque, citado no início da carreira como um novo Noel.

Na era do CD, há igualmente vários destaques. O primeiro é de 1995, o singelo "Sem Tostão... A Crise não É Boato", reunindo a cantora Cristina Buarque e o violonista Henrique Cazes, que, numa gravação ao vivo, prestaram um emocionante tributo a Noel Rosa entremeando os sambas com divertidas histórias sobre as aventuras do autor. O cantor Zé Renato, uma das mais lindas vozes brasileiras, dedicou-lhe o CD "Filosofia". Em 1996, foi lançado "Coisas Nossas", com nomes de menor projeção que o "Songbook" e resultado heterogêneo. No ano seguinte, um dos mais curiosos CDs dedicados a Noel. Poucos imaginavam que alguém como Johnny Alf pudesse se identificar com sua obra, que ele gravou em competentes arranjos do pianista Leandro Braga.

Quem também se debruçou surpreendentemente sobre Noel Rosa foi o compositor Ivan Lins numa caprichada produção de dois CDs intitulados curiosamente "Vivanoellins", associando num "jeux de mots" seu nome a "Viva Noel". Ivan Lins registrou sozinho ou com convidados nada menos que 36 canções em arranjos que, mesmo fugindo ao convencional, têm o mérito de não ferir o espírito da obra.

O mais importante documento gravado no formato CD é "Noel pela Primeira Vez", a coleção de 14 CDs com 229 composições de Noel Rosa em suas versões originais, lançadas em 2000 pela gravadora Velas com apoio da Funarte, numa idealização de Omar Jubran. Um verdadeiro monumento à obra do compositor, referência obrigatória para qualquer trabalho em torno dele.

Com tão bem-intencionadas antologias, a obra de Noel Rosa foi preservada depois de sua morte por meio dessas novas gravações das numerosas canções compostas nos sete breves anos em que viveu bem mais para a boemia e o samba do que para si.

Após tentar desesperadamente se curar da tuberculose, ele passou acamado num quarto da casa materna seus últimos quatro meses. Noel morreu em 4 de maio de 1937. A vida tumultuada e a obra perdurável constituíram um prato cheio para espetáculos teatrais, um curta-metragem de Rogério Sganzerla e o filme "Poeta da Vila" (2009), dirigido por Ricardo van Steen.

Cabe agora indagar: além de Aracy de Almeida, quem terá sido uma grande intérprete contemporânea de Noel Rosa, já que nenhum cantor conseguiu superar as gravações por ele deixadas? Alguém bem pouco conhecida que teve o CD "Noel por Ione" lançado em 2000 pela gravadora Dabliú numa produção de Ronaldo Rayol. Trata-se da cantora Ione Papas, baiana que canta em barzinhos de São Paulo. A enxuta capa branca abriga um disco respeitoso e emocionante com pelo menos quatro pérolas: "Você só... Mente", "No Baile da Flor-de-Lis", "Quando o Samba Acabou" e "Coração". Nenhuma cantora contemporânea conseguiu reviver o clima espirituoso, alegre, trágico, irônico, elegante e lírico contido nas 15 canções desse CD.

Ouvir Noel Rosa é o bastante para se convencer da existência em sua obra de canções tão vivas que parecem ter sido compostas justamente no ano de seu centenário.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Samba do Bonzão

Em 1977, Candeia foi convidado a fazer um Jingle para a rede de lojas "Ponto Frio".


Reparem que não se trata de uma canção agressiva, no que diz respeito a promoção do slogan "Bonzão". Apenas um verso remete à marca. Analisando somente a letra (pois não temos o áudio) considero um bom jingle. Gosto dessa coisa de não escancarar de vez a marca. Acredito que assim, há mais chances da música cair no gosto do povo.

Como samba, também o considero bom. Nada que se compara às grandes obras deixadas pelo próprio Candeia. Esse jingle é mais uma prova de que se Candeia se dispunha a fazer algo, dava o seu melhor, e procurava fazer bem feito.

A imagem foi pescada do blog Receita de Samba.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Um samba por 3 mil reais

Tem um samba inédito guardado na gaveta? Manja batucar na caixinha de fósforos? Porque é somente isso que a cervejaria Devassa está exigindo no novo concurso estabelecido pela empresa: "Malandragem Devassa".

Basta postar no youtube um vídeo com um samba seu tocado em caixinha de fósforos e depois republicar no hotsite da campanha.

Os 15 sambas mais votados pelos internautas ganharão o kits compostos de camisinha, caixinha de fósforos e camisa estilo malandro (que estão à venda também nas cervejarias da rede).

E o grande vencedor ganhará 3 mil reais em consumo até o final de 2010 em qualquer Devassa do país (menos nas lojas de Copacabana, Búzios e Guarulhos). O tempo da gravação é ilimitado. E aí, tá esperando o que para mandar o seu?
Pra quem não sabe batucar em caixa de fósforo, vai aí uma dica:


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Um adeus a Pena Branca

José Ramiro Sobrinho. Seu nome pode passar batido, mas não a alcunha que o acompanhou durante os 50 anos de vida artística: Pena Branca. Parceiro do irmão, apelidado de Xavantinho, a dupla é referência quando se fala de música caipira.


Os dois estrearam em disco em 1980 e lançaram 10 álbuns juntos. O último foi chamado de "Coração Matuto", em 1998. Mas no ano seguinte Xavantinho morreu, obrigando Pena a fazer carreira solo. Mesmo sem o irmão, Pena se deu bem. Em 2001, recebeu o Grammy Latino de melhor disco sertanejo por "Semente Caipira", lançado um ano antes.

Mas se a obra é imortal, o poeta não. E Pena Branca morreu hoje, aos 70 anos. Ele sofreu um ataque cardíaco, foi encaminhado para o hospital e não sobreviveu. Fica nossa humilde homenagem a quem soube valorizar o sertanejo, o verdadeiro caipira.





Confira a discografia da dupla e a carreira solo de Pena Branca
"Velha Morada" (1980)
"Uma Dupla Brasileira" (1982)
"Cio da Terra" (1987)
"Canto Violeiro" (1988)
"Cantadô de Mundo Afora" (1990)
"Renato Teixeira e Pena Branca e Xavantinho - Ao Vivo em Tatuí" (1992)
"Violas e Canções" (1993)
"Riberão Encheu" (1995)
"Pingo d'Água" (1996)
"Coração Matuto" (1998)

Carreira Solo
"Semente Caipira" (2000)
"Pena Branca Canta Xavantinho" (2002)

Ouça quatro músicas do disco "Renato Teixeira e Pena Branca e Xavantinho - Ao Vivo em Tatuí"

Vide vida marvada


Jardim da Fantasia


Cuitelinho


De papo pro á


E para terminar, uma frase que ouvi uma vez no rádio. Foi um violeiro que falou (não lembro seu nome), quando lhe perguntaram o que ele achava do sertanejo universitário: "Tem que fazer o pré-primário antes, né?".

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Tas, Osvaldinho e o samba paulista

Em uma entrevista a Marcelo Tas, o sambista Osvaldinho da Cuíca explica as origens do samba paulista. Desde a marcha sambada até o samba rural. E ainda explica que o samba paulista era infulenciado pela umbanda, enquanto o carioca era influenciado pelo Candomblé.

No final ele ainda prova que é capaz de acompanhar qualquer pessoa, mas qualquer um mesmo. Ele, que ja até tocou com Yoko Ono, acompanha um pessoal que toca Led Zeppelin em ritmo de samba.

Disco da semana: O Legendário Mano Décio da Viola - Mano Décio da Viola


Discaço do grande Mano Décio da Viola. É legal que ele mescla e traz tanto sambas enredo, quanto de terreiro. Não sei, mas tenho a impressão de que os sambas enredo de Mano Décio são muito mais conhecidos do que os outros. Talvez seja por causa da parceria com Silas de Oliveira.

Também destaco o coro que em determinados momentos tem um quê de lírico. Confesso que nas primeiras vezes que ouvi não gostei, mas hoje em dia acho simplesmente sensacional.

Músicas:
1 Heróis da liberdade (M.Ferreira, Mano Décio, Silas de Oliveira)
2 Adeus (Alberto Lonato, Mano Décio)
3 Exaltação Brasil holandês (Abílio Martins, Chocolate do Salgueiro, Mano Décio)
4 Nunca mais (Rubens da Vila, Mano Décio)
5 Clemência (Mano Décio)
6 Rio dos vice-reis (Aidno Sá, David do Pandeiro, Mano Décio)
7 Não foi surpresa (Rubens da Vila, Mano Décio)
8 Exaltação a Tiradentes (Estanislau Silva, Penteado, Mano Décio)
9 Só quero descansar (Hélio dos Santos, Mano Décio)
10 A paz universal (Mano Décio, Silas de Oliveira)
11 Exaltação à Barbara Eliodora (Ramon Russo, Nilo de Oliveira, Mano Décio)
12 Hoje não tem ensaio (Darcy da Mangueira, Mano Décio)

Baixe esse disco no Um Que Tenha.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

As versões de Bruno Morais

Quando Lucas Santtana gravou a versão dub de Faixa Amarela, o Vermute publicou. Desta vez é a vez de Bruno Morais, um paranaense que está fazendo um sonzinho maneiro e escolheu dois sambas para dar uma releitura no seu novo trabalho, chamado "A Vontade Superstar". Antes disso, em 2005, ele lançou (também em esquema independente) o "Volume Zero", junto com o DJ e produtor de música eletrônica Wendl.

Mas nós estamos aqui para falar de samba. E são justamente esses dois sambinhas que ilustram o Lado A, Lado B de hoje. O primeiro é "O Mundo é Assim", um clássico portelense composto por Alvaiade.

Primeiro, a versão original:


Agora a versão de Bruno Morais:


Em seguida, bora ouvir "Pode Sorrir", uma parceira de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito:


E a versão do Bruno:

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Fim de semana carnavalesco em SP

Salve salve gente boa. Segue abaixo algumas dicas carnavalescas para este fim de semana para quem mora em São Paulo.

Sábado (06/02)
No sábado à tarde, o Bloco do Ó do Borogodó vai pra rua. A concentração é à partir das 14 horas em frente ao Ó. Comandando a festa, Lusinho 7 cordas, Ildo (cavaco), Railidia, Fernando, Guilherminho (voz), um naipe de sopros comandado por Thiago França (sax) e convidados.

Rua Horácio Lane, 21 – Pinheiros.
Fone: 3814-4087.
A partir das 14 h, até às 20 h.

Mais informações aqui.


Domingo (07/02)
No domingão é a vez do Acadêmicos do Baixo Augusta sair. A saída é as 16 horas, na frente do bar SONIQUE. A música do trajeto ficará por conta de uma banda carnavalesca composta de 10 metais e 5 percussões.

Rua Bela Cintra, 461 - Consolação.
Fone:
2628-8707.
A partir das 16h.

Mais informações aqui
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Ainda no domingo, o pessoal do Arte Constrói promove uma tarde cheia de samba. Começa com uma homenagem a Adoniran Barbosa. Depois tem uma apresentação, na rua, do bloco Unidos Venceremos e do Cordão Kolombolo Diá Piratininga. Vai perder?

Rua Inácio Pereira da Rocha, 170 - Pinheiros.
Fone: 3817-5425
Homenagem a Adoniran - 14h
Saída dos blocos - 16h

Mais informações aqui.

Ah, todos os eventos são de graça.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Bach na viola caipira

A dica de hoje pode irritar os puristas: aqueles que apreciam música clássica (que não são, necessariamente, os leitores deste blog) e aqueles que gostam de viola. Mas como música bem tocada sempre vale a pena, o post se sustenta.

Trata-se de um disco de Theodoro Nogueira gravado em 1971. O nome diz tudo: "Bach na Viola Brasileira".

Conhecido por valorizar a viola e incorporá-la na execução da música erudita, Ascendino Theodoro Nogueira, gravou um disco com cinco faixas compostas pelo compositor alemão do barroco Johann Sebastian Bach.

Fuga (da primeira sonata para violino só)


Loure (da partita nº3 para violino só)


Na contra-capa do disco, Theodoro Nogueira assina um artigo intitulado "Anotações para um estudo sobre a viola: origem do instrumento e sua difusão no Brasil". Os interessados, podem ler o texto aqui.

Gostou e quer baixar o disco? Clique aqui.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Lançamento no RJ

Acontece amanhã, no Rio de Janeiro, o lançamento do livro "Samba de enredo - história e arte". Tive acesso a uma prova do livro e digo que é altamente recomendado.

O livro mergulha de cabeça na história dos sambas de enredo e trata desde a evolução rítmica até os temas dos enredos. Bom para quem tem aquele pé atrás com os sambas enredos e melhor ainda para quem aprecia o estilo.



Quando?
Amanha (03/01) às 18h

Onde?
Al-Farabi Sebo-Arte-Café-Restaurante.
Rua do Rosário, 30/32 - Centro - Rio de Janeiro

Tel.: (21) 2233-0879

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Disco da Semana: João Borba canta Jorge Costa Ao Vivo


Jorge Costa é quase sempre associado ao samba paulista. O que muita gente não sabe é que ele perambulou um bocado antes de fincar raízes na Terra da Garoa.

Nascido em Alagoas, Jorge passou a adolescência em Recife. Depois foi para o Rio de Janeiro, mais precisamente no Morro da Mangueira, onde teve contato com os bambas do local e passou a integrar a Ala de Compositores da Verde e Rosa. No começo da década de 1950, baixou na capital paulista. A partir daí, Jorge adotou São Paulo como sua cidade e a cidade adotou seu samba.

Pouco mais de 10 anos da sua morte João Borba, figura carimbada da noite paulistana revisita a obra de Jorge. Gravado ao vivo no SESC Pompéia em 2007, João apresenta grandes sucessos de Jorge como Castiguei (Jorge Costa / Venâncio), Ladrão que entra em casa de pobre (Jorge Costa), Baile do Risca Faca (Jorge Costa / Durum Dum Dum), O tocador quer beber (Jorge Costa) e Triste Madrugada (Jorge Costa). Nos bastidores do disco estão Eduardo Gudin, como idealizador e Milton Mori assinando a direção musical e os arranjos.

Músicas:
1. Samba da Rosa (Jorge Costa / Celso Martins)
2. Brigamos (Jorge Costa / Nairson Menezes)
3. Triste Madrugada (Jorge Costa)
4. Castiguei (Jorge Costa / Venâncio)
5. Bandeira da Paz (Jorge Costa)
6. Não Me Interessa (Jorge Costa / Clóvis de Lima / Luiz Alcides Zanatelli)
7. Inferno Colorido (Jorge Costa)
8. Depois do Carnaval(Jorge Costa / Paulo Roberto)
9. Ladrão que Entra na Casa de Pobre Só Leva Susto (Jorge Costa)
10. Baile do Risca Faca (Jorge Costa / Durum Dum Dum)
11. O Tocador Quer Beber (Jorge Costa)
12. Só Vai na Onda (Jorge Costa / Wilson Ribeiro)
13. Sábado Não Dá (Jorge Costa)
14. Chave do Coração (Jorge Costa / José Domingos)
15. Choro Junto com Você (Jorge Costa / Manoel Ferreira)

Compre esse disco aqui.

"Áurea"

Quem não ainda conhece a cantora Áurea Martins terá nesta semana uma ótima oportunidade.


Áurea despontou na década de 1960. Trilhou carreira na noite carioca, participou de festivais e dos Songbooks Tom Jobim (Se é por falta de adeus) e Chico Buarque (Atrás da porta). Seu primeiro cd "Até Sangrar" foi lançado em 2003, pelo selo Biscoito Fino. Quem nunca ouviu está perdendo tempo.

Tudo isso para dizer que o 2º Festival do Júri Popular que acontece dos dias 1 a 7 em 20 cidades brasileiras terá um curta feito justamente sobre essa carioca. "Áurea" foi dirigido por Zeca Ferreira, que também filmou o documentário "Terreiro Grande" em 2009. Com 16 minutos, o filme tem uma ótima personagem. Resta saber se o conteúdo está à altura.

Confira o potencial de Áurea


Confira aqui a programação do 2º Festival do Júri Popular

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