domingo, 31 de agosto de 2008

Disco da semana: Vibrações - Jacob do Bandolim e Época de Ouro


Em 1967 Jacob do Bandolim encerrava sua discografia com chave de ouro. "Vibrações" é o último disco solo de Jacob e seu conjunto, o Época de Ouro. Veja o que diz Henrique Cazes sobre o LP:

"[...] um caso raríssimo de unanimidade na discografia brasileira. "Vibrações", de 1967, é um dos discos mais perfeitos já realizados no país. É também um trabalho que resiste ao tempo, soando sempre atual [...]."

Neste registro, Jacob prova que nunca se acomodou com a fama de grande instrumentista e de que sempre buscava a perfeição como bandolinista. Os méritos também devem ser divididos com o conjunto Época de Ouro, que era formado por: Dino 7 Cordas, César Faria, Carlinhos Leite, Jonas Silva, Gilberto d'Ávila e Jorginho do Pandeiro. Veja abaixo a descrição dos participantes do disco, feita pelo próprio Jacob na contracapa do mesmo.

"JACOB: Jacob Pick Bittencourt (N.14.2.918 - GB), estudante de bandolim desde 1933 (que perseverança!), perito-contador (o que é?), escrivão da Justiça Criminal da GB (treina na máquina o que tocará a noite) e escapulido do 1º enfarte quando interpretava o "Lamento", de Pixinguinha, o que valeu a pena.

DINO: Horondino José da Silva (N. 5.5.918 - GB), professor de violão de 6, 7 ou mais cordas que esse instrumento venha a ter. E que professor! Estuda tanto quanto leciona. Acabará tocando harpa... Não é chorão autêntico porque não chega atrasado, raro beber e adora ensaiar. Para meu orgulho, basta-me ser seu contemporâneo.

CÉSAR: Benedito César Ramos de Faria (N. 24.9.919 - GB) acompanha-me desde 1939. Oficial de Justiça da GB. Harmonizador do conjunto, é o único que, até hoje, conhece todo meu repertório. Não perdoa-me tê-lo gongado, em público, quando pretendeu ser cantor. Melhor. Tenho grande violonista.

CARLINHOS: Carlos Fernandes de Carvalho Leite (N. 1.1.924 - Estado do Rio) é agente fiscal deste Estado. Violão "gemedeira", bom para seresta, é rápido nos solos ou baixarias. Calmo e observador. Aliás recentemente ficou noivo. De namoro, dez anos! Muito calmo e observador, o Carlinhos.

JONAS: Jonas Pereira da Silva (N. 11.4.934 - Estado do Rio) é funcionário público em Niterói. Ótimo solista de cavaquinho, meu "centro" ideal, não toca "atravessado" e adapta, a cada número, palhetada adequada. Tudo isso ostentando linda mecha branca nos cabelos.

GILBERTO: Gilberto d'Ávila (N. 21.4.915 - Estado do Rio) é o pandeirista. Isso dito assim, parece nada, mas a segurança de suas batidas oferece-me tranqüilidade. Não suporta malabarismos, embora saiba fazê-los. Toca, só e bem. Basta-me. É também o "leão-de-chácara" do conjunto. Briga, é com ele...

JORGINHO: Jorge José da Silva (N. 3.12.930 - GB) é o ritimista. Irmão de Dino e primo de Tico-tico. Ouvido apurado, difícil de satisfazer, é o critico do conjunto
".

Músicas:
01 - Vibrações (Jacob do Bandolim) / Choro
02 - Receita de Samba (Jacob do Bandolim) / Choro
03 - Ingênuo (Pixinguinha) / Choro
04 - Pérolas (Jacob do Bandolim) / Choro
05 - Assim Mesmo (Luiz Americano) / Choro
06 - Fidalga (Ernesto Nazareth) / Valsa
07 - Lamentos (Pixinguinha) / Choro
08 - Murmurando (Fon-Fon) / Choro
09 - Cadência (Joventino Maciel) / Choro
10 - Floraux (Ernesto Nazareth) / Tanguinho
11 - Brejeiro (Ernesto Nazareth) / Tanguinho
12 - Vésper (Ernesto Nazareth) / Valsa

Informações tiradas da coletânea Jacob do Bandolim.

Baixe esse disco no um que tenha.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Inimigos do Batente, Tião Preto e Linha de Passe no Clube Anhangüera

A última sexta-feira do mês custou, mas chegou. E como de costume, hoje ocorrerá mais uma edição do "Anhangüera dá samba!". O convidado da vez chama-se Tião Preto. Confesso que não o conheço e por isso deixo aqui a descrição que está na Agenda do samba-choro:

Dono de um timbre de voz de "fazer suspirar", como bem define a cantora Railídia, e uma interpretação única, cheia de uma bossa malandra que é artigo raro no "mercado" atual, Tião é uma das grandes memórias do samba e da vida boêmia da cidade de São Paulo. Figura carimbada nas rodas de samba e seresta da Paulicéia, dono de bares que foram grandes pontos de encontro de músicos e boêmios (Vila Viro, Sem Saída, Café Paris), atravessar uma madrugada em sua companhia pode significar ouvir 15 ou 20 sambas maravilhosos praticamente esquecidos, ou ficar conhecendo as muitas "lendas" dos bares e das ruas de uma cidade que parece estar desaparecendo. Promessa de muito samba e muitas histórias que têm sido a marca desses encontros musicais.


A partir desta sexta haverá uma roda de choro que abrirá a noite às 19:00.

Inimigos do Batente convidam Tião Preto Grupo Choro em Linha de Passe

Local: Clube Anhangüera

Endereço: Rua dos Italianos nº1261 – Bom Retiro – São Paulo - SP

Data: 29/08

Horário: a partir das 19h

Ingressos: R$ 10,00 + um agasalho ou alimento não-perecível para doação a entidades assistenciais do bairro

Como chegar: Marginal Tietê (sentido Penha), passando a Ponte da Casa Verde, terceira rua à direita, primeira à esquerda e novamente primeira à esquerda.

Saiba mais aqui.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Os Desafinados ou O Mistério do Samba?

Os jornais já começaram a falar. Quem foi nas pré-estréias, já está dando seus pitacos. Os Desafinados ou Mistério do Samba? As duas estréias deste final de semana do cinema nacional estão ligadas por um eixo, a música brasileira.

Uma é documental. Falando dos seus grandes fundadores. De gente que já foi e de outros que estão por aí. Jair do Cavaquinho, Monarco, Paulo e Paulinho. A Vejinha disse que não vale a pena. O Estadão viu por outro lado. Talvez tenha um pequeno problema de roteiro sim, mas aviso que é muito mais emocionante ver Jair do Cavaquinho e outros grandes nomes conversando com o espectador quando se tem prévia empatia por ele.

O outro um romance, enredado nos anos após o breve início da bossa nova. Na minha opinião muito longo. Na sessão de pré-estréia, na sala menor do Frei Caneca (talvez a seis?), as poltronas não tiveram sossego, tanto que se ajeitava de um lado para o outro. Nem mesmo os créditos tiveram credibilidade. Grande parte do cinema levantou antes de passarem as principais letrinhas.

É verdade que o ideal é ver os dois, mas se tiver que escolher, meu voto é mais do que evidente. Mais vivo, enquanto o outro divaga em uma paixão, duas ditaduras e uma banda de música. Sexta-feira, está aí. Vale a pena ler o que estão dizendo e tomar a própria decisão sobre qual ver primeiro.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Vejinha diz não ao "Mistério"

O crítico Miguel Barbieri Jr. classificou o documentário O Mistério do Samba como fraco no seu espaço na Veja SP. Com apenas uma estrelinha, ficando apenas na frente da categoria péssimo, aí vai a crítica feita por Barbieri:

(*)O Mistério do Samba
de Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda (Brasil, 2008). Documentário.

Sócios da Conspiração Filmes, Carolina e Hollanda se uniram para um projeto interessante - levar às telas as curiosas histórias da Velha Guarda da Portela. O documentário também pretende mostrar o trabalho de Marisa Monte frente à extensa pesquisa musical feita para recuperar canções perdidas, posteriormente gravadas no CD Tudo Azul. Embora salpicada de depoimentos ternos, a fita se abre em várias direções. O problema maior está no roteiro à deriva que, pior, não chega a lugar nenhum. Nem mesmo os números musicais empolgam. Como entrevistadora, Marisa se mostra uma ótima cantora ao desperdiçar boas perguntas ao mestre Paulinho da Viola. Mas há Zeca Pagodinho, que canta e encanta com sua simpatia habitual (88min). por Miguel Barbieri Jr.

Comemorando os 100 anos

Começaram as festividades para Cartola! Nesta quinta-feira, um show no Rio de Janeiro comemorará o centenário do compositor. De graça, estarão reunidos no palco Marcos Sacramento e Luiz Flávio Alcofra.

O show está marcado para às 12h30 e será no Centro Cultural Light, na Av. Marechal Floriano, 168 térreo, perto do metrô Presidente Vargas. Mas fique esperto: os ingressos serão distribuídos uma hora antes do show

Para outras informações: 21-2240-3670
Ou visite o site: http://www.marcossacramento.com.br/

Lobão se defende

Há alguns dias o Vermute publicou uma entrevista com Lobão que saiu no Jornal do Brasil. Nas respostas, o compositor não mediu as palavras e soltou o verbo contra João Gilberto, o samba da Lapa e até mesmo Caetano.

No show que fez no Rio de Janeiro, parte do novo disco Obra em Progresso, Caetano não deixou barato. Mas Lobão reclamou da edição feita pelo Jornal do Brasil, afirmando que foi vítima. Tudo isso em uma outra entrevista na Cult.

CULT - O que achou do gesto do Caetano?
Lobão - Gosto da democracia, do exercício da liberdade de expressão. Caetano exibiu na abertura do show dele a página do jornal com minha entrevista. Falou do meu comportamento aos seus convidados. Mas Caetano é um bom homem, um bom baiano. A coisa triste foi a forma pouco ética da edição da entrevista que concedi ao Jornal do Brasil. Entre várias coisas, expliquei que, como carioca, é muito triste ver a minha cidade do jeito que está. Ora bolas, eu sou carioca e estou falando da minha cidade. Fiquei surpreso com a atitude do Caetano que nem sequer questionou o teor da entrevista, logo ele, que já foi tão editado na vida.

domingo, 24 de agosto de 2008

Disco da semana: Eduardo Gudin (1973)


Este é o primeiro disco solo de Eduardo Gudin e data do ano de 1973. Todas as músicas são de autoria do próprio Gudin, sendo que na maioria delas o parceiro é o grande letrista Paulo César Pinheiro e no restante entram em algumas parcerias Walter de Carvalho, Marcos Calazans e A.C. Carvalho. No disco há participações de Jane Morais e Paulo César Pinheiro cantando. Hermeto Pascoal é quem é responsável pelos arranjos da música "Choro do Amor Vivido". A capa do disco retrata o Bar do Alemão, que durante toda sua existência (e ele ainda existe!) se caracterizou como um núcleo de resistência da boa música brasileira.

Músicas:
1. Olha o que ela fez (E. Gudin/ Paulo César Pinheiro)
2. A velhice da porta - bandeira (E. Gudin/ P. C. Pinheiro)
3. E lá se vão meus anéis (E. Gudin/ P. C. Pinheiro)
4. Labirintos (E. Gudin/ P. C. Pinheiro)
5. Sozinho (E. Gudin/ P. C. Pinheiro)
6. Sem jeito (E. Gudin/ Marcos Calazans)
7. Desperdício (E. Gudin/ P. C. Pinheiro)
8. Dia de muito e véspera de nada (E. Gudin/ P. C. Pinheiro)
9. Nem réu, nem juiz (E. Gudin/A.C. Carvalho)
10. Choro do amor vivido (E. Gudin/ Walter de Carvalho)
11. Deixa teu mal (E. Gudin/ P. C. Pinheiro)

Baixe esse disco no Cápsula da Cultura.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Outra polêmica de Lobão

Que o Lobão gosta de polemizar, todo mundo já sabe. Acontece que às vezes o cara erra a mão e solta umas baboseiras sem tamanho. É o caso da última, em entrevista dada ao Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro

O João Gilberto, que gravou sua música ‘Me chama’, vai tocar no Rio...
– Na verdade ele assassinou a música, né? Cortou até o "nem sempre se vê lágrimas no escuro", porque não entendeu. Tem que dessacralizar esse cara e essa coisa da bossa nova, que não passa de uma punheta que se toca de pau mole. Não tem ninguém que o João Gilberto tenha chamado mais para ir na casa dele do que eu. E eu nunca fui.

Mas você não gosta de bossa nova?
– Bossa nova é uma língua morta, assim como essas bandas de choro e samba que existem hoje, que ficam tocando naquele lugar sujo que é a Lapa. Tem que parar com essa coisa de ficar lambendo o saco de universotário marxista branquelo, essa coisa loser manos, petista, que virou maioria no Brasil. Porque o Brasil é o país da culpa católica, um país em que se valorizam as pessoas feias.

Na sua opinião, o que precisa mudar no Rio para você voltar?
– A gente precisa de um candidato que tenha coragem de falar que tem que acabar com as favelas. Nisso até Carlos Lacerda tinha razão. O que seria da Lagoa Rodrigo de Freitas se ainda tivéssemos a Praia do Pinto e a Catacumba lá? Tem que deslocar esse pessoal pra algum lugar, proibir até rico de fazer casa em encosta, porque dá uma chuva e cai tudo.

E o Gilberto Gil? O que você achou da saída dele do ministério?
– O Gil, cara... isso vem, para mim, antes de ele ser ministro. Ele é falso, vem com aquele discursinho de "a rebimboca da parafuseta" e não fala coisa com coisa. E ficam as pessoas falando "Nossa, você viu como ele é culto, como fala bem?". O Gil não fala nada, enrola todo mundo. O Caetano é que é legal. A gente já brigou muito mas ele vai lá, fala, se defende.

Lendo toda a entrevista, me pergunto: O que seria da música brasileira sem o Lobão? É de se pensar, não?

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O juízo final da Velha Guarda

Ponto 1: Recentemente li o livro "No Princípio, era a Roda" de Roberto M. Moura, e uma das opiniões defendidas pelo autor, e que eu também compartilho, é de que o sambista, de fato, abandonou a escola de samba e deixou de cantar seus sambas lá para cantar nas rodas.

Ponto 2: Na última terça-feira fui à pré-estréia do documentário "O Mistério do Samba" e ficou bem evidenciado tanto no filme quanto no debate, que os integrantes da Velha Guarda são quem escolhem os seus sucessores. Para ser um integrante da Velha Guarda precisa ter uma ligação com a escola, ter uma ligação com os mais velhos. Enfim, precisa ter algum passado que o credencie a entrar para aquele grupo.

Acontece que hoje em dia os melhores sambistas não estão dentro das escolas de samba. Eles podem até torcer para alguma agremiação, mas não possuem aquela identificação que possuem os sambistas mais velhos. Sendo assim, digo que a Velha Guarda da Portela (ou da Mangueira, Império Serrano ou qualquer outra escola) está com os dias contados. Lógico que a "instituição" Velha Guarda nunca deixará de existir, porém acredito que a filosofia será um pouco alterada com o passar do tempo.

Viajando um pouco e divagando, acredito que no futuro, poderá haver Velhas Guardas das rodas. Isso porque do que tenho lido e pesquisado, hoje o ambiente de uma roda de samba é bem parecido com os dos ensaios nos idos tempos.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Rio, 40 Graus

Eu não me canso de me surpreender com o Youtube. Desta vez, encontrei um filme que pensava nunca ter chance de ver: Rio, 40 Graus.

Feito em 1955, por Nelson Pereira dos Santos, o filme é considerado a obra precursora do cinema novo, movimento que revolucionou o cinema nacional. É quase como se fosse um documentário, retratando o modo de vida dos cariocas na década de 50. Entre as participações, Alvaiade, Zé Keti, além de outros membros da Portela e da Escola de Samba Unidos do Cabuçu.

Como são oito partes, melhor do que ficar gastando linhas com o filme é colocar aqui o player. Divirtam-se:















terça-feira, 19 de agosto de 2008

Documentário sobre Candeia



Quem mora no Rio de Janeiro não pode perder a estréia do documentário "Eu Sou Povo!" nesta sexta-feira (22). O filme que trata da história de Candeia e da agremiação fundada por ele, o Quilombo, conta com vários depoimentos de gente que de um jeito ou de outro possui alguma ligação com o mestre e/ou sua obra. Rubem Confete, Waldir 59, Tereza Cristina, Sérgio Cabral, Tantinho da Mangueira e Wilson Moreira são alguns dos nomes que aparecem no filme.

A direção é de Bruno Bacellar, Regina Rocha e Luís Fernando Couto.

QUANDO: 22 de Agosto (sexta-feira), às 19:30
ONDE: IFCS / UFRJ no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (Largo do São Francisco, 1 2º andar), no Salão Nobre.


Saiba mais aqui.

Rapidinhas

Isaurinha Garcia no cinema

O cinema ganhará mais uma biografia de um personagem da música brasileira. A bola da vez é a cantora Isaurinha Garcia. O filme retratará também a vida do pianista e marido Walter Wanderley. O roteiro é assinado por Júlio Fischer.

Carmen Miranda por Ná Ozzeti, no FECAP

Começa nesta quinta-feira (21) o show "Balangandãs". Nele a cantora Ná Ozzeti homenageia a portuguesa Carmen Miranda. No show haverá músicas de Ary Barroso, Assis Valente, Synval Silva etc. O evento acontecerá no bom Teatro Fecap e ficará em cartaz até o dia 31.

Teatro Fecap - av. Liberdade, 532, Liberdade, região central.
Tel. 3188-4149.
400 lugares.
Qui. (dia 21): 21h. Até 31/8. 75 min.
Não recomendado para menores de 12 anos.
Ingr.: R$ 30 (estudantes: R$ 15). Valet (R$ 12).

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

"O Mistério do Samba" terá pré-estréia gratuita

Quem estava esperando ansiosamente por assistir ao documentário "O Mistério do Samba", dirigido por Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda, não pode perder esta oportunidade.

Nesta terça-feira, em São Paulo, será a pré-estréia do filme. Marcada para acontecer às 20h, no Cine Bombril (av. Paulista, 2.073, tel. 0/ xx/11/3285-3696), a sala terá livre acesso aos interessados. Isso mesmo, de graça e com um plus: após a sessão os diretores e a cantora Marisa Monte participarão de um bate-papo com a platéia. A mediação será do jornalista Luiz Fernando Vianna.

Para participar do evento, basta retirar o ingresso na bilheteria do cinema a partir das 19h. Eu já assisti ao filme e recomendo. Mesmo assim não quero perder essa.

Os discos de Baden

Por conta do lançamento da Coleção Folha 50 anos de Bossa Nova, o jornal resolveu fazer algumas matérias envolvendo os 20 artistas que foram selecionados. O nome desta semana é o violonista Baden Powell e as matérias são as mais diversas.
Uma que vale o destaque é a que explica o motivo do nome do compositor e faz uma síntese da sua história. Outra traz umas curiosidades de Powell, como o fato de ter virado evangélico no final da vida.

Uma delas, também, apresenta a discografia de Baden Powell, que está aqui transcrita. Aproveitem.

"Apresentando Baden Powell e seu violão" (1959) Philips LP
"Um violão na madrugada" (1961) Philips LP
"Baden Powell swings with Jimmy Pratt" (1962) Elenco LP
"Baden Powell à vontade" (1963) Elenco LP
"Le monde musical de Baden Powell, vol. 1" (1964) Barclay LP
"Billy Nencioli et Baden Powell" (1965) Barclay LP
"Ao vivo no Teatro Santa Rosa" (1966) Elenco LP
"Tempo feliz" (1966) Forma LP
"Os afro-sambas de Baden e Vinicius" (1966) Forma LP
"Tristeza on guitar" (1966) Saba LP
"Berlin Jazz Festival" (1967) Saba LP
"Poema on guitar" (1968) Saba LP
"27 horas de estúdio" (1968) Forma LP
"Baden, Márcia e Originais do Samba" (1968) Philips LP
"Le monde musical de Baden Powell, vol. 2" (1969) Barclay LP
"Canto on guitar" (1970) MPS LP
"Imagen on guitar" (1970) MPS LP
"Lotus" (1970) Festival/Musidisc LP
"Baden Powell Quartet, vol. 1" (1970) Barclay LP
"Baden Powell Quartet, vol. 2" (1970) Barclay LP
"Baden Powell Quartet, vol. 3" (1970) Barclay LP
"A música de Baden Powell e Paulo César Pinheiro e Os Cantores da Lapinha" (1970) Elenco LP
"Baden Powell - Carinhoso" (1971) Barclay LP
"Estudos" (1971) MPS LP
"L'âme de Baden Powell" (1971) Festival LP
"L'art de Baden Powell" (1971) Festival LP
"Le génie de Baden Powell" (1971) Festival LP
"Le coeur de Baden Powell" (1971) Festival LP
"Solitude on guitar" (1971) CBS LP
"Grandeza on guitar" (1972) CBS LP
"Samba triste" (1972) Festival LP
"Face au public-Olympia 1972" (1972) King Records LP
"Apaixonado" (1973) MPS LP
"Gravado ao vivo em Paris" (1973) Barclay LP
"La grande réunion avec Stephane Grappelli, vol. 1" (1974) Festival LP
"La grande réunion avec Stephane Grappelli, vol. 2" (1974) Festival LP "Mélancolie: Baden Powell et cordes" (1976) Festival LP
"Tristeza on Guitar" (1976) Festival LP
"Canta Vinicius de Moraes e Paulo César Pinheiro" (1977) Festival LP
"Maria d'Apparecida et Baden Powell" (1977) Adda LP
"Nosso Baden" (1979) WEA LP
"O grande show, ao vivo no Procópio Ferreira" (1979) WEA LP
"De Baden para Vinicius" (1980) WEA LP
"Felicidades" (1983) Pläne LP
"Live at the Rio Jazz Club" (1990) Caju CD
"Os afro-sambas" (1990) JSL CD
"Seresta brasileira" (1991) Caju CD
"Live in Switzerland" (1992) Phonogram CD
"The Frankfurt opera concert" (1992) Tropical CD
"Baden Powell de Rio a Paris" (1994) Body & Soul CD
"Baden Powell e filhos ao vivo" (1994) CID CD
"Live at Montreux Jazz Festival" (1995) Frémeaux CD
"Suíte afro-consolação" (1998) King Record CD
"Vivendo Vinicius" (1999) BMG CD
"Lembranças" (2000) Trama CD
"Baden Powell" (2003) Universal Music Caixa com 13 CDs
"O Universo Musical de Baden Powell" (2003) Universal Music CD


domingo, 17 de agosto de 2008

Disco da semana: Partido Alto Nota 10 - Aniceto do Império


Aniceto do Império foi um dos maiores nomes do samba, em especial do partido alto. No entanto só conseguiu lançar dois LPs ao longo da carreira e o primeiro foi lançado em conjunto com Campolino. O disco escolhido para essa semana é o segundo disco de Aniceto e foi lançado originalmente no ano de 1984.

O disco é inteiramente formado por partidos de autoria do próprio. Alguns artistas de peso dão o ar da graça em algumas faixas, como: Martinho da Vila, Roberto Ribeiro, Zezé Motta, João Nogueira, Dona Yvonne Lara e a grande Clementina de Jesus. Os portelenses Alberto Lonato, Argemiro do Patrocínio e Casquinha também dão uma força comandando os pandeiros. No partido "Quando Louvar Partideiro" Aniceto presta uma homenagem aos precursores João da Baiana e Donga. Ainda nessa música o sambista prevê um comportamento que quem gosta de um samba mais antigo com certeza já passou. Em um improviso Aniceto diz:

Hoje me torno antiqüado
Pois censuro a inovação
Partido alto antigo
Batido na mão é muito bom

Vale ressaltar também a excelente qualidade do grupo que acompanha o mestre, que é formado por:
José Menezes - Violão / Viola / Cavaquinho
Carlinho (Conjunto Nosso Samba) - Cavaquinho
Alberto Lonato / Argemiro / Casquinha / Paulinho do Pandeiro - Pandeiros
Geraldo Bongô - Tumbadora
Gordinho (Conjunto Nosso Samba) - Prato e Faca / Surdo na faixa "Entrevista"
As Gatas / Doca / Djanira / Dulce / Conjunto Nosso Samba - Coro

Enfim, um disco que mais do que baixar é interessante tê-lo.

Músicas:
1 - Partido Alto (Aniceto)
2 - Desaforo (Aniceto) participação especial: Martinho da Vila
3 – É fogo (Aniceto)
4 - Chega devagar (Aniceto) participação especial: Roberto Ribeiro
5 - Difícil (Aniceto)
6 - Ginga de Yayá (Aniceto) participação especial: Zezé Motta
7 - Quando louvar partideiro (Aniceto)
8 - Entrevista (Aniceto) participação especial: João Nogueira
9 - És partideiro? (Aniceto)
10 - Quem é teu pai (Aniceto) participação especial: Dona Yvonne Lara
11 - Mulher na presidência (Aniceto)
12 - Dona Maria Luiza (Aniceto) participação especial: Clementina de Jesus

Baixe esse disco no Prato e Faca.

sábado, 16 de agosto de 2008

Adeus Caymmi

Faleceu hoje por volta das 6h o compositor, cantor e violonista Dorival Caymmi. Nascido no ano de 1914, Dorival só começou a compor em 1933. No ano seguinte já arranhava o violão, tendo como professores seu pai e seu tio. Segundo sua neta, Stella Caymmi, o avô só lançou 100 músicas ao longo da carreira.

Algumas atravessam os anos e já estão naquela seleta galeria de "músicas que todo mundo conhece". Entre elas estão: "O que É que a Baiana Tem?", "Maracangalha", "Saudade de Itapoã" e "Rosa Morena".

Segundo nota da Folha Online, familiares disseram que a causa-mortis foi insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O samba pintado por Roberto Bastos Cruz

Lendo um livro hoje pela manhã, me deparei com a reprodução de uma obra de um pintor chamado Roberto Bastos Cruz. A tela "Que Deus abençoe esta bagunça" retratava o ambiente do famoso bar BIP BIP, no Rio de Janeiro. Pesquisei algumas obras e um pouco da vida deste artista para que pudesse ser feito mais um "o samba pintado", até porque já faz algum tempo que não tinha um. Por não ser um nome muito conhecido não há muita coisa na internet sobre ele, inclusive a obra citada acima não consegui encontrar.




Roberto é arquiteto de formação, porém já pintava desde os tempos de criança. Ele já trabalhou ao lado de Burle Marx, já fez a cenografia de um filme de Cacá Diegues (Quilombo - 1984) e já expôs seu trabalho em diversos lugares. Entre eles o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e o BIP BIP, onde foram exibidas 29 telas que retratavam o bar. Sua principal temática é o cotidiano das pessoas, principalmente o carioca. Sendo assim, Roberto não poderia fechar os olhos justamente para o que o Rio de Janeiro exala: o samba.



A ligação de Roberto com o bar é tanta que uma de suas telas serviu de capa para o CD "Roda de Samba no BIP BIP".

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Casal Gasolino cai no samba

No ínício da década de 1960, as televisões brasileiras começaram a transmitir uma criação publicitária sueca que deu muito certo ao redor do mundo, o "Esso Gubben". Ou como ficou conhecido aqui: o Gasolino.

Elaborado por Günnar Dalin, o personagem é uma gotinha de gasolina animada e foi utilizada pela empresa de publicidade McCann Brasil para vender uns litros de gasolina Esso. A idéia caiu nas graças do povo com a criação do par do gasolino, formando o Casal Gasolino.

O casal estreou em anúncio da revista “Essograma” e logo depois a revista “Essonotícias”, da Colômbia, também encampava a ideia de um casal no lugar de um personagem só.

As duas gotinhas apareciam em situações corriqueiras, sempre trocando carinhos. Uma dessas situações é o "gotinho" cantando para sua parceira os seguintes versos em tom de bossa nova:

Esso faz seu carro o máximo
Esso faz seu carro o máximo
Esso faz seu carro o máximo
Veja o que Esso faz


Em seguida, rola um samba no toca discos e as gotinhas dançam!!!
A letra não é lá um primor, mas o resultado final até que é divertido. Sem contar o pioneirismo, afinal antes se usava pouquíssimas animações em propagandas. Vale lembrar que os intervalos eram veiculados sempre no horário mais nobre da TV, o intervalo do “Repórter Esso”.


terça-feira, 12 de agosto de 2008

Agenda de Agosto

Nunca sai no dia, mas vem cheia de coisas boas. Com vocês, a agenda do Vermute!

Evidentemente o destaque desta agenda seria o show da Marisa Monte com a Velha Guarda da Portela, que vem para divulgar o filme O Mistério do Samba. Seria. Acontece que é já está tudo esgotado e não dá pra recomendar algo que ninguém mais pode comprar ingresso.

Então o destaque fica para os workshops seguidos de shows que o Sesc Rio está organizando. O que mais me chamou a atenção é o do Altamiro Carrilho, que aos 83 tem muito o que contar. O workshop está marcado para as 13h, enquanto o show será ás 20h.

Para não correr o risco no mês que vem, já deixo uma dica: os shows que unirão novamente Cristina Buarque e o Terreiro Grande. No Rio de Janeiro, os dias marcados são 6 e 7. O primeiro no Clube Municipal de Paquetá e o segundo no Trapiche da Gamboa. Em São Paulo, o show, que será no Sesc Pinheiros está marcado para o dia 20 de setembro, mas os ingressos estarão à venda, quase um mês antes, no dia 26.

Para ver a agenda inteira, basta rolar a barra e olhar para a direita. Fácil, fácil.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Vermute conta o samba: Andorinha

Um dos parceiros mais constantes do sambista Henricão é o também paulista Rubens Campos. Com ele compôs Já é Madrugada e os grandes sucessos da carreira Só Vendo Que Beleza (Marambaia) e a Está Chegando a Hora*, aquela música que é cantada nos estádios quando um time está prestes a ser eliminado.

Outra música que foi fruto de uma parceria dos dois foi a marcha-rancho Andorinha. Aconteceu em uma viagem ao Rio de Janeiro, quando os dois estavam sentados em um banco da praça Tiradentes e notavam que um bando de adorinhas revoavam o lugar.

Henricão notou que uma delas ia sempre um pouco mais atrás das outras e disse: "Isso dá música" e o amigo respondeu "Ô Henricão, você de tudo quer fazer música". Mesmo assim no dia seguinte Henricão foi ao escritório de despachante de Rubens e lhe entregou os primeiros versos. Até Dedé, a sobrinha de Henricão entrou na parceria.

*Adaptação de Henricão e Rubens Campos sobre a melodia "Cielito Lindo" de Fernandez








domingo, 10 de agosto de 2008

Disco da semana: O Canto dos Escravos - Clementina de Jesus, Tia Doca e Geraldo Filme


O disco escolhido para passar a semana ali no canto direito dessa vez não é nem de samba ou de choro. E sim de cantos (jongos, vissungos e ladainhas) que foram recolhidos na região de São João da Chapada, em Diamantina, Minas Gerais por Aires da Mata Machado Filho.

Originalmente lançado pela Marcus Pereira em 1982 e relançado pela gravadora Eldorado no ano de 2003. Os cantos são interpretados por Tia Doca, pastora da Velha Guarda da Portela, o sambista paulistano Geraldo Filme e Clementina de Jesus que dispensa apresentações. Não há muito o que dizer sobre o disco até porque me falta conhecimento sobre esses tipos de cantos, porém muito me agrada as músicas. Principalmente a melodia.

Músicas:
1-Canto I (Folclore)
2-Canto II (Folclore)
3-Canto III (Folclore)
4-Canto IV (Folclore)
5-Canto V (Folclore)
6-Canto VI (Folclore)
7-Canto VII (Folclore)
8-Canto VIII (Folclore)
9-Canto IX (Folclore)
10-Canto X (Folclore)
11-Canto XI (Folclore)
12-Canto XII (Folclore)
13-Canto XIII (Folclore)
14 -Canto XIV (Folclore)

Baixe esse disco no Som Negro.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A primeira música na TV brasileira

Um registro histórico. Em 1950 a televisão era inaugurada no Brasil. Em São Paulo Assis Chateaubriand e Homero Silva colocam nas telinhas o primeiro programa da TV Tupi: "Show na Taba".

O primeiro musical veio também em 1950. Nele, Hebe Camargo (sim, a Hebe está na televisão desde o seu primeiro dia!) e Ivon Curi cantam a toada "Noite de Luar", de autoria de José Maria de Abreu, Alberto Ribeiro e do próprio Curi.

A gravação não é lá essas coisas, mas isso já era de se esperar. Ah, vale lembrar outro detalhe: era tudo ao vivo, ou seja, qualquer errinho e puf, ia tudo pro ar.



Se você não conseguir assistir ao vídeo, clique aqui.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Força Monarco!

Recentemente Monarco cancelou alguns shows por conta de uma dor nas costas. Parece que não era só isso. Nesta quarta-feira o compositor foi diagnosticado com uma rara doença neurológica. Chamada de parapesia ou Síndrome de Guillian-Barré, a doença leva à perda da força muscular dos membros inferiores.

Monarco está internado no Hospital dos Servidores do Estado, no Centro do Rio e, segundo a assessoria de imprensa, responde bem ao tratamento. O Vermute com Amendoim quer deixar aqui todo seu apoio a este portelense e sabe que a força o ajudará a vencer mais este desafio.

Força Monarco!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Homenagem a Batatinha

Batatinha morreu no dia 3 de janeiro de 1997, em Salvador. Hoje seria dia do seu aniversário de 84 anos. E é para homenagear o gráfico aposentado Oscar da Penha que o Theatro XVIII, na capital baiana, abre espaço para o samba.

O projeto batizado de A Hora da Razão irá acontecer todas as sextas-feiras, a partir deste dia 8, até dia 29. A idéia surgiu da professora de canto Ana Paula Albuquerque, que motivou seus alunos a fazer uma pesquisa sobre a vida e a obra de Batatinha. O ingresso custa quatro reais.

Além da música, haverá exibição de imagens do documentário Batatinha e o Samba Oculto da Bahia, lançado em 2006, com direção de Pedro Abib

Nesta terça ocorre uma espécie de pré-estréia, no Largo Quincas Berro D´Água, no Pelourinho, às 21h, com acesso gratuito. Vale a pena.

A Hora da Razão
Local: Praça Quincas Berro d'Àgua (Pelourinho)
Terça-feira, 5, às 21h
Gratuito

A Hora da Razão
Local: Theatro XVIII, Pelourinho
Todas as sextas (de 8/8 a 29/08), às 20h
R$ 4
Bilheteria do Theatro: 3322-0018

Sargento com novo CD, no Canecão

A agenda de agosto do Vermute ainda não entrou no ar, no entanto já adianto o show de Nelson Sargento que ocorrerá amanhã no Canecão, RJ. O espetáculo marcará o lançamento de "Versátil", o mais novo trabalho do sambista.

Depois de sete anos sem gravar, Sargento volta com um álbum recheado com músicas inéditas. A gravadora resposável é a Olho do Tempo, do sambista, parceiro e amigo Agenor de Oliveira.

O nome do disco é justificado pela inclusão de um fox-trot, uma valsa, um bolero e é claro sambas. Entre as músicas há um samba enredo de Nelson que foi desclassificado no ano de 1999, também há um samba feito em parceria com o mestre Cartola. Participam do disco o músico Wagner Tiso, Zeca Pagodinho, Dona Ivone Lara e a Velha Guarda da Mangueira.

Parece que o disco também deu novo ânimo ao artista, já que ele ainda pretende lançar um DVD, e ainda tem planos de apresentar programas da série "Sala de Recepção", do Canal Brasil, sobre a vida de compositores.

NELSON SARGENTO
Quando: amanhã, às 21h
Onde: Canecão (av. Venceslau Brás, 215, Botafogo, Rio de Janeiro, tel. 0/ xx/21/2105-2000)
Quanto: 1 kg de alimento não perecível, que deve ser trocado por um ingresso no posto de coleta situado na rua Francisco Sá, 13, em Copacabana
Classificação Indicativa: Não recomendado para menores de 15 anos


Saiba mais na página da Ilustrada.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A Lapa entre o novo e o velho

Quem anda na Lapa hoje se dá conta de como duas realidades distintas podem se encontrar e viver em uma harmonia que assusta quem ainda não está acostumado. É ver ao mesmo tempo, crianças entupindo o nariz de cola, enquanto turistas e moradores da Zona Sul do Rio gastam um bocado de dinheiro.

A Lapa nasceu como um reduto de bambas, de malandros. E ser malandro na década de 30 não era fácil, como não é fácil hoje. Só que hoje os malandros que ali trançam as pernas são olhados de longe por gente como eu, que ando por lá em busca de uma boa música para se ouvir.

A Lapa é suja sim. Porque o dia em que a Lapa for limpinha como as ruas do Leblon, aí perdeu a graça. (A foto é da década de 20 e foi tirada da Rua do Riachuelo)

Dito isto, falo agora do novo documentário que vem por aí. Sistema Lapa de Samba é dirigido pelo jornalista Bruno Maia e ainda não tem data de estréia. O filme conta a trajetória da Lapa, que na década de 50 chegou ao fundo do poço e vem ressurgindo desde 1997.

Bruno tenta provar que há uma nova revolução do samba, que está surgindo na Lapa. Verdade ou não, o documentário está aí para criar polêmica. Estou ansioso.



Conheça também o artista plástico que criou o mosaico da escadaria da Lapa

domingo, 3 de agosto de 2008

Disco da Semana: Paulo César Pinheiro - 1980


Taí um disco que tenho escutado bastante nas últimas semanas. Lançado originalmente em 1980, o disco que leva somente o nome de Paulo César Pinheiro é composto apenas por músicas de sua autoria. A maioria delas são parcerias feitas somente com pesos pesados como: João Nogueira, Baden Powell, Mauro Duarte, Eduardo Gudin, Sivuca, Miltinho, Tom Jobim e outros.

Aguns dos parceiros citados também participam cantando. Porém o que torna este disco especial, na minha concepção, é a variedade de estilos de sambas presente nele. Ou seja, neste disco Paulo mostra que é um artista bastante versátil e que consegue se adaptar e ao estilo do parceiro.

Músicas
1- Pelas ruas da cidade (Paulo César Pinheiro)
2- Minhas esquinas (Paulo César Pinheiro - João Nogueira)
3- Mesa redonda (Baden Powell - Paulo César Pinheiro)
4- Jogo de Angola (Paulo César Pinheiro - Mauro Duarte)
5- Mãos vazias (Eduardo Gudin - Paulo César Pinheiro)
6- Mãe África (Paulo César Pinheiro - Sivuca)
7- Toada brasileira (Ivor Lancellotti - Paulo César Pinheiro)
8- Quadrão (Guinga - Paulo César Pinheiro)
9- Estrela da terra (Dori Caymmi - Paulo César Pinheiro)
10- Estrela guia (Paulo César Pinheiro - Sivuca)
11- Matita Perê (Tom Jobim - Paulo César Pinheiro)
12- Maior é Deus (Eduardo Gudin - Paulo César Pinheiro)
13- Bezouro Mangangá (Baden Powell - Paulo César Pinheiro)
14- Cicatrizes (Paulo César Pinheiro - Miltinho)

Baixe esse disco no Cápsula da Cultura.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Aprendendo com o mestre

Há pouco tempo foi criada a seção "Samba e Jazz" e já vou dar outra contribuição:

Trata-se de um vídeo do saxofonista Gerry Mulligan aprendendo o Samba de uma nota só, de Tom Jobim e com o próprio Tom. O vídeo foi feito na década de 1950, no apartamento de Mulligan. Curiosamente ele não está empunhando seu tradicional sax barítono, mas sim um clarinete.

Outro fato curioso é que mesmo sendo um músico de primeira, Mulligan tem dificuldade de acertar o tempo da música. Ele confessa isso durante a gravação, quando fala da última frase: "É uma frase muito difícil". Tom concorda e consola o companheiro dizendo que, para ele, tocar jazz também é muito difícil.

É então que entra a explicação sobre o que tanto se fala da criação de João Gilberto: a nova batida. Ou como eles dizem: "The rhythm section". São notas atrasadas ou que entram no tempo fraco, deixando o andamento diferente do que os ouvidos do jazz estavam acostumados.

Quando a aula termina, Mulligan já consegue tocar perfeitamente. Uma prova de que um aluno brilhante e um professor espetacular dão resultado!



Em outro post, a mesma música foi explorada. Era a rainha do Scat Singing, Ella Fitzgerald .

Morreu Gibi

Morreu na noite da última quinta-feira o compositor Walter Pereira, o Gibi. Com 83 anos, Gibi estava internado em um hospital da zona sul do Rio de Janeiro. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos.

Ele é o autor de sambas que caíram nas graças do povo, como "Ziriguidum 2001", que deu o título a Mocidade Independente de Padre Miguel em 1985 e "Tupinicópolis", feito em 1987 também para a Mocidade.

O corpo está sendo velado na capela B do cemitério São Franciso Xavier, conhecido como cemitério do Caju, na região portuária do Rio, desde o fim da manhã desta sexta-feira. O enterro está marcado para as 16h.
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