terça-feira, 31 de agosto de 2010

Galo Preto voltou

O Galo Preto está de volta. Durante todas as quartas de setembro, o grupo, comemorará seus 35 anos de estrada no Bar e Restaurante Cariocando.

Bar e Restaurante Cariocando
Rua Silveira Martins, 139 no Catete.
Couvert: R$ 12,00 - Reservas pelo telefone 2557-3646

Réquiem para o Jornal do Brasil

Depois de 119 anos, ou seja pouco mais de 43 mil edições, o Jornal do Brasil publica nesta terça sua última edição em papel, tornando-se 100% digital. A verdade é que o JB já andava no vermelho há muito tempo. A versão que saiu de dentro da redação é cheia de belezinhas ecologicamente corretas, como: "A cada dia em que um jornal como o JB não é impresso em papel, 72 árvores deixam de ser cortadas".

O empresário Nelson Tanure, que estava à frente do jornal, mais uma vez deu um passo em falso. Ano passado ele foi o responsável por fechar a Gazeta Mercantil, agora acaba com um dos veículos mais importantes do jornalismo brasileiro.

Nosso réquiem é um samba cantado por João Nogueira, que lembra os tempos áureos do jornal, quando a condessa Pereira Carneiro assumiu o comando do periódico em 1958 e revitalizou o que amanhã será só memória.

Malandro JB


"Malandro JB" está no álbum "Espelho", de 1977.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Disco da Semana: Elton Medeiros 1973

Depois de um período sabático, volto ao Vermute com Amendoim. E vamos de samba bom:
Este foi o primeiro disco de Elton Medeiros, gravado em 1973. Aos 43 anos, o compositor de "O Sol Nascerá", ao lado de Cartola, já tinha participado de outros discos, mas até então não tinha ganhado seu próprio bolachão.

Produzido pelo companheiro e parceiro Paulinho da Viola e lançado pela Odeon, o disco tem no elenco feras como o Dino Sete Cordas e arranjos do maestro Copinha. No disco, até o texto de contracapa é bonito. Assinado por Juarez Barroso, o texto tem a grande sacada de falar que Elton é "popular sem ser ingênuo". Na mosca!

Talvez por isso não seja dos discos de sambas mais fáceis de serem ouvidos. Com melodias complexas e letras profundas, Elton estreou no mercado fonográfico com uma pérola. A música que abre o disco é um exemplo cabal disso. "Avenida Fechada" consegue ser crítica aos novos moldes do carnaval sem ser uma canção de protesto nos moldes dos anos 1960.


Avenida Fechada


E o disco vai se desenrolando entre clássicos e sambas até então inéditos. Uma mais bonito que o outro. Dá uma olhada na lista:

1. Avenida fechada (Elton Medeiros - Cristóvão Bastos - Antônio Valente)
2. Pra bater minha viola (Elton Medeiros)
3. Pressentimento (Elton Medeiros - Hermínio Bello de Carvalho)
4. Meu Carnaval (Elton Medeiros - Cacaso)
5. Fotos e fatos (Elton Medeiros - Otávio de Morais)
6. Mascarada (Elton Medeiros - Zé Keti)
O sol nascerá (Elton Medeiros - Cartola)
7. Vem mais devagar (Elton Medeiros - Joacyr Santana)
8. Sebastiana (Elton Medeiros - Ciro de Souza)
9. Sandália Dourada (Elton Medeiros - Austeclinio)
10. Vazio (Elton Medeiros - Mauro Duarte)
11. Hora H (Elton Medeiros - Antônio Valente)
12. Sei chorar (Cartola)

Baixe o álbum no Um que Tenha

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Homenagem a Manacéa

Se vivo, Manacéa faria hoje 89 anos. o Vermute presta uma homenagem e reforça o convite da rapaziada de Mauá para a homenagem que acontecerá este domingo no Bar do Buiú.



Homenagem ao Manacéa - Samba de Terreiro de Mauá
Endereço: Rua San Juan, 121- Parque das Américas - Mauá/SP
Data: 29 de agosto (domingo)
Horário: às 15h
Valor: Grátis

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Aí, batuta!

Mais um gol de placa do IMS. É a "Rádio Batuta", que tem seu lançamento previsto para o dia 31 de agosto. No site já é possível ir aquecendo os tamborins e escutar alguns programas. Com coordenação do ensaísta e letrista Francisco Bosco, será possível escutar, além das músicas, gravações de cursos, palestras, conferências de arte e pensamento e atividades promovidas pelo IMS. Como diria minha vó: "Aí, batuta!".

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Que nem manequim

Uma gravação emocionante da música "Que nem manequim" (Mauricio Tapajós / Paulo César Pinheiro) Assiste aí:

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Disco da semana: O importante é que a nossa emoção sobreviva - Eduardo Gudin, Márcia e Paulo César Pinheiro

O disco desta semana foi uma sugestão do parceiro virtual Bruno Ribeiro.


Poucos discos conseguem ser tão bem resumidos no seu nome quanto este. É isso. Não tem o que dizer... "O importante é que a nossa emoção sobreviva".  O disco é produto de um show, de mesmo nome, realizado no Teatro Oficina no ano de 1974. A ideia do show foi de Gudin e Paulo César Pinheiro. Entretanto se sobrava coragem para por na rua um show crítico e ácido em pleno governo Médici, faltava para carregar o show inteiro. Foi aí que o nome de Márcia surgiu.

Músicas:
1 - Veneno (Eduardo Gudin - Paulo César Pinheiro)
2 - Consideração (Eduardo Gudin - Paulo César Pinheiro)
3 - Tatuagem (Nelson Cavaquinho - Guilherme de Brito - Paulo Gesta)
4 - Ingênuo (Pixinguinha - Benedito Lacerda - Paulo César Pinheiro)
5 - Resíduo (Poema de Carlos Drummond de Andrade)
Resíduos (Eduardo Gudin - Paulo César Pinheiro)
6 - Marcha-rancho (Eduardo Gudin - Maurício Tapajós - Paulo César Pinheiro)
7 - Justiça (Eduardo Gudin - Paulo César Pinheiro)
8 - Velho casarão (Eduardo Gudin - Paulo César Pinheiro)
9 - Refém da solidão (Baden Powell - Paulo César Pinheiro)
10 - Cautela (Poema de Paulo César Pinheiro)
Mordaça (Eduardo Gudin - Paulo César Pinheiro)

Baixe esse disco no Prato e Faca.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Os ganhadores do Prêmio de Música Brasileira

Aconteceu ontem o 21º Prêmio de Música Brasileira (o antigo Prêmio TIM). E para quem ainda não sabe, o Vermute divulga a lista de ganhadores. Se liga:

Categoria Arranjador:

Melhor arranjador: Mario Adnet por Afro Samba Jazz - A Música de Baden Powell

Categoria Canção:

Melhor Canção: Feita na Bahia, de Roque Ferreira, interpretada por Maria Bethânia no CD Encanteria

Categoria Projeto Visual:
Ney Matogrosso, disco Beijo Bandido, projeto assinado por Ocimar Versolato

Categoria Revelação:
Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz

Categoria Canção Popular:

Melhor Disco: O Coração do Homem_Bomba ao Vivo Mesmo, de Zeca Baleiro

Melhor Dupla: Zezé Di Camargo & Luciano (Duas Horas de Sucesso Ao Vivo)

Melhor Grupo: Trilogia (Jogatina)

Melhor Cantor: Cauby Peixoto (Cauby Interpreta Roberto)

Melhor Cantora: Rita Ribeiro (Tecnomacumba a Tempo e Ao Vivo)

Categoria Instrumental:

Melhor Disco: Luz da Aurora, de Yamandu Costa e Hamilton de Holanda

Melhor Solista: Yamandu Costa (Luz da Aurora)

Melhor Grupo: Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz (CD homônimo)

Categoria MPB:

Melhor Disco: Encanteria, de Maria Bethânia

Melhor Grupo: 4 Cabeça, CD homônimo

Melhor Cantor: Ney Matogrosso (Beijo Bandido)

Melhor Cantora: Maria Bethânia (Encanteria)

Categoria Pop/Rock/Reggae/Hip Hop/Funk:

Melhor Disco: Rock‘n‘Roll, de Erasmo Carlos

Melhor Grupo: Paralamas do Sucesso (Brasil Afora)

Melhor Cantor: Caetano Veloso (Zii e Zie)

Melhor Cantora: Zélia Duncan (Pelo Sabor do Gesto)

Categoria Regional:

Melhor Disco: Alma Cabocla, de Ana Salvagni

Melhor Dupla: Chitãozinho & Xororó (Se For Pra Ser Feliz)

Melhor Grupo: Orquestra Frevo Diabo (Frevo Diabo)

Melhor Cantor: Targino Gondim (Canções de Luiz)

Melhor Cantora: Elba Ramalho (Balaio de Amor)

Categoria Samba:

Melhor Disco: Tantinho Canta Padeirinho da Mangueira, de Tantinho

Melhor Grupo: Casuarina (MTV Apresenta Casuarina)

Melhor Cantor: Tantinho (Tantinho Canta Padeirinho da Mangueira)

Melhor Cantora: Alcione (Acesa)

Categorias Especiais:

DVD: Fernanda Takai (Luz Negra)

Disco Língua Estrangeira: Tributo a Ella Fitzgerald, de Jane Duboc e Vitor Biglione

Disco Erudito: Debussy, de Nelson Freire

Disco Infantil: Partimpim Dois, de Adriana Calcanhotto Partimpim

Disco Projeto Especial: Entre Amigos, Dolores Duran, produtor Oswaldo Vidal

Disco Eletrônico: Ultrasom, de Siri

Categoria Voto Popular:

Melhor Cantor: Juraildes da Cruz

Melhor Cantora: Daniela Mercury

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Comemorações do centenário

Sexta-feira


Sábado

Vânia Bastos e Maria Alcina
19h
CCSP - R. Vergueiro, 1.000
Tel. 3397-4002

Domingo
Osvaldinho da Cuíca, Fabiana Cozza e Milena
18h
CCSP - R. Vergueiro, 1.000
Tel. 3397-4002

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Tem russo no samba!

É sempre bom ver gente de fora do país fazendo a música brasileira ecoar. O pianista russo Simon Nabatov é um ótimo exemplo disso. Aluno da badalada escola Juilliard, Nabatov foi considerado pela Keyboard Magazine o melhor pianista de 1984. E não perdeu sua qualidades nestes últimos 15 anos.

Em 2006 ele lançou o álbum "Piano Works V: Around Brazil", com um repertório pra lá de maneiro. Entre as músicas, "Na Baixa do Sapateiro", que você pode ouvir abaixo:

Na Baixa do Sapateiro


Vê só a interpretação dele para Nenê, de Ernesto Nazareth:



Quer saber mais? Visite a página de Nabatov

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Depoimentos sobre o samba de SP

Carlinhos Vergueiro, Cristina Buarque e Osvaldinho da Cuíca falam sobre o samba da Paulicéia. Assiste aí:

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Adoniran em cartuns

Na série "Cartuns Musicais" do número 46 da Revista Piauí, Zé Pedro homenageou o centenário de Adoniran Barbosa. Saca só alguns cartuns que estão na revista:









Confira mais aqui

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Cartola por Drummond

Quando Carlos Drummond de Andrade soube da doença de Cartola, escreveu a seguinte crônica, que foi publicada em 27/11/1980 no Jornal do Brasil. Apenas três dias antes da morte do Divino.

Cartola, no moinho do mundo

Você vai pela rua, distraído ou preocupado, não importa. Vai a determinado lugar para fazer qualquer coisa que está escrita em sua agenda. Nem é preciso que tenha agenda. Você tem um destino qualquer, e a rua é só a passagem entre sua casa e a pessoa que vai procurar. De repente estaca. Estaca e fica ouvindo.

Eu fiz o ninho.
Te ensinei o bom caminho.
Mas quando a mulher não tem brio,
é malhar em ferro frio.


Aí você fica parado, escutando até o fim o som que vem da loja de discos, onde alguém se lembrou de reviver o velho samba de Cartola; Na Floresta (música de Sílvio Caldas).

Esse Cartola! Desta vez, está desiludido e zangado, mas em geral a atitude dele é de franco romantismo, e tudo se resume num título: Sei Sentir. Cartola sabe sentir com a suavidade dos que amam pela vocação de amar, e se renovam amando. Assim, quando ele nos anuncia: “Tenho um novo amor”, é como se desse a senha pela renovação geral da vida, a germinação de outras flores no eterno jardim. O sol nascerá, com a garantia de Cartola. E com o sol, a incessante primavera.

A delicadeza visceral de Angenor de Oliveira (e não Agenor, como dizem os descuidados) é patente quer na composição, quer na execução. Como bem me observou Jota Efegê, seu padrinho de casamento, trata-se de um distinto senhor emoldurado pelo Morro da Mangueira. A imagem do malandro não coincide com a sua. A dura experiência de viver como pedreiro, tipógrafo e lavador de carros, desconhecido e trazendo consigo o dom musical, a centelha, não o afetou, não fez dele um homem ácido e revoltado. A fama chegou até sua porta sem ser procurada. O discreto Cartola recebeu-a com cortesia. Os dois convivem civilizadamente. Ele tem a elegância moral de Pixinguinha, outro a quem a natureza privilegiou com a sensibilidade criativa, e que também soube ser mestre de delicadeza.

Em Tempos Idos, o divino Cartola, como o qualificou Lúcio Rangel, faz o histórico poético da evolução do samba, que se processou, aliás, com a sua participação eficiente:

Com a mesma roupagem
que saiu daqui
exibiu-se para a Duquesa de Kent
no Itamaraty.


Pode-se dizer que esta foi também a caminhada de Cartola. Nascido no Catete, sua grande experiência humana se desenvolveu no Morro da Mangueira, mas hoje ele é aceito como valor cultural brasileiro, representativo do que há de melhor e mais autêntico na música popular. Ao gravar o seu samba Quem Me Vê Sorrir (com Carlos Cachaça), o maestro Leopold Stockowski não lhe fez nenhum favor: reconheceu, apenas, o que há de inventividade musical nas camadas mais humildes de nossa população. Coisa que contagiou a ilustre Duquesa.

* * *

Mas então eu fiquei parado, ouvindo a filosofia céptica do Mestre Cartola, na voz de Sílvio Caldas. Já não me lembrava o compromisso que tinha de cumprir, que compromisso? Na floresta, o homem fizera um ninho de amor, e a mulher não soubera corresponder à sua dedicação. Inutilmente ele a amara e orientara, mulher sem brio não tem jeito não. Cartola devia estar muito ferido para dizer coisas tão amargas. Hoje não está. Forma um par feliz com Zica, e às vezes a televisão vai até a casa deles, mostra o casal tranqüilo, Cartola discorrendo com modéstia e sabedoria sobre coisas da vida. “O mundo é um moinho...” O moleiro não é ele, Angenor, nem eu, nem qualquer um de nós, igualmente moídos no eterno girar da roda, trigo ou milho que se deixa pulverizar. Alguns, como Cartola, são trigo de qualidade especial. Servem de alimento constante. A gente fica sentindo e pensamenteando sempre o gosto dessa comida. O nobre, o simples, não direi o divino, mas o humano Cartola, que se apaixonou pelo samba e fez do samba o mensageiro de sua alma delicada. O som calou-se, e “fui à vida”, como ele gosta de dizer, isto é, à obrigação daquele dia. Mas levava uma companhia, uma amizade de espírito, o jeito de Cartola botar em lirismo a sua vida, os seus amores, o seu sentimento do mundo, esse moinho, e da poesia, essa iluminação.

Carlos Drummond de Andrade

Disco da semana: Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco

Hoje vi que o blog Um Que Tenha colocou todos os 65 discos da coleção Acervo Funarte para serem baixados. Rapidamente iniciei um processo para ter todos e foi quando me deparei com o disco "Orquestra de cordas dedilhadas de Pernambuco", lançado em LP em 1984 e em CD em 1997.


O grupo criado pelo maestro e violinista Cussy de Almeida mistura três violas sertanejas, três bandolins, cavaquinho, violão, percussões e contrabaixo. Com direção artística de Maurício Carrilho, o disco busca reviver a música nordestina de qualidade, que já naquela época era substituída por composições pasteurizadas.

Veja só o resultado:


Maracatu Dedilhado


Lamento Nordestino


Cipó Branco de Macaparana


Faixas:
1. Cipó Branco de Macaparana (Cussy de Almeida)
2. Adeus Dedilhadas (Ivanildo Maciel da Silveira e João Lyra)
3. Pedra Terra (João Lyra e Nilton Machado Rangel)
4. Mas Sim, Aí... (João Lyra e Marco Cesar de Oliveira Brito)
5. Maracatu Dedilhado (Nilton Machado Rangel)
6. Lamento Nordestino (Marcos Silva Araújo)
7. Marcelinho do Frevo (Ivanildo Maciel da Silveira)
8. Morte de um Valente (Adelmo Arcoverde)
9. Gostosão (Nelson Ferreira)
10. Mourão (Cesar Guerra-Peixe e Clóvis Pereira)
11. Último Dia (Levino Ferreira)
12. Terra Nova (Henrique Annes)
13. Mayse (Maestro Duda)

Baixe no UQT
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