quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Divino que não deixou de ser Cartola

Imaginem uma roda com João e Gisa Nogueira, Jorginho do Império, Mano Décio, Wilson Moreira, Nei Lopes, Mauro Duarte, Dona Ivone Lara e outros. Essa roda aconteceu em 1979, quando Cartola ganhou o diploma de sócio honorário pelos serviços prestados.



Uma rosa pra Cartola (Wilson Moreira / Nei Lopes)

Uma rosa
Me falou de um personagem
Que é poeta de linhagem
Mais alta que a dos maiorais

Verde e rosa
No alto do seu reinado
Violão todo estrelado
Com as canções celestiais

Você sabe
De quem é que estou falando
Menestrel, mestre, malandro
Que no samba fez a sua escola

Samba
Hoje é coisa de respeito
Mesmo andando
Com pandeiro e com viola

Graças,
Entre outros, a este menino
Que é divino
E não deixou de ser Cartola

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Parabéns pra você!

Outubro está chegando e Vermute Com Amendoim vai completar dois anos de existência. E como nós não temos a cara-de-pau de pedir presentes para vocês, resolvemos presentear os nossos internautas!

Desta vez, o autor da melhor frase ganhará os 4 primeiros discos da coleção Memória do Samba Paulista:

Embaixada do Samba Paulistano: Grupo que reúne os sambistas que foram premiados com o título cidadão e cidadã samba de São Paulo e outros que foram convidados a integrá-lo a partir de seus serviços prestados ao samba. Entre eles, Toniquinho Batuqueiro e Mestre Feijoada.



Velha Guarda Unidos do Peruche: Grupo dos mais antigos sambistas da comunidade do Peruche, que conta com um dos principais fundadores da escola e representantes do samba paulista: Carlão do Peruche. O álbum conta com a participação da Ala dos Compositores da escola.


Tias Baianas Paulistas: O grupo das Tias Baianas Paulistas foi idealizado e fundado por Valter Cardoso, o Valtinho das Baianas, entre os anos de 1994 e 1995, começando com sua esposa, dona Nadir, sua cunhada e suas amigas das alas das baianas de diversas escolas de samba, entre elas Nenê de Vila Matilde, Camisa Verde e Branco e Vai Vai.


Toniquinho Batuqueiro: Nascido em 1929 na cidade de Piracicaba, interior de São Paulo, o sambista Toniquinho Batuqueiro traz em seu primeiro CD solo o samba rural e memórias de sua vivência nas ruas e nas escolas de samba de São Paulo ao lado de seus antigos companheiros de samba - Geraldo Filme, Zeca da Casa Verde, Pato N'Água e, até mesmo, Plínio Marcos, que acompanhou em uma série de espetáculos.




Para participar, basta enviar até dia 20/10 para vermutecomamendoim@gmail.com ou pelo twitter www.twitter.com/vermute uma frase com as palavras: Vermute, Aniversário e Samba. O melhor leva!

Disco da semana: Brasil, flauta, cavaquinho e violão


Semana passada, visitando um sebo e comprando uns discos, me deparei com "Brasil, flauta, cavaquinho e cavaquinho", lançado em 1973. Com a palavra Marcus Pereira:

"Preparem os seus corações para as coisas que vocês vão ouvir. São músicas conhecidas, tradicionais, algumas até da nossa antologia da nossa música popular. E seus corações talvez precisem de uma trégua que abrande as vibrações dos sons eletrônicos à sua volta. Os sons eletrônicos é possível que fiquem, é possível que não fiquem. Mas os sons que vão ouvir, fabricados pelo talento de intérpretes que talvez se inscrevam entre os melhores do país, em seu gênero, êsses ficaram. Repare como seu coração está alegre, repare como seus pés, à sua revelia, acompanham o ritmo extraordinàriamente preciso do pandeiro do Fritz. Você talvez sinta vontade de dançar, eis um sintoma frequentemente revelado em situações do gênero. Há as convenções, sim, no entanto é preciso dançar.

Êste foi possível graças, em primeiro lugar, à descoberta do disco, há décadas. Depois, a existência de "O Jogral", bar onde se pratica a mais completa e sadia boemia músical neste país, e que vem sendo paulatinamente descoberto por brasileiros de tôdas as partes, principalmente de São Paulo, onde se apresentam os intérpretes dêste disco. Recentemente, na redação de um jornal do Rio de Janeiro, organizou-se um concurso literário no qual o 1° colocado ganharia como prêmio um fim de semana em São Paulo. Ao segundo colocado, caberia um prêmio surpreendente: dois fins de semana em São Paulo. Isto porque São Paulo tem a fama de ser uma cidade chata. Isto não é verdade. Quem duvidar, que vá ao "Jogral", mesa sempre reservada para os amigos como você.

Ressalvadas a descoberta do disco e a descoberta do "Jogral", deve-se, êste disco, na verdade, ao surpreendente talento do Manoelzinho, do Dito, do Adauto, do Geraldo Cunha e do Fritz. Manoelzinho diz que é sobrinho do Pixinguinha, enriquecendo a crença popular: sobrinho de peixe, peixinho é. Benedito Costa, tocando para o internacionalmente conhecido guitarrista flamenco Pedro Soler, levou o artista espanhol ao espanto, tocando com incrível precisão um instrumento, o cavaquinho, que, comparado à guitarra clássica, parece uma miniatura. Adauto prometeu nunca mais lavar as mãos, depois que foi entusiàsticamente cumprimentado por Duke Ellington, num "show" de música brasileira especialmente apresentado no "Jogral" por ocasião de sua visita a São Paulo. Geraldo Cunha, não há quem não o conheça na noite paulistana. Quanto a Fritz, é um dos componentes do "Trio Mocotó". Este disco foi produzido pelo Carlos Paraná, fundados do "Jogral" e da maior saudade que guardo no coração. É o segundo lançamento do selo "Discos Marcus Pereira" que, um dia, pretendemos, identifique música popular brasileira de qualidade".

Marcus Pereira

Músicas:
1. Carinhoso (Pixinguinha)
2. Flamengo (Bonfiglio de Oliveira)
3. Gosto que me enrosco (Sinhô)
4. Brasileirinho (Waldir Azevedo)
5. Camundongo (Waldir Azevedo / Risadinha do Pandeiro)
6. Bem-te-vi atrevido (Lina Pesce)
7. Primeiro estudo (Benedito Costa)
8. Apanhei-te cavaquinho (Ernesto Nazaré)
9. Chiquitita (Waldir Azevedo)
10. Tico-tico no fubá (Zequinha de Abreu)
11. Brejeiro (Ernesto Nazaré)
12. André de sapato novo (André Victos Corrêa)
13. Flor do mal (Anacleto de Medeiros)
14. Lamento (Pixinguinha)

Baixe esse disco no Pirata do rock.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Mais dicas para o fim de semana - SP e RJ

Salve rapaziada! Fim de semana com grandes eventos, para todos os gostos e bolsos. Agradeço ao José, que me mandou algumas das dicas.

São Paulo

25/09
A cantora paulista Dona Inah apresenta um repertório calcado nos seus dois CD´s (Divino Samba Meu e Olha quem Chega).
Teatro Cacilda Becker
Praça Samuel Sabatini, 50 – Paço Municipal - São Bernardo do Campo
20h
O espetáculo é grátis
(11) 4348 1081
Obs.: 300 convites disponíveis uma hora antes, limitados em 2 por pessoa, na bilheteria.

25/09
Como é a última sexta do mês, tem roda de samba dos Inimigos do Batente. O convidado da noite é Ernesto Pires.
Clube Anhangüera
Rua dos Italianos nº 1261 – Bom Retiro
A partir das 22h
R$ 10,00
Mais informações

26/09
Elza Soares se apresenta, acompanhada pelo grupo Sandália de Prata, em Campinas.
Cooperativa Brasil
Av. Eduardo P. Almeida, 670, Barão Geraldo - Campinas
R$ 20,00
Mais informações

De 25 a 27/09
O violonista Eduardo Gudin presta uma homenagem a Baden Powell, Garoto e Dilermando Reis.
Casa de Francisca
Rua José Maria Lisboa, 190 - travessa da Brigadeiro Luís Antônio
sexta e sábado às 22h30, e domingo às 21h30
R$ 35,00
Mais informações

Rio de Janeiro

25 e 26/09
O conjunto Sarau faz show em homenagem a Pixinguinha.
Rio Scenarium
Rua do Lavradio, 20, Centro Antigo
Na sexta, a apresentação começa às 19h, e no sábado, às 20h
R$ 25,00
(21) 3147-9000
Mais informações


27/09
Cristina Buarque se apresentará no Projeto Coisas Nossas. Ela se estará ao lado de Alfredo Del Penho, Gabriel Cavalcante, Renato Martins e Luizinho do Pandeiro.
SESC Tijuca
Rua Barão de Mesquita, 539
16h
(21) 3238-2100
O evento é grátis
Mais informações

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Tem jamaicano no samba!

E se alguém decidisse tocar clássicos da música brasileira em ritmo de ska, rocksteady e early reggae? Pois é, isso já existe e se chama "Orquestra Brasileira de Música Jamaicana". Idealizada em 2005 pelo músico e produtor Sérgio Soffiatti e o trompetista Felippe Pipeta, a banda só entrou em cena no ano passado.



Aí os caras começaram a fazer versão do que a bossa nova fez de mais classudo e alguma coisa de choro e samba. Carinhoso, Tico-tico no fubá, O barquinho e outras ganharam arranjos cheios de metais. E, acreditem, ficou sensacional:

Carinhoso


Tico-tico no fubá


Águas de Março (Dub)

Para fazer jus a todos os músicos, a OBMJ é: Ruben Marley no trombone, Marcelo Cotarelli no trompete e flugel, Fernando Bastos no sax tenor e flauta e Igor Thomaz no sax barítono e alto, Fabio Luchs na bateria, Rafael Toloi no Baixo, Lulu Camargo nos teclados, além de Pipeta no trompete e flugel e Sérgio Soffiatti nas guitarras e vocais.

Na última sexta os caras lançaram o primeiro disco, mas se você quiser baixar o EP, e só clicar aqui. Conheça também o Myspace deles!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O Mussum original

Já mostramos o Mestre Mussum em um quadro dos Trapalhões, mas as declarações ao lado dos amigos dos Originais do Samba são inéditas aqui no Vermute. Estas foram dadas a TV Cultura em 1972, quando Mussum tinha 31 anos. Vale a pena:

Disco da semana: Onze sambas e uma capoeira - Paulo Vanzolini


O nome do disco já diz tudo. São onze sambas e uma capoeira. Todos eles de autoria de Paulo Vanzolini, sem parceria. O disco foi gravado por alguns cantores da noite paulistana, como Adauto Santos, Mauricy Moura, Claudia Morena e Luiz Carlos Paraná, que junto com Marcus Pereira era um dos donos do Bar Jogral.

Além deles, figuraram como cantores os irmãos Chico e Cristina Buarque, sendo que esta é a primeira vez que Cristina gravou sua voz em um disco. Outra coisa que vale a pena prestar atenção é a forte influência que a bossa de Mário Reis exercia sobre o jovem Chico Buarque, que ainda não havia desenvolvido um estilo 100% próprio.

Músicas:
1 - Samba erudito (Paulo Vanzolini) canta Chico Buarque
2 - Amor de trapo e farrapo (Paulo Vanzolini) Mauricy Moura
3 - Chorava no meio da rua (Paulo Vanzolini) canta Cristina Buarque
4 - Juízo final (Paulo Vanzolini) canta Adauto Santos
5 - Ronda (Paulo Vanzolini) canta Cláudia Morena
6 - Napoleão (Paulo Vanzolini) canta Luiz Carlos Paraná
7 - Capoeira do Arnaldo (Paulo Vanzolini) canta Luiz Carlos Paraná
8 - Praça Clóvis (Paulo Vanzolini) canta Chico Buarque
9 - Cravo branco (Paulo Vanzolini) canta Adauto Santos
10 - Morte e paz (Paulo Vanzolini) canta Cláudia Morena
11 - Leilão (Paulo Vanzolini) canta Luiz Carlos Paraná
12 - Volta por cima (Paulo Vanzolini) Mauricy Moura

Baixe esse disco no Toque Musical.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Dicas para o fim de semana - SP e RJ

O fim de semana está para começar e aqui vai algumas dicas de onde curtir boa música.

SP

Hoje, o sambista paulistano João Borba se apresenta no Bar Rústico.
Rua Joinville, 314 - Vila Mariana
Horário: 19h
Telefone: (11) 3884-0282
Mais informações.

Amanhã (19/09) e domingo (20/09) tem homenagem ao centenário do mineiro Ataulfo Alves. No sábado quem se apresenta é Ataulfo Alves Jr. e Anelis Assumpção. No domingo a apresentação fica por conta de Zezé Motta e Grazi Midori.
Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso
Os shows ocorrem na Sala Adoniran Barbosa
Horários: Sábado (19/09) - 19h
Domingo (20/09) - 20h
Entrada franca (ingressos são distribuídos duas horas antes).
Telefone: (11) 3397-4002
Mais informações.

No domingo (20/09), tem Ilana Volcov & Trio Cochichando no Mercado Municipal. O Trio Cochichando é formado por Paulo Ramos (violão de 7 cordas), Ildo Silva (cavaquinho) e João Poleto (sax e flauta).
Rua da Cantareira, 306 - Centro
Horário: 12h
Entrada franca.
Telefone: (11)3313-1518/3326-6664
Mais informações.

Ainda no domingo, os @migosdosamba.com realizam uma roda para homenagear Roberto Ribeiro.
Rua Costa Barros, 1700 - Vila Alpina.
Horário: a partir das 14h
Entrada franca.
Telefone: (11) 9845-1627
Mais informações.

RJ


No sábado, Nelson Sargento se apresenta ao lado do parceiro Agenor de Oliveira na Casa de Jorge (antigo Mal do Século).
Rua do Rezende, 26
Horário: a partir das 22h
Entrada: R$ 10,00
Telefone: (21) 2222-2972
Mais informações.

No domingo, Wilson Moreira é o convidado da feijoada do Candongueiro.
Estrada Velha de Marica, 1554 - Rio do Ouro
Horário: a partir das 13h
Entrada: R$ 20,00
Mais informações.

Se você tem mais alguma boa dica, escreva aí nos comentários.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Eles também tuítam!

Não dá mais para ignorar o twitter. Essa ferramenta surgiu tímida, mas cada vez mais ganhar adeptos ao redor do mundo. Atualmente, 8 milhões de internautas usam o microblog para divulgar suas vidas. E o brasileiro é o que gasta mais tempo tuitando. São 41,5 minutos, cerca de cinco minutos a mais do que os norte-americanos.

No mundo do samba não é diferente. Cada vez mais os compositores, cantores e admiradores de samba adotam o twitter para divulgar shows, discos novos, músicas inéditas ou até mesmo pensatas. Confira algumas boas indicações:

Vermute com Amendoim (twitter.com/vermute)
Somos nós! Sempre com diversas atualizações do mundo do samba e choro.

Moacyr Luz (twitter.com/moaluz)
Recém-chegado ao meio, responde com rapidez as mensagens que lhe são enviadas.

Ana Costa (twitter.com/Anacostasamba)
Fala sobre shows, processo de composição e bate papo com os seguidores.

Leila Pinheiro (twitter.com/leilapinheiro)
Usa basicamente para divulgar sua agenda de shows e lançamentos.

Mart´nalia (twitter.com/martnalia)
Bate papo com o pessoal, fala sobre samba e torce pelo seu Vasco

Kolombolo (twitter.com/kolombolo)
Basicamente para divulgar agenda

Fabiana Cozza (twitter.com/FabianaCozza)
Conversa com o pessoal, dá indicações de discos e conta sua rotina de gravações

Nilze Carvalho (twitter.com/nilzec)
Fala pouco. Usa para divulgar sua agenda

Kiko Dinucci (twitter.com/kikodinucci)
Divaga sobre samba e conta seus compromissos no mundo da música.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Armandinho e Raphael interpretam Jacob

Confira o encontro de dois grandes músicos: Raphael Rabello e Armandinho. O choro executado é "Noites Cariocas" de Jacob do Bandolim.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Disco da semana: Samba na madrugada - Elton Medeiros e Paulinho da Viola


O disco "Samba na Madrugada", de Elton Medeiros e Paulinho da Viola, foi gravado em apenas uma noite. Isso porque os dois estavam de viagem marcada para o dia seguinte para um festival de música que aconteceria na África.

No entanto, com os nomes envolvidos na gravação, poderia ser feito em uma hora que o resultado continuaria espetacular. Só gente que entende do assunto: Mauro Duarte, Cartola, Zé Kéti, Candeia e Hermínio Bello de Carvalho. Aí vamos para a cozinha. Raul de Barros no trombone, Dino e Meira nos violões, Canhoto no cavaquinho, Copinha na flauta, Gilberto Luna e Jorge no ritmo.

As músicas, todas de Elton ou de Paulinho, e contemplando vários parceiros, são todas de muito bom gosto. Realmente não tinha como dar errado.

Músicas:
1) Arvoredo (Paulinho da Viola) - Paulinho da Viola
2) Maioria sem nenhum (Elton Medeiros/Mauro Duarte) - Elton Medeiros
3) 14 anos (Paulinho da Viola) - Paulinho da Viola
4) Sofreguidão (Elton Medeiros/Cartola) - Elton Medeiros
5) Momento de fraqueza (Paulinho da Viola) - Paulinho da Viola
6) Minha confissão (Elton Medeiros) - Elton Medeiros
7) Perfeito amor (Elton Medeiros/Hermínio Bello de Carvalho) - Elton Medeiros
8) Mascarada (Elton Medeiros/Zé Kéti) - Elton Medeiros/ Minhas madrugadas (Paulinho da Viola/Candeia) - Paulinho da Viola/ Injuria (Elton Medeiros/Cartola) - Elton Medeiros/ Recado (Paulinho da Viola/Casquinha) - Paulinho da Viola/ O sol nascerá (Elton Medeiros/Cartola) - Elton Medeiros/ Jurar com lágrimas (Paulinho da Viola) - Paulinho da Viola Rosa de ouro (Elton Medeiros/Paulinho da Viola/Hermínio Bello de Carvalho) - Elton Medeiros e Paulinho da Viola
9)Depois de tanto amor (Paulinho da Viola) - Paulinho da Viola
10)Samba original (Elton Medeiros/Zé Kéti) - Elton Medeiros
11)Alô alô (Paulinho da Viola) - Paulinho da Viola/ Sol da manhã (Elton Medeiros) - Elton Medeiros.



Baixe esse disco no Loronix.

Redescobrindo Portugal

Esta é a primeira vez que escrevo sobre aqui um português. E por qual razão isso acontece só agora? Porque António Zambujo (indicado pelo amigo e colaborador do Vermute, Alberto Riva) consegue combinar a beleza profunda dos cantores de fado com elementos da canção brasileira.

Um bom exemplo pode ser ouvido na sua interpretação de "Quanto tu passas por mim", de Vinicius de Moraes e António Maria ou em "Lábios que beijei" de J. Cascata e Leonel Azevedo.



Cantor de fado dos bons, Zambujo lançou recentemente seu terceiro disco, chamado "Outro Sentido". Com participações de Ivan Lins, na faixa "Bilhete", e Roberta Sá e o excelente Trio Madeira Brasil em "Fado Partido", o disco é essencial para os admiradores da boa canção.

"Amor de mel, Amor de fel"


Visite o site do fadista para conhecê-lo melhor.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Som alumioso

Há algum tempo comprei na loja do SESC o CD do músico cearense Di Freitas. E devo dizer, que disco! Chamado “O Alumioso”, em referência ao escritor Ariano Suassuna, idealizador do Movimento Armorial, o CD dialoga com Suassuna quando cria uma arte erudita, a partir de elementos nordestinos.

Das 14 faixas, apenas duas não são de autoria de Di. Abrindo o disco, “Juazeiro” de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, e "Vaca Estrela e Boi Fubá" de Patativa do Assaré. De resto, tudo vem das diversas influências musicais, fruto das fitas K7 e dos vinis trazidos das viagens do pai. É o caso das seguintes músicas: “Cantigas de Mouro”, onde se nota uma sonoridade meio medieval, meio árabe. “Salsa com Baião”que como o próprio nome sugere, mistura o ritmo nordestino com o caribenho. “A Dança do Rei Negro”, com sonoridades do oriente médio. Além destas, destaco a animada “Segura o Coco” e “Flor de Algodão”, que conta com bela participação da cantora Juliana Amaral.

No entanto, o grande mérito do disco não são as misturas musicais (que são muito bem feitas), e sim o fato de que os arranjos bem colocados, que de certa forma, criam uma paisagem na nossa cabeça e nos transporta para a mesma.

Segura o Coco

Salsa com Baião

Flor de Algodão

Músicas:
1. Juazeiro (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira)
2. A Transfiguração do Alumioso (Di Freitas)
3. Segura o Coco (Di Freitas)
4. Cantigas de Mouro (Di Freitas)
5. Manduri, Jati, Cupira (Di Freitas)
6. Salsa com Baião (Di Freitas)
7. A Dança do Rei Negro (Di Freitas)
8. Descendo a Serra (Di Freitas)
9. Vaca Estrela e Boi Fubá (Patativa do Assaré)
10. A Estranha Cavalgada (Di Freitas)
11. Lavras da Mangabeira (Di Freitas)
12. Flor de Algodão (Di Freitas)
13. Memórias do Boi Mansinho (Di Freitas)
14. O Alumioso Caririzeiro (Di Freitas)

Compre aqui esse disco.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Pixinguinha e o "Queijinho do Coração"

Era a década de 1980. Passados mais de 60 anos da composição do maior sucesso da história da música brasileira, os publicitários usam seu poder na televisão. "Carinhoso", uma parceria de Pixinguinha e João de Barro, o Braguinha, ilustrou o comercial do danone Chambinho, estranhamente apelidado de "Queijinho do Coração"(?)



Criança cantando pode ser até uma demonstração de sensibilidade, mas que dói o ouvido, ah dói!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Bebadosamba


Os mais atentos talvez tenham notado que no lado direito, na seção "Ouça samba" foi incluído o link para o site Samba de Alambique.

No site, há informações sobre discos e eventos de samba. Mas o ponto alto do site é, de fato, a rádio online. Ela conta com uma programação variada e até temática, de acordo com o dia. A rádio do Alambique ainda reserva um espaço para que os ouvintes montem a programação. Basta enviar até 8 horas de "cachaças", e pronto.

Por trás disso tudo está Ary Marcos, "cachaceiro" de primeira que eu tive o prazer de conhecer no último "Anhangüera dá samba". Agora não há desculpa para quem reclamava da dificuldade de encontrar uma rádio de bons sambas no dial. Na internet você já tem opção. Embriague-se.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Lula, o caricaturista

Pouco sei sobre Luiz Fernando Palomanes Martinho. Sei que é carioca nascido em 1963 e assina Lula Palomanes. Caricaturista, desenhista e ilustrador de primeira, Lula mistura os recursos da prancheta e do computador para obter desenhos valiosíssimos. Confira algumas obras desde talentoso nome:
Cartola

Nelson Cavaquinho



Noel Rosa

Pixinguinha

Clementina de Jesus

Veja mais caricaturas no blog do Lula Palomanes.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Lua Reis e Especiarias do Som!

Nada melhor que o interesse em comum entre pessoas para fazer nascer um projeto. E se o interesse em comum for música, nada mais motivador para nascer uma mistura fina. Finíssima no caso do grupo Especiarias do Som no qual os integrantes, além do mesmo interesse, ainda eram da mesma faculdade e todos músicos muito competentes.

Ricardo Pesce, pianista e acordeonista foi também o idealizador do grupo: “Eu queria experimentar outras sonoridades”, conta ele sobre o início do trabalho em 2008. A voz da cantora Lua Reis e o piano de Pesce se juntaram com o violão e a guitarra de Tiago Saul, o baixo de Léo Versolato e a bateria de Cristiano Santiago. Pronto, estavam todos os ingredientes presentes.

A mistura ficou saborosa. O grupo se preocupou em resgatar sambas já esquecidos, canções de compositores emblemáticos da boa música brasileira – Cartola, Moacir Santos, Wilson Batista – e a produção vigorosa de talentos emergentes como Fábio Barros e Léo Bianchinni.

O interessante é que conseguiram chegar a uma sonoridade bem original onde características bem marcantes da música brasileira da época de Ouro, como letras bem humoradas e velozes aparecem encorpadas com a sonoridade e rítmica do tango argentino, muitíssimo bem exploradas nos arranjos de Ricardo Pesce e Tiago Saul. Um salve a eles dois!

Vale dizer que Lua utiliza com muito conhecimento seu aparelho vocal, dando um toque de pimentinha na mistura. Não só pela interpretação das músicas; na sua maneira despretensiosa percebe-se uma veia cômica, com uma pitada de personalismo de quem almeja ser marcante.



No último dia 12 O Especiarias do Som e a cantora Lua se apresentaram no Café- Piu-Piu. Nesse show apresentaram músicas que passaram também por outros sotaques: México, França, Cabo Verde, Argentina e Cuba.

Para aqueles que adoram peneirar grupos novos, vale a pena visitar o espaço da banda e entrar na torcida por um CD.

Disco da semana: Malandros Maneiros - Zé Luiz do Império Serrano


Este CD foi lançado em 2007. Aos 62 anos, Zé Luiz do Império Serrano conseguiu lançar um disco só seu. A história, recorrente no mundo do samba, até parece coisa de disco riscado. "Malandros Maneiros" possui 12 faixas, e apenas uma não tem a assinatura de Zé Luiz. Trata-se do samba "Sorte de Benedito", do baiano Batatinha. Entre os parceiros, figuram nomes de Nei Lopes, Nelson Sargento, o também baiano Nelson Rufino etc. Em entrevista ao site Algo a Dizer, Zé Luiz explicou como começou essa relação com os sambistas da boa terra:

"É que eu participava de um Festival, na época, anos 1970. Um festival de samba: Encontro Nacional de Samba, um evento grande... Com o Jorge Garrido, que era um sambista, diretor social da Vila Isabel, que foi um dos coordenadores desse evento. Aí teve uma aproximação dos compositores. Os daqui do Rio eu já conhecia. Mas, eu nunca tive assim a intenção de ser compositor, viver de música. Com a aproximação com esse pessoal da Bahia, começou alguém dizendo: “Por que você não escreve um negócio para mim? Você canta bem...” Daí eu e Nelson começamos a nos conhecer melhor e fazer umas parcerias, né?! E eu fiquei indo muito para Salvador, eu quase que virei um “baianoca”, um baiano carioca (risos). Então a gente desenvolveu essa parceria e essa amizade que está aí."

Do disco, destaco dois sambas. "Amante vadio", uma parceria com Nelson Sargento, e a música que dá nome ao disco, "Malandros maneiros", em parceria com Nei Lopes. No vídeo, o pessoal do Samba na Feira interpreta este último samba.



Músicas:
1. Fuga (Zé Luiz / Nelson Rufino)
2. Tempo Ê (Zé Luiz / Nelson Rufino)
3. Coisas do Amor (Zé Luiz / Marcos Paiva)
4. Amante Vadio (Zé Luiz / Nelson Sargento)
5. Sorte do Benedito (Batatinha)
6. Malandros Maneiros (Zé Luiz / Nei Lopes)
7. Caído com Elegância (Zé Luiz / Nei Lopes)
8. Natal Imperiano (Zé Luiz)
9. Água de Barrela (Zé Luiz / Nei Lopes)
10. Inocente Fui Eu (Zé Luiz / Nei Lopes)
11. Mal Passada (Zé Luiz / Flavio Moreira)
12. A Verdade é a Lei (Zé Luiz / Wanderley Monteiro)

Indisponível para download.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

MPB4 Lamentando

O mais que afinado, MPB4 canta um choro de Pixinguinha com letra de Vinicius de Moraes. Interessante como eles interpretam a melodia. Vale a pena ver:

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

"Dizem que fuma uma erva do norte"

Quando o tema do samba é "drogas", Bezerra da Silva é o primeiro nome que vem à cabeça. Além de popularizar gírias como "dar dois" e "cafungar", o malandro cantou versos imortais como "Vou apertar, mas não vou acender agora" ou "Se Leonardo dá vinte, porque é que eu não posso dar dois?".



Entretanto, o primeiro a fazer verso com a erva verdinha foi Wilson Batista. Autor de sambas antológicos, como "Ó Seu Oscar" ou "E o 56 não veio...", Wilson cantou a maconha na música "Chico Brito", lindamente gravada em 1979 por Paulinho da Viola no disco Zumbido. Escuta só





Chico Brito
Lá vem o Chico Brito,
Descendo o morro nas mãos do Peçanha,
É mais um processo!
É mais uma façanha!

Chico Brito fez do baralho seu melhor esporte,
É valente no morro,
Dizem que fuma uma erva do norte.

Quando menino teve na escola,
Era aplicado, tinha religião,
Quando jogava bola era escolhido para capitão,
Mas, a vida tem os seus revezes,
Diz sempre Chico defendendo teses,
Se o homem nasceu bom, e bom não se conservou,
A culpa é da sociedade que o transformou.

E como falamos de Bezerra e seu samba esperto, fica aí uma seleção de músicas sobre a vida ilícita que desce dos morros:
São Murungar


Nariz de bronze


Garrafada do Norte


Se Leonardo dá vinte


O preto e o branco

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O som de Rabicho

Quando começou no samba, Rabicho era apenas José Luiz da Silva. Tinha 16 anos quando estreou tocando agogô na rua, no Bloco Bafo de Boi. Por ser o mais novo e menor integrante, um dos últimos ritmistas da bateria, Zé se tornou Rabicho.

Desde então, este bamba de Mogi das Cruzes não largou a batucada, ainda que sua timidez o impedisse de mostrar seus preciosos versos. Demorou mais 10 anos para que ele cantasse um samba próprio no Bloco Carnavalesco Bagaço da Vila.


As coisas andaram devagar para Rabicho, que só 26 anos depois de defender um samba próprio, conseguiu lançar um CD. Chamado "Levando um samba", o álbum é recheado de ótimas parcerias, como "O Grande Amor", "É bom viver" e "Branquinha" que podem ser escutadas aqui.

Para conhecer melhor este bamba, basta visitar o site ou o myspace dele.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...