terça-feira, 20 de maio de 2008

Chiquita existencialista

Em 1949, João de Barro, o Braguinha, conquistou pela terceira vez consecutiva o carnaval. O sucesso dessa vez foi a marcha que ultrapassou não só a barreira do tempo, como também a fronteira do Brasil.

“Chiquita Bacana” tem uma letra com apenas sete versos, mas um fundo bastante filosófico. A idéia de fazer a música veio do próprio Braguinha, que propôs ao companheiro Alberto Ribeiro fazer algo sobre o tema mais explorado na imprensa da época: o existencialismo.

Sartre, Camus e Simone de Beauvoir talvez ficassem pasmos com a música que trata, com muito bom humor, dos “existencialistas”. Aqueles de vida boêmia, que passavam noites enfurnados nos cabarés parisienses, em volta de um canecão de vinho.

Chiquita bacana lá da Martinica
Se veste com uma casca de banana nanica

Não usa vestido, não usa calção
Inverno pra ela é pleno verão
Existencialista com toda razão
Só faz o que manda o seu coração.

A marchinha fez tanto sucesso que foi gravada nos Estados Unidos, Argentina, Itália, Holanda, Inglaterra e França. O título não ficou o mesmo do original. “Chiquita madame de la Martinique” tem versos de Paul Misraki e faz parte da discografia da sensual Josephine Baker e de Ray Ventura.

Ouça aqui a versão interpretada por Emilinha Borba, lançada pela Continental, ainda em 1949.

Mais no Vermute
Conheça Lan, um caricaturista estrangeiro que brilhou no Brasil
Veja a entrevista com o diretor do filme "Noel, o Poeta da Vila"
Lembra de Bethânia cantando Carcará? Confira

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...