sexta-feira, 29 de maio de 2009

A bossa de Iggy

Vira e mexe eu faço algum post sobre música brasileira no seu sentido mais amplo. É aí que entram forrós, xaxados e outros ritmos nem sempre tão presentes no Vermute. A bola da vez é a bossa nova.

Esta é, certamente a mais nova versão do hit jobiniano Insensatez. E talvez uma das mais curiosas, afinal foi feita pelo autor da controversa "I wanna be your dog", Iggy Pop. A versão saiu no último disco feito pelo ex-vocalista do Stooges, chamado Préliminaires.




Para recordar, outra das centenas de versões, esta feita por João Gilberto e presente no álbum Festival da Bossa Nova, de 1963.



Agora se você não está nem um pouco surpreso com a calminha do Iggy, vale a pena dar uma olhada como era a fera nos anos 70. E abaixo o Capital Inicial!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Wilson Moreira - O Retorno

Tinha decidido que esta sexta-feira não iria ao Clube Anhangüera conferir a batucada dos Inimigos do Batente. O motivo é que tenho que entregar a primeira parte do meu TCC (uma "empolgante" análise sobre o mercado de panetones) na próxima terça e ia aproveitar o dia para dar um gás no trabalho. No entanto ao saber que o convidado da noite era Wilson Moreira, que para mim está entre os TOP 5 maiores sambistas de todos os tempos, mudei de idéia. 

Wilson foi quem abriu o projeto "Anhangüera dá Samba", e agora volta para comemorar os dois anos de existência.
 

Mais informações aqui.

Ingratidão

Olha aí uma brasa do Ismael Silva, cantada pelo próprio. Aliás Ismael cantando é único, cheio de emoção. Este samba está no ótimo disco "Encontro com a Velha Guarda" de 1976.

Ingratidão (Ismael Silva)

Você não se cansa
De me maltratar
Por sua causa quase choro
Sei que uma vingança
Pode lhe ensinar
Mas infelizmente eu lhe adoro

Todo mundo sabe
Que em meu coração
Quase já não cabe tanta ingratidão
Gostaria de ouvir
O que é que você diz
Quando alguém pegunta
O que é que eu fiz

terça-feira, 26 de maio de 2009

O retorno do boleiro

A música é de 2001, do disco "Samba Rock", do belíssimo Trio Mocotó. "Voltei Amor", composta por Fritz Escovão e Joãozinho Carnavalesco, não foi exatamente um grande sucesso. Mesmo assim não dá pra negar que essa animaçãozinha é boa:



Gostou dessa? Veja o Mestre Yoda cantando Nelson Cavaquinho!

Carmem Miranda por Tio Samba é batata!

"Que coisa bacana,
Já no Campo de Santana
Ouvir o velho e bom som.
Trombone, sax e piston"
João Nogueira e Nei Lopes

"Orquestra típica de samba". É assim que se define o Grupo Tio Samba, que se apresenta nesta terça-feira no Centro Cultural Carioca, o CCC. São 12 integrantes, dividindo o palco, o que lembra nomes já consagrados como a inimitável Orquestra Tabajara ou a Banda Glória.


E nesta terça, o mote do show mais do que vale a pena: Carmem Miranda. Comemorando os 100 de um ícone da Era de Ouro, nos anos 30, o Tio Samba apresenta novos arranjos para alguns clássicos da Pequena Notável. Os duetos, que em geral não aparecem em outras homenagens à cantora, desta vez prometem ganhar mais espaço. Fica a dica!
Quer constatar a qualidade do som? Ouça o MySpace do pessoal!

Ah, Tio Samba é: Carlos Mauro (voz & gaita), Simone Lial (voz), Gilson Santos (trompete), Whatson Cardozo (clarineta & sax alto), Marcio Contente (sax tenor), Fabiano Segalote (trombone & bombardino), Davi Nasa (tuba), Thiago Cunha (cavaquinho), Bernardo Dantas (violão de 7 cordas), Daniel Karin, Felipe Tauil e Marconi Bruno (percussão).

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Disco da semana: Jongo Basam & Capoeira de Angola - Quilombo


Nem só de samba eram feitas as reuniões do GRANES Quilombo, prova disso é o LP "Quilombo - Jongo Basam & Capoiera de Angola". Um lado, dedicado aos jongos, traz composições de Mestre Darci, Alvarenga e Candeia. O outro, é dedicado aos cantos de capoeira e traz composições de Mestre Carioca e Timbira. Os jongos são todos interpretados por Mestre Darci, exceto a faixa 3, que é interpretado por Alvarenga, e as capoeiras por Mestre Carioca.

Músicas:
1- A Saracura (Mestre Darci)
2- As Baratas (Mestre Darci)
3- Sabão (Candeia / Alvarenga)
4- Paraibano (Adpt. Candeia)
5- Ritmo do Jongo Nº 1 (Mestre Darci)
6- Ritmo do Jongo Nº 2 (Mestre Darci)
7- Onde o Saci Se Perdeu (Julio César Figueiró "Mestre Carioca")
8- Iuna É Mandingueiro (Julio César Figueiró "Mestre Carioca")
9- Tema Popular Lampião Paraná (Adpt. Julio César Figueiró "Mestre Carioca")
10- Eu Vencedor (Julio César Figueiró "Mestre Carioca")
11- Ginga Caboclo (Timbira)
12- 3 Toques: São Bento, Cavalaria e Iuna (Adpt. Julio César Figueiró "Mestre Carioca")

Baixe esse disco no Só Candeia.

Sei que errei, errei inocente

Os espetáculos em homenagem ao Candeia acontecem nos dias 29/05 a 31/05, e não de 22/05 a 24/05, como eu havia afirmado.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Dicas para o fim de semana

O fim de semana, para quem gosta de samba, está explosivo. Veja aí as dicas que o Vermute selecionou:
São Paulo

Hoje, às 21h30, tem show em homenagem ao grande Ataulfo Alves no Tonico´s, em Campinas. O show será comandado por Ataulfo Alves Jr.
Endereço: Rua Barão de Jaguara, 1373 - Centro - Campinas-SP.
Entrada: R$ 12,00
Telefone: (19) 3236-1664
Mais aqui.

Amanhã (23/05), a partir das 14h, a rapaziada do Kolombolo Diá Piratininga se apresenta dentro do Metrô Vila Madalena, com a participação das Tias Baianas Paulistas.
Local: Saguão do Metrô Vila Madalena (próx. a bilheteria)
Telefone: (11) 3816-3082


E domingão (24/05), é dia de pegar o trem e ir até o Bar do Buiú para conferir a boa roda do Projeto Samba de Terreiro de Mauá. Eles ainda contarão com a ilustre presença do pessoal do Terra Brasileira e Favela Pesada. A partir das 15h.
Endereço: Rua San Juan, 121 - Parque das Américas – Mauá (perto da Estação Guapituba – CPTM).
Telefone: (11) 4547-5067

Não conhece o Projeto Samba de Terreiro de Mauá? 

Veja o comentário do O Couro do Cabrito sobre o PSTM.

Rio de Janeiro

Finalmente a homenagem a Candeia feita pelo Terreiro Grande aporta no Rio. Os espetáculos acontecerão hoje, sábado (23/05) e domingo (24/05) às 19h30.
Local: CAIXA Cultural RJ – Teatro Nelson Rodrigues.
Endereço: Av. República do Chile, 230, anexo, Centro
Ingresso: R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia-entrada)
Telefone: (21) 2262 8152 
Mais aqui.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Um livro excitante demais


Terminei há pouco de ler o livro “Carnaval no fogo – Crônica de uma cidade excitante demais”, do Ruy Castro. Parte de uma coleção que já publicou livros sobre Sydney, Paris e Florença, o livro aborda de maneira descontraída as mais variadas facetas que a Cidade Maravilhosa assumia desde os tempos imperiais até os anos 2000. Além disso, Ruy também explica como o comportamento do carioca foi se moldando ao longo dos anos. Tudo muito bem, tudo muito bom, mas que raio este livro faz aqui? Num espaço invariavelmente musical? Explico:

Seria impossível explicar a formação do comportamento e da sociedade carioca sem esbarrar no cenário musical da época. Com histórias dos primeiros carnavais, o livro passeia pelo surgimento das escolas de samba e sua ascenção, a evolução do ritmo (que era amaxixado e ganhou nova roupagem com o pessoal do Estácio), a ascenção e o monopólio exercido pelas marchinhas nos carnavais e outros costumes ligados - ou não - , aos festejos de momo.

O livro é daqueles que te prende e, se bobear, vai em uma tacada só. Ruy Castro tinha uma tarefa difícil, que era a de “explicar” o Rio de Janeiro. Aliás, convenhamos, uma tarefa impossível. Como explicar o espírito do carioca, que não leva nada muito a sério nem tudo na brincadeira? Quando se pensa que uma das cidades mais importantes do Brasil tem como hino oficial a marchinha “Cidade Maravilhosa”, aí começa-se a entender o Rio.

Carnaval no fogo - Crônica de uma cidade excitante demais. (2003)
Ruy Castro
Companhia das Letras
R$ 44,50
Compre este livro aqui.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Um viva à Aracy!

Ser a principal intérprete dos sambas de Noel Rosa é mérito para poucas. Ainda mais se o cargo for homologado pelo próprio Noel! Aracy de Almeida, a nossa Araca, ocupou muito bem este trono.

Ao longo da sua carreira gravou imensos sucessos do Poeta da Vila, como "Fita Amarela", "O orvalho vem caindo", "Filosofia" e "Último desejo". Estes belíssimos sambas estão no repertório da atriz e cantora Carol Bezerra, no seu show "Aracy de samba e de Almeida".

Depois de se apresentar em São Paulo, Carol sobe ao palco no Centro Cultural Carioca, no centro do Rio de Janeiro hoje e na próxima quarta. E Carol tem experiência em se passar por Aracy. Para quem não se lembra (e eu também não lembrava), ela interpretou a cantora no filme "Noel, O Poeta da Vila", de Ricardo Van Steen.

Para quem quer matar a saudade da Aracy original, vão dois vídeozinhos. O primeiro deles é em uma entrevista feita por Marília Gabriela, em 1986. Divirtam-se



O outro é de 1975, com ela cantando "Saia do Caminho", de Evaldo Ruy e Custódio Mesquita:



Uma boa dica é ficar de olho na programação do Centro. É garantia de coisa fina.
Centro Cultural Carioca
Rua do Teatro, 37 - Centro
(21) 2252-6468
(21)2242-9642

terça-feira, 19 de maio de 2009

Elton e Gudin

Elton Medeiros, bastante a vontade em um programa de televisão, canta "Pressentimento" (Elton Medeiros / Hermínio Bello de Carvalho), "Minha Confissão" (Elton Medeiros) e "Estrela" (Roberto Riberti / Eduardo Gudin / Elton Medeiros). Este último, Elton batendo na caixa de fósforo, é acompanhado por Eduardo Gudin no violão. Agora, quem eu não consegui identificar, foi o sujeito que está fumando na mesa com o Elton. Eu chuto, pelo nariz e pelos óculos, que é o jornalista Alberto Helena Jr., que participa do Arena Sportv.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Pôporris

Tudo mundo sabe o que é um Pot-pourri (ou pôporri, como se pronuncia). Esse artifício de reunir diversas músicas em apenas uma faixa de Cd é bastante recorrente no meio sambístico. Porém, poucos sabem qual a origem do termo.

Se traduzido litalmente do francês, pot-pourri significa "vaso podre", porém quando se leva em conta o contexto a coisa é diferente. O termo é originalmente utilizado para fazer referência a uma jarra com uma mistura flores secas e especiarias, utilizada para perfumar o ar.

O primeiro registo conhecido da aplicação desta expressão é de 1711, ano em que Christophe Ballard, um editor de música, utilizou em uma coletânea de peças que editou. Desde então, a expressão caiu nas graças do povo.

Chega de teoria. Que tal escutar quatro bons pot-pourris que o Vermute selecionou?

A primeira vai pro Edinho e pro pessoal do samba quente de Mauá!
"Meu apelo, Valeu a Pena, Vivo bem com ela, Deixa Clarear", em Wilson Moreira - Peso na Balança - 1986


"O meu nome já caiu no esquecimento, Eu não sou do morro, Não deixo saudade, Você me abandonou, Quantas lágrimas", em Cristina Buarque e Terreiro Grande - 2007


"Que pena que pena, Deixa serenar, Nem a lua, O pior é saber, Se eu errei", em Martinho da Vila - Tendinha - 1978


"Sala de recepção, Alvorada, Folhas Secas, Pranto de um poeta, Saudosa Mangueira, Lá em Mangueira", em Chico Buarque de Mangueira - 1998

Disco da semana: 1974 - Adoniran Barbosa


Este é o primeiro disco gravado por Adoniran Barbosa. Algumas pessoas podem olhar a lista de músicas e considerar um disco batido. Entretanto a presença de clássicos mais que consagrados como "Trem das Onze", "Saudosa Maloca" e "Iracema" ganham mais dramaticidade na voz de seu compositor. 

Chamo também a atenção para os músicos do disco, que deixam a batucada redondinha: Xixa no cavaquinho, Marçal na percussão, Miranda e Theo de Barros no violão. Os arranjos ficaram por conta de José Briamonte. A única música que não utiliza uma cozinha típica de samba é "Bom Dia Tristeza". Nela foram utilizados violinos e violoncelos.

Quero destacar os sambas "Prova de Carinho", uma parceria de Adoniran e Hervé Cordovil e "Apaga o Fogo Mané", um samba que segundo Paulo Vanzolini "diz mais sobre São Paulo do que quaisquer sete volumes de enciclopédia".

Músicas:
1- Abrigo de vagabundos (Adoniran Barbosa) 
2- Bom dia tristeza (Adoniran Barbosa / Vinicius de Moraes)
3- As mariposas (Adoniran Barbosa)
4- Saudosa maloca (Adoniran Barbosa)
5- Iracema (Adoniran Barbosa)
6- Já fui uma brasa (Adoniran Barbosa / Marcus César)
7- Trem das onze (Adoniran Barbosa)
8- Prova de carinho (Adoniran Barbosa / Hervé Cordovil)
9- Acende o candieiro (Adoniran Barbosa)
10- Apaga o fogo Mane (Adoniran Barbosa)
11- Véspera de natal (Adoniran Barbosa)
12- Deus te abençoe (Peteleco)

Baixe esse disco no Um Que Tenha.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A fotógrafa de almas

Clementina de Jesus

Bela foto, não? Esse retrato de Clementina de Jesus faz parte da coleção da fotógrafa húngara Madalena Schwartz. Nascida em 1922, em Budapeste, Madalena emigrou para a Argentina aos treze anos e em 1960 radicou-se em São Paulo.

Caetano Veloso

Para ganhar dinheiro, mantinha uma lavanderia na rua Nestor Pestana. E foi assim até atingir 44 anos, quando começou a aprender a fotografar. Aí, em pouco tempo o que era hobby virou profissão.

Hermeto Pascoal

Especialista em retratos, Madalena tem a capacidade de captar além da imagem. A artista Maria Bonomi passou pelo diafragma de Madalena e afirmou: "Ela ficou sabendo tudo de mim quando me fotografou. Ela capta a partitura interior de cada um, cada coisa é sugada e exposta em papel fotográfico".

Sérgio e Chico Buarque

Entre os nomes que Madalena já registrou estão: Joãozinho Trinta, Darcy Ribeiro, Millôr, Jaime Lerner, Caetano Veloso, Chico e Sérgio Buarque de Holanda, dom Hélder Câmara, Mãe Menininha do Gantois, Drummon, Mario Schenberg, Lula, Jânio, Clarice Lispector, Júlio de Mesquita Filho, Elke Maravilha etc.

A fotógrafa morreu em 1993, deixando cerca de 16.200 imagens, uma belíssima contribuição para a nossa memória.

Acordeonista

No site do IMS é possível ver mais algumas fotos de Madalena Schwartz.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Quinta e sexta também são dias de sair em Sampa

O fim de semana vem aí, e de vez em quando, o Vermute seleciona algumas dicas de onde ouvir boa música. Veja aí o que indicamos:

- Hoje (14/05), o grande cantor e violonista João Macacão se apresenta no Clube Etílico Músical, às 22h.
Clube Etílico Músical: Rua Fradique Coutinho, 1048 - Vila Madalena.
Telefone: (11) 3815-8456
Mais informações aqui.

- Acontece hoje e amanhã (14 e 15/05) no SESC Vila Mariana, às 21h, uma homenagem a Cartola feita por Elton Medeiros e Márcia.
Endereço: Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana.
Ingressos: R$ 20,00 (inteira)
R$ 10,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante)R$ 5,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes)
Telefone: (11) 5080-3000
Mais informações aqui.

- Amanhã (15/05), às 22h, a ala dos compositores do Kolombolo Diá Piratininga recebe Zé Maria, do Peruche, no Centro Cultural Rio Verde.

Centro Cultural Rio Verde: Rua Belmiro Braga, 119 - Pinheiros
Entrada: R$ 10,00
Telefone: (11) 3459-5321

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Nina - uma trilha sonora e tanto!

Quem tem mais intimidade com a tevê vai entender o que eu vou dizer: a grande maioria das músicas de novela são ruim demais. Qualquer que seja o canal, qualquer que seja o horário (um prêmio para a "Caminho das Índias" pela música mais irritante dos últimos tempos).

Porém nem sempre foi assim. Navegando na memória da Tv Globo descobri uma trilha nacional de novela que deixa as atuais no chinelo. É a de "Nina", veiculada nas telinhas em 1977, mas ambientada nos anos 20.

Para se ter uma ideia, basta saber que a abertura era "Primeiro Amor", de Altamiro Carrilho. No site Memória Globo é possível vê-la, bem como ter acesso a uma ficha detalhada da novela.

Mas falemos mais das músicas. Entre as coisas boas podemos pescar João Nogueira cantando o sucesso "Vamos deixar de intimidade", Marília Barbosa interpretando a bem-humorada marcha "Eu Dei", Os Originais do Samba cantando "Nêgo véio quando morre" e Sonia Santos e Grande Otelo com "Quem é".





Tá, falar só algumas é covardia. Veja a lista completa:
1.Vamos Deixar de Intimidade - João Nogueira
2.Paciente - César Costa Filho
3.Brejeiro - A Cor do Som
4.Eu Dei - Marília Barbosa
5.Nêgo Véio Quando Morre - Os Originais do Samba
6.Apanhando Papel -Luiz Ayrão
7.Primeiro Amor - Altamiro Carrilho (tema de abertura)
8.Quem É - Sônia Santos e Grande Otelo
9.Atraente - Os Turunas da Paulicéia
10.Há Uma Forte Corrente Contra Você - Os Frajolas
11.Choro e Poesia - Altemar Dutra
12.Urubu Malandro - Betinho e Seu Conjunto
13.Flor Amorosa - Maria Martha
14.O Almofadinha - Ivon Cury

Gostou? Baixe o disco aqui

terça-feira, 12 de maio de 2009

Janela da Favela

Pra quem viu o disco da semana, seguimos na cadência da agremiação vermelha e branca. Olha aí um belo samba de Gracia do Salgueiro, que abre o disco "Fusão do Samba", de 1975 e que foi gravado em conjunto com Velha, da Portela:


Janela da Favela (Gracia do Salgueiro)
Canta: Gracia do Salgueiro




Abre a janela da favela
Você vai ver a beleza que tem por dentro dela

Não quero dizer que lá não existe tristeza
Não quero dizer que lá não existe pobreza
Porque favela sem miséria não é favela
Porque favela sem miséria não é favela

Abre a janela da favela
Você vai ver a beleza que tem por dentro dela

Vai, no silêncio quando a noite cede a vez à madrugada
Pra romper um novo dia
Puxe a cortina da mesma lentamente
E você vai ver o samba em pessoa falando com a gente


Baixe esse disco no Arquivo do Samba Rock

Uma curiosidade: pesquisando, vi que este samba foi gravado pela banda de reggae "Ponto de Equilíbrio". Veja:

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O duro que deu Simonal

Na crista da onda: Wilson Simonal. Considerado um dos maiores intérpretes da música brasileira, Simonal caiu na lista dos malditos em plena ditadura militar. O motivo? Uma suposta ligação sua com o regime repressor. Simonal acabou ficando marcado como dedo-duro e sua carreira, que ia de vento em popa, acabou afundando.

A história voltou à cena por conta de três nomes: Cláudio Manoel, Calvito Leal e Micael Langer. Os três dirigiram o documentário sobre Simonal, que estreia nesta sexta-feira nos cinemas. O Fantástico do último domingo também lembrou a história. Confira.



Outro vídeo bastante curioso é o de Simonal cantando ao lado da fera do jazz, Sarah Vaughan, em 1970. Vê só:



Para saber mais, acesse o blog do filme.

domingo, 10 de maio de 2009

Disco da semana: Aí vem o samba - Acadêmicos do Salgueiro


"Poucos terão sido os discos, em qualquer tempo, de qualquer espécie e de qualquer etiquêta, já gravados no Brasil, em que, como este HI FI MUSIDISC, se fizesse uma tão alta e tão pura exibição da verdadeira, da legítima, da genuína música do morro. Nada de arranjos, nada de estilizações. Morro autêntico, morro "no duro", representado por uma das escolas de samba que mais condignamente poderiam fazê-lo, encarnando o puro espírito dos aedos de bronze em barracos de zinco. [...]"

O texto acima foi extraído do lado de trás do LP. O que mais eu poderia dizer deste disco? Sebastião Fonseca, (o autor do texto) já disse tudo. Abram alas, pois aí vem o samba! Aí vem os Acadêmicos do Salgueiro!

Músicas:
01 - Ensaio de Ritmo Nº 1
02 - Assim Não É Amor (Eden Silva / Geraldo Jacques / Nilo Moreira)
03 - Falam de Mim (Eden Silva / Noel Rosa de Oliveira / Aníbal da Silva)
04 - Não Interessa (Eden Silva / Nilo Moreira / Aidno Sá)
05 - Esquentando a Cuíca
06 - Não Tenho Alegria (Eden Silva / Nilo Moreira / Waldemar da Silva)
07 - Obra de Deus (Eden Silva / Aníbal da Silva / Oldemar Magalhães)
08 - Felicidade É Uma Quimera (Eden Silva / Aníbal da Silva)
09 - Rosa Maria (Eden Silva / Aníbal da Silva)
10 - Ensaio de Ritmo Nº 2
11 - Desperta Vila Isabel (Eden Silva / Aníbal da Silva)
12 - Sol da Liberdade (Eden Silva / Nilo Moreira / Emanoel Gitahy)

Baixe esse disco no Loronix.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

No último degrau estou eu

Uma belíssima animação feita pelo pessoal do 3dmentes inaugura a seção "Samba Animado". A música do vídeo é "Degraus da Vida", interpretada por Nelson Cavaquinho. Divirta-se!



Se você também fez ou conhece uma boa animação de samba, mande pra gente!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Lançamento de livro sobre o samba paulista no SESC Pompéia


Olha aí rapaziada, de hoje até domingo (de 07 a 10 maio), no SESC Pompéia, acontecerá o lançamento do livro “Batuqueiros da Paulicéia”, de André Domingues junto com o sambista Osvaldinho da Cuíca.

O livro que demorou sete anos para sair do forno, e começou com as primeiras entrevistas sendo feitas no hospital, como contou André ao Vermute:

O que motivou o livro?
O que motivou foi a doença do Osvaldinho. Em 2003 ele teve um câncer e todo mundo dizia que não tinha solução. Aí eu encontrei com ele em um evento sobre o samba paulista. Ele estava magrinho, supermal e eu perguntei: "Seu Osvaldo, o senhor não quer contar a história do samba de São Paulo?" E Ele me disse: "Quero, mas não tem ninguém para escrever". Aí começamos a gravas as fitas, ainda no hospital. No começo foi tudo muito na pressa, mas depois quando ele ficou bem mexemos muito no livro.

O que dá para você adiantar do livro?
O que eu acho legal é que no livro a gente conta muita coisa dos grandes nomes do samba de São Paulo, como o Adoniran, o Germano, mas também lembra os anônimos. Uma coisa que eu gostei muito de conhecer melhor foi a roda dos engraxates, que acontecia em algumas praças. Apesar de ser uma coisa para a diversão também havia um olho na indústria fonográfica e quem fazia essa ponte era o Toniquinho Batuqueiro. Ele era como um olheiro, mas também jogava. Foi ele que levou o Germano Mathias, por exemplo.
 
De quebra, cada dia do lançamento tem um show com algum convidado especial. Veja aí as informações:

SERVIÇO:

Show e lançamento do livro “Batuqueiros da Paulicéia”, de Osvaldinho da Cuíca e André Domingues

Local: Chopperia do Sesc-Pompéia

Data: de 7 a 10 de maio
Horários: quinta, sexta e sábado, às 21h, domingo, 18h30.

Preços:
R$ 16,00 (inteira)
R$ 8,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante)
R$ 4,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes)

PROGRAMAÇÃO E CONVIDADOS ESPECIAIS:

Dia 07/05
Celso Viáfora
Quinteto em Branco e Preto
Apresentação: Wandi Doratiotto.

Dia 08/05
Bebeto
Amigos do Vai-Vai (Thobias da Vai-Vai, Paquera e Chapinha)
Apresentação: Fabiana Cozza.

Dia 09/05
Germano Mathias
Samba de Roda de Pirapora
Apresentação: Wandi Doratiotto.

Dia 10/05
Seu Carlão do Peruche
Clube do Balanço
Apresentação: Fabiana Cozza.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Não era assim que a bateria falava

Não é tempo de carnaval, mas sempre é tempo de sucitar a discussão sobre a involução das escolas de samba. Quem é das antigas sabe, a coisa não tinha esse caráter mercantil de hoje.

No terreiro da escola não existia caixas de som. Tampouco política elegia samba. Pra ver qual samba era quente, o regional (violão e cavaquinho) começava tocando e se a música era mesmo boa, o pessoal saía cantando. E não pense que era essa coisa enquadrada em uma fórmula. Os sambas enredo eram mais trabalhados, mais harmônios, sem essa velocidade chata e um puxador berrando que no final das contas deixa tudo igual.

Já em 1945 Wilson Batista e Haroldo Lobo notavam esse rumo que as escolas estavam tomando. Aí compuseram o samba "Não era assim", que aqui é intepretado por Cristina Buarque no disco "Ganha-se pouco, mas é divertido", de 2001.

Não era assim


Outro que sempre levantou a bandeira do combate ao fim das tradições das escolas de samba foi Elton Medeiros. Em 1973, no seu primeiro disco solo, a primeira faixa é "Avenida Fechada", um belíssimo samba que fala da exclusão dos verdadeiros atores do carnaval.

Avenida Fechada


Dois anos depois, Candeia, o próprio Elton e outros bambas resolveram fundar um núcleo de resistência do samba. Nasceu então o Grêmio Recreativo de Arte Negra Escola de Samba Quilombo. O ácido manifesto diz assim:

"Estou chegando...
Venho com fé. Respeito mitos e tradições. Trago um canto negro. Busco a liberdade. Não admito moldes. As forças contrárias são muitas. Não faz mal...Meus pés estão no chão. Tenho certeza da vitória. Minhas portas estão abertas. Entre com cuidado. Aqui, todos podem colaborar. Ninguém pode imperar. Teorias, deixo de lado. Dou vazão à riqueza de um mundo ideal. A sabedoria é meu sustentáculo. O amor é meu princípio. A imaginação é minha bandeira

Não sou radical. Pretendo, apenas, salvaguardar o que resta de uma cultura. Gritarei bem alto explicando um sistema que cala vozes importantes e permite que outras totalmente alheias falem quando bem entenderem. Sou franco-atirador. Não almejo glórias. Faço questão que não virar academia. Tampouco palácio. Não atribua a meu nome o desgastado sufixo -ão. Nada de forjadas e mal feitas especulações literárias. Deixo os complexos temas à observação dos verdadeiros intelectuais. Eu sou povo. Basta de complicações. Extraio o belo das coisas simples que me seduzem.

Quero sair pelas ruas dos subúrbios com minhas baianas rendadas sambando sem parar. Com minha comissão de frente digna de respeito. Intimamente ligado às minhas origens. Artistas plásticos, figurinistas, coreógrafos, departamentos culturais, profissionais: não me incomodem, por favor. Sintetizo um mundo mágico.

Estou chegando..."

Para finalizar nada melhor do que escutar quem realmente entende do assunto. No ensaio de Paulinho da Viola e os Quatro Crioulos, Elton, Paulinho, Nelson Sargento, Anescarzinho do Salgueiro e Jair do Cavaquinho batem um bom papo sobre o rumo que as coisas tomaram. Vai um trechinho:

terça-feira, 5 de maio de 2009

Cerveja Antarctica e Adoniran

A internet no QG do Vermute ainda está de lascar, por isso o post de hoje saiu tarde da noite.

Esta campanha já entrou no Vermute em outra ocasião. Trata-se de uma série de comerciais da Cerveja Antarctica, feitos na década de 70. Entretanto eu ainda não tinha encontrado o filme original, mas só os subsequentes (os vídeos do outro post, foram removidos do Youtube. Em breve os encontrarei novamente para repostagem. Enquanto isso, veja o Adoniran fazendo propaganda para o Unibanco).

O menino-propaganda foi o popularíssimo Adoniran Barbosa, que lançou a frase: "Nóis viemo aqui pra bebê ou prá conversá?".




Domingo fomos todos prestigiar
Uma festa no largo do Bixiga
Ia ser inaugurada a estáuta
Do famoso benemérito Ataliba

Cerveja Antarctica teve para todo mundo
E a raça toda de copo na mão
Se apreparou pra prestar atenção
No discurso do mestre Raimundo
Mas quando ele ia começar
A chimangada toda gelou
Porque em vez do Raimundo falar
Foi a estáuta quem falou:
Vocês vieram aqui pra bebê ou pra conversá?

Cerveja Antarctica, cerveja nossa

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Vote no Vermute!

Alou alou rapaziada! O post de hoje nada mais é do que um encarecido pedido. Tá vendo essa bolinha roxa aí no canto direito da tela? Não? Então desce mais a barra de rolagem.

Pois é, essa a votação do site Top Blog, da qual o Vermute está participando. Como era de se esperar estamos na categoria música. Bom, para votar é só apertar na bolinha roxa e confirmar seu voto pelo e-mail que eles te enviarão. O samba, e nós, agradecemos!

Resultado da promoção do livro do Germano Mathias

Primeiramente gostaríamos de agradecer aos que participaram da promoção. O vencedor foi Felipe da Silva Duque, que mandou a seguinte frase: 

"É na companhia de Germano Mathias, antigo Branquinho Pixaim, que escutei um lindo samba-choro apreciando Vermute com Amendoim."

Parabéns Felipe!

Disco da semana: Versátil - Nelson Sargento

O Vermute com Amendoim segue em marcha lenta. Isso porque, mais uma vez estamos sem internet, e o pior é que agora sabe se lá quando voltará. Mas mesmo assim seguiremos postando na medida do possível.
O disco desta semana é o último de Nelson Sargento, lançado no ano passado. Foi intitulado "Versátil", pois há a inclusão de uma valsa, um fox-trot e um bolero. Mas não deixa de lado os tradicionais sambas, dos quais vale destacar "Nas asas da canção", uma bela parceria de Dona Ivone Lara e Nelson Sargento. Aliás, Dona Ivone faz uma participação simples, porém genial, cantando o seu tradicional "lalaraiá". "Verão no rosto", é outro grande samba que merece ser grifado de Nelson Sargento. Desta vez a parceria é assinada por Maurício Tapajós.

Também destaco a valsa "Rosa Maria, flor mulher", que é solada por Wagner Tiso, parceiro de Nelson na música. E finalmente também chamo a atenção para o samba enredo "Século do samba", feito para o caranaval de 1999 (caramba já fazem 10 anos!), mas que não foi para a avenida.

P.S.: O disco tem patrocínio da Natura.

Veja o que escreveu Nei Lopes no encarte do disco "Versátil":

Nelson Sargento – Versátil sem perder a Raiz

Afinal pra quê serve um “sambista de raiz”?

Esta pergunta nós nos fizemos, num misto de tristeza e indignação, quando vimos o parceiro Wilson Moreira cair vítima de um derrame, cerca de onze anos atrás.

Naquele momento, a garotada, filha daquela rapaziada universitária que se extasiou com a modernidade afro de Clementina no Teatro Jovem e elevou o velho Zicartola à categoria de templo maior do samba carioca, começava a descobrir os finos petiscos de Cartola, Candeia e companhia. E, aí, nós, aporrinhados da vida, chamamos para nós mesmos a responsabilidade da resposta.

No nosso modesto entender – pensamos –, um sambista de verdade (“de raiz” é rótulo maroto) serve como ponte entre o ontem e o amanhã; como referencial e também como baluarte – no sentido de “suporte, apoio, sustentáculo” e também no de “fortaleza inexpugnável” contra as investidas destruidoras.

Agora – perguntávamos novamente, para logo depois voltarmos a responder – : quanto vale um sambista, nessa história?

Em termos de mercado, sabemos, por experiência própria, que vale muito pouco. Porque os assim chamados, principalmente os rotulados como “de raiz”, são sempre aqueles que, embora reverenciados e com boa entrada na tal da “mídia”, quase nunca são gravados pelos grandes vendedores de disco; quase sempre são convidados “especiais” só para cantar de graça ou receber o “simbólico”, o “da passagem”; e nunca, apesar das placas-de-prata e medalhas de mérito, são incluídos no contexto da milionária indústria cultural.

Mas acontece que, hoje, graças aos deuses e musas, o que de melhor se faz na música popular brasileira, incontestavelmente, está exatamente fora desse contexto aviltado e emburrecido. E este é, com toda a certeza, o caso de Nelson Sargento e deste seu CD “Versátil”.

Às vésperas de completar 84 anos de idade; 43 anos depois do inesquecível Rosa de Ouro; numa trajetória artística e literária que inclui telas, filmes e livros, Sargento põe a tropa em fila e apresenta suas armas, neste seu quinto CD individual. E essas armas são: composições com sua marca, parcerias geniais, arranjos eficientes, músicos de grande talento... E fidelidade absoluta à sua sina de artista moderno e corajoso.

O disco começa com um autêntico ivone-lara (substantivo incomum), pra malandro nenhum botar defeito. Pois "Nas asas da canção", embora Nelson sempre apareça, no “ocaso da vida”, na “mente cansada”, “emoldurando a fantasia”, é um ivone-lara legítimo, safra 1947. E dele vamos para o correto "Sinfonia imortal", parceria com Agenor de Oliveira, conhecido como intérprete e entusiasta da obra de Noel Rosa (o saudoso poeta da Vila), de ausência quase tão sentida, para nós, quanto a do nosso pranteado parceiro Maurício Tapajós, que assina, com Sargento, o "Verão no Rosto". Nessa faixa, a seqüência harmônica do trecho “sorriso infantil” parece Maurício dizendo “estou aqui!”. E daí, passamos, tirando o chapéu, por um Cartola ("Ciúme doentio"), para chegar à primeira surpresa do disco.

Mas como?! Uma valsa? Sem letra? E solada ao piano pelo Wagner Tiso?

Calma, prezado leitor-ouvinte! "Rosa Maria, flor mulher" é apenas a primeira surpresa deste CD “Versátil”. Porque, a faixa seguinte, "Bálsamo"... é um bolero! Com direito a acordeom e tudo! No melhor estilo anos 50. E a outra é um fox ("Primeiro de abril"), com a guitarra elétrica harmonizando, tipo Oscar Moore ou Billy Mackel; e na qual nosso Sargento incorpora Custódio Mesquita na melodia e Lamartine Babo na letra lírico-brincalhona.

Mas a versatilidade do artista é claro que acaba (ou continua) em samba. Com o protesto partideiro do parceiro Agenor em "Acabou meu sossego"; com outra reclamação, desta vez mais bronqueada, quando o letrista acusa a mentirosa de “tapar o sol brilhante com a peneira da ilusão” ("Parceiro da ilusão"); até que chegamos ao “samba do Marreta”.

Compositor dos primeiros tempos da verde-e-rosa, Marreta, integrante da Galeria de Honra da ala de compositores mangueirenses, ao que consta, jamais ganhou um samba-enredo e é muito pouco conhecido. E é Nelson Sargento que, agora, o apresenta ao grande público, nesta parceria ("Só eu sei") tão pequenininha quanto melodiosa e contagiante. Um verdadeiro samba-de-terreiro dos bons tempos! Tão forte quanto a faixa seguinte, "Pobre milionária", é ilustrativa da influência de Cartola nas obra do nosso grande artista.

Sobre o clássico "Falso amor sincero" já se disse tudo. Mas aí vêm, de novo, Sargento e o Oliveira com uma marcha-rancho “daquelas” – que não nega sua raça nem no arranjo. Versatilidade! E, então, o excelente "Pranto ardente", nos faz ver Os Cinco Crioulos (inclusive com os saudosos Anescar e Jair) metendo bronca, de terno branco, no palco do Teatro Jovem; e nós também. Mas eis que chega o "Século do samba", concorrente ao enredo da Manga em 1999, nos fazendo coçar a cabeça: “é melhor este samba aqui, Seu Nelson; pois lá, ia virar outra coisa!”. É nessa que a letra de Ídolos e astros dá o recado final: “Os grandes artistas, como Nelson Sargento, sempre viverão na memória daqueles que têm respeito e consideração”.

Pois é isto! Ponte entre o ontem e o amanhã, este CD mostra, de fato, a maestria e a versatilidade de Nelson Sargento, valioso e valoroso, referencial e baluarte. Fortaleza inexpugnável do samba, ao lado de Evonete (seu “bálsamo”), ele incursiona também por outras “praias” do seu tempo. E, assim, sob a batuta desse extraordinário Paulão Sete Cordas e contando com um batalhão de grandes músicos e amigos, ele, versátil sem perder a raiz, põe a tropa na rua e toma suas providências.

É para isto que serve um sambista de verdade!

Músicas:
1. Nas Asas da Canção (Dona Ivone Lara / Nelson Sargento) - com Dona Ivone Lara
2. Sinfonia Imortal (Nelson Sargento / Agenor de Oliveira)
3. Verão no Rosto (Maurício Tapajós / Nelson Sargento)
4. Ciúme Doentio (Cartola / Nelson Sargento) - com Zeca Pagodinho
5. Rosa Maria, Flor Mulher (Nelson Sargento / Wagner Tiso) - com Wagner Tiso
6. Bálsamo (Nelson Sargento)
7. Primeiro de Abril (Nelson Sargento)
8. Acabou Meu Sossego (Nelson Sargento / Agenor de Oliveira)
9. Parceiro da Ilusão (Nelson Sargento / Agenor de Oliveira)
10. Só Eu Sei (Nelson Sargento / Marreta)
11. Pobre Milionária (Nelson Sargento)
12. Falso Amor Sincero (Nelson Sargento)
13. Amar Sem Ser Amado (Nelson Sargento / Agenor de Oliveira)
14. Pranto Ardente (Nelson Sargento / Oscar Bigode)
15. Século do Samba (Nelson Sargento / Josimar Monteiro / Francisco Blanco) - com Velha Guarda da Mangueira
16. Ídolos e Astros (Marinho Da Chuva / Nelson Sargento)

Disco indisponível para download. Compre esse disco aqui.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Kolombolo: Resistência do povo paulista

Definir o Grêmio Recreativo Kolombolo Diá Piratininga como um simples cordão carnavalesco é ignorar as outras atividades propostas. De fato o Kolombolo, que surgiu em 2002, tinha inicialmente a proposta de resgatar a atividade dos antigos cordões. Além disso, os fundadores Renato Dias e Max Frauendorf tinham o objetivo de fazer o carnaval na rua, com a única preoucupação de se divertir e brincar. Como manda a legislação de Momo. Veja o que diz Max Frauendorf:

"[...]Não esqueceremos jamais da essência sambista que é sonhar, mas não permitiremos que a nossa cultura seja medida pela régua do mercado, nem que a nossa comunidade tenha o seu esforço criativo e cultural comercializado em prol de uma minoria. Não viemos disputar nenhum concurso carnavalesco, viemos apenas para recolocar o ser humano, agente de sua cultura, sob o foco principal de nossos esforços sambísticos. [...]"

A coisa deu certo e cresceu. Hoje o Kolombolo, além de botar o Cordão na rua nos carnavais, ainda mantém outros diversos projetos paralelos e de grande importância, como registros fotográficos e audiovisuais, produção de discos de expoentes do samba paulista, oficinas culturais e rodas de samba etc.

Só teremos noção da importância do trabalho realizado pelo pessoal do Kolombolo daqui alguns anos, mas é fato que eles são um dos grande pólos de resistência das manifestações paulistas, e atacando em todas as frentes.

Ouça aqui algumas músicas do Cordão do Kolombolo.

Veja abaixo os outros eventos realizados pelo Kolombolo:
  • Praça do Samba - todo último domingo do mês, na Rua Belmiro Braga, s/nº, das 14 às 20h.
  • Encontro da Ala de Compositores, toda sexta-feira, das 19h às 22h, na Rua Belmiro Braga, 164.
  • Roda de samba da Ala de Compositores do Kolombolo todas as quartas no Teatro da vila, das 20h às 22h - E.E. Maximiliano, rua Jericó, 256.
  • Conexão Kolombolo e Quilombolas: todo 1º domingo do mês, roda de samba na sede da Ponte Preta do Jardim Leme, em Taboão da Serra das 18h às 21h.
Atualmente, os discos lançados pelo Kolombolo são:
  • Toniquinho Batuqueiro.
  • Embaixada do Samba Paulistano.
  • Tias Baianas Paulistas.
  • Velha Guarda da Unidos do Peruche.

Quer ganhar a biografia do Germano? Hoje é o último dia

Quem ainda não mandou a frase relacionando Vermute com Amendoim e Germano Mathias para tentar ganhar a biografia do Sambista Diferente ainda tem tempo! A promoção acaba à meia-noite de hoje. Formule sua frase!

O resultado sairá na segunda-feira. Mais aqui.
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