segunda-feira, 30 de junho de 2008

O samba pintado por Portinari

Ele nasceu em Brodowski, que apesar de parecer nome de cidade russa, fica localizada no interior de São Paulo, perto de Ribeirão Preto. Filho de imigrantes italianos e que trabalhavam na lavoura de café, Cândido Portinari recebeu apenas instrução primária e aos quinze anos se matriculou na Escola Nacional de Belas-Artes no Rio de Janeiro.

Quarteto de Músicos

Apenas 10 anos depois, Portinari ganhou o “Prêmio de Viagem ao Estrangeiro” ao pintar o retrato do amigo e poeta Olegário Mariano. Com isso ganhou uma bolsa de estudos em Paris, e lá descobriu a obra de Marc Chagall, os muralistas mexicanos e começou a sofrer grande influência de Picasso.

Carnaval

Em 1931 volta para o Brasil, e agora como pintor reconhecido começa a retratar as coisas do nosso país (coisa que já havia tentado fazer para ingressar na Escola Nacional, porém foi repreendido). Só que agora Portinari mesclava os conhecimentos acadêmicos com os conceitos que pregava o Modernismo. O resultado pode ser explicado pelo trecho do manifesto antropofágico a seguir:

“SÓ A ANTROPOFAGIA nos une, Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. / Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. / De todos os tratados de paz. / Tupi or not tupi, that is the question.”

Serenata

Portinari talvez tenha sido o pintor que mais retratou a cultura brasileira. Há telas sobre o choro, o samba, o frevo, festas populares como o carnaval, o bumba-meu-boi, festa de Iemanjá, de São João e tantas outras manifestações populares.

Sambistas
Saiba mais sobre Portinari aqui.

domingo, 29 de junho de 2008

Disco da semana: Um Show de Velha Guarda - Velha Guarda do Império Serrano

Ainda no embalo da roda realizada na sexta pelo grupo Inimigos do Batente, segue o post deste domingo:


O disco desta semana é referente a velha guarda de uma das escolas mais tradicionais do Rio de Janeiro, o Império Serrano. Trata-se do primeiro disco “solo” do pessoal da serrinha, logo não poderia faltar sambas de nomes como Silas de Oliveira, Ivone Lara, Molequinho, Aloísio Machado, Nilton Campolino, Mano Décio da Viola entre outros.

O CD tem seu ponto alto nas músicas Império Tocou Reunir (Silas de Oliveira / Dona Ivone Lara), Menino de 47 (Molequinho / Nilton Campolino), A Humanidade (Aloísio Machado) e no partido alto Serra dos Meus Sonhos Dourados (Carlinhos Bentevi).

Entre os intérpretes figuram Ivan Milanez, Zé Luís do Império, Wilson das Neves, Aloísio Machado etc. E como a serrinha também é um grande reduto de jongueiros, este ritmo não podia deixar de marcar sua presença, encerrando o disco com chave de ouro.

Músicas:
1- Império Tocou Reunir (Silas de Oliveira / Dona Ivone Lara) - Não Me Perguntes (Darcy de Souza / Dona Ivone Lara / Mestre Fuleiro)
2- Menino de 47 (Molequinho / Nilton Campolino)
3- Dei-te um Lar (Luiz Carlos Nega Véia)
4- A Humanidade (Aloísio Machado)
5- O Poeta e a Natureza (Mano Décio da Viola / Osório Lima)
6- Cuidado Vovó (Nilton Campolino / Tio Hélio)
7- O que Seus Olhos Têm (Mestre Fuleiro) - Egoísmo Demais (Carlinhos Vovô)
8- Bálsamo da Paz (Osório Lima)
9- Amor Aventureiro (Mano Décio da Viola / Silas de Oliveira)
10- Serra dos Meus Sonhos (Carlinhos Bentevi)
11- Obsessão (Mano Décio da Viola / Osório Lima)
12- Triste Destino (Adilson Negão / Damasceno)
13- Sou Imperial (Avarense)
14- Tava Doente (Domínio Público) - Vapor da Paraíba (Mestre Fuleiro)

Baixe esse disco no Um Que Tenha

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Boa pedida para esta sexta - SP


A dica para quem quiser curtir um bom samba nesta sexta feira fica por conta do bom blog O Couro do Cabrito. É que hoje acontece mais uma edição da roda do grupo Inimigos do Batente. E o convidado da vez é o sambista imperiano Ivan Milanez. Como de costume a roda será realizada no Clube Anhanguera.

Inimigos do Batente convidam Ivan Milanez

Local: Clube Anhangüera
Endereço: Rua dos Italianos nº1261 – Bom Retiro – São Paulo - SP
Data: 27/06
Horário: a partir de 22h
Tel.: 11-3361-1799
Ingressos: R$ 10,00 + um agasalho ou alimento não-perecível para doação a entidades assistenciais do bairro

Como chegar: Marginal Tietê (sentido Penha), passando a Ponte da Casa Verde, terceira rua à direita, primeira à esquerda e novamente primeira à esquerda.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O feitiço contra o feiticeiro?

Até o Caetano Veloso já admitiu que o Brasil está cansado de ouvi-lo comentar desde biologia até a política internacional brasileira. Realmente cansou, mas é inegável dizer que ele acerta na maioria dos pitacos.

Dessa vez o comentário foi sobre "Feitiço da Vila", uma letra de Noel Rosa feita em 1935, com melodia de Vadico.

Na ocasião, Noel travava briga musical uma com Wilson Batista, depois de responder o samba "Chapéu de lado". O litígio terminou bem, rendendo belos sambas.

Ouça a versão da música na íntegra:


Veja agora Caetano tecendo seus comentários. Ele exagera às vezes, mas seu raciocínio é intrigante:


Afinal, "Feitiço da Vila" é ou não racista?

terça-feira, 24 de junho de 2008

Sambando nas quebradas do mundaréu

Aqui vai mais um disco fundamental para quem gosta de samba e mais ainda para quem quer conhecer melhor o samba paulista. Com o título de Plínio Marcos em Prosa e Samba, Nas Quebradas do Mundaréu, o disco é narrado pelo dramaturgo, ator, diretor e jornalista Plínio Marcos e cantado por Geraldo Filme, Zeca da Casa Verde e Toniquinho Batuqueiro.

O disco foi lançado em 1974 e é resultado de um espetáculo que já vinha acontecendo com esses músicos e outros mais. O nome do show sofreu algumas variações ao longo do tempo, foi chamado de Plínio Marcos e os Pagodeiros, Humor Grosso e Maldito das Quebradas do Mundaréu, Deixa Pra Mim que eu Engrosso, entre outros.

Exímio contador de histórias, Plínio conta coisas que viu e ouviu do povo nas quebradas “onde o vento encosta o lixo e as pragas botam os ovos”. Detalhe: ele jura que não aumenta um ponto sequer.

Músicas:
01 - Tiririca (Geraldo Filme)
02 - Vou sambar n'outro lugar (Geraldo Filme)
03 - Tradições e Festas de Pirapora (Geraldo Filme)
04 - Silêncio no Bixiga (Geraldo Filme)
05 - Tebas "O escravo" (Praça da Sé) (Geraldo Filme)
06 - Brasil recebe o mundo de braços abertos (Zeca da Casa Verde)
07 - Congada (Zeca da Casa Verde)
08 - Linda manhã (Zeca da Casa Verde)
09 - Noite encantada (Zeca da Casa Verde)
10 - De Pirapora a Barueri (Tradicional) Música tradicional paulista
11 - Ditado antigo (Toniquinho)
12 - Bloco do Chora Galo (Toniquinho)
13 - Samba de lei

Baixe esse disco no Prato e Faca.
Saiba mais sobre o Plínio Marcos.


Mais no Vermute:
Saiba quem era a Falsa Baiana de Geraldo Pereira
Veja Adoniran cantando um jingle do Unibanco
Conhece a roda de choro da Contemporânea?

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Quando eu morrer...

O ano de 1933 foi para Noel de Medeiros Rosa talvez o mais proveitoso. Com 23 anos, o poeta da vila conseguiu gravar mais de 30 composições, entre elas “Fita Amarela”.
A inspiração para o samba veio de uma batucada conhecida nas rodas de samba do Estácio, atribuída a Edgar Marcelino dos Passos, conhecido como Mano Edgar.

Quando eu morrer
Não quero choro nem nada
Eu quero ouvir um samba
Ao romper da madrugada

Acontece que pouco tempo antes, no final de 1932, Donga e Aldo Taranto já haviam usado a idéia do tema e a melodia para compor o samba “Quando você morrer”. O fato foi revelado pelo saudoso Almirante, na sua coluna “Cantinho das Canções”, do jornal O Dia datado de 11 de fevereiro de 1973.

Ouça aqui "Quando Você Morrer"


Noel, porém, fez mais sucesso que Donga. E quando “Fita Amarela” estourou, Donga foi aos jornais e acusou o companheiro de ter plagiado seu samba. Enquanto isso, o verdadeiro dono, Mano Edgar, não poderia dizer mais nada: foi assassinado na véspera do Natal de 1931 em um jogo de ronda.

Ouça aqui "Fita Amarela"

domingo, 22 de junho de 2008

Disco da semana: Jacob do Bandolim


As coletâneas de artistas são olhadas meio que de rabo de olho por alguns, porém elas são de grande valia (quando bem-feitas) para conhecer determinado artista ou ritmo.

O “disco” desta semana trata-se de uma coletânea que serve tanto para iniciantes na obra de Jacob do Bandolim quanto para os grandes admiradores. A caixa é composta de três CDs com gravações originais referentes aos anos de 1949 até 1969. Além disso, contém um encarte de pouco mais de 50 páginas, que possui uma pequena biografia de Jacob, escrita pelo jornalista João Máximo. Há também um texto sobre os discos e as músicas nele presente assinado pelo chorão Henrique Cazes. E, por fim, está presente no encarte toda a discografia de Jacob.

Note que o choro Noites Cariocas aparece nos três discos. No disco 1 é a versão original com o acordeom respondendo na primeira parte. No 2 é uma versão mais sambada com surdo e trombone. E no 3 há uma versão gravada em uma roda de choro na casa de Jacob, e mostra o choro como é executado nos dias atuais, com a segunda parte cheia de improvisos.

Ouça aqui as três versões de "Noites Cariocas"


Músicas:

Disco 1

1- Noites Cariocas (Jacob do Bandolim)
2- Despertar Da Montanha (Eduardo Souto / Francisco Pimentel)
3- Dolente (Jacob do Bandolim)
4- Pé-De-Moleque (Jacob do Bandolim)
5- Simplicidade (Jacob do Bandolim)
6- Bonicrates De Muletas (Jacob do Bandolim)
7- Cristal (Jacob do Bandolim)
8- Mexidinha (Jacob do Bandolim)
9- Choro De Varanda (Jacob do Bandolim)
10- Vascaíno (Jacob do Bandolim)
11- Bole-Bole (Jacob do Bandolim)
12- Nostalgia (Jacob do Bandolim)
13- Odeon (Ernesto Nazareth)
14- Confidências (Ernesto Nazareth)
15- Atlântico (Ernesto Nazareth)
16- Faceira (Ernesto Nazareth)
17- Biruta (Jacob do Bandolim)
18- Migalhas De Amor (Jacob do Bandolim)
19- Alvorada (Jacob do Bandolim)

Disco 2

1- Doce De Coco (Jacob do Bandolim)
2- Reminiscências (Jacob do Bandolim)
3- Entre Mil...Você! (Jacob do Bandolim)
4- Mimosa (Jacob do Bandolim)
5- Sapeca (Jacob do Bandolim)
6- Carícia (Jacob do Bandolim)
7- Santa Morena (Jacob do Bandolim)
8- Tira Poeira (Sátiro Bilhar – arranjo: Jacob do Bandolim)
9- Diabinho Maluco (Jacob do Bandolim)
10- Cochichando (Alberto Ribeiro / Pixinguinha / João de Barro)
11- Agüenta, Seu Fulgêncio (Jacob do Bandolim)
12- Sempre Teu (Jacob do Bandolim)
13- Implicante (Jacob do Bandolim)
14- Lábios Que Beijei (J. Cascata / Leonel Azevedo)
15- Serra Da Boa Esperança (Lamartine Babo)
16- Flor Do Abacate (Alvaro Sandim)
17- Chorando (Ary Barroso)
18- Gostosinho (Jacob do Bandolim)
19- Noites Cariocas (Jacob do Bandolim)

Disco 3

1- Assanhado (Jacob do Bandolim)
2- Feia (Jacob do Bandolim)
3- Bola Preta (Jacob do Bandolim)
4- Benzinho (Jacob do Bandolim)
5- A Ginga Do Mané (Jacob do Bandolim)
6- O Vôo Da mosca (Jacob do Bandolim)
7- Ernesto Nazareth - 2 º Movimento Da Suíte Retratos (Radamés Gnattali com orquestra – regente: Radamés Gnattali)
8- Chiquinha Gonzaga - 4ª Movimento Da Suíte Retratos (Radamés Gnattali com orquestra – regente: Radamés Gnattali)
9- Vibrações (Jacob do Bandolim)
10- Receita De Samba (Jacob do Bandolim)
11- Ingênuo (Pixinguinha / Benedito Lacerda)
12- Lamentos (Pixinguinha / Vinicius de Moraes)
13- Murmurando (Fon-Fon / Mário Rossi)
14- Floraux (Ernesto Nazareth)
15- Brejeiro (Ernesto Nazareth)
16- Noites Cariocas (Jacob do Bandolim)
17- Modinha (Sergio Bittecourt) com Orlando Silva e Conjunto Época de Ouro
18- Chega De Saudade (Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes) com Zimbo Trio

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Dica: Um papo com Luis Fernando Vianna

Neste sábado, poderemos ouvir Luis Fernando Vianna falando sobre as origens do samba carioca. O autor do livro “Geografia Carioca do Samba” será entrevistado na Rádio Câmara, às 11h.

O livro de Luis Fernando traça a geografia musical do Rio de Janeiro, mapeando as diferenças do samba de acordo com seus bairros e escolas de origem, do início do século passado até os dias de hoje.

Também escreveu três livros sobre samba entre 2003 e 2004: "Zeca Pagodinho - A Vida que se Deixa Levar", "Heranças do Samba" (junto com Aldir Blanc e Hugo Sukman) e "Geografia Carioca do Samba". Foi jurado dos desfiles em 1996 e 1997.

Como sintonizar a Rádio Câmara ?
www.radio.camara.gov.br

Em Brasília : FM 96,9 Mhz

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Curta temporada de Altamiro Carrilho em SP

Começa amanhã a curtíssima temporada de Altamiro Carrilho, no Teatro Fecap. O flautista se apresentará nos dias 20, 21 e 22. No palco é acompanhado por Eber Farias de Freitas na percussão, Pedro Bastos no violão 7 cordas, Maurício Verde no cavaquinho e Luiz Américo de Souza, o Mequinho, no violão. O show ainda conta com três participações especiais, sendo cada dia uma diferente:

Sexta (20/06) - Aleh Ferreira
Sábado (21/06) - Izaías do Bandolim
Domingo (22/06) - As Choronas

No repertório do espetáculo se encontram compositores que marcaram a história do choro, como Zequinha de Abreu, Pixinguinha, Waldir Azevedo e o próprio Altamiro.

O show começa às 21:00 na sexta e no sábado e às 19:00 no domingo. O ingresso sai por apenas R$ 20,00.

Ainda há bastante lugares disponíveis.

Compre aqui o seu ingresso.

terça-feira, 17 de junho de 2008

As 100 canções essenciais

Neste mês a revista Bravo! lançou uma publicação especial que elegeu as 100 canções essenciais da música popular brasileira. Claro que esse tipo de lista sempre causa polêmica, ainda mais quando se trata de música brasileira, que é imensamente rica. Listas deste tipo sempre geram discussão. Sempre fica de fora alguém que não deveria e sempre entra alguém que não concordamos.

Os nomes que figuram mais vezes são o de Tom Jobim e Chico Buarque, ambos com 10 músicas cada.

Veja a lista abaixo e dê a sua opinião!

1- Carinhoso (Pixinguinha / João de Barro)
2- Águas de Março (Tom Jobim)
3- João Valentão (Dorival Caymmi)
4- Chega de Saudade (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
5- Aquarela do Brasil (Ary Barroso)
6- Tropicália (Caetano Veloso)
7- Último Desejo (Noel Rosa)
8- Asa Branca (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira)
9- Construção (Chico Buarque)
10- Detalhes (Roberto Carlos / Erasmo Carlos)
11- As Rosas Não Falam (Cartola)
12- Samba do Avião (Tom Jobim)
13- Vingança (Lupícinio Rodrigues)
14- Garota de Ipanema (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
15- Alegria, Alegria (Caetano Veloso)
16- Desafinado (Tom Jobim)
17- A Mesma Rosa Amarela (Capiba / Carlos Pena Filho)
18- Ai, Que Saudades da Amélia (Ataulfo Alves / Mário Lago)
19- A Flor e o Espinho (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito / Alcides Caminha)
20- Domingo no Parque (Gilberto Gil)
21- Eu Te amo (Chico Buarque / Tom Jobim)
22- Feitio de Oração (Noel Rosa / Vadico)
23- Retrato Em Branco e Preto (Tom Jobim / Chico Buarque)
24- O Mundo é um Moinho (Cartola)
25- E o Mundo Não Se Acabou (Assis Valente)
26- A Volta do Boêmio (Adelino Moreira)
27- Diz Que Fui Por Aí (Zé Kéti / Hortêncio Rocha)
28- Leve (Carlinhos Vergueiro / Chico Buarque)
29- Trem das Onze (Adoniran Barbosa)
30- Baby (Caetano Veloso)
31- Eu Sei Que Vou Te Amar (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
32- Marina (Dorival Caymmi)
33- Rosa (Pixinguinha / Otávio Souza)
34- A Banda (Chico Buarque)
35- Feitiço da Vila (Noel Rosa / Vadico)
36- Panis et Circenses (Caetano Veloso / Gilberto Gil)
37- O Bêbado e o Equilibrista (João Bosco / Aldir Blanc)
38- Exagerado (Cazuza / Ezequiel Neves / Leoni)
39- Foi um Rio Que Passou Em Minha Vida (Paulinho da Viola)
40- Iracema (Adoniran Barbosa)
41- Nervos de Aço (Lupícinio Rodrigues)
42- Luiza (Tom Jobim)
43- Ronda (Paulo Vanzolini)
44- Assum Preto (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira)
45- Acabou Chorare (Moraes Moreira / Galvão)
46- Dois pra Lá, Dois pra Cá (João Bosco / Aldir Blanc)
47- Sinal Fechado (Paulinho da Viola)
48- Folhetim (Chico Buarque)
49- Insensatez (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
50- Ouro de Tolo (Raul Seixas)
51- Drama de Angélica (Alvarenga / M.G. Barreto)
52- Aquarela Brasileira (Silas de Oliveira)
53- Volta por Cima (Paulo Vanzolini)
54- O Que é que a Baiana Tem? (Dorival Caymmi)
55- Chão de Estrelas (Silvio Caldas / Orestes Barbosa)
56- É Hoje (Didi / Maestrinho)
57- Descobridor dos Sete Mares (Michel / Gilson Mendonça)
58- A Noite do Meu Bem (Dolores Duran)
59- Como Nossos Pais (Belchior)
60- Folhas Secas (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)
61- Lábios que Beijei (J. Cascata / Leonel Azevedo)
62- Valsinha (Vinicius de Moraes / Chico Buarque)
63- Eu e a Brisa (Johnny Alf)
64- Jura (Sinhô)
65- Luar do Sertão (João Pernambuco / Catulo da Paixão Cearense)
66- Corta-Jaca (Chiquinha Gonzaga)
67- Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá / Antônio Maria)
68- Odeon (Ernesto Nazareth / Vinicius de Moraes)
69- Minha Namorada (Carlos Lyra / Vinicius de Moraes)
70- No Rancho Fundo (Ary Barroso / Lamartine Babo)
71- O Samba da Minha Terra (Dorival Caymmi)
72- Ouça (Maysa)
73- Se Eu Quiser Falar Com Deus (Gilberto Gil)
74- Senhor Cidadão (Tom Zé)
75- O Que Será (Chico Buarque / Milton Nascimento)
76- Se Você Jurar (Ismael Silva / Newton Bastos / Francisco Alves)
77- Todo o Sentimento (Cristóvão Bastos / Chico Buarque)
78- Como Uma Onda (Lulu Santos / Nelson Motta)
79- Carcará (João do Vale / José Candido)
80- Mania de Você (Rita Lee / Roberto de Carvalho)
81- Felicidade (Lupícinio Rodrigues)
82- As Pastorinhas (João de Barro / Noel Rosa)
83- Nego Dito (Itamar Assumpção)
84- Rios, Pontes e Overdrives (Chico Science)
85- Cidade Maravilhosa (André Filho)
86- O Vira (João Ricardo / Luli)
87- Olhos nos Olhos (Chico Buarque)
88- Balada do Louco (Arnaldo Baptista / Rita Lee)
89- O Teu Cabelo Não Nega (Lamartine Babo / Irmãos Valença)
90- Com Que Roupa? (Noel Rosa)
91- Sampa (Caetano Veloso)
92- As Curvas da Estrada de Santos (Roberto Carlos / Erasmo Carlos)
93- Brasileirinho (Waldir Azevedo / Pereira da Costa)
94- Você Não Soube Me Amar (Evandro Mesquita / Ricardo Barreto / Guto / Zeca Mendigo)
95- Disparada (Geraldo Vandré / Theo de Barros)
96- Óculos (Herbert Vianna)
97- Tico-Tico no Fubá (Zequinha de Abreu / Aloysio Oliveira)
98- Clara Crocodilo (Arrigo Barnabé / Mário Lúcio Côrtes)
99- Cruzada (Tavinho Moura / Márcio Borges)
100- Cantiga de Amigo (Elomar)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

A história do Pinho

O Programa do Jô não anda lá essas coisas. O gordo tem errado a mão em algumas entrevistas. No dia 12 de junho, porém, vi uma que me deixou satisfeito. O entrevistado, o Luthier Joaquim Pinheiro, conseguiu sair da sombra do maior entrevistador do Brasil e deu um show de informação à parte, falando da história do violão.

Vale a pena ver e rever:

domingo, 15 de junho de 2008

Disco da semana: História do Samba Paulista I - Osvaldinho da Cuíca


Há discos que superam a função apenas de registro e acabam se tornando verdadeiros documentos. È o caso do CD “História do Samba Paulista I” de Osvaldinho da Cuíca, o CD começa com um Vissungo, que era como uma espécie de canto da época dos escravos que mesclava temas como trabalho e questões sócio-religiosas. Em seguida vem um partido-alto também da época dos escravos. O partido “Thiá de Junqueira”, que segundo Geraldo Filme, era cantado pelas escravas que eram obrigadas a se deitar com os senhores, ironizando as moças de família que faziam isso sem serem obrigadas.

Antes de entrar no samba o álbum ainda passa pelos ancestrais do ritmo como o lundu “Isto é Bom”, que foi a primeira canção gravada no Brasil, e um jongo de autoria do próprio Osvaldinho. A partir daí o samba toma conta do disco.

Participam do CD o cantor Aldo Bueno, o cantor e compositor Germano Mathias e o também cantor e compositor Tobias da Vai Vai. Em algumas faixas há vinhetas com depoimentos e canjas de grandes baluartes do samba de São Paulo como Madrinha Eunice, Henricão e Seu Nenê da Vila Matilde.

Músicas:
01 - Abertura / Vissungo (Recolhido por Aires da Matta Machado filho)
02 - Thiá de Junqueira (domínio público)
03 - Isto é Bom (Xisto Bahia)
04 - Esse Jongo é Meu (Osvaldinho da Cuíca)
05 - Batuque de Pirapora (Geraldo Filme)
07 - Grupo da Barra Funda (Dionísio Barbosa / Luiz Barbosa)
08 - Vinheta: Madrinha Eunice / São Paulo Antiga (Doca)
09 - Último Sambista (Geraldo Filme)
10 - Vinheta: Henricão / Bandeira do Timão (Elzo Augusto)
11 - Sou Eu (Henricão)
12 - Rei Café (Geraldo Filme / B. Lobo)
13 - Vinheta: Seu Nenê da Vila Matilde / Vila Matilde Berço de Bambas (Paulistinha)
14 - Arca de Noel (Osvaldinho da Cuíca / Lírio)
Marquesa de Santos (Paulistinha)
15 - Simples Batucada (Osvaldinho da Cuíca)
16 - Independência ou Morte (Zé Di)
17 - Tamborim Mensageiro (Osvaldinho da Cuíca / Silvio Modesto / Ideval)
18 - Palmares, Raiz da Liberdade (Armando da Mangueira / Jangada)
Sete Cidades (Zeca da Casa Verde)
Orum-ayê (Osvaldinho da Cuíca / Serginho)
19 - Negro Maravilhoso (Talismã)
Oração em Tempo de Festa (Geraldo Filme)
Narainã (Ideval Zelão / Jordão)
20 - Biografia do Samba (Talismã)
21 - Fala Final de Osvaldinho da Cuíca

Baixe esse disco no Cápsula da Cultura

sábado, 14 de junho de 2008

O samba está rouco, morreu Jamelão

Morreu na madrugada deste sábado, no Rio de Janeiro e aos 95 anos o grande sambista Jamelão. A causa da morte foi infecção generalizada.

José Bispo Clementino dos Santos tornou-se Jamelão na gafieira Jardim do Meyer, quando o gerente da casa o chamou para cantar, porém como não sabia seu nome ele disse: "E agora, vou apresentar o Jamelão".

Foi o responsável por ser a voz da Mangueira na avenida por 57 anos (de 1949 até 2006). Além de ser considerado por Lupícinio Rodrigues como o melhor intérprete das suas composições.
Segundo os grandes portais de notícia Jamelão faleceu na Casa de Saúde Pinheiro Machado, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, onde estava internado desde a quinta-feira.

O velório será na quadra da Mangueira, e será aberto ao público a partir das 16:00. O enterro será no domingo (15) às 11h, no cemitério de São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio.



Veja aqui o álbum em homenagem ao Jamelão.

Veja o que foi publicado sobre a morte de Jamelão:

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Dona Inah - Simplicidade e Talento

Mais uma seção que o Vermute com Amendoim inaugura. Veja nosso primeiro perfil:
Já passa das 23horas. Os instrumentos dos músicos, que estão sentados em semicírculo, começam a conversar. De pé, na frente deles, uma senhora de pouca estatura é quem assume o microfone. A partir daí somente samba - bons sambas - até as 3 horas da manhã, no bar Ó do Borogodó.

Ela não balança muito o corpo. Ela não precisa de uma lista com a ordem nem a letra das músicas. Aos 73 anos, Dona Inah chama atenção pela voz firme e pela naturalidade com que canta.

É uma das grandes sambistas de São Paulo. Cantora das antigas que por conta das exigências de uma vida dura, permaneceu por muito tempo afastada dos grandes palcos e teve um reconhecimento tardio do seu trabalho.

Neta de escravos e filha de músicos, Inês Francisco da Silva cresceu entre negros na região de Araras, cidade do interior de São Paulo. “Ali havia muita coisa bonita, mas muito da cultura popular se perdeu”, lamenta.

Aos 18 anos veio para São Paulo e iniciou sua carreira artística na década de 50, cantando em rádios paulistanas.

Dona Inah casou e parou de cantar. Sofreu a morte de quatro dos seus sete filhos e depois de separada deu duro para criar sua família. Dormiu na rua, foi pedinte, trabalhou como faxineira, babá, cozinheira. Trabalhava durante o dia e voltou a cantar à noite. “Freqüentei a melhor escola de música, a escola da noite. Sofri muito, até que eu tive que levantar a cabeça. Os amigos ajudaram muito”.

Em 2002, participou do show em homenagem a Clementina de Jesus, ao lado de Fabiana Cozza e Maria Medalha. O convite veio do produtor Heron Coelho, quem conheceu através de amigos. A partir daí a carreira de Inah tomou novos rumos.

Gravou seu primeiro CD, “Divino Samba Meu”, em 2004, aos 69 anos, com produção artística de Hermínio Bello de Carvalho que já havia produzido Cartola e outros grandes sambistas. Foi quando Inah Silva passou a ser conhecida por Dona Inah, nome artístico sugerido por Hermínio que lhe agradou desde o princípio.

Ouça a faixa Peregrino (Noca da Portela) que abre o disco "Divino Samba Meu".

É um belo CD, de músicas de compositores de épocas distintas, interpretadas com simplicidade, mas muita emoção. (leia a crítica do CD feita pelo Vermute).

Sem que Dona Inah soubesse, “Divino Samba Meu” concorreu ao Prêmio TIM de música em 2004. “Eu nunca tinha ouvido falar nesse prêmio”. Competiu ao lado de Fabiana Cozza e Alcione. Alcione levou o prêmio de melhor sambista e Dona Inah, ganhou na categoria de cantora revelação. “Eu comecei a chorar, sou chorona pra burro”, conta e diverte-se.

De lá pra cá Dona Inah não parou mais, solicitada para fazer shows, um dos momentos mais altos de sua carreira foi em 2004. No ano do Brasil na França, ela fez uma turnê na Europa. Se apresentou em Paris, em Zamorra (Espanha) e em Rabat (Marrocos).

Para quem acompanha a carreira dessa grande sambista, uma novidade boa: seu segundo CD já está gravado, “Olha quem Chega”. Porém ela ainda batalha por uma distribuidora para lançá-lo no mercado.

O repertório deste álbum, agora sim, foi escolhido por Dona Inah, e ela optou gravar canções somente deo compositor paulistano Eduardo Gudin, incluindo a faixa que dá nome ao CD. “Ele duvidou que eu faria um trabalho só com as suas músicas, mas eu o infernizei tanto que ele passou então a me mandar muitas músicas.”

Participam ainda do CD o Quinteto branco e preto, Zé Barbeiro, Débora Gurgel, Zé da Velha e João Borba.

Enquanto o segundo Cd não sai, é possível cair no samba e dançar muito as terças-feiras, no Ó do Borogodó, ao som da voz agradável de Dona Inah, maravilhosamente acompanhada pelos competentes músicos Zé Barbeiro (violão de 7 cordas e direção musical), Marco Bailão (violão 6 cordas) Fabrício Rosil (cavaquinho), Douglas Alonso e Pimpa (percussão), Stanley Carvalho (clarinete) e Rodrigo Y Castro (flauta), formação que as vezes conta com outros nomes, como Léo do pandeiro.

Dona Inah esperou 50 anos para lançar seu primeiro CD e hoje com 73 anos faz planos para gravar um DVD. “A gente tem que fazer tudo o que tem vontade de fazer. A minha vida é essa. Hoje eu sou feliz”.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Divagando sobre Takai, Nara e Zé Kéti

Outro dia no carro de uma colega da faculdade, que não é ligada nem em samba e tampouco em bossa nova, escutei a música “Diz que fui por aí” do Zé Kéti, cantada na voz da Fernanda Takai. Outro amigo meu me disse que escutou essa mesma versão, gostou (e achou impossível ter escutado alguma coisa boa que viesse de alguém do Pato Fú) e foi ver de quem era.

Não estou aqui para propor a discussão se o disco da Fernanda Takai que homenageia a Nara Leão é bom ou não. O que eu quero dizer é que tem uma grande quantidade de pessoas escutando Zé Kéti por conta disso. É certo que algumas estão escutando e sequer estão preocupadas em saber de quem é a música. Outras ainda vão até olhar o compositor no encarte, mas ficarão por isso mesmo. E ainda haverá aquelas que vão ir atrás da obra de Zé Kéti e começarão a abrir a cabeça para um outro tipo de música.

Outra coisa que me passou pela cabeça, é como deve ter sido na época em que a Nara Leão gravou essa música. Acho que deve ter sido parecido com o que vem acontecendo, porém em proporções muito maiores.

Enfim, não gostei da versão da Fernanda, mas que é legal chegar para alguém que tem aquela ponta de preconceito (não só com o samba, mas com tudo que é um pouco mais antigo), encher a boca e dizer: “Isto é Zé Kéti!”.

Do samba a bossa nova, da bossa nova ao pop. Ouça aqui as versões citadas acima!


E você o que achou da regravação da Fernanda Takai cantando Zé Kéti?

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O publicitário Cartola

Muito me estranhou saber que Fernando Pessoa já tinha feito um anúncio para a Coca-Cola: "Primeiro estranha-se, depois entranha-se!". Por isso, quando me deparei com Cartola fazendo samba para uma alfaiataria, talvez o susto tenha sido menor.

Isso mesmo. Foi em 1940, quando Cartola já havia passado por momentos muito difíceis e gozava de certo prestígio, fazendo o programa “A Voz do Morro”, na rádio Cruzeiro do Sul.

Ao lado de Paulo da Portela, os dois faziam o programa que ia ao ar todas as terças-feiras e era apresentado por Paulo Roberto e José Roberto.

Como o patrocínio era da Alfaiataria A Cidade, os compositores lhe fizeram um belo jingle, cujo arquivo sonoro provavelmente se perdeu:

Vestir bem gastando pouco
Eis um problema louco
Que nós temos a resolver
Prestem atenção
Estou autorizado a dizer
Pagando só o feitio
Eis um plano inteligente
De uma casa aqui no Rio
Não pode haver
Maior felicidade
Só na Alfaiataria A Cidade

Para saber mais sobre a roupa da malandragem leia o belo artigo do professor Gilmar Rocha, do Departamento de Ciências Sociais da PUC Minas.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Movimento Pró-SESC dá resultado!

Há alguns dias atrás o impasse que envolvia a redistribuição de verbas do SESC, citado aqui mesmo neste blog, teve uma definição. O governo decidiu por excluir a proposta de retirada de parte dos recursos de entidades como o SESC.

Veja abaixo a nova carta aberta do diretor regional do SESC, Danilo Miranda.


Caros amigos e freqüentadores do SESC:

O Governo Federal, dando início a um processo de diálogo sobre suas propostas para as entidades de formação profissional vinculadas ao empresariado, formou uma comissão com representantes daquelas entidades e das confederações empresariais que as mantêm e administram.

A pauta de discussões dessa comissão exclui a proposta de retirada de parte dos recursos das entidades de serviço social e desenvolvimento cultural, como o SESC, o que leva a crer que essa ameaça já não existe.


Por essa razão, estamos interrompendo nossas ações de mobilização em defesa do SESC. A resposta calorosa que recebemos de parte de dezenas de milhares de pessoas de todos os segmentos da sociedade nos dá a segurança da justiça de nossa posição e do reconhecimento com que nosso trabalho é retribuído por todos aqueles a quem se dirige.


Os resultados desse movimento ficarão armazenados em nossos registros, como a melhor defesa possível contra quaisquer iniciativas contrárias à existência e à atuação do SESC. Da mesma forma permanecerá nosso profundo agradecimento a todos os que, numa hora difícil, responderam a nosso apelo, bem como nosso compromisso de desenvolver um esforço permanente para corresponder sempre mais e melhor à confiança, às expectativas e ao merecimento de nosso público e da sociedade brasileira em geral.


Danilo Miranda

diretor regional do SESCSP

Adoniran Barbosa na telona

Todos conhecem, pelo menos um pouco, o Adoniran sambista. Agora pouca gente sabe é que Adoniran também já deu suas caneladas como ator. E o seu companheiro de cena não poderia ser mais ideal, Mazzaropi.

Adoniran e Mazzaropi contracenaram nos filmes Candinho (1953) e A Carrocinha (1955). Logo abaixo é possível assistir a uma parcela do resultado.

Adoniran Barbosa faz o Seu Salvador no filme "A Carrocinha", de 1955


Adoniran interpreta o professor Pancrácio, no filme "Candinho", em 1953


Saiba mais sobre cinema no E-digo mais

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Inspiração: Honoré de Balzac

O termo “balzaqueana” ou “balzaca”, para falar de uma mulher que já passou dos 30 anos, ficou eternizado no nosso linguajar. E nasceu na década de 50, por conta de uma marchinha de carnaval composta por Antônio Nássara (imagem) e Wilson Batista.

O título da música, que ficou sendo Balzaqueana, é em homenagem ao romance A mulher de trinta anos, de Honoré de Balzac. Coincidentemente, a música foi lançada no ano de centenário da morte do escritor, o que lhe garantiu grande exposição.

O trecho disponível para audição não conta com a segunda parte, que está escrita abaixo:

Não quero broto, não quero,
Não quero não,
Não sou garoto
Pra viver mais de ilusão,
Sete dias da semana,
Eu preciso ver,
Minha balzaqueana.
(bis)

O Francês, sabe escolher,
Por isso ele não quer,
Qualquer mulher,
Papai Balzac, já dizia,
Paris inteira repetia,
Balzac acertou na pinta,
Mulher só depois dos trinta.

A pequena menção que faz à “Normalista”, lançada em 1949 e que consagrou a expressão “brotinho” na música popular brasileira, não é à toa. Foi Wilson que propôs a Nássara fazerem uma música que homenageasse a mulher mais velha.

O samba fez bastante sucesso, inclusive entre os franceses, que ficaram conhecendo uma versão um pouco diferente, gravada na França: “Pas de tredron, non, non/ pas de tendron...”.

domingo, 8 de junho de 2008

Disco da semana: Só pra chatear - Ruy Faria e Carlinhos Vergueiro


As duplas são comuns no samba quando o assunto é composição, basta lembrar de Bide e Marçal, Cartola e Carlos Cachaça, Noel Rosa e Vadico e outros tantos. Entretanto, quando se trata de intérpretes, as duplas são mais associadas ao gênero sertanejo. Porém, o samba sempre acolheu muito bem as duplas de cantores.

Grandes nomes da música já se apresentaram em dupla como, por exemplo, Francisco Alves e Mário Reis, Cyro Monteiro e Dilermando Pinheiro etc. Em 2004, quem resolveu se aventurar como dupla foi o cantor e compositor Carlinhos Vergueiro e o também cantor, compositor e ex-MPB 4 Ruy Faria.

A união dos dois amigos acabou rendendo um disco gravado ao vivo no Teatro Rival-Petrobras. Com um belo repertório, Ruy e Carlinhos cantam clássicos do samba, em um disco que divide músicas de João do Vale com uma versão da música do paraguaio Hermínio Gimenez, Meu primeiro amor (Lejania) (Hermínio Gimenez - versão: José Fortuna / Pinheirinho Júnior). Outra faixa que merece destaque é "Amigo é pra Essas Coisas" (Silvio da Silva Jr. / Aldir Blanc), talvez a única música existente que só possa ser cantada em dupla, pois ela retrata a conversa de dois amigos.

O disco ainda conta com a primeira música feita em dupla pelos dois, a música "Amor de Cinema".

Músicas:
1 - Só pra chatear (Princípe Pretinho)
2 - Se você jurar (Ismael Silva / Nilton Bastos / Francisco Alves) / Provei (Vadico / Noel Rosa)
3 - O canto da ema (Alventino Cavalcante / Ayres Viana / João do Vale)
4 - Seja breve (Noel Rosa)
5 - Kalú (Humberto Teixeira)
6 - Meu primeiro amor (Lejania) (Hermínio Gimenez - versão: José Fortuna / Pinheirinho Júnior)
7 - Amor de cinema (Carlinhos Vergueiro / Ruy Faria)
8 - Foi uma pedra que rolou (Pedro Caetano) / Sou jogador (Luiz Barbosa)
9 - Injuriado (Chico Buarque)
10 - Amigo é pra essas coisas (Silvio da Silva Jr. / Aldir Blanc)
11 - Deixa a menina (Chico Buarque)
12 - Sem compromisso (Geraldo Pereira / Nelson Trigueiro)
13 - Peçam bis (Ismael Silva) / Adeus (Noel Rosa / Ismael Silva / Nilton Bastos)

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Os vencedores do Prêmio Shell

Começa hoje mais uma nova seção de posts do Vermute com Amendoim. Está procurando uma lista com todos os ganhadores de um determinado prêmio? Quer saber dos shows que mais lotaram naquela década? Não sabe onde encontrar a discografia completa de um artista? “Olha na lista”!

No dia 3 de junho foi anunciado: a vencedora do Prêmio Shell de Música era Maria Bethânia. Veja seu desempenho no palco do show Opinião, substituindo Nara Leão

Desde 1981, quando foi criado, esta foi a primeira vez que uma intérprete recebeu um Prêmio Shell, que antes era dado somente a compositores. Para 2008, o regulamento mudou e Bethânia foi consagrada pelo conjunto de sua obra.

Esta não foi a única mudança que o prêmio teve desde que nasceu. Até 1987 eram premiados artistas na categoria erudita. Mas quem foram os outros vencedores do prêmio? Confira:

2007 Tom Zé
2006 Moacir Santos
2005 Carlos Lyra
2004 João Bosco e Aldir Blanc
2003 Paulo César Pinheiro
2002 Ivone Lara

2001 Elton Medeiros
2000 João Donato
1999 Jonnhy Alf
1998 Zé Kétti
1997 Roberto e Erasmo
1996 Rita Lee
1995 Baden Powell
1994 Edu Lobo
1993 Jorge Ben Jor
1992 Paulinho da Viola
1991 Martinho da Vila

1990 Gilberto Gil
1989 Caetano Veloso
1988 Chico Buarque
1987 Edino Krieger (categoria: Música Erudita)
1987 Herivelto Martins
1986 Milton Nascimento
1985 Cláudio Santoro (categoria: Música Erudita)
1985 Braguinha
1984 Luiz Gonzaga
1984 Mozart Camargo (categoria: Música Erutida)
1983 Dorival Caymmi
1983 Maestro Radamés Gnattali (categoria: Música Erudita)
1982 Tom Jobim

1982 Francisco Mignone (categoria: Música Erudita)
1981 Homenagem a Pixinguinha

Destaques da Agenda

A agenda cultural de junho do Vermute com Amendoim está no ar.

O destaque vai para o musical sobre a vida de Elizeth Cardoso (foto). Divina Elizeth que começa no dia 26 de junho e vai até 28 de setembro. Com a direção de João Falcão e direção musical de Josimar Carneiro, a história é contada em cima de músicas de Elizeth, mas sem obedecer uma linearidade. O espetáculo está no Sesc Ginástico, no Rio de Janeiro e o ingresso sai por R$ 40.

Em São Paulo, no dia 12 se apresenta a Orquestra Contemporânea de Olinda, que promete ousadia nos arranjos de metais, cordas e percussão por R$ 16. Com um repertório que abrange ska, coco, samba de gafieira, mazurca, funk, rock e frevo, o show vai render o que falar.

Na seção Grátis está o show Noel Rosa, o Feiticeiro da Vila. O grupo Estamos Aí recorda os 70 anos de samba sem o Poeta da Vila. O Show será no Sesc Carmo.

Confira os outros shows na Agenda do Vermute, aí na direita, e envie seu evento para vermutecomamendoim@gmail.com

Abraços e boa música,

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Paulo da Portela e Cartola ganham exposição no RJ

A partir de amanhã o Sesc Madureira abre as portas para a terceira edição do projeto Viagem Literária. Os homenageados dessa edição são ninguém menos do que Paulo da Portela e Cartola.

A exposição mostrará fotos e trechos de composições de dois grandes compositores do samba, e poderá ser conferida entre os dias 06/06 e 29/06.

A entrada é franca.

Saiba mais aqui.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O samba tradicional e inédito do Cupinzeiro


Há quem ache que samba bom só é possível encontrar no passado. Talvez porque não conheça o Núcleo de Samba Cupinzeiro. Além de fazerem uma batucada tranqüila, o disco do grupo conta somente com composições próprias e, diga se de passagem, de alto nível. A maioria delas é assinada pela dupla Edu de Maria e Bruno Ribeiro.

A faixa que abre o disco chama-se "Lamento Negro" (Edu de Maria/Bruno Ribeiro) e já é um prenúncio do que está por vir, Anabela, que também assina algumas composições, é quem dá o recado com sua bela voz.




Além desta, outras faixas merecem destaque, como por exemplo "Aparências" (Alfredo Castro/Edu Fiorussi). A bela letra é cantada pelo próprio Alfredo, que, para quem não sabe, participou do já aclamado disco Cristina Buarque e Terreiro Grande Ao Vivo, comandando a cuíca.




"Samba Infinito" (Edu de Maria) é outra canção que vale a pena ser escutado com muita atenção. Interpretada pelo próprio autor, exalta a força do samba e a sua insistência em permanecer vivo.




"Samba Infinito" talvez resuma todo o ideal do Núcleo de Samba Cupinzeiro. Afinal de contas, o grupo não cobra para os freqüentadores de suas rodas. Apenas é pedida uma pequena contribuição de R$ 3,00 para ajudar com as despesas de alguns custos, como o caldo de feijão, que é servido de graça.

Em 2003, o jornalista e compositor Bruno Ribeiro publicou uma coluna no Caderno C, do jornal Correio Popular, de Campinas, que mostra que os integrantes do grupo estão cientes do que realmente o samba representa: "Samba é a cultura do povo, não uma mercadoria que se compra na prateleira de um shopping", diz a compositora Anabela. Ainda nessa mesma coluna Edu de Maria reforça o que disse a companheira: "O mais importante é manter a coerência. Samba é integração da comunidade. Jamais vamos aceitar dinheiro de alguém se isto significar a mudança de nossos comprometimentos. Só queremos fazer com que as pessoas ouçam samba em suas casas".

Se depender de mim, o CD do Cupinzeiro ainda vai ecoar muito aqui em casa. Vida longa ao Núcleo de Samba Cupinzeiro!

P.S.: O álbum conta ainda com outras nove músicas, todas de mesmo nível das apresentadas acima.

Músicas:
1 - Lamento Negro (Edu de Maria / Bruno Ribeiro)
2 - História e Tradição (Edu de Maria / Bruno Ribeiro)
3 - Aparências (Alfredo Castro / Edu Fiorussi)
4 - Prioridade (Edu de Maria / Bruno Ribeiro)
5 - Bar do Pachola (Edu de Maria / Bruno Ribeiro)
6 - Sem Lágrimas (Alfredo Castro)
7 - Maior que a Cor (Anabela)
8 - Samba Infinito (Edu de Maria)
9 - Meu Coração Vacilou (Edu de Maria / Bruno Ribeiro)
10 - Alma do Samba (Edu de Maria / Bruno Ribeiro)
11 - O Samba Chama (Anabela)
12 - Pra Ficar de Pé (Alfredo Castro)

Saiba mais sobre o grupo aqui.
Compre aqui o disco.

Mais no Vermute
Gosta de samba de raiz? Qual sua raiz?
Conheça o mercado de sambas.
Veja os discos das últimas semanas.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Foste a sonoridade que acabou

A canção nasceu com outro nome: “Foste a Sonoridade Que Acabou”. Aliás não era nem para ser canção. Isto porque o poeta e autor da letra, Orestes Barbosa (imagem) não queria que seus versos fossem musicados. E se Silvio Caldas não prestasse esse favor, talvez o contato com os decassílabos de “Foste a Sonoridade Que Acabou” fosse um privilégio para poucos.

Mas não foi assim. Silvio Caldas, o caboclinho querido, deu-lhe notas e um novo nome, sugerido pelo poeta e amigo Guilherme de Almeida, em 1935. “Chão de Estrelas” exerceria fascínio, quando explodiu, cerca de quinze anos após ser feita, na década de 50.

O próprio Guilherme de Almeida diria em uma crônica que consta no livro que leva o mesmo nome da música, de Orestes Barbosa: “Nem de nome eu conhecia o autor. Mas o que então dele pensei e disse, hoje o repito: uma só dessas duas imagens - o varal das roupas coloridas e as estrelas no chão (... ) - é quanto basta para que ainda haja um poeta sobre a terra”.

E nada melhor do que um dos seus feitores para passar todo o sentimento da obra. Como Orestes Barbosa só se aventurou como cantor em 1931, gravando “Nega, meu bem”, de Heitor dos Prazeres e em 1933, com uma marcha sua com Nássara, “As Lavadeiras”, a interpretação fica por conta de Silvio, que lhe garante toda a dramaticidade necessária. O vídeo é de 1978, em um programa da TV Cultura.



Em 1970, Os Mutantes dariam uma cara nova à canção no disco “Divina Comédia ou Ando Meio Desligado”. Claro que o tom sério havia se perdido e sobram brincadeiras sonoras. Há quem goste. Tire sua opinião, ouvindo aqui.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A Bahia de Carybé

Morar na Bahia e não se sentir bonitamente inundado com a cultura local beira o impossível. Ser artista na terra de todos os santos é receber influências por todos os poros, a todo instante. Ainda mais para quem estava acostumado com uma escola de arte bastante distinta, a européia.

É o caso de Hector Julio Páride Bernabó. Este é o nome verdadeiro de Carybé, pintor nascido em 1911, em Lanús, na Argentina, passou a infância entre Gênova e Roma, na Itália. Mas foi a Bahia, no início da década de 50, que o adotou e o fez brasileiro. Carybé já conhecia o Rio, onde freqüentou a Escola Nacional de Belas Artes, mas acabou se apaixonando pela vida baiana.

Com traços simples, desenhou a vida em Salvador e suas lavadeiras, capoeiristas, prostitutas e como não podia faltar: a música. Grande parte da sua obra está com a família do pintor que também era ceramista, escultor, gravador...


Alguns de seus quadros hoje podem ser encontrados por cerca de 7.00 a 1.000 reais, como é o caso da serigrafia “Vadiação” (abaixo), que custa R$ 820,00.


Mas há também algumas pechinchas, como a roda de samba que vem em seguida que está a venda no Mercado Livre, por R$210,00

Saiba mais sobre Carybé
Mais no Vermute
Veja os outros posts da seção "O Samba pintado"
Confira a nova seção "O samba no cinema"
Tim Maia também fez samba. Aqui

domingo, 1 de junho de 2008

Disco da semana: A Flor e o Espinho - Guilherme de Brito e Trio Madeira Brasil

Se por um lado Nelson Cavaquinho cantava com a voz rouca e rasgada, seu parceiro Guilherme de Brito era totalmente diferente, com uma voz grave e afinada. Guilherme é acompanhado do excelente grupo "Trio Madeira Brasil", que é oriundo do choro e é formado por um violão 7 cordas, um bandolim e um violão, dando às músicas uma roupagem diferente do convencional. Ele basicamente canta seus maiores sucessos e algumas menos votadas de seu mais constante parceiro, o já citado Nelson Cavaquinho.

Há apenas uma música que não é de autoria da dupla, que é "Distância". Nela, o cantor e compositor Fagner, parceiro de Guilherme nessa composição, faz uma bela participação. O disco conta com diversas participações, como Beto Cazes, que aparece na percussão das músicas "Pranto de Poeta" e "Garça". Beth Carvalho participa cantando na música "Folhas Secas", e Elton Medeiros é quem dá ar da graça batucando em uma caixa de fósforos na faixa "Gotas de Luar". E pra finalizar o disco em grande estilo, Moacyr Luz, que também é o produtor do álbum, é quem divide os vocais com Guilherme na música "Minha Festa".

P.S.: O Trio Madeira Brasil é formado por:
Marcello Gonçalves - Violão 7 Cordas.
Ronaldo do Bandolim - Bandolim.
Zé Paulo Becker - Violão.

Músicas:
1 - O Dono das Calçadas (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)
2 - Pranto de Poeta (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)
3 - A Flor e o Espinho (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito / Alcides Caminha)
4 - Minha Honestidade Vale Ouro (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)
5 - Mesa Farta (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)
6 - Garça (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)
7 - Folhas Secas (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito) com Beth Carvalho
8 - Distância (Raimundo Fagner / Guilherme de Brito) com Fagner
9 - Gotas de Luar (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito) com Elton Medeiros
10 - Meu Violão (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)
11 - Quando Eu Me Chamar Saudade (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)
12 - Minha Festa (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito) com Moacyr Luz

Baixe esse disco no Um Que Tenha.
Saiba mais sobre esse disco no Discos do Brasil.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...