quinta-feira, 30 de abril de 2009

Nem Orkut, nem Twitter. Roda de samba


O samba é uma das maiores pedras, se não a maior, no sapato das multinacionais da música. Já se tentou até colocá-lo num molde, a fim de transformá-lo em mais um subproduto na prateleira das lojas. Quem não se lembra dos anos 90, quando grupos com óculos na testa e passinhos ensaiados eram mato na tv? No entanto o samba resistiu (e segue resistindo), provando que ele é mesmo o ritmo que "agoniza, mas não morre".

Para entender por que o samba resistiu aos milhões investidos na sua mercantilização, basta olharmos para uma coisa que já está bastante presente no nosso cotidiano, as chamadas "redes sociais", que envolvem sites como Orkut, Facebook, Myspace, Twitter e outras tantas. Com as tais redes ficou muito mais fácil ter acesso a um sem número de discos, informações e pessoas com as quais se podem trocar as mais variadas ideias. Eu mesmo, assumo, se não fosse a internet, não conheceria um terço dos discos que conheço hoje.

Entretanto, o papel que hoje é desenvolvido pelos sites sociais sempre aconteceu, logicamente em uma escala muito menor, nas rodas de samba espalhadas por todo país. Repare que uma roda de samba exerce importantes papéis: além de reunir pessoas com uma afinidade semelhante, também faz com que sambas antigos continuem vivos e com que sambas novos sejam produzidos e executados. Além disso, nas rodas se conversa muito. Ouso dizer que depois de cantar, beber,dançar e acompanhar a música com palmas, o que mais se faz numa roda é conversar, e não apenas sobre samba. E aí, notou alguma semelhança com alguma comunidade do Orkut?

A roda de samba foi a primeira e a mais antiga grande rede social do Brasil. E seu papel foi fundamental para que o samba atravessasse os anos de maneira bem sólida, e sem varizes.


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quarta-feira, 29 de abril de 2009

De olho na Virada!

A 5ª Virada Cultural de São Paulo está se avizinhando. Durante 24 horas, a cidade estará repleta de atrações culturais para todos os gostos. Para este ano, são esperadas 330 mil pessoas circulando pela região central. Mas com tanta coisa para se fazer é bom sair com uma listinha e isso o Vermute fez para você:

Sábado
14h00 - Sarau Chama Poética – Homenagem a Ataulfo Alves (Museu da Língua Portuguesa)
Para quem não quer perder nada, esse é um bom começo. O MLP antecipa o começo da Virada com um Sarau em homenagem a Ataulfo Alves.

18h30 - Anelis Assumpção – (Largo Santa Ifigênia)
A filha de Itamar Assumpção carrega o mesmo jeito de cantar do pai, mas com um toque feminino que agrada. O balanço de Anelis tem tons de samba, reggae, hip hop e, é claro, da vanguarda paulistana. Tá em dúvida? Dá uma olhada no vídeo!



19h30 - Choro das três (Conselheiro Crispiniano)

Abrindo a programação do palco voltado à música instrumental, o Choro das Três promete composições que estão fora do mainstream. No Myspace das meninas é possível ver do que elas são capazes!

21h00 - Egberto Gismonti interpreta o disco Alma de 1986 (Teatro Municipal)
O Teatro Municipal já ficou famoso por sua grandes releituras de discos memoráveis. Egberto Gismonti será um dos titãs que se apresentará por lá. Mas quem quer ver os show do Municipal deve chegar pelo menos uma hora antes e enfrentar a fila. Afinal, os ingressos são limitados. Se você vai e não quer chegar no show sem conhecer uma música sequer, baixe o disco aqui.

23h00 - Trio Mocotó (Av. Rio Branco)
O palco da Av. Rio Branco será todinho para o samba-rock. E quando se fala em samba-rock, se fala em Mocotó (veja o Myspace dos caras). Esse eu classifico como imperdível.

Domingo
1h50 - Curumim (Largo Santa Ifigênia)
Madrugada adentro e o bicho continua pegando! Revelação de 2008, o show do Curumim também está na lista dos imperdíveis. Com uma levada brasileira, um sintetizador, uma guitarra e um baixo, o som é perfeito para embalar a madrugada.



4h00 - Os Opalas (Av. Rio Branco)

Voltando para o samba-rock, às quatro da matina entram em cena Os Opalas. Habitués da noite de São Paulo, os caras prometem agitar a Avenida Rio Branco. Quem não quiser dormir já sabe! Se liga no Myspace deles.

6h20 - Guem e Cia Abaeté (Anhangabaú)
Às 6h20 pare tudo o que você estiver fazendo. Se estiver dormindo, acorde! Isso porque, Guem, um dos maiores nomes da percussão mundial vai quebrar tudo. E o negão é mesmo bom demais. Se liga:



9h20 - Alessandro Penezzi (Conselheiro Crispiano)
Comparado com Yamandu Costa e Rafael Rabello, ele é violonista, compositor e arranjador. O que chama a atenção é a velocidade e precisão com que Alessandro acha as notas em seu instrumento. Sem falar que ele com 35 anos, já tem dois CD lançados e vem conquistando os palcos europeus. Toca tudo de música brasileira, principalmente choro e samba.

11h20 - Danilo Brito (Conselheiro Crispiniano)

Às 11h20 o bandolinista Danilo Brito mostra toda sua proficiência com o instrumento. Eu não perderia, ainda mais pelo que vem em seguida.

13h20 - Gabriel Grossi (Conselheiro Crispiniano)
Não precisa nem sair do lugar. Depois de Danilo Brito entra o surpreendente Grabriel Grossi e seu chorinho gaiteado. O cara é mesmo impressionante, dá uma olhada:



14h50 - Gafieira São Paulo (Av. Rio Branco)
Repertório essencialmente brasileiro: samba, choro, maxixe, forró, baião. A cantora Verônica Ferriani solta a voz ao lado de excelentes músicos. A banda resgata a atmosfera dos clubes de dança. Som de alta qualidade. Ajustado pra quem quer balançar o esqueleto!

15h00 - Novos Baianos (Av. São João)
Quem tem saudade da formação original dos Novos Baianos poderá se reencontrar com os caras às três da tarde, na Avenida São João. Nem precisa falar o quanto vale a pena.

16h50 - Havana Brasil (Av. Rio Branco)
Quem ainda quiser arriscar uns passinhos de samba-rock e música latina, terá oportunidade. O pessoal do Havana Brasil toca no final da tarde.

Ah, nos intervalos de toda essa festa não deixe de prestigiar o samba da Praça Alfredo Issa. Durante as 24 horas de duração do evento, o batuque vai rolar solto!


E mais um detalhe importante: durante as 24 horas da Virada, os trens do metrô e da CPTM funcionarão sem parar!

No tempo de Noel (11 de 11)

Finalmente chegamos ao último arquivo do programa No tempo de Noel. Para baixar este clique aqui. Para ouvir e baixar os outros clique aqui.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Todo tempo que eu viver...

Sambistas de variadas épocas se unem a Nelson Sargento para cantar um dos mais belos sambas do Mestre Cartola. O vídeo foi feito para o programa Sarau, da Globo News, em homenagem ao centenário do sambista no ano passado. Confira aí:

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A dona da cabeleira vermelha

A pedrada de hoje tem tudo a ver com uma desavença entre dois grandes nomes do samba: Clara Nunes e Beth Carvalho. Nos idos de 1970, as duas se desentenderam por um motivo nada nobre: o figurino e o cabelo. Acontece que tanto Clara como Beth reivindicam a criação do estilo "afro-brasileiro", o que nada mais é do que roupas largas e aquele cabelão vermelho esvoaçante:


O imbróglio foi tanto que Clara fazia questão de provocar Beth sempre que a via, puxando o samba "Verdades Aparentes", de Gisa Nogueira. É esse samba que você escuta hoje aqui, na voz da própria Gisa:



Pra quem gosta de cachaça
Toma uísque muito caro
Pra quem diz que é do subúrbio
‘Luna bar’ fica distante
Pra quem prega a todo instante a justiça social
Tá ganhando muita grana e investindo capital
É melhor deixar de extremos que já tá pegando mal

Que verdade é essa que você conta pra gente
Na verdade a verdade é geralmente aparente

Você me diz que detesta ser notícia de jornal
Mas quando vê jornalista fica perto e coisa e tal
Dita as regras do jogo, mesmo sem saber jogar
Freqüenta escola de samba, mas só curte a classe A
Bom crioulo só tem vez quando for pra impressionar

Que verdade é essa que você conta pra gente
Na verdade a verdade é geralmente aparente

Critica, implica, explica
Enreda, remeda e conserta
Agita, atiça e fuxica
Futrica, complica, intriga e entrega
Manobra a obra e cobra os louros daquilo que você não fez
Você parece com cobra que ataca de bote e mata de vez

Que verdade é essa que você conta pra gente
Na verdade a verdade é geralmente aparente

Acende uma vela pra Deus e uma outra pro diabo
Aos domingos vai à missa
Sexta-feira faz despacho
Diz que o feijão tá caro, mas só come feijoada
Teu problema é de fachada
É de cara mascarada
Tá sempre em cima do muro
Esperando uma virada


A briguinha continuou com o decorrer dos anos. No livro Clara Nunes, Guerreira da Utopia, Vagner Fernandes, a própria Beth dá sua versão do ocorrido e alfineta: "A estilista Zuzu Angel fez o figurino e o cabeleireiro Silvinho deu a idéia do cabelo ruivo para mim".

Já o produtor e ex-marido de Clara, Adelzon Alves tem outra história pra contar: "Se você ler a contracapa do primeiro disco da Clara vai ver que a idéia do estilo afro-brasileiro foi minha e está lá. Ela foi inspirada na Carmem Miranda e aprovada pelo diretor da Odeon, Milton Miranda. Deu certo e é normal que todo mundo queira ser o pai de um filho bonito", conta. "A Beth percebeu que o estilo de Clara dava certo", acrescenta o produtor.

domingo, 26 de abril de 2009

Disco da semana: 1976 - Carlos Cachaça


Carlos Cachaça, além de ser um dos fundadores da Mangueira, foi um dos principais parceiros de Cartola. Ainda assim só conseguiu gravar seu nome em uma bolacha. Houve algumas participações em um disco aqui e outro acolá, mas dele mesmo só um.

O próprio Carlos é quem assina todas as composições e, dentre elas, duas são de parceria com Cartola ("Todo amor" e "Quem me vê sorrindo") e uma com Cartola e Hermínio Bello de Carvalho ("Alvorada"). Do disco destaco os sambas: "Crueldade", sábio samba que diz "Quem bate nunca se lembra, mas também quem apanha nunca se esquece." "Harmonia em Mangueira" grande homenagem aos bambas da Mangueira. E finalmente "Cabrocha", um samba curtinho, mas com uma grande mensagem, que diz:

Cabrocha, nunca foste rainha
Nem nunca te inscreveram
Em concurso de beleza como miss
Mas do samba brasileiro
Tens que ser a imperatriz
Coroada no estrangeiro

P.S.: Este disco foi relançado com a capa alterada dentro da coleção Mestres da MPB da WEA. A capa aqui disposta não é a original.

Músicas:
1- Todo amor (Carlos Cachaça / Cartola)
2- Quem me vê sorrindo (Carlos Cachaça / Cartola)
3- Amor de carnaval (Carlos Cachaça)
4- Crueldade (Carlos Cachaça)
5- Se algum dia (Carlos Cachaça)
6- Não me deixaste ir ao samba (Carlos Cachaça)
7- Harmonia em Mangueira (Carlos Cachaça)
8- As flores e os espinhos (Carlos Cachaça)
9- Cabrocha (Carlos Cachaça)
10- Juramento falso (Carlos Cachaça)
11- Clotilde (Carlos Cachaça)
12- Alvorada (Carlos Cachaça / Cartola / Herminio Bello de Carvalho)

Baixe esse disco no Lira do Povo.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Bulindo no Samba

Mais uma boa nova e o Vermute decidiu inaugurar uma seção. "Novos Bambas" pretende mostrar o que de bom está sendo feito pela moçada aí fora. Atual sem escrachar e bonito sem apelar. Já apresentamos o grupo Seis Sextos e o Benzambado. A bola da vez é: Bula da Cumbuca.


Esse pessoal está sempre por aí nas rodas. Seja batucando, seja dançando. E de tanto se cruzarem resolveram formar um grupo para cantar sambas de todas as épocas, além de composições próprias. Aí Paulinha Sanches, Paulinho Timor, Marcelo Homero, Edu Batata, Cacá Sorriso e Luís “To Be” fizeram o Bula da Cumbuca.



No Myspace do pessoal é possível ouvir cinco belas composições próprias. O meu destaque vai para "Língua Afiada", de Edu Batata e "Não Bula na Cumbuca", feita por Paulinho Timor. Vale a pena a audição!

Pra quem ainda não se convenceu, fica um tira-gosto:

O blog "Prato e Faca" disponibilizou as músicas para Download. Confira!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Dicas para o fim de semana (SP e RJ)

Mal a semana começou e o fim de semana já vem chegando. Quem dera fosse sempre assim. Sem mais delongas vamos as dicas do VCA para o fim de semana:

São Paulo:
Amanhã acontece mais uma edição do "Anhangüera dá Samba", com os Inimigos do Batente. E o convidado é imperdível, história viva do samba paulista, Toniquinho Batuqueiro.

Clube Anhangüera: Rua dos Italianos, nº 1.261 - Bom Retiro. 
Ingressos: R$ 10,00.
A partir das 23h00. 
Mais informações aqui.

No sábado acontecerá uma justa homenagem ao recém-falecido Miguel Fazanelli. Com organização de Murilão da Boca do Mato, que convida compositores e amigos para o "Tributo ao Miguel Fazanelli" da Contemporânea

JVR PREMIER - Bar e Restaurante: Rua General Osório, 41 - Luz.
A partir do 12h00.

Rio de Janeiro:
No RJ a dica fica por conta do Luiz Henrique, diretamente dos comentários do post sobre o show da Banda Glória:

Amanhã, sábado e domingo (24, 25 e 26 de abril) ocorrerá um show em comemoração aos 60 anos de Paulo César Pinheiro.

Teatro de Arena: Av. Almirante Barroso, 25 - Centro.
A partir das 19h30.
Ingressos: R$ 10,00 (inteira), R$ 5,oo (meia)

Caso tenha mais alguma dica aí na sua cidade que valha a pena, escreva nos comentários que a gente vai atualizando.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Vem aí: Semana Vanzolini

No próximo sábado, um dos maiores nomes do samba paulista completará 85 anos: Paulo Vanzolini. As homenagens começam ainda hoje. Mas quem disse que ele gosta de homenagens? Confira a entrevista que saiu nesta quarta-feira na Folha de São Paulo:


Vanzolini ganha homenagem aos 85

FOLHA - O senhor fazia a ronda em São Paulo quando compôs "Ronda". O senhor era cabo da polícia...
PAULO VANZOLINI
- Polícia, não. Da polícia foi o Nelson Cavaquinho. Eu era da cavalaria, que era a polícia do Exército. Mas a patrulha era a pé. A gente patrulhava a pé o baixo meretrício, o Bom Retiro, o centro, a região da São João.

FOLHA - E se inspirou assim?
VANZOLINI
- Cansei de ver mulher chegar na frente do bar, olhar para dentro como se procurasse alguém e ir embora. Não foi uma só que vi. Escrevi sobre isso.(Saiba mais aqui)

FOLHA - E quanto a "Volta por Cima"? Qual é a história por trás da composição?
VANZOLINI
- Não tem. Fiz porque fiz. Tem até uma história de que fiz porque perdi um filho num acidente. Mas, na verdade, fiz a música antes.

FOLHA - O senhor ainda compõe?
VANZOLINI
- Larguei. Fazia música por prazer. Perdi o gosto. Eu estava em Mato Grosso, na década de 80, e fiz a última, "Quando Eu For, Eu Vou Sem Pena". É muita mão de obra. Ficava seis meses para resolver uma rima...

FOLHA - E o que o senhor está fazendo atualmente?
VANZOLINI
- Difícil explicar. Fiz recentemente um trabalho sobre cascavéis e alguma coisa em cima de relatórios de impactos ambientais.

FOLHA - O senhor ganhou dinheiro com música?
VANZOLINI
- Dinheiro, só ganhei com "Volta por Cima". Foi a única. Não sei por quê, deu uma enxurrada de dinheiro. Foi em 1959, 1960. Comprava livro sem ver o preço. Sempre coloquei tudo o que ganhei na biblioteca que tinha na minha sala do museu. Agora doei tudo para o museu.

FOLHA - Por que quis ser zoólogo?
VANZOLINI
- Pelos répteis. Fui ao Butantan menino e gostei muito dos répteis.

FOLHA - Quais répteis?
VANZOLINI
- Répteis só existem quatro: tartaruga, jacaré, lagarto e cobra.

FOLHA - Nunca trabalhou com sapos e rãs?
VANZOLINI
- Sapo, não, graças a Deus.

FOLHA - Seu maior orgulho é musical ou científico?
VANZOLINI
- Não tenho orgulho. Tenho satisfação. Trabalhei em todos os Estados do Brasil. Tive um barco no Amazonas.

FOLHA - Qual é a maior satisfação?
VANZOLINI
- É a teoria dos refúgios. Sobre ciclos de vegetação no Amazonas. O clima fica mais seco, depois mais úmido, e acaba criando "ilhas" de vegetação sem contato umas com as outras. O lagarto fica ali e vai se diferenciando. Quando o clima permite que as ilhas se juntem de novo, os lagartos já não conseguem procriar. Já são espécies diferentes.

FOLHA - Que lagarto foi esse que o senhor estudou?
VANZOLINI
- O lagarto anolis. Mas fui o segundo. Um alemão, estudando pássaros, publicou três meses antes os mesmos resultados. Estava escrevendo o meu artigo quando chegou a revista "Science" com o dele.

FOLHA - Que tragédia!
VANZOLINI
- Mas o meu é original. Não usei o dele. Tenho enorme satisfação por esse trabalho. Fiz em conjunto com Ernest Williams, cientista americano. E continuei trabalhando até 2004, quando saí do museu.
Tive quatro úlceras hemorrágicas e três infartos na mesma noite. Ouvi os enfermeiros falando: "O velhinho não passa dessa noite". Fiquei com 30% da capacidade do coração.

FOLHA - E o que senhor acha dessas homenagens nesta semana?
VANZOLINI
- Não gosto de homenagem. Mas gosto de show. Pego minha cervejinha e sento na mesa ali na frente. Adoro.

FOLHA - Cerveja com ou sem álcool?
VANZOLINI
- Com. Isso os médicos ainda não tiraram.

Quem se interessou, deve conferir a agenda da Semana Vanzolini. Já hoje tem a pré-estreia do filme "Um Homem de Moral" no Espaço Unibanco. Saiba mais aqui.

No tempo de Noel (10 de 11)

Quarta-feira com cara de segunda. E nada melhor para dar aquela rebatida no desânimo do que voltar ao Tempo de Noel Rosa. Série que chega ao seu penúltimo arquivo. Divirta-se:




Baixe aqui este arquivo aqui.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Promoção: Quer ganhar o livro Sambexplícito?

Que tal ganhar o livro "Sambexplícito - As vidas desvairadas de Germano Mathias" autografado pelo Germano e por Caio Silveira Ramos, o autor? Pois é isso que o Vermute com Amendoim quer te dar na nossa primeira promoção.


Para participar é simples. Basta mandar uma frase relacionando Germano Mathias e Vermute com Amendoim no e-mail vermutecomamendoim@gmail.com. A frase mais criativa será a campeã. Simples, não? Confira as outras regras para não dar bobeira

Regras:
*No assunto do e-mail coloque Promoção #1
*No e-mail, além da frase, complete a ficha:
Nome:
Telefone:
*Só é permitida apenas uma participação por pessoa. Quem mandar mais de uma vez será desclassificado automaticamente.
*As frases serão recebidas impreterivelmente até dia 1º de maio

Mais no Vermute com Amendoim
Veja a matéria que a Revista Brasileiros fez sobre Germano
Tributo a Caco Velho já foi disco da semana. Confira

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Tião Preto na rede

Desde o início da semana que já está no ar o site do cantor Tião Preto. O grande destaque do site é sem dúvida nenhuma o fato de que é possível ver vídeos de algumas apresentações de Tião. para quem se interessou segue o link, que já está na seção de sites amigos.

Não conhece o Tião Preto?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

E que belo lançamento!

A fórmula não tinha mesmo como dar errado. Com o teatro do Sesc Vila Mariana quase lotado, Cristina Buarque e a imensa Banda Glória fizeram bonito no lançamento do disco "Banda Glória convida Cristina Buarque".

O destaque vai para as palhetas e metais. Tanto sopro dava uma impressão de gafieira das boas e dificil mesmo era se manter sentado.

Todo o repertório do disco foi executado maravilhosamente bem. A saber:

Meu Romance (J. Cascata)
Disse Me Disse (Pedro Caetano e Claudionor Cruz)
Não Deixo Saudade (Roberto Martins e Manoel Ferreira)
Conversa Fiada (Geraldo Pereira e Ciro de Souza)
Bemóis (Candeia)
Um casal que chora (Cartola)
Ai de Mim (Alcebíades Barcellos, o Bide)
Salve o Américo (Pedro Caetano e Alcyr Pires Vermelho)
Não Me Olhes Assim (Mário Lago e Erasmo Silva)
Sim, Sou Eu! (Ataulpho Alves)
O Morro Está de Luto (Lupicínio Rodrigues)
Chinelo Velho (Wilson Batista e Mariano Pinto)
Parabéns Para Você (Wilson Batista e Roberto Martins)
A Água Rolou (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro).

Mais ou menos na metade do show, Cristina deixou o palco para os vocais da Banda arrepiarem com: Boca de Siri (Wilson Batista e Germano Augusto), Uva de Caminhão (Assis Valente), Cantando no Toró (Chico Buarque) e Com Que Roupa? (Noel Rosa).

E engana-se quem pensa que a coisa foi todinha como está no disco. Cristina errou uma letra e entrou errado em outra. Mas qual a graça de ver ao vivo se não se deparar com esse lado humano do artista, seus erros e sua maneira de se desculpar em público?

Pena que em pouco mais de uma hora e quarenta, o que era doce se acabou. Quem não foi perdeu. Mesmo porque ainda não há previsão de outra festa dessas.

No tempo de Noel (9 de 11)

Chegou a quarta-feira, dia de voltar ao tempo de Noel Rosa. Chegamos ao nono arquivo da série. 



Baixe este arquivo aqui.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Antecipando o Dia Nacional do Choro, Fnac promove sarau em plena quarta!

A comemoração do 2 de dezembro, dia Nacional do Samba veio primeiro. Pra não deixar o Choro de fora da roda, instituiu-se o 23 de abril. Nessa quarta-feira, antecipando a data, os amantes do gênero têm um bom motivo para sair de casa. A Fnac promove na sua unidade em Pinheiros o quarto sarau aberto de Choro. Estarão presentes solistas convidados, mas atenção! A roda é gratuita e quem quiser se achegar para tocar é muito bem vindo, basta aparecer com seu instrumento.



A quarta edição do evento faz parte de uma parceria entre a rede Fnac e a Choro Music, corporação que se dedica à valorização e difusão do Choro tanto aqui no Brasil como em outros países.

Sobre a Choro Music
A empresa tem um compromisso com a longevidade do choro e dentro dessa linha desenvolve todos os seus projetos. Além de material sobre a vida dos clássicos do choro como os compositores Ernesto Nazareth, Altamiro Carrilho e Jacob do Bandolim, a Choro Music oferece outros serviços em seu site como Songbooks e Partituras que podem ser encontrados tanto em sua lojas virtuais como em lojas físicas (a relação está disponível no site).

Vale um destaque para o projeto ‘Clássicos do Choro - Você é o solista!’ Se trata de um CD onde as faixas tem uma especificidade: trazem as bases instrumentais de cada música e são acompanhadas de partituras. A gravação permite assim, que qualquer um possa ser o solista de um regional de choro “virtual”.

Sobre o dia 23 de abril
A data foi escolhida para coincidir com o aniversário do maior chorão brasileiro entre os demais, Alfredo da Rocha Viana Filho, o nosso tão conhecido Pixinguinha (1897-1973). Por uma feliz coincidência, é também o dia de nascimento do compositor Geraldo Pereira (1918-1955). Ele que compôs sambas como a Falsa baiana, Escurinho e Sem compromisso.

Vale uma lembrança: até o final de abril ainda fazem ou fariam aniversário o chorão Patápio Silva (dia 24), o sambista Paulo Vanzolini (25), os chorões-sambistas Maurício Carrilho e Jair do Cavaquinho (26), o autor de também sambas e choros Paulo César Pinheiro (28) e o compositor que cantou o mar, Dorival Caymmi (30).
Nota dissonante: foi num final de abril de 1995 (dia 27), que perdemos um gênio do samba e do choro, o violonista Raphael Rabello.


Confira o Sarau na Quarta-Feira 15/4/2009
Às 19:00, 3º andar.
FNAC - LOJA PINHEIROS
Endereço: PRAÇA DOS OMAGUÁS, 34
Telefone: (11) 3579-2000

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Pedrada para não esquecer

Essa pedrada vem para lembrar que amanhã às 21 horas tem show da Banda Glória e Cristina Buarque no Sesc Vila Mariana.

"Conversa Fiada" é uma parceria de Ciro de Souza e Geraldo Pereira e foi lançada originalmente em 1945 em um 78RPM interpretado por Déo.

Nesta versão é Cristina que canta acompanhada da imensa Banda Glória (são 15 integrantes). Vale a pena escutar:



Chegou ao meu conhecimento
Que você anda dizendo que vai me deixar
Por isso eu muito lamento
Você sabe muito bem que eu sempre soube amar

Vai ver que foi algum veneno
Dessas línguas de tesoura que querem me ver sozinho
Muito triste, desprezado, incompatibilizado sem o seu carinho

Já temos intimidade não há necessidade de você fazer assim
Eu confesso que te adoro minha nega,
Choro choro se esse amor chegar ao fim

Se fizer questão de jura, essa nuvem escura vai se desfazer
Eu juro minha nega não fiz nada
É conversa fiada pra você se aborrecer

Animou em ir ao show? Saiba mais aqui

Disco da semana: 1973 - Nelson Cavaquinho


Um disco do Nélson Cavaquinho recheado de clássicos. Juízo Final, Folhas Secas, A Flor e o Espinho, Quando eu me Chamar Saudade, entre outras. No entanto as músicas que destaco não é nenhuma delas. Caminhando, um grande choro em que Nelson volta a tocar o instrumento que seguia o seu nome, o cavaquinho. E a outra faixa que merece atenção é Visita Triste, talvez um dos mais belos sambas do "lado B" da dupla Nélson e Guilherme de Brito. Veja abaixo a entrevista que acompanhava o LP feita por Sérgio Cabral.

SÉRGIO CABRAL - Nélson, você tem certos parceiros que são "quentes" e outros não. Com quem você gosta de fazer música?
NÉLSON CAVAQUINHO - Eu comecei fazendo música sozinho. Naquele tempo, havia os cobras, a turma do Café Nice, o Wilson Batista, aquele pessoal. Um dos meus primeiros parceiros foi Evaldo Rui, que fez comigo "Aquele bilhetinho".

SÉRGIO - Mas o nome dele não aparece no samba. Aparecem outros.
NÉLSON CAVAQUINHO - Mas ele fez a letra. Tivemos um encontro na casa da Eliseth Cardoso e ficamos amigos. Ele fez depois uma outra letra pra melodia minha. Foi um dos melhores letristas que conheci. Agora, meu parceiro mesmo é o Guilherme de Brito, meu grande amigo, e está neste disco cantando comigo pela primeira vez.

SÉRGIO - Como foi que vocês dois se conheceram?
NÉLSON CAVAQUINHO - Eu estava sempre em Ramos. Naquele tempo eu não estava bem. Eu tinha me casado e o casamento ia mal. Bem que meus pais me avisaram: Nélson, ainda é muito cedo pra você se casar". Minha casa não tinha nada. Nem sabonete pra tomar banho. Puxa, estou mudando de assunto. Naquele tempo, eu estava tocando violão num botequim perto do Parasitas de Ramos. Começamos a fazer música e continuamos até hoje. Ficamos amigos também. Às vezes eu chegava de ressaca na casa do Guilherme e a família dele botava uma esteira pra eu dormir.

SÉRGIO - Nesse disco, você grava pela primeira vez tocando cavaquinho. Há quanto tempo você não tocava esse instrumento que, afinal, lhe deu um outro sobrenome?
NÉLSON CAVAQUINHO - Comecei tocando cavaquinho, na Gávea. Os meus primeiros cachês de cinco mil réis, foram ganhos com cavaquinho, nuns shows arranjados pelo Ricardo, que já morreu -- Deus o tenha no Reino da Glória. Havia uma turma que fazia choro pra derrubar, mas eu fiz um que derrubei todo mundo. Aí, eles passaram a acreditar mais em mim. Há pouco tempo, chegou um camarada no Teatro Opinião e falou assim: "Ô Nélson, eu não vim aqui pra ver você tocar violão, eu quero é ver você tocar cavaquinho". O cara estava de pileque, estava cheio de alpiste, de maneira que queria porque queria me ver tocando cavaquinho. E eu falava: "Rapaz, eu não toco mais isso". Quase acabaram botando o cara pra fora do teatro.

SÉRGIO - Mas você acabou gravando com cavaquinho.
NÉLSON CAVAQUINHO - Pois é, o cara perguntava: "Você não é o Nélson Cavaquinho? Tem que tocar cavaquinho". Por causa disso, acabei tocando neste disco um choro meu chamado "Caminhando".

SÉRGIO - E como é que você se sentiu tocando cavaquinho?
NÉLSON CAVAQUINHO - Eu me senti bem. O Dino do violão falou assim pra mim: "Nélson, sola o choro pra eu aprender". Eu toquei e o Dino entrou direitinho com o violão. E fui em frente. Porque pobre não vai só em frente quando a polícia corre atrás, não. Fui em frente mesmo.

SÉRGIO - Você compôs este choro com cavaquinho ou com violão?
NÉLSON CAVAQUINHO - Olha, Sérgio, eu nunca fiz uma música pegando instrumento, sabe? As minhas melhores músicas, como "Notícia", foram feitas no botequim. Às vezes, eu sonho que estou fazendo uma música bonita mais quando acordo não me lembro mais de nada. Agora, alguns amigos vão me dar um gravador de presente no dia do meu aniversário, 28 de outubro. Vai ficar mais fácil. Gravo a melodia, depois ponho a letra.

SÉRGIO - Você vai fazer 62 anos, não é?
NÉLSON CAVAQUINHO - Não, 63.

SÉRGIO - Que isso, Nélson? 62 anos.
NÉLSON CAVAQUINHO - É 63 mesmo.

SÉRGIO - Em que ano você nasceu?
NÉLSON CAVAQUINHO - Em 1911.

SÉRGIO - Então, 62 anos.
NÉLSON CAVAQUINHO - Que bom, rapaz, ganhei mais um ano de vida. Meu velho morreu com 72 anos. Não sei se chegarei lá ou não. Eu espero chegar lá, se Deus quiser.

SÉRGIO - Mas como é que você faz pra se lembrar da melodia, quando você compõe no bar, por exemplo, já meio de pileque?
NÉLSON CAVAQUINHO - Quando eu gosto mesmo, não me esqueço. Às vezes, faço um acorde no violão e penso assim: "por este acorde vou me lembrar amanhã da melodia".

SÉRGIO - Este disco está muito bom inclusive porque você aparece tocando violão em quase todas as músicas.
NÉLSON CAVAQUINHO - É, o Pelão fez questão que eu tocasse violão também. A minha voz você sabe, é rouca mesmo. Mas o... como é mesmo o nome daquele homem lá da América do Norte? Ah, o Armstrong ele também era rouco. Há pessoas que gostam mais da minha voz do que a de muitos cantores por aí. Não sei porque, acho que é porque eu sinto. Há cantores que mataram a minha música. Eu tenho sentimento quando eu canto.

Músicas:
1 - Juizo final (Élcio Soares - Nelson Cavaquinho)
2 - Folhas secas (Guilherme de Brito - Nelson Cavaquinho)
3 - Caminhando (Nourival Bahia - Nelson Cavaquinho)
4 - Minha festa (Guilherme de Brito - Nelson Cavaquinho)
5 - Mulher sem alma (Guilherme de Brito - Nelson Cavaquinho)
6 - Vou partir (Jair Costa - Nelson Cavaquinho)
7 - Rei vadio (Joaquim - Nelson Cavaquinho)
8 - A flor e o espinho (Alcides Caminha - Guilherme de Brito - Nelson Cavaquinho)
Se eu sorrir (Nelson Cavaquinho - Guilherme de Brito)
Quando eu me chamar saudade (Nelson Cavaquinho - Guilherme de Brito)
Pranto de poeta (Nelson Cavaquinho - Guilherme de Brito) participação: Guilherme de Brito
9 - É tão triste cair (Nelson Cavaquinho)
10 - Pode sorrir (Guilherme de Brito - Nelson Cavaquinho)
11 - Rugas (Garcêz - Ary Monteiro - Nelson Silva)
12 - O bem e o mal (Guilherme de Brito - Nelson Cavaquinho)
13 - Visita triste (Anatalicio - Guilherme de Brito - Nelson Cavaquinho)


Baixe esse disco no Prato e Faca.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Niltinho,Haroldo e as Alpargatas

Do tipo engraçadinho, que rende pelo menos uma risadinha no final. Assim é o novo comercial das Havaianas, que se passa em uma roda de samba por aí. O filme fala da crise (isso, A criiiise) e tem Marcos Palmeira usando suas alpargatas para acompanhar o pessoal no batuque. No final das contas, sai uma música composta por Niltinho e Haroldo Lobo, a famosíssima "Tristeza".



A música é de 1963 e fez tanto sucesso que Niltinho incorporou o título no seu sobrenome. “É o hino da minha vida, meu ganha-pão até hoje com direitos autorais, o que segura as pontas aqui em casa”, disse Niltinho. Certa feita ele contou sobre a música: “Compus Tristeza em 63 e passei a cantar a música no bloco Boêmios de Botafogo”, lembra.

Lá encontrou o compositor Haroldo Lobo, já conhecido por sucessos como Alalaô, Índio quer apito, Emília e Pra seu governo. Hardoldo gostou tanto que propôs parceria a Niltinho e por idéia de Haroldo suprimiram a segunda parte. “É que samba de Carnaval para pegar precisava ser curtinho”, explica Niltinho.

O site da Imperatriz Leopoldinense tem um belo perfil do compositor. Vale a pena

Mais no Vermute com Amendoim
Conheça o Casal Gasolino e o samba da Esso
Já viu "Noel, o Poeta da Vila"? Conheça o diretor
Tem até sueco batucando por aí. Se liga

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Dicas para o fim de semana em São Paulo

O feriado já bate à porta e está na hora de começar a se programar para o fim de semana. E para quem é de São Paulo o Vermute traz boas dicas:

Núcleo de Samba Jequitibá no Clube Etílico Musical.
Rua Fradique Coutinho, 1048
Inicio a partir das 19:30

Alfredo Del Penho e Pedro Paulo Malta amanhã no Ó do Borogodó.
Rua Horácio Lane, 21 - Pinheiros
Tel.: (11) 3814-4087.
Sexta-feira, 10 de abril, a partir de 22h30.
Entrada: R$ 20,00
P.S.: Até a última vez que eu fui (o que já faz bastante tempo), lá não se aceitava cartão. Portanto melhor mesmo é já chegar com o dinheiro em espécie.
Mais aqui.

Amanhã, sábado e domingo, Fabiana Cozza homenageia Elizeth Cardoso no Auditório Ibirapuera.
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n - Vila Mariana (Portão 2)
Sexta e sábado (10 e 11/04) - 21h
Domingo (12/04) - 19h
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada)
Mais aqui.

Nó em Pingo D'água e Conjunto Época de Ouro, sábado e domingo no SESC Vila Mariana.
Sábado (11/04) - 21h
Domingo (12/04) - 18h
Ingressos: R$ 20,00 (inteira)
R$ 10,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante)
R$ 5,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes)

Mais aqui.

E para semana:

Lançamento do CD Banda Glória convida Cristina Buarque, no SESC Vila Mariana.
Terça-feira (14/04)
Ingressos: R$ 20,00 (inteira)
R$ 10,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante)
R$ 5,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes)
Mais aqui.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

No tempo de Noel (8 de 11)

Para quem não sabe o que está acontecendo, vale a explicação. Em 1951 um dos maiores radialistas brasileiros elaborou uma série de programas para contar a vida de um dos mestres da nossa música: Noel Rosa. Os programas eram ao vivo e transmitidos pela Rádio Tupi.

E graças ao brilhante acervo de Milton Parron (esse aí da foto), disponibilizamos esta série para vocês. São 11 programas e já estamos no oitavo. Aproveitem, ouçam e baixem essa raridade.

Vermute no Twitter


Enfim ingressamos no Twitter. A principio a ferramenta será utilizada como uma espécie de feed. Então se você tem um perfil lá e quiser acompanhar o Vermute, é só clicar aqui e nos seguir.

terça-feira, 7 de abril de 2009

As deslumbrantes ilustrações de Elifas

Há alguns dias postei um disco cuja capa havia sido feita pelo artista Elifas Andreato. Pesquisando, achei que seria interessante trazer um pouco da sua obra para cá.

Elifas começou como estagiário na Abril, onde em pouco tempo já viria a se tornar diretor de arte do núcleo de fascículos femininos. Entre tantas outras publicações, também foi responsável pela criação da Placar e da coleção História da Música Brasileira (aquela que tem aos montes nos sebos). Depois passou a criar visual para peças de teatro e capas de discos, e é ai que começa mais um "samba pintado".



Em entrevista ao portal da Veja SP, Elifas contou sobre esta capa de 1973 do Paulinho e outras mais: "Essa capa do Paulinho provoca comoção e ao mesmo tempo solidariedade. Tive o cuidado de desenhar ambos, o Paulo e a Isa. Eles estavam se separando na época e quis tornar isso público, já que o disco havia sido realizado naquele momento de sofrimento. Fomos à gravadora apresentar o projeto. A certa altura, ao ouvir um diretor comercial dizer que o disco não venderia com aquele desenho na capa, Paulinho disse: 'Bom, mas é a capa do meu disco.' Diretor nenhum poderia se opor. As vendas dobraram.

Lembro de uma tarde em que fomos a um sebo. Um cara meio tímido estava rondando o Paulinho, parecia querer falar alguma coisa. O Paulinho, como é um anjo, facilitou. Chegou pro cara e disse: 'Oi, tudo bem?'. O cara se animou: 'Paulinho, sou teu fã, mas a capa desse disco, hein rapaz? Que maravilha. Fiquei pensando em teu sofrimento com mulher, essa coisa toda, mas, não liga não, a vida é assim mesmo.'"

Em 1976, fez essa capa pro Martinho da Vila. E disse ao portal da vejinha: "No início da década de 70, a MPB tinha uma força danada. E era uma força que estava além da própria música, era uma força sócio-política. Quando fizemos a Semana de Arte Moderna, em 72, junto com os centros acadêmicos, quisemos fazer a contra-comemoração do aniversário da ditadura. Então organizamos um mês de atividades na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Eu me lembro que o Martinho da Vila havia estourado com a música O Pequeno Burguês. Naquela época Chico Buarque, Gil e Caetano estavam exilados e Geraldo Vandré tinha sido banido. Propus levar o Martinho ao evento. Os estudantes quase me lincharam porque ele era milico. Então, numa reunião com representantes dos centros acadêmicos fiz uma defesa dele. Disse que o samba era de protesto, de contestação.

O Martinho não foi sozinho para o palco. Levou a Velha Guarda da Vila Isabel e matou a pau. No final, a estudantada estava de pé. Dois dias depois eu estava em casa, na Pompéia, e a empregada, Dona Antônia, chegou e disse: 'Seu Elifas, tem um homem na porta que é igualzinho ao Martinho da Vila. Até a voz dele é igual!' Era o próprio. Foi me convidar para fazer a capa de seu próximo disco. Desde então, faço todas."


Elifas ainda trabalhou como cenógrafo e diretor artístico de espetáculos na TV e no teatro. Além disso ele também nos brindou com algumas ilustrações, como essas de Caymmi e Carmen Miranda.



Hoje em dia Elifas toca a Andreato Comunicação e Cultura, que desenvolve projetos especiais ligados à educação, artes, infância e cultura do Brasil.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Natal da Portela: 34 anos de saudade

Em 05 de abril de 1975 morria Natalino José no Nascimento, o Natal da Portela. Um dos valentes de Madureira, Natal viu o ser fundado em sua casa (graças ao seu pais Napoleão) o bloco carnavalesco Conjunto Oswaldo Cruz. O bloco, que nada mais era do que a fusão do Bloco Baianinhas e Come Mosca acabou resultando em uma das principais escolas de samba do Rio de Janeiro, a Portela.

Seu Napoleão morava na esquina da Rua Joaquim Teixeira com a estrada do Portela. Em 1923, se reuniram Paulo Benjamin de Oliveira, Antônio Caetano e Antônio Rufino. Nascia o embrião portelense.

Desde então Natal se envolveu muito com o estandarte azul e branco e no decorrer da vida dedicou-se a fazer da Portela uma escola de valor. Mas engana-se quem pensa que ele era um sambista. Natal gostava de samba, mas defendia o seu no bicho. É isso mesmo, Natal comandava um batalhão de bicheiros em Madureira e não poupava dinheiro quando se falava em Portela.

Valente, fez muito pela escola e sua comunidade. E tudo isso com um braço só. Natal não tinha o braço direito e mesmo assim não tinha malandro que mexia com ele. E Natal levava a deficiência numa boa: "Se eu tivesse dois braços seria covardia", brincava.

No cinema, coube a Milton Gonçalves interpretar Natal. O filme "Natal da Portela"foi feito em 1988 e tem direção de Paulo Cesar Saraceni.



Para relembrar este grande nome da Portela, nada melhor do um samba em sua homenagem. Aliás um não, três. A primeira vem na voz de João Nogueira e foi gravada no disco "Vem que tem", de 1975. Com vocês, "O homem de um braço só":



A segunda chama "Silêncio que o Natal morreu" cantada por Picolino da Portela e está no álbum "Sambistas Unidos", também de 1975



O ano em que Natal morreu rendeu um montão de samba em sua homenagem. Gracia do Salgueiro e Velha da Portela também deixaram seus préstimos em um álbum de 1975. O samba chama "Despedida de um bamba" e quem canta é o próprio Gracia.

domingo, 5 de abril de 2009

Disco da semana: 1985 - Cristina e Mauro Duarte


Tenho épocas de discos. Ouço alguns "até furarem", depois deixo um pouco de lado e assim vai. No entanto o LP Cristina e Mauro Duarte foge a essa regra. Virou e mexeu ele está tocando no som aqui de casa. O Bolacha participou de um bocado de discos, mas dele mesmo, só esse. Boa oportunidade para escutar o próprio cantando seus sambas, que sempre estiveram na boca de sambistas como Roberto Ribeiro, Clara Nunes, Paulinho da Viola etc. Isso sem falar nas faixas interpretadas pela Cristina Buarque, que eu nem preciso dizer que entende do riscado. Quem também dá o ar da graça no disco é Paulo César Pinheiro, fazendo uma participação na música "Reserva de Domínio".

Este é mais um registro que a maioria só tem acesso graças a internet. Isso porque é um disco independente, vendido apenas nos shows. Não irei destacar nenhuma faixa, o disco inteiro é uma verdadeira pedrada, escute devidamente protegido.

Músicas:
1 - Sorri de mim (Walter Nunes - Mauro Duarte)
2 - Vazio (
Élton Medeiros - Mauro Duarte)
- Timidez (Noca da Portela - Mauro Duarte)
3 - Monograma (Cristóvão Bastos - Paulo César Pinheiro)
4 - Pra que, afinal? (Adélcio de Carvalho - Mauro Duarte)
- Lá se foi (Carlinhos Vergueiro - Mauro Duarte)
- Lama (Mauro Duarte)
- Quantas lágrimas (Manacéa)
- Nunca mais (Paulo César Pinheiro - Mauro Duarte)
5 - Reserva de domínio (Paulo César Pinheiro - Mauro Duarte)
- Papagaio falador (Buci Moreira - Geraldo Gomes)
- Aventura (Paulo César Pinheiro - Mauro Duarte)
6 - Uma canção desnaturada (Chico Buarque)
- Sacrifício (Maurício Tapajós - Mauro Duarte)
7 - A alegria continua (Noca da Portela - Mauro Duarte)
8 - Portela na avenida (Paulo César Pinheiro - Mauro Duarte)

Baixe esse disco no Prato e Faca.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Os donos das calçadas

O samba é "O Dono das Calçadas" de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito. Trata-se de um "Lado A; Lado B" que não há muitas considerações para serem feitas sobre os arranjos e os instrumentos utilizados. Isso porque uma das versões é feita somente pela voz de Nelson Sargento, disponível no disco "O Dono das Calçadas" (2001), de Nelson Sargento, Galo Preto e Soraya Ravenle. Emocionante!



A outra versão é cantada por Guilherme de Brito e o acompanhamento é feito pelo Trio Madeira Brasil, que nunca é demais dizer, é formado por um bandolim (Ronaldo do Bandolim), um violão (Zé Paulo Becker) e um violão de 7 cordas (Marcelo Gonçalves). Esta versão se encontra no disco "A Flor e o Espinho" (2003), de Guilherme de Brito e Trio Madeira Brasil.



O Dono das Calçadas (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito)
Como é bom a gente ter amigos
Como é bom a gente ser querido
Pois só é assim quem pensa em Deus
Quando amanhece
Como é bom a gente socorrer a quem padece
Eu que já vaguei nas madrugadas
E já fui o dono das calçadas
Pra todos aqueles que me estenderam a mão
Dividi meu coração

Hoje me recebem nos salões iluminados
Cabelos prateados, mas eu não vou mudar
Pois eu me apresento com o mesmo violão
E o mesmo coração que ainda tem amor pra dar.


quinta-feira, 2 de abril de 2009

Benzambado: moderno e respeitoso

, NovoVira e mexe pinta um pessoal novo fazendo samba dos bons com um quê de modernidade. Essa frase pode assustar aqueles que gostam do samba na sua manifestação mais pura, com cavaco, pandeiro, tamborim e violão.

Mas no caso do grupo Benzambado a modernidade está na medida certa. Os sete integrantes conseguiram fazer arranjos novos sem serem desrespeitosos com os grandes titãs do samba.

Geraldo Pereira e Nelson Trigueiro que o diriam (se assim o pudessem!). No samba "Sem compromisso" feito pelos dois em 1944, o grupo colocou um baixão segurando a bola ao fundo, mas muito bem acompanhado por percussão, sopro e cavaquinho.

A outra que está no Myspace dos caras é Feitiço da Vila, composta por Noel Rosa em 1934. A bela linha harmoniosa da música casa muito bem com a voz de Roberta Zerbini. Dá vontade de ver ao vivo pra fazer a prova dos nove.

E a chance é neste sábado. O pessoal vai dar as caras no Bar Zé Presidente, (na Cardeal Arcoverde 1545) a partir das 23 horas. O repertório ainda promete composições de Chico, Cartola, Noel Rosa, Dorival Caymmi e Wilson Batista. Para entrar é preciso desembolsar 10 reais.


Para fazer jus aos integrantes. Benzambado é:
Roberta Zerbini - voz
Bruno Butenas - violão
Bruno Takara - baixo
Marcelão - sopros
João Paulo - cavaquinho
Marcelo Pianinho - percursão
Rodrigo Quirino - percursão

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quarta-feira, 1 de abril de 2009

No tempo de Noel (7 de 11)

Já passamos da metade do programa "No tempo de Noel", segue o sétimo arquivo para audição e download.



"À minha bôa amiga e collega Araci. Lembrança do Noël Rosa"

Baixe aqui
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