sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Samba Velha Guarda

Em 1954, Thomaz Farkas pegou sua camera e foi até o Parque do Ibirapuera para filmar uma aprsentação de Pixinguinha que ocorreria lá. O resultado é uma performance divertida e bastante espontânea de Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba. Entre eles estão os famosos Donga, João da Baiana, Almirante e Benedito Lacerda. Veja como ficou o filme, que foi disponibilizado pelo Cápsula da Cultura.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O imenso acervo de Hermínio

Mais de 10 mil fotos, quadros, textos, arquivos de áudio agora à disposição dos interessados pela cultura popular brasileira. É o acervo do Hermínio Bello de Carvalho, um dos agitadores culturais mais importantes da atualidade. E olha que ele já exerce essa função há algumas décadas.
É como se fosse possível andar pelo apartamento de Hermínio, fuçando em todas as caixas, papéis, partituras, fotos de infância, poesias, artigos...Impressionante! Depois de algumas horas gastas navegando, separo três mostras de como o acervo é rico. Há de servir como um aperitivo para o que o site realmente pode apresentar.

- Uma letra de música (ainda sem título) feita por Hermínio, Elton Medeiros e Maurício Tapajós:
- Um convite para o lançamento do Disco "Rosa de Ouro", gravado no memorável espetáculo de mesmo nome:
- Um desenho de Pixinguinha assinado por Ique:


Parabéns Hermínio por todo o trabalho prestado à nossa cultura! Congratulações com menção honrosa aos organizadores de tão grandioso projeto: Alexandre Pavan, Luiz Ribeiro, Luiz Boal, Tatiana Maciel, Jacira Berlinck e Marcela Banduk!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Opções para o Natal

O Natal já está batendo a nossa porta, e nessa hora sempre rola uma dúvida sobre o que dar de amigo secreto e coisa e tal. Sendo assim o Vermute com Amendoim elaborou uma lista de dez itens dos mais variados preços e tipos.

CD Banda Glória Convida Cristina Buarque
R$ 15,90












Mais um belo disco de Cristina Buarque e com os virtuosos arranjos da Banda Glória.

DVD Moacir Santos - Ouro Negro
R$ 33,20













Registro impecável do tributo prestado ao Maestro Moacir Santos

Livro Clara Nunes - Guerreira da Utopia
R$ 49,90










Biografia de Clara Nunes muito bem escrita por Vagner Fernandes.

Box - Noel Pela Primeira Vez (14 CDs)
R$ 199,90










Boa dica para leigos e conhecedores da obra do Poeta da Vila.

LP Martinho da Vila - Canta canta, Minha Gente
R$ 12,90










Grande LP, original.

Pandeiro de couro Artcelsior 10"
R$ 180,00
Tel.: (021) 3351 - 3242








Na minha opinião, a Artcelsior deixa as grandes marcas do ramo no chinelo.

Toca discos vinil e digitalizador para formato mp3
R$ 629,00










Boa dica para quem quer tranformar seus vinis em mp3.

Chapéu Carioquinha
R$ 86,00









Sapato Bicolor
R$ 109,90









Sapato bicolor e chapéu carioquinha para quem quer passar a virada do ano na estica.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Apresentando Ernesto Paulelli


- Adoniran, esse rapaz aqui é o Ernesto, toca violão e veio me acompanhar no programa.
Adoniran estende a mão a Ernesto. E solta a voz esganiçada:

- Muito prazer! Muito prazer! Me dê a mão.

Três domingos se passaram depois daquele dia. Novo encontro no bar. A voz rouca faz o pedido ao violonista:

- Você tem um cartão para me dar?

Ernesto põe a mão no bolso e oferece seu cartão.

- Arnesto Paulelli!, lê Adoniran. Desconfiado, Ernesto retruca:

- Adoniran, eu sou E-rnesto. Não sou Arnesto.

- É AR-NES-TO. E teu nome dá samba. Eu vou te fazer um samba. Você aduvida?
Ernesto o olhou meio assim, de lado, e depois concordou:

- Já não aduvido mais.

O dono da voz rouca que cantou os sambas mais paulistanos de São Paulo sela a promessa com um abraço no novo amigo.

- Pode me cobrar o samba, Arnesto. Mas, cartão, este eu não tenho para te dar.

É assim que o site da Revista Brasileiros apresenta um dos personagens mais conhecidos na música popular brasileira, mas que passa despercebido nas ruas de São Paulo. Com 93 anos e meio, Ernesto Paulelli é formado em Direito pelas Faculdades Integradas de Guarulhos (FIG). Já foi engraxate e vendedor de chuchu.

Somente 17 anos depois de conhecer Adoniran é que Ernesto ouviu o samba em sua homenagem na Rádio Bandeirantes.

- Foi em 1955. A minha patroa, Alice, estava entretida na máquina de costura, botando botões na camisa, quando ouvimos na Rádio Bandeirantes:

O Arnesto nos convidou... PUM!
Prum samba ele mora no Brás... PUM!
Nóis fumo e não encontremos ninguém.


- Alice! Alice! Essa peteca é minha!

- Ernesto, que peteca?

- Esse samba aí, Alice, o Adoniran me prometeu. Eu não falei que ele tinha me prometido? Faz quase 20 anos!

E Alice chorou abraçada ao marido. Seu Ernesto confessa:

- Eu também. Pra dizer a verdade, não deu pra segurar. Diz que homem não chora. É mentira. Chora de emoção, de alegria, de tristeza. Eu chorei de alegria.

Quer saber como tudo acabou e onde anda Ernesto hoje? Dá um pulo no site da Brasileiros!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Disco da semana: Prato e Faca - Cristina Buarque


Este é o segundo LP da Cristina Buarque. Prato e Faca foi produzido por Fernando Faro e lançado em 1976, o disco tem participação dos portelenses Monarco e Manacéa nos sambas "Sempre Teu Amor" e Carro de Boi do próprio Manacéa. Entre os músicos que fazem parte do conjunto vale destacar os nomes de Dino, que comanda o violão e Marçal (o filho) na percussão. O prato e faca, istrumento que dá nome ao disco pode ser conferido nos sambas "Sempre Teu Amor" e "Esta Melodia". Quem o toca é Luna.

Neste disco, Cristina dá prosseguimento ao seu trabalho de apresentação de sambas e sambistas desconhecidos do grande público, começado no disco anterior. Entre os autores gravados estão Dona Ivone Lara, Mijinha, Geraldo Pereira, Jamelão, Bide, Marçal, etc. Abaixo segue a apresentação que acompanhava o LP escrito por Fernando Faro:

Ah, quantas lágrimas
eu tenho derramado
só em saber...

A idéia era seguir uma certa linha. Escolher a raiz mais forte da árvore e acompanhar seu, curso terra a dentro. Um exercício de redescoberta. Era fazer um caminho que nos levasse a ver de perto, a tocar com os dedos, a matéria de que fomos feitos.
Essa era a idéia.

Algumas figuras são fundamentais nesse quadro. Entre elas, estas que estão aqui: Paulinho da Viola, dona Ivone Lara, Manacéa, Bubu e Jamelão, Alberto Lonato e Mijinha. E algumas maravilhosas lembranças, como as de Heitor dos Prazeres, Bide e Marçal, Geraldo Pereira, Zé-com-fome e João da Baiana.

Sobretudo este, João da Baiana, personagem para nós sem forma ou desenho claro, daqueles que apenas se presente nas noites de terreiro, de quen Jorginho repete aqui o jeito característico de tocar pandeiro, em "Esta melodia", e Luna recorda seu "instrumento" favorito, o
prato e faca.

E foi exatamente daqui que veio o título deste disco. Nenhum outro dos nossos "instrumentos", ao que sabemos, tem nome tão significativo. Ele vincula a cozinha, a fome, o comer ao cantar, ao dançar e tocar. Ele arredonda o mundo. Ele aproxima as coisas de sua realidade.

Assim, não podia ter mesmo outro nome esse LP que não prato e faca.
Era essa a idéia.
Fernando Faro
Músicas:
1-Sempre teu amor (Manacéa)
2-Dei-te liberdade (Ivone Lara)
3-Chega de padecer (Mijinha)
4-Amar é um prazer (Antônio Almeida - Zé da Zilda)
5-Resignação (Arnô Provenzano - Geraldo Pereira
6-Carro de boi (Manacéa)
7-Abra seus olhos (Paulinho da Viola)
8-Sorrir (Marçal - Bide)
9-Sou eu que dou ordens (Heitor dos Prazeres)
10-Não pode ser verdade (Alberto Lonato)
11-Tua beleza (Raul Marques - Waldemar Silva)
12-Esta melodia (Bubú - Jamelão)

Baixe esse disco no Cápsula da Cultura.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Uns brindes ao Bip!

O Murilo apresentou uma noca seção ontem, Na Estante. Hoje vou usar um livro pra falar de outro que será lançado.

"Bip Bip 40 anos" reúne textos de anônimos e famosos sobre o ilustre bar no bairro de Copacabana, timoneado por Alfredo, o conhecido Alfredinho. Sua inauguração foi exatamente no mesmo dia em que foi decretado o Ato Institucional n° 5. O lançamento, é claro, terá como pano de fundo uma roda de samba, já tradicional no botequim. A festa começará às 18 horas e tomará conta da Rua Almirante Gonçalves, em Copacabana.


De aperitivo, vai um texto de Moacyr Luz sobre o boteco. Foi publicado no primoroso livro Botequim de Bêbado Tem Dono, do Moacyr e belissimamente ilustrado por Chico Caruso:

"Na minha tabuada pessoal, botequim tem que ter, no mínimo, um pote de tremoços, bandeja de jilós e, vez por outra, sardinha frita em óleo saturado. É verdade que depois me arrependo de joelhos em frente a um copo d´água benzido de alka-seltzer. O Bip-Bip não tem nada disso, acho até que existe um vidro com duas conservadíssimas azeitonas, mas o que interessa no bar é a música, ela é o alimento dos bebuns. E o comandante de tudo é o Alfredinho. Botafoguense doente e medalhado com a Ordem Pedro Ernesto, permanece polivalente na função de proprietário, gerente, funcionário e segurança do estabelecimento. Sem a pretensão de biógrafo, exponho mais esse craque. Não suporta perfume. Fuma sem cerimônia até dentro do Hospital do Câncer. Acha um absurdo aplausos em roda de choro. Como demonstração de contentamento para com os músicos, inventou em tais eventos pequenos estalos entre os dedos. Exige silêncio até em ensaio de escola de samba e, mesmo sendo ali seu único ganha-pão, detesta servir e cobrar.

Pra fechar: foi o primeiro sujeito a vender nossos discos de samba, abrindo mão no seu minúsculo bar da necessária despensa pra encaixar os CDs alternativos. No seu aniversário, a feijoada é pretexto pra angariar fundos para entidades filantrópicas. Acho que ele é o mentor da ONG Se Essa Rua Fosse Minha e afirmo que, se o samba invadiu de novo a cidade, a retomada nasceu nas mesinhas do estabelecimento. E salve Cristina Buarque!

Acontece que o assunto é bar
O lugar é famoso e, vez por outra, surgem ônibus de excursão para visitá-lo, na ilusão de que ali o espaço seja maior do que o da antiga Plataforma. Nossa história real começa com um casal de outro estado, máquina fotográfica em punho, querendo muito passar a tarde no templo da boemia carioca. Era sábado, e Alfredinho, de bermuda como sempre, estava sentado à mesa de fora, uma perna dobrada, as costas arqueadas e o Trim na mão. Sabem o que é Trim? Um antigo cortador de unha que, invertida a haste, é capaz de cortar até casco de cavalo:
- É aqui o bar Bip-Bip?
- Leu a placa?
- Ah, sim, é verdade. O senhor poderia servir dois chopes?
- Aqui não se trabalha com chope, só cerveja.
- Desculpe-me, então uma cerveja, por favor.
- Olha, a cerveja aqui é pequena. Pra vocês é melhor pedir duas.
- Sim, sim, claro! Duas cervejas!
- Meu amigo, nós aqui não temos garçom. Vai lá dentro, abre o freezer, pega as bebidas e, depois, na prancheta do lado, você anota o seu nome e faz uns risquinhos com a quantidade.
Catatônico, o turista segue em direção à geladira e ainda ouve a última frase do nosso anfitrião:
- Aproveita e mata essa baratinha que está passando aí!

Baixa o pano. O lugar tem história da música nas suas paredes. Os quadros testemunham os belos encontros que o Alfredinho já proporcionou à cidade do Rio de Janeiro, como a recepção a Dona Ivone Lara, todo um silêncio como arranjo às melodias de Elton Medeiros e uma dinastina de mestres do enredo: Walter Alfaiate, Nelson Sargento e Paulão Sete Cordas. Como livro é sobre bar, e não de centro cultural, dou a minha dica: o Bip-Bip tem uma das melhores batidas de maracujá da região. Servida em copo grande, vem quase no volume da caipirinha e, pra quem gosta de ficar bêbado, bastam duas doses. Eu gosto."

Ah, estivesse eu no Rio de Janeiro, não perderia essa!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Analisando o Zicartola

Existem diversas publicações sobre samba. A finalidade desta seção é mostrar algumas delas que achamos interessante.

Muito se fala sobre o Zicartola, poucas pessoas compreendem sua importância para a época em que ele abriu as portas. No Livro Zicartola, Maurício Barros de Castro mostra como uma casa que funcionou por apenas dois anos conseguiu exercer tanta influência na sociedade carioca.

Prova disso foi o ressurgimento de nomes como o próprio Cartola, Nelson Cavaquinho, Ismael Silva e Zé Kéti. Espetáculos que foram inspirados no boteco, como o Opinião e o Rosa de Ouro. O livro também chama a atenção para os freqüentadores, aliás o ambiente é justamente recriado por alguns de seus mais ilustres como Hermínio Bello de Carvalho, Nelson Sargento, Elton Medeiros, Ferreira Gullar, etc. Foi através do Zicartola que pela primeira vez a Zona Sul do Rio vinha até a Zona Norte, já que na Zona Sul era grande a quantidade de bares dedicados à Bossa Nova. Atraindo os jovens universitários e intelectuais de esquerda.

O livro com pouco mais de 100 páginas, possui leitura densa, daquelas que não se deve ler simplesmente por ler.

Título: Zicartola: política e samba na casa de Cartola e Dona Zica

Autor: Maurício Barros de Castro

Editora: Relume Dumará

Ano: 2004

Preço: R$ 27,90


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Demodê: (adj) que já saiu de moda

Mais uma pedrada. Bôemio Demodê, de Adelino Moreira, foi gravada originalmente por Paulo Vinícius, um cantor de voz impostada ao bom estilo Nelson Gonçalves. A música estourou em 1971. A data fica bastante evidente na própria letra quando Paulo Vinícius canta os feitos do homem no espaço. Algum tempo depois o próprio Nelsão aproveitou que a música casava perfeitamente com seu estilo e resolveu gravar também.


Ps.:Ouça alto e repare na cuíca ao fundo



Boêmio Demodê
Vou fazer uma seresta,
Moderninha como quê,
Misturar os tratamentos,
Juntar o tu com você,
Eu não quero que me chamem,
Um boêmio demodê.

Com acordes dissonantes,
Sem marquise e sem calçada,
Sem fundo de mulher amada,
Na penumbra do balcão,
Seresta ultra moderna,
Sem viola e violão.

Minha seresta,
Não terá pinga na rua,
Não terá luar nem lua,
E nem lampião de gás,
Porque a lua,
Nesses tempos agitados,
Já não é dos namorados,
Romantismo não tem mais.

Minha seresta,
Nesta era espacial,
Vai se tornar imortal,
Na voz daquele ou daquela,
Minha seresta,
Vai ganhar placa de bronze,
Pois nem mesmo apolo onze,
É mais moderno que ela.

Baixe esse disco que consagrou Paulo Vinícius no blog Raridades do Pipiu

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Os desenhos de J. Carlos

José Carlos de Brito e Cunha foi grande chargista, ilustrador e designer gráfico. Entrou para a história e ficou conhecido somente como J. Carlos.

Seus trabalhos apareciam em grandes revistas do início do século XX, época em que começou a se destacar. Entre as revistas que publicaram seu trabalho estavam a Careta, O Malho, e Para Todos. As duas últimas, que foram dirigidas em um período pelo próprio J. Carlos podem ser conferidas aqui. Entre suas figuras mais retratadas estavam os políticos da época, os sambistas e os foliões.

Veja o que diz o site dezenovevinte sobre os traços do cartuista: "J. Carlos desenhou durante o primeiro e segundo quartel do séc XX, contribuindo para imprensa do Rio de Janeiro e São Paulo em publicações como Careta, O Malho, Para Todos, entre outras. Seu desenho era livre do sfumato dos tempos da litografia, bulindo com dinamismo. Uma rapidez e limpidez de traço que risca do cabelo à ponta do pé, serpenteando o contorno que dizia tudo, e tudo caracterizava. Dotado de refinamento, ao mesmo tempo que ia para o grotesco tinha bom humor, e, quando necessário, um toque profundo".

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

DVD novo é ótimo

Eu ainda não vi o novo dvd de Martinho da Vila. Mas a Folha de S.Paulo viu e achou que vale a pena. A gravação foi feita em um show realizado no Teatro Fecap, aqui em São Paulo. "O pequeno burguês", que é título do dvd e do primeiro sucesso nacional de Martinho, tem um tom bastante intimista, bem ao estilo de Martinho.
Veja o trecho selecionado da reportagem da Folha:

"Em especial na primeira parte, Martinho procura seguir uma linha cronológica, relembrando a sua história. Explica e canta seus primeiros sucessos, lançados nos festivais: "Menina Moça", "Casa de Bamba", "Pra que Dinheiro"... Entende-se aí o salto que Martinho deu ao criar uma forma estilizada de partido-alto, usando a batida e a síncopa tradicionais, mas sem versos improvisados. Em seguida vem "O Pequeno Burguês", um de seus grandes sucessos, original ao contar a história de um rapaz que passa no vestibular mas não pode cursar, porque "a faculdade é particular". Talvez ainda mais saboroso é o bloco dedicado aos sambas feitos para a sua Unidos de Vila Isabel: sambas-enredo como "Yayá do Cais Dourado" e sambas de quadra como "Renascer das Cinzas". Martinho fica tão à vontade que conta ter apelado ao então governador do Rio, Chagas Freitas, para não deixar sua escola cair para o segundo grupo. Sinceridade e bons sambas formam um DVD especial. Fica o gosto de que poderia ser mais."

O PEQUENO BURGUÊS

Artista: Martinho da Vila
Gravadora: MZA
Quanto: R$ 22 (CD), R$ 30 (DVD) e R$ 39 (kit com CD e DVD), em média
Classificação: livre
Avaliação da Folha de S.Paulo: ótimo

Disco da semana: Recomeço - Henricão


Henricão foi um grande representante do samba paulista. Entretanto só conseguiu gravar um LP, em 1980. O disco não chamou muita atenção do grande público na época. De fato uma grande injustiça, pois além dos clássicos "Só vendo que beleza", "Está chegando a hora" e o choro "Sons de carrilhões", que ganhou bela letra do próprio Henricão, há a participação de Carmen Costa. Ela divide os vocais com o sambista nas faixas: "Carmelito" e "Está chegando a hora".

Músicas:

1 - Marambaia (Só vendo que beleza) (Henricão - Rubens Campos)
2 - Andorinha (Henricão - Rubens Campos)
3 - Sons dos carrilhões (Henricão - João Pernambuco)
4 - Sou eu (Henricão - José Alcides)
5 - Carmelito (Gabino Coria Peñaloza - Juan de Dios Filiberto - adap: Henricão - Rubens Campos) participação especial: Carmem Costa
6 - Saravá Umbanda (Dedê - Henricão - Vitor Gonçalves)
7 - Está chegando a hora (Fernandez - adap: Henricão - Rubens Campos) participação especial: Carmem Costa
8 - Deu cupim (Henricão - José Alcides)
9 - Não faça hora (Caco Velho - Henricão)
10 - Já é madrugada (Henricão - Rubens Campos)
11 - Meu crime (Bucy Moreira - Henricão - Raul Marques)
12 - Meu grande desejo (Henricão - Raul Marques)

Baixe esse disco no Prato e Faca.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Germano na Praça da República

Gostaria de compartilhar este vídeo que achei no youtube. Nele Germano Mathias canta, na Praça da República, em uma típica cadeira de engraxate. Figura bastante relevante na preservação do samba paulista. Com direito a uma cuíca e um trombone totalmente feitos com a boca, Germano também é acompanhado pelo apresentador Goulart de Andrade no tamborim. Até que ele toca direitinho!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ao "Mais Querido"

São inúmeros os sambas que tratam de futebol. É como se as duas culturas mais populares do país se unissem. E o resultado dificilmente fica ruim. A bola da vez é uma composição de Wilson Batista e Jorge de Castro, que fala do Flamengo. "Samba rubro-negro" foi feita na década de 50. O príncipe Roberto Silva gravou em 1955, ano em que o "mais querido" conquistou pela terceira vez consecutiva o campeonato carioca. Três nomes foram essenciais nessa conquista: o meio campo Rubens, o volante Dequinha e o zagueiro Pavão. Não à toa, são os homenageados no samba.

Ouça na voz de Carlinhos Vergueiro


Flamengo joga amanhã, eu vou pra lá
Vai haver mais um baile no Maracanã
O mais querido tem Rubens, Dequinha e Pavão
Eu já rezei pra São Jorge pro Mengo ser Campeão

Pode chover, pode o sol me queimar
Que eu vou pra ver
A Charanga do Jaime tocar
Flamengo, Flamengo, tua glória é lutar
Quando o Mengo perde eu não quero almoçar eu não quero jantar

Em 1979, João Nogueira, outro flamenguista roxo, gravou no disco "Clube do Samba".


Só que dessa vez, o trio exaltado era outro: Zico, Adílio e Adão. Com um arranjo diferente, João também inovou ao colocar a torcida do Mengo na gravação:

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Trem do samba

O dia nacional do samba (sim, é hoje) será bem comemorado no Rio de Janeiro. A 13ª edição do Trem do Samba começa sua jornada na estação Central do Brasil. A festa começa a partir das 17 horas, com shows das Velhas Guardas das Escolas de Samba da Portela, Mangueira, Vila Isabel, Império Serrano e Salgueiro, além de Wilson Moreira, Nelson Sargento, Walter Alfaiate e Nadinho da Ilha.

Depois disso, às 19 horas, é que começa o passeio até Oswaldo Cruz. Cada vagão com sua roda de samba. Todas as viagens sairão da Central do Brasil sem paradas até o destino final. Repetindo a experiência de 2007, trens extras estão programados para as 23h, 24h e 1 hora da manhã. A Empresa aconselha os clientes a adquirirem o ingresso de volta antecipado nas bilheterias da estação Central do Brasil.

Confira a programação dos trens:

Primeiro trem - Trem Candeia

Saída: 19h

Vagão 1 - Velha Guarda da Portela e Marquinhos de Oswaldo Cruz

Vagão 2 - Tia Doca

Vagão 3 - Cacique de Ramos

Vagão 4 - Pagode do Negão da Abolição

Vagão 5 - Grupo Autonomia

Vagão 6 - Clube do Samba

Vagão 7 - Embaixadores da Folia

Vagão 8 - Quilombo

Segundo trem - Trem Silas de Oliveira

Saída: 19h20m

Vagão 1 - Velha Guarda do Império Serrano

Vagão 2 - Grupo Roda do Bip

Vagão 3 - Pagode do Nelsinho e da Wilma

Vagão 4 - Mestre Faísca

Vagão 5 - Manga Preta

Vagão 6 - Pagode da Tia Ciça

Terceiro trem - Trem Cartola

Saída: 19h40m

Vagão 1 - Velha Guarda da Mangueira

Vagão 2 - Velha Guarda do Salgueiro

Vagão 3 - Pagode do Sambola

Vagão 4 - Bloco Voltar pra Quê?

Vagão 5 - Grupo Parados na Ponte

Vagão 6 - Grupo Regente

Quarto trem - Trem Luiz Carlos da Vila

Saída : 20h

Vagão 1 - Velha Guarda da Vila Isabel

Vagão 2 - Caldos e Canjas

Vagão 3 - Quizomba

Vagão 4 - Bloco da Cachaça

Vagão 5 - Pagode do Renascença e Renato Milagres

Vagão 6 - Democráticos de Guadalupe

Vagão 7 - Grupo Nossa Arte de Niterói/Quintal de Jorge

Vagão 8 - Pagode do Ouvidor/Pagode

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Samba da Varig

Com a finalidade de ser exibida em salas de cinema, em 1970 a Varig criou uma série de animções que mostrava variados destinos do Brasil. Na Bahia, um tucano era embalado por berimbaus e um samba tipicamente do local. No Ceará, um xaxado e assim ele ia passando por Minas Gerais, Rio Grande do sul, etc. O Rio de Janeiro não poderia ser representado por outro ritmo senão o samba. O jingle foi composto pelo maestro Arquimedes Messina e teve arranjos do maestro Heraton.



Saiba mais sobre essa campanha aqui.

domingo, 30 de novembro de 2008

Disco da semana: Passado de Glória - Velha Guarda da Portela


A gente fica sempre tentando trazer coisas que são menos conhecidas e às vezes acabamos esquecendo de dar o merecido destaque a discos e artistas mais clássicos. É por isso que o disco desta semana é o bom e velho Passado de Glória, da Velha Guarda da Portela. Trata-se do primeiro registro da Velha Guarda da Portela que, organizada por Paulinho da Viola contava com Casquinha no Surdo, Eliseu no pandeiro, Jair Costa no cavaquinho (considerado por Jacob do Bandolim como melhor palhetada de samba), César Faria no violão.

Sambas que hojem são obrigatórios em qualquer roda de samba que se preze foram revelados através deste disco produzido por Paulinho da Viola. Foi a partir deste LP também que se iniciou o conceito de Velha Guarda tal qual conhecemos hoje.

Destacar somente uma faixa deste disco seria uma tremenda injustiça com as outras. Entretanto gostaria de chamar a atenção não para uma música, e sim para um instrumento. Prestem atenção no violão do velho César. É de arrepiar.

Músicas:
01 - Quantas lágrimas (Manacéa)
02 - Se tu fores na Portela (Ventura)
03 - Desengano (Aniceto)
04 - Sofrimento de quem ama (Alberto Lonato)
05 - Vaidade de um sambista (Francisco Santana)
06 - Chega de padecer (Mijinha)
07 - Levanta cedo (Rufino)
08 - Cocorocó (Paulo da Portela)
09 - Tristeza (Heitor dos Prazeres e João da Gente)
10 - Vida de fidalga (Alvaiade e Francisco Santana)
11 - Ando penando (Alcides)
12 - A maldade não tem fim (Armando Santos)
13 - Alegria tu terás (Antonio Caetano)
14 - Passado de glória (Monarco)

Baixe esse disco no Um Que Tenha.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Inimigos do Batente & João Borba no Anhangüera - HOJE

Hoje tem samba lá no Clube Anhagüera. O convidado da vez é o cantor e compositor João Borba. Uma grande voz do samba de São Paulo e, mais um nome que os Inimigos do Batente resgatam e trazem para o público.

Para quem não o conhece:



Inimigos do Batente: Railídia (voz), Fernando Szegeri (voz, ganzá), Paulinho Timor (percussão geral), Cebolinha (repique de anel), Julio Vellozo (cuíca), Kico Nogueira (cavaquinho), K-belinho (pandeiro), Marcelo Homero (voz, surdo), Luís "Tchubi" (violão de sete cordas).

Clube Anhangüera: Rua dos Italianos, nº 1.261 - Bom Retiro.
Telefone: 3361-1799.
Sexta-feira, 28 de novembro de 2008.
O samba começa às 23h00.
Ingressos: R$ 10,00 + 1 Kg de alimento não perecível ou agasalho

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Diamante Negro fotografado

Um precioso acervo. Pixinguinha com oito anos, Pixinguinha no baile de carnaval, ao lado da mulher Beti, em um evento no Museu da Imagem e do Som...São centenas as fotos do nosso Diamante Negro da música que o Instituto Moreira Salles tem guardadinhas.

Para acessar essa riqueza de imagens, basta entrar no site do IMS, ir em Acervos e Pesquisas e digitar "Pixinguinha" na região de busca com a opção "Fotografias" selecionada.

A dica também vale a pena para quem não conhece o IMS. Lá é possível pesquisar músicas raras, de desde a década de 1910. Está disponível, por exemplo, grande parte da coleção do crítico musical José Ramos Tinhorão. É de deixar o queixo caído.


Vale lembrar também que as fotos aí têm trilhões de direitos autorais. Quem deseja usar de forma comercial deve pedir a licença de uso para os Moreira Salles. Mas, há de se convir que só de ver algumas fotos dessas já é empolgante!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Chorinhos e Chorões, 1974

Gaste 10 minutos do seu dia para assistir ao precioso documentário "Chorinhos e Chorões", feito em 1974 por Antônio Carlos da Fontoura.

Trata-se de um belíssimo panorama do choro, com histórico e filmagens raras, como de Luperce Miranda (que morreria três anos depois) interpretando Picadinho à Baiana, um choro de sua própria composição.

O filme, hospedado no site Porta Curtas pode ser visto aqui. Para abrir a ficha técnica do documentário, clique aqui. E boa sessão!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Quando Lupi saiu de cena

O caderno Ilustrada da Folha de S.Paulo está comemorando 50 anos. É claro que a Folha fez um hotsite destacando tudo de melhor que estampou a primeira página de um dos mais importantes cadernos culturais de São Paulo. Também aproveita para divulgar seu livro, intitulado Pós-Tudo: 50 Anos de Cultura na Ilustrada.

A capa de 28 de agosto de 1974 é o destaque selecionado pelo Vermute. Trata da morte de um dos mais brilhantes sambistas gaúchos que já se viu: Lupicínio Rodrigues. O arquivo em PDF pode ser aberto aqui e é uma boa para quem gosta de colecionar essas velharias.

O texto do dia trazia grafado "Lupiscínio", embora o compositor tivesse pedido que escrevessem seu nome sem o "S": Vê se dá para escrever meu nome sem 's', que fica muito velho. Prefiro com 'c', sem aquele 's' antes, coisinha chata".

Antes, os pasquineiros já haviam entrevistado Lupi, confira aqui.

domingo, 23 de novembro de 2008

Disco da semana: Ao Vivo - Nelson Gonçalves & Raphael Rabello


É difícil dizer o que é necessário para lançar um grande disco. Entretanto se você juntar um dos intérpretes de maior sucesso da época do rádio com um violonista, que segundo alguns, era melhor que Yamandú Costa, o sucesso será inevitável.

E foi isso que aconteceu em 1989 quando Nelson Gonçalves e Raphael Rabello se uniram para uma temporada de shows no Olympia em São Paulo. De lá saíram sete das quatorze faixas que integram o disco. As outras sete foram gravadas apenas em 1991, em um estúdio do Rio de Janeiro. Há duas participações que abrilhantam ainda mais o disco, Dino 7 cordas aparece na música Deusa da Minha Rua. E na faixa As Três Lágrimas, quem comanda o acordeon é ninguém menos do que Caçulinha, aquele mesmo do Faustão.

Deste disco destaco o clássico da bossa nova, Samba do Avião, em que Raphael consegue reinventar a música com um arranjo totalmente diferente do que prega o ritmo.

Músicas:

01 - Samba Do Avião* (Tom Jobim)
02 -Luiza* (Tom Jobim)
03 - Quem Há De Dizer?* (Alcides Gonçalves/Lupicínio Rodrigues)
04 - Súplica** (Déo/José Marcílio/Otávio Gabus Mendes)
05 - As Rosas Não Falam** (Cartola)
06 - Nunca* (Lupicínio Rodrigues)
07 - Chão De Estrelas* (Orestes Barbosa/Sílvio Caldas)
08 - Fracasso** (Mário Lago)
09 - Velho Realejo** (Custódio Mesquita/Sadi Cabral)
10 - Número Um* (Benedito Lacerda/Mário Lago)
11 - A Deusa Da Minha Rua** (Jorge Faraj/Newton Teixeira)
Part. Especial: Dino 7 Cordas: Violão 7 Cordas
12 - As Três Lágrimas** (Ary Barroso)
Part. Especial: Caçulinha : Acordeon
13 - Naquela Mesa* (Sérgio Bittencourt)
14 - Pra Esquecer** (Noel Rosa)

* Gravado no Olympia
** Gravado no Estúdio

Baixe esse disco no Regálame esta noche.

sábado, 22 de novembro de 2008

Paciência Iracema, paciência

Adoniran se notabilizou pela temática pouco comum de seus sambas. Com Iracema não poderia ser diferente. Nele Adoniran conta a história de um atropelamento de uma mulher e, para completar, a tragédia a menos de um mês do casamento.

O curioso é que ninguém sabe ao certo como é a história do samba. Uma versão dá conta de que Adoniran se inspirou ao ler no jornal uma notícia de uma mulher atropelada na Rua da Consolação. A outra é que Adoniran a compôs para uma mulher que não o correspondia, e um dia, cheio de raiva, disse que ia matá-la. Escreveu o samba, mostrou para ela e disse “Ta aqui ó! Te matei”.

Se foi por conta do jornal ou de um amor não correspondido, isso ninguém nunca vai saber. O fato é que Adoniran transformou um acontecimento qualquer em uma bela crônica. Coisa em que era, de fato, um especialista.

Abaixo segue um vídeo com bela interpretação de Elis Regina e com Adoniran narrando o acontecido.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Ao dia da Consciência Negra

Através do belíssimo Jongo de Wilson Moreira e Nei Lopes, o Vermute com Amendoim celebra o dia da consciência negra.

Jongo do Irmão Café (Wilson Moreira / Nei Lopes)




Auê, meu irmão café!
Auê, meu irmão café!
Mesmo usados, moídos, pilados, vendidos, trocados, estamos de pé:
Olha nós aí, meu irmão café!

Meu passado é africano
Teu passado também é.
Nossa cor é tão escura
Quanto chão de massapé.
Amargando igual mistura
De cachaça com fernet
Desde o tempo que ainda havia
Cadeirinha e landolé
Fomos nós que demos duro
Pro país ficar de pé!

Auê, meu irmão café!
Auê, meu irmão café!
Mesmo usados, moídos, pilados, vendidos, trocados, estamos de pé:
Olha nós aí, meu irmão café!

Você, quente, queima a língua
Queima o corpo e queima o pé
Adoçado, tem delícias
De chamego e cafuné
Requentado, cria caso,
Faz zoeira e faz banzé
E também é de mesinha
De gurufa e candomblé
É por essas semelhanças
Que eu te chamo "Irmão Café"

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Martinho na gringa

Em 1977, o cineasta Ari Cândido Fernandes acompanhou o sambista Martinho da Vila, na época com 39 anos, para uma turnê em Paris. A viagem resultou em um curta-metragem que mostra uma apresentação de Martinho na TV, as andanças do sambista pela capital da França e umas filosofias bem inspiradas nos botequins parisienses. Vale a pena assistir!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Lançamento à vista

"A carreira do Candeia pode ser dividida em duas partes: a primeira é lírica e a segunda, mais social. A paralisia fez com que tivesse mais tempo para refletir sobre a vida e si mesmo", diz João Baptista M. Vargens, amigo e biógrafo do compositor.

No dia 2 de dezembro, institucionalizado como dia nacional do samba, Vargens relançará Candeia: Luz da Inspiração, a terceira edição da única biografia autorizada de Antônio Candeia Filho, esgotada em duas tiragens, publicadas em 1987 e 1997.


Para acompanhar a leitura, um CD com 25 músicas inéditas do compositor, cinco delas interpretadas pelo próprio Candeia. Já as outras estão nas vozes de Walter Rosa, Casquinha, Wilson Moreira e Monarco.

Comemorando Candeia

Nesta terça-feira se completam 30 anos de morte de Candeia. Em São Paulo, a comemoração ao mestre partideiro será feita no sábado, por Teresa Cristina e pelas pastoras portelenses – Tia Surica, Tia Doca, Áurea Maria (filha de Manacéa) e Neide Santana (filha de Chico Santana).

A festa será no Bar Samba, na Vila Madalena. Anote aí:

Teresa Cristina e as pastoras da Portela. Bar Samba. Rua Fidalga 308, Vila Madalena, 3819-4619. Sábado, 15, a partir das 12 h. R$ 60

Leia a matéria completa no jornal O Estado de S.Paulo para saber como Candeia ficou paralítico

domingo, 16 de novembro de 2008

Disco da semana: 1978 - Roberto Ribeiro

"Roberto é uma das mais belas vozes do samba, em todos os tempos. O timbre de sua voz é personalíssimo. Forte mas doce. Comovente quando precisa. Festeiro quando tem de ser. Romântico quando quer. Emocionante sempre. É sambista porque está na veia. Seria seresteiro fácil, bastava ter chance. Voz de Homem. Sem afetações, nem importações. Trovador do canto lento. Puxador do samba-enredo. Porta-voz do partido-alto das rodas dos mestres. Mensageiro dos quilombos. Cantador dos seus e dos nossos sentimentos. Cantor de qualquer tempo e de qualquer música. Sem os rótulos convencionais.Digno representante do que significa verdadeira e simplesmente cantar. Qualquer compositor gostaria de ter seu repertório perpetuado no bronze dessa garganta.É voz tecida com fios de metal puro nas mãos do Grande Artesão Divino. Voz mestiça das cores do arco-íris. Voz de luz espargida. Voz de água encachoeirada.Roberto já tem sua voz na galeria das gargantas abençoadas. Assim declaro e reconheço firma."

Paulo César Pinheiro

Grande disco! Dele destaco os clássicos Meu Drama, em que há uma interpretação primorosa de Roberto, e o belo samba enredo do GRANES Quilombo, Ao Povo em Forma de Arte.


Todo Menino é um Rei (Nelson Rufino / Zé Luiz) - Roberto Ribeiro


Músicas:
1 - Todo menino é um rei (Nelson Rufino / Zé Luiz)
2 - Favela Jorge Lucas / Edson Paiva)
3 - Isso não são horas (Catoni / Xangô da Mangueira / Chiquinho)
4 - Meu drama (Silas de Oliveira / J. Ilarindo)
5 - Flor mulher (Noca da Portela / Joel Menezes / Carlito Cavalcante)
6 - Noite amiga (Roberto Ribeiro / Joel Menezes)
7 - Amei demais (Flávio Moreira / Liette de Souza)
8 - Um poema pra você (Fonte de inspiração)(Silvio da Silva)
9 - Rosas do mar Roberto Ribeiro / Toninho Nascimento)
10 - Quero (Dida / Dedé da Portela)
11 - Ao povo em forma de arte (Wilson Moreira / Nei Lopes)
12 - Não sou feliz no amor (Monarco)

Baixe aqui o disco via CD Covers Grátis.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O Rio por Zé Kéti

Salve salve gente boa! Resolvi criar uma seção cujo o intuito é único e exclusivamente curtir uns bons sambas. Afinal de contas, o Muxtape já é coisa do passado e acredito que falta este tipo de espaço neste blog. A princípio darei espaço a sambas que julgo possuir aquele algo mais, seja ele conhecido ou não.

A primeira brasa que será colocada é um samba de autoria do grande Zé Kéti - aliás, hoje completa nove anos de sua morte -, chamado "O Retrato do Rio". Trata-se de uma bela homenagem aos grandes bambas que fizeram a história do samba.

O Retrato do Rio (Zé Kéti)



Catoni faz o enredo
Monarca faz o sambão
E o Fuleiro manda brasa na moçada com seu violão
Silas de Oliveira e Zuzuca
Essa dupla sensacional
Não me levem a mal
Se por acaso esquecer de alguém
Neste samba tradicional

O Martinho, o Cartola
Todos dois da minha escola
Em matéria de fazer composição
E agora o Paulinho da Viola
Meu pupilo faz sucesso
Nessa aposta, nesse estilo
Na Portela tem Candeia, Walter Rosa e Jabolô
No Império, o Jorginho sim, senhor
Salgueirense gente boa, Noel Rosa de Oliveira
Anescar e Narcisa pra sambar

Catoni faz o enredo
Monarca faz o sambão
E o Fuleiro manda brasa na moçada com seu violão
Silas de Oliveira e Zuzuca
Essa dupla sensacional
Não me levem a mal
Se por acaso esquecer de alguém
Neste samba tradicional

Outro nome vou citar
Todos devem respeitar
Nelson Cavaquinho é nosso rei
O Jair não fica atrás
E o Elton, bom demais
O Sargento em Mangueira é cartaz
Padeirinho também
Mano Décio, Mano André
Seu Darcy e Seu Leléu
Representam bem o samba de Noel, ou Ismael
O Comprido e o Preto Rico
O Pelado dos Originais
São bons, são bons demais

Quem inventou o samba foi o Donga
Em seu tempo de rapaz
Quem inventou o samba foi o Donga
Que pra mim é muito mais


Baixe aqui "O Retrato do Rio"

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Sacudido e dançante

Hoje o Vermute conta com a ilustre participação de um amigo-convidado. O jornalista Alexandre Agabiti, editor da Revista Invicto, escreve sobre o segundo disco do francês Nicolas Krassik, intitulado "Caçuá". Aproveitem:



“Caçuá” dá continuidade à linha adotada no primeiro CD: uma bem-dosada combinação de tradição e modernidade em que o respeito à tradição não engessa a ousadia, gesto que renova os gêneros. O repertório é bastante equilibrado, com clássicos e composições inéditas. Dono de uma técnica sólida, Nicolas Krassik não cai na tentação fácil de exibir seu virtuosismo com malabarismos estéreis. Prefere tocar de modo mais sóbrio, valorizando a melodia, sem nunca perder a fluidez e o matiz lírico do fraseado.

Uma bela versão de “Deixa a menina”, de Chico Buarque, abre o disco. O violino brilha soberano na melodia e nos improvisos, escoltado pelo violão de sete cordas de Nando Duarte. A segunda faixa, que dá nome ao CD, de João Lyra e Maurício Carrilho, apresenta a tradição da viola caipira e dos ritmos nordestinos e uma delicada melodia exposta pelo violino. “Juízo Final”, de Nélson Cavaquinho e Élcio Soares, ganha ares meditativos no arranjo de Krassik, em que o pizzicato da primeira parte cede lugar na segunda às notas alongadas do violino tocado com arco. Uma gravidade semelhante domina a releitura de “Último desejo” (Noel Rosa), arranjada por Luís Filipe de Lima e Krassik em compasso de choro.

Os ares nordestinos chegam no medley de “Sanfona Sentida” (Anastácia e Dominguinhos) e “Cheirinho de Mulher” (Sivuca), em que o violino mantém um diálogo com o acordeon de Chico Chagas. Acreano radicado no Rio, Chagas tem formação jazzística, arranja e compõe. Para o primeiro disco de Krassik, compôs “Forró do Ça Va”, um baião cheio de afetuoso lirismo. Com razão, Krassik o considera como o melhor acordeonista brasileiro depois de Dominguinhos. O sabor nordestino continua no xote “Na casa do Zezé”, composição de Chagas que se destaca pela beleza da melodia.

Um dos pontos altos do disco é “Casamento da raposa”, de Gerson Filho, arranjada por Marcelo Caldi. A partir de uma cadência marcada por zabumba, pandeiro e triângulo, os outros instrumentos – bandolim, violino, acordeon, dois violões de sete cordas, além do pífano e do sax soprano de Carlos Malta – se lançam em uma dança eletrizante, cheia de verve. Sabor mediterrâneo é a tônica de outro medley, reunindo a folclórica “Karanfil” e “Santa Morena”, de Jacob do Bandolim, em que o violino leva o ouvinte para um passeio por sonoridades árabes-andaluzas.

O Nordeste volta à baila no pot-pourri final, no qual Krassik toca três temas ao lado do rabequeiro pernambucano Luiz Paixão: “Bem temperado” e “Arrumadinho”, de Paixão, e “Flor de ingazeira”, de Nelson da Rabeca. O registro é rústico, seco como o sertão.

Pela primeira vez, Krassik – que se considera muito mais intérprete do que compositor – gravou duas peças de sua autoria: “Petite maman” e “Meu maxixe”. A primeira é uma terna homenagem à mãe, que morreu em 2005. Nas palavras do violinista, “ela mostra meu lado europeu, pois a melodia evoca Chopin, compositor que minha mãe gostava de tocar, e meu lado brasileiro, pois o ritmo é de samba”. A outra composição é um tema sacudido e dançante – como boa parte do disco –, e é vista por Krassik como mero “exercício de estilo”. Pode-se concordar ou não com a afirmação, mas é certo que o francês aprendeu a lição.


Ficou interessado? Baixe aqui o disco para conhecê-lo melhor.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Havaianas e Carmem Miranda

:Não consta que Carmem Miranda tenha feito um comercial de chinelas durante seus 46 anos de vida. Mas os publicitários brasileiros não perderiam a chance de colocar a portuguesinha mais brasileira que já existiu para vender Havaianas.

Para isso contrataram uma cantora que não explodiu, mas tinha talento: Rosemary. Afinal imitar a Pequena Notável (com qualidade) não é pra qualquer um:

terça-feira, 11 de novembro de 2008

As mágoas afogadas

Quem é que nunca atribuiu um porre a uma dor de amor? Se a desculpa é verdadeira ou não é difícil dizer, mas é fato que ela serve de justificativa para muitas bebedeiras. Alguns privilegiados ainda somam a toda esta situação, o dom para compor belíssimos sambas. Logo de primeira me vem a mente a obra-prima "Cantar Para Não Chorar" de Paulo da Portela e Heitor dos Prazeres que diz:

Rir para iludir
Cantar para não chorar
Beber para esquecer
O nome daquela ingrata
Que me fez sofrer

Os versos de Cartola e Elton Medeiros também já cantaram em "Peito Vazio" um afogamento de mágoas num copo cheio.

Procuro afogar no álcool a tua lembrança
Mas noto que é ridícula a minha vingança




Há também a bela composição de Martinho da Vila, "Disritmia", que diz:

Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez com essa disritmia
Vem logo, vem curar seu nego
Que chegou de porre lá da boemia

Disritimia

Finalizo este post com uma canção que está no mesmo nível das demais apresentadas acima, porém não tão conhecida. A música chama-se “Taça de Vinho” e é de autoria de Wilson das Neves:


Taça de Vinho

Você deixou dentro de mim
Uma taça partida
Derramou no caminho do meu peito
O vinho da ilusão perdida

Você deixou minha´lma assim
Uma estrela caída
Fez um rodamoinho e me largou sozinho
Nos confins da vida

Você deixou um corte de punhal
E ainda sangra esta ferida
E nem mesmo a bebida
Tira o amargo sabor da paixão

Você deixou na taça de cristal
A marca desta despedida
A aliança rompida
Entre o meu e o teu coração

Uma noite manchada
Uma taça quebrada
Uma gota de dor
Dentro dos olhos meus
Um silêncio cruel de adeus
E a minha face perdendo a cor
Um aceno na estrada
Uma estrela cortada
Um perfume de flor
Em meu leito depois
E esse vinho lembrando os dois
Me afasta sempre de um novo amor

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Três versões para Carinhoso

Um brinde às obviedades!

"Carinhoso" já foi eleita pela Revista Bravo! como a música mais importante do cancioneiro nacional. Mas essas listas sempre causam polêmica e esse não é o objetivo deste post. A verdade é que qualquer brasileiro reconhece a música de Pixinguinha com apenas quatro notas (as referentes ao verso Meu coração).

Aliás nem sempre essa música foi letrada. Em 1917, quando foi composta, Pixinguinha tinha vergonha de tocá-la em público. O choro, só com duas partes, e não três, como eram os ditames da época, não seria bem-aceito. “Eu não tocava. Ninguém ia aceitar”, disse em um depoimento dado em 1968 para o Museu da Imagem e Som do Rio de Janeiro.

E demorou mesmo para tocar. Só em 1928 é que foi registrada na versão instrumental. Ouça aqui a primeira gravação. Depois de algumas gravações sem sucesso, a música recebeu a famosa letra. Escrita em outubro 1936 por João de Barro, o Braguinha, a letra foi um pedido da atriz e cantora Heloísa Helena, que iria participar de um espetáculo beneficente chamado Parada das maravilhas. Com letra, Orlando Silva, o cantor das multidões, gravou a música no lado B de um compacto duplo lançado em 1937. Escute como ficou.

Mas a versão que eu quero colocar, entre as mais de 200 que já foram feitas, é outra. Em 1970, três anos antes da morte do compositor, foi gravado o disco "São Pixinguinha", cuja capa ilustra o post. A faixa oito tem um arranjo camerístico, é de impressionar:


domingo, 9 de novembro de 2008

Disco da semana: Samba da Cidade - Moacyr Luz

UPDATE: Baixe aqui o disco.


O "Samba da Cidade", na minha opinião, é um dos melhores discos do Moacyr Luz. Talvez seja porque a maioria das músicas mostrem a cidade do Rio de Janeiro, que o compositor sempre exaltou, por uma perspectiva diferente. Seja exaltando personagens como Pixinguinha e o "ítalo-carioca" Lan, ou até mesmo lugares como a Praça Mauá e o bairro de Vila Isabel. Grandes bambas dividem a parceria dos seus sambas no disco. Entre eles estão Martinho da Vila, Nei Lopes, Wilson Moreira, etc.

Mitos Cariocas: Lan (Moacyr Luz / Aldir Blanc)

Músicas:
01 - Tudo que eu Vivi (Moacyr Luz / Wilson das Neves)
02 - Vila Isabel (Moacyr Luz / Martinho da Vila)
03 - Som de Prata (Moacyr Luz / Paulo César Pinheiro)
04 - Zuela de Oxum (Moacyr Luz / Martinho da Vila)
05 - Vinte-e-Sete-Zero (Moacyr Luz / Nei Lopes)
06 - Você Não Parece Mais Você (Moacyr Luz / Aldir Blanc)
07 - Briga de Família (Moacyr Luz / Martinho da Vila)
08 - Faça Chuva ou Faça Sol (Moacyr Luz / Aldir Blanc)
09 - Mitos Cariocas: Lan (Moacyr Luz / Aldir Blanc)
10 - Praça Mauá: Que Mal Há? (Moacyr Luz / Aldir Blanc)
11 - Eu só Quero Beber Água (Moacyr Luz)
12 - Cabô, Meu Pai (Moacyr Luz / Aldir Blanc / Luis Carlos da Vila)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Paula Mirhan: talentosa e jovial

Ela canta, faz careta e mostra uma procura bastante pessoal em relação à leitura que faz das músicas que interpreta. Anteontem em Corumbá, sua cidade natal, ontem em Campinas e há quatro anos em São Paulo, o ponto de chegada do percurso percorrido até agora por Paula Mirhan.

Paula tem 25 anos, é cantora e atriz formada em artes cênicas pela Unicamp. Desde menina sentia que para ela Corumbá era uma cidade pequena demais. Mudou seu cantinho para um aconchegante apartamento em uma travessa da Rua Augusta.

Dentre as demais escolhas que fez, a Universidade Livre de Música-Tom Jobim foi determinante na sua carreira. Lá, venceu o Festival da ULM na categoria intérprete em 2006. Dois anos depois ela concorre novamente ao mesmo prêmio.

Foi também nos corredores da instituição que conheceu o amigo, compositor e violonista Wagner Barbosa. Na etapa atual desse caminhar, Paula e Wagner, além de amigos são colegas de profissão e dividem o palco. Sábado a jovem cantora interpreta as composições de Wagner no segundo e último final de semana de lançamento do CD “Amanhecer”.

Os dois músicos apresentarão um repertório que transita por gêneros tipicamente brasileiros, como o samba Amanhecer, que dá nome ao disco, e a humorada Paris, Francamente, os sambas-canção Clichê e Volta, as bossas Meio Samba e Escolha, o baião Boto, além das inclassificáveis Realejo e Móbile. A última elogiada por Mônica Salmaso, que sugeriu o título ao associar a melodia da música com a idéia do objeto. O genial Guinga também elogiou as composições de Wagner, "nossa, posso dizer que essa música é guinguiana?"

Apesar de apostar na venda do próprio disco, os dois disponibilizam suas faixas como uma forma de combate aos abusivos preços praticados nas prateleiras de Cd´s. Escute o material na íntegra aqui.
Wagner traz para as letras principalmente uma leitura bastante pessoal sobre o desalento e implicações que estão envolvidos no saber amar com liberdade. Paula interpreta as composições com calma. O resultado é um bonito CD, começando pelo bom gosto do encarte. Mas o precioso é que o embrulho não vem vazio, resguarda um material de melodias agradáveis, arranjos simples, que, sim, comunicam. Pequenos segredos podem ser descobertos por um bom ouvinte que estiver atento aos ricos detalhes que foram muito bem escolhidos: o barulho delicado de um móbile no início da faixa oito, uma brincadeira de estúdio na voz de Paula Mirhan “ai esse povo bagunceiro!”, que foi incorporada em Escolha, faixa sete e que dão ar de acabamento ao CD. O material de pouco mais de 35 minutos traz músicas que são breves sem deixarem de ser profundas, mas que justamente por apresentarem fluidez, poderiam vez ou outra, se esticarem mais.

O CD foi gravado entre maio de 2006 e maio de 2007.
Paula exala uma mistura bem temperada de movimento e reflexão. “Muitas vezes fazemos o contrário, mas acho que devemos priorizar teorizar aquilo que experimentamos”. Paula experimenta e caminha na música, feliz.

Ela estuda percepção, técnica vocal e harmonia. “Música para mim sempre foi letra”, conta. Mas aprendeu a trabalhar a voz como um instrumento, e está mais atenta hoje para a dinâmica e o ritmo.

Para agregar mais valor ao seu trabalho, Paula costuma beber nas outras artes. O cinema, uma fonte inesgotável de inspiração, é para ela também ferramenta de trabalho. “Percebo que é muito difícil encontrar cantores interados das outras artes, como literatura, teatro ou cinema. Dou muita importância a isso. "
Nos papos sobre música brasileira é muito fácil encontrar discursos saudosistas, desmotivados com a produção atual. O duro é que muitas vezes por trás desta saudade aparece um ouvinte pouco curioso e distante do material que está sendo produzindo hoje. Para quem ainda se mostra vivaz e disposto, fica aqui uma bela dica para este final de semana.

LANÇAMENTO DO DISCO AMANHECER - Paula Mirhan e Wagner Barbosa.
Onde: TEATRO X - Rua Rui Barbosa, 399 - Bixiga

Quando: dia 08/11 as 16h - convidado especial: Conrado Paulino 09/11 - 16h - convidado especial: Chico Saraiva
Ingresso: R$ 15 (estudantes: R$ 7,50).
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