quarta-feira, 30 de junho de 2010

O retorno do escurinho

O samba Escurinho, de Geraldo Pereira foi lançado no longínquo mês de fevereiro de 1955. Sucesso na voz de Cyro Monteiro, o samba fala de um crioulo comportado e que, de uma hora para outra, começa arranjar um monte de confusão.

Um ano depois, o tal escurinho seria personagem de outro samba. A situação do escurinho, de Aldacir Louro e Padeirinho. Este segundo trata das consequências das atitudes do escurinho. Germano Mathias gravou e estorou.

Escurinho (Geraldo Pereira) / Falsa baiana (Geraldo Pereira) / Que samba bom (Geraldo Pereira / Arnaldo Passos)


A situação do escurinho (Aldacir Louro / Padeirinho)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Fala Clementina

Abaixo um trecho de um programa especial, com entrevista e músicas, feito com a Clementina de Jesus pela TVE.

Zarathustra cai no samba

Essa música ficou famosa no filme "2001 - Uma Odisseia no Espaço". Agora você ouve uma levada de samba-rock feita por Meireles e disponível no site Mundo Estranho de PB na coletânea 70´s Synth Brazuca, feita pelo maluco que alimenta o blog.

Also Sprach Zarathustra


Detalhe importante: ouça alto, muito alto.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Disco da Semana: Argemiro Patrocínio

Tem alguns discos que só depois de um tempo você vai dar a atenção necessária a eles. Foi o caso deste de Argemiro Patrocínio. Só pelos convidados dava pra ver que a coisa é boa: Jaques Morelembaum, Nicolas Krassik, Marisa Montes, Waldonys, Pastoras da Velha Guarda da Portela, Teresa Cristina, Moreno Veloso, Rildo Hora, Zeca Pagodinho e Marcelo D2.



Os mais conservadores podem se assustar com alguns destes nomes, mas sem razão. O disco é longo (tem 16 faixas), mas é uma pedrada atrás de outra. Lançado em 2002, um ano antes da morte de Argemiro, este é o único álbum dedicado inteiramente ao portelense.

Ouça um de seus maiores sucessos, "A chuva cai lá fora", cantado pelo próprio:


Tem um clipe também, cuja música faz parte do repertório do disco:


01. Meu sofrimento(Argemiro). Tudo mudou tão de repente (Argemiro, Francisco Santana)
02. Solidão (Argemiro) - Participação Especial: Jaques Morelembaum
03. A chuva cai (Argemiro - Casquinha)
04. Vem amor(Argemiro - Armando Santos) - Participação Especial: Nicolas Krassik
05. Dizem que o amor (Argemiro - Francisco Santana) - Participação Especial: Marisa Monte - Jaques Morelembaum
06. Cadê Rosalina(Argemiro - Paulo Vizinho) - Participação Especial: Waldonys - Pastoras da Velha Guarda da Portela
07. Saia da casa dos outros (Argemiro - Darcy Maravilha) - Participação Especial: Pastoras da Velha Guarda da Portela
08. Deslize da vida (Argemiro - Francisco Santana)
09. Lamento de um portelense (Argemiro - Francisco Santana)
10. Em uma noite de verão (Argemiro) - Participação Especial: Nicolas Krassik
11. Amém (Argemiro - Teresa Cristina) - Participação Especial: Teresa Cristina
12. Nuvem que passou (Argemiro)
13. Vou me embora pra bem longe (Argemiro - Guaracy - Renato Fialho) - Participação Especial: Moreno Veloso - Rildo Hora
14. A saudade me traz (Argemiro - Alberto Lonato) - Participação Especial: Zeca Pagodinho - Pastoras da Velha Guarda da Portela
15. Minha inspiração (Argemiro)
16. Vou me embora pra bem longe (bonus track) (Argemiro - Guaracy - Renato Fialho - produzida por Marcelo D2)

Baixe este disco no Um que Tenha

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Gisa e Didu em homenagem a João

Há dois anos, Gisa Nogueira e Didu Nogueira, respectivamente irmã e sobrinho do grande João Nogueira, deram uma aula de samba no Clube Anhanguera, em São Paulo. Pois esta experiência vai se repetir nesta sexta-feira.



O homenageado não precisa nem dizer, né? Mesmo assim fica aí um videozinho que os irmãos Nogueira fizeram para o Fantástico



Local: Clube Anhangüera
Endereço: Rua dos Italianos nº1261 – Bom Retiro – São Paulo - SP
Data: 28 de maio (sexta-feira)
Horário: a partir de 22h
Valor: R$ 15,00

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Dominó & choro

Infelizmente não consegui achar a animação "Dominós" completa. No Youtube só tem um pedaço. Daniel Schorr é brasileiro e mora no Canadá, onde foi feito o filme. No blog Benzadeus peguei algumas aspas de Daniel sobre o trabalho:

A brasilidade também está presente em seu último trabalho, “Dominós” (2007). O chorinho embala os personagens, produzidos exclusivamente com recortes de papel. “No começo do trabalho percebi que a maioria dos diretores do estúdio estava interessada em produzir filmes em 3D. Ser do contra é típico do animador. Então resolvi contar uma história complexa com o mínimo de recursos, sem perspectiva ou gama de cores, para ressaltar o movimento, para mim a essência da animação. Também tive a intenção de resgatar a simplicidade das obras de Jodoin e McLaren, que é a herança do National Film Board, e fazer um filme com a cara dos que eu assistia com 15 anos”, relata Daniel. Segundo ele a diferença, tema do filme, está representada no sotaque do samba composto pelo canadense Norman Roge. O diretor diz que trabalha em regime de parceria com músicos e sonoplastas, que para ele são responsáveis por 50% da criação de um filme. Daniel, que costuma trabalhar ouvindo música brasileira, surpreendeu-se com seus dominós quando foi encaixada a trilha: eles se mexiam na cadência do samba.

A trilha é de autoria de Normand Roger.

terça-feira, 22 de junho de 2010

A Vingança do Hipocondríaco

É sempre bom descobrir um sambinha (ou maxixe, neste caso) em um disco daqueles em que não se imaginava tê-los. Foi o que aconteceu no álbum "Como é bom ser punk" (1985), do Língua de Trapo. Além de ter o genial "Samba-enredo da TFP", possui a "A Vingança do Hipocondríaco", a pedrada de hoje composta por Carlos Melo e Celso Mojola. Já começa num clima genial, com uma sátira ao Bahiano da Casa Edison, que narrava as gravações no começo do século XX. Saca só:

A Vingança do Hipocondríaco


Numa mudança de clima repentina fiquei constipado
Peguei chuva no costado e consultei o doutor Salvador
Mas fiquei preocupado
É que ele me receitou Sulfato de neomicina mais xilometazolina
Pra curar meu resfriado.
O efeito colateral foi meu mal Ai que diarréia! (Preferia rinorréia)
Mas me automediquei e passei a sentir cefaléia
Outro doutor me aviou injeção de nembutal
Aí meu quadro geral apresentou dispnéia
E quando acordo num leito que de estreito
Com um trilho se parece
Vejo que além de operado fui logrado pelo INPS
Meu problema era o pulmão me operaram do tendão
Ai, meu deus! como pobre padece
Fiquei imobilizado mas parado nos estudos, não
Estudei mais do que platão
E conclui supletivo intensivo na televisão
E prestei vestibular pra área de medicina
Entrei lá em teresina com medalha e até menção.
O meu primeiro cliente inocente falou do pulmão
Passei remédio pro tendão
Seu tubo digestivo apreensivo sofreu depressão
Eu resolvi receitar fenilciclohexilacético
Que além de ser antisséptico não tem contra-indicação
Como o doente era alérgico ao lisérgico sofreu cefalalgia
Prescrevi pirazolona (butazona) curei sua nevralgia
Numa mudança de clima passageira e repentina recaiu
Morreu de pneumonia (foi minha vingança nesse dia)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Zé do Caixão e Nelson Sargento

Você! Você! E todos "você"! Se não assistir estes vídeos será condenado a escutar o diabo cantando bossa nova! Um inferno e um violão...

Rogada esta praga, que foi proferida pelo próprio Zé, deixo aqui os vídeos de quando Nelson Sargento foi entrevistado pelo mestre do terror, no programa "O Estranho Mundo de Zé do Caixão". Já alerto que no primeiro vídeo há uma matéria sobre uma banda de rock que mistura elementos de umbanda ao seu som. Quem não quiser ver, é só esperar carregar um bocado e se divertir com a entrevista.






Disco da Semana: Fases do Coração - Moyséis Marques

Vira e mexe, discutindo sobre o universo do samba, surge a questão: quem está fazendo o samba hoje como deve ser feito? A primeira pessoa que vem à minha cabeça, invariavelmente, é Moyséis Marques. Tudo bem que tem um monte de gente aí, acertando em quase tudo que grava mas é que Moyséis compõe e canta muito bem.

Este mineiro gente fina, já tentou a vida no forró, no começo dos anos 1990, mas acabou se encontrando no samba. Tem dois discos, um de 2007 e outro de 2009. Este segundo, chama-se "Fases do Coração" e ocupa nesta semana o destaque no VCA.
Com 13 faixas, a maioria de sua autoria, "Fases do Coração" foi lançado no final de 2009. Alguns arriscaram a dizer que era o disco do ano. Talvez. Mas o fato é que já faz parte da discografia obrigatória dos amantes do samba. Dá uma sacada na segunda faixa, "Panos e planos":

Panos e planos


Moyséis até teve um samba seu incluído na trilha sonora da novela "Caminho das Índias". Era bom, mas não o melhor do disco, título que na minha opinião fica com "Fases do Coração"

Fases do Coração


1. Entre os Girassóis
2. Panos e planos
3. Oitava Cor
4. Pretinha, Jóia Rara
5. Fases do Coração
6. Subúrbio
7. Cartas do Metrô
8. Mágoa
9. Agradeça
10. Da Maneira que Ficou
11. Sonho e Saudade
12. Tem Hora
13. Lá se foi meu Verão

Baixe esse disco no Um que Tenha

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Tira os óculos e recolhe o homem

A única parceria de Moreira da Silva e Jards Macalé, "Tira os óculos e recolhe o homem", surgiu de um caso verídico ocorrido em 1978, durante um show dos dois em Vitória. Como o Brasil estava em plena ditadura militar, a censura, que estava de olho em tudo o que era artista, andava afiada.



Mesmo assim, Jards resolveu provocar: saiu do roteiro e cantou a marcha "Casca de ovo", que debochava de um dos candidatos à presidência, Magalhães Pinto. A música dizia: "Será que esse pinto sobe / será que esse pinto desce / será que esse pinto murcha / será que esse pinto cresce". Pronto. No dia seguinte após o show, o quarto do hotel de Jards estava cheio de milicos espadaúdos.

No site da Funarte, tem um depoimento do Jards sobre o caso: "Às 6 h da manhã fui acordado em meu quarto por três homens fortes, pareciam armários de 10 de frente por 29 de fundos. Um deles me cutucou e disse: ‘Polícia Federal. O doutor delegado quer falar com o senhor’. Respondi: ‘Tudo bem. Mas não saio sem falar com Moreira da Silva’. Ele disse: ‘Sou fã dele, pode falar’. Logo depois virou para os dois outros policiais e ordenou: ‘Enquanto isso, vamos dar uma geral no quarto’. Pensei: ‘Ai, meu Deus!’. Telefonei para o Moreira, que estava dois andares abaixo do meu: ‘Moreira, os hôme tão no meu quarto’. Moreira abriu um bocejo e respondeu firme: ‘Nos encontramos no saguão’. Quando desci escoltado pelos policiais, Moreira da Silva já estava nos esperando no saguão do hotel, vestindo seu impecável terno branco, sapato bicolor e chapéu panamá. E disse: ‘Meus filhos, o que está havendo com meu menino?’. O policial: ‘Moreira, sou seu fã. O delegado mandou buscá-lo’. ‘Posso ir com vocês?’, sorriu Moreira. ‘É uma honra’, respondeu o policial. Entramos num pick-up chapa fria e partimos para a Polícia Federal. O policial sabia todo o repertório do Moreira. ‘Você conhece essa?’, perguntou Moreira. E começou a cantar: ‘Pra se topar uma encrenca / basta andar distraído / que ela um dia aparece / não adianta fazer prece / eu vinha de ontem lá da gafieira / com minha nega Cecília / quando gritaram…diz aí!’ E o policial feliz, deu o breque: Olha o Padilha. Não acreditei que estava vivendo aquilo”.

Quando chegaram na delega, a coisa ficou pior: "Entramos na sala do delegado e ele perguntou sem nos olhar: ‘Qual de vocês dois é o tal do Macalé?’ Moreira tentou tergiversar: ‘Mas doutor delegado…’ O delegado rosnou: ‘Cala a boca!’ e voltou a perguntar: ‘Qual de vocês dois é o tal do Macalé?’ Moreira, botando o chapéu sobre o peito, olhou pra mim e murmurou baixinho: ‘Acho que desta vez você se fodeu’. O delegado olhou pra mim e disse: ‘Tira o óculos, recolhe o homem e incomunicabilidade com ele. Ficha, tira o retratinho e bota o número em baixo’”.

Macalé moveu seus pauzinhos. Falou com o governador da época, Elcio Álvares, que não obteve sucesso. Falou com o ministro Ney Braga, que enfim conseguiu soltar Jards.

Claro que deu samba, né? E Jards gravou em 2001, num disco em homenagem ao seu novo amigo, Kid Morengueira.

Tira os óculos e recolhe o homem

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O samba pintado por Tereza Mazzoli

Achei umas telas bem legais de samba no blog Art3. Peguei algumas da artista Tereza Mazzoli, baiana radicada em São Paulo. A técnica é a de óleo sobre tela e as pinturas são bem coloridas e iluminadas.

Samba no calçadão


Todo mundo no samba


Samba na esquina
Visite o site de Tereza Mazzoli

terça-feira, 15 de junho de 2010

Seleção Vermute - Brasil Futebol Clube

Aproveitando o post anterior e a estreia da seleça na Copa do Mundo de 2010, fiz aí uma pequena seleção de músicas sobre o Escrete Canarinho.

Fique aí com nosso novo álbum: Seleção Vermute - Brasil Futebol Clube




1 - Campeão do Mundo
Intérprete: Joel de Almeido
Compositor: João de Barro
Ano: 1958

2 - Aquarela da Vitória
Intérprete: Orquestra Columbia
Compositor: Denis Brean e Guilherme Osvaldo
Ano: 1962

3 - Frevo do bi
Intérprete: Jackson do Pandeiro
Compositor: Jackson do Pandeiro
Ano: 1962

4 - Morengueira contra 007
Intérprete: Moreira da Silva
Compositor: Moreira da Silva e Miguel Gustavo
Ano: 1968

5 - Sou Tricampeão
Intérprete: Golden Boys
Compositor: Marcos e Paulo Sérgio Valle
Ano: 1970

6 - Fera de Ouro
Intérprete: Moreira da Silva
Compositor: Moreira da Silva e Miguel Gustavo
Ano: 1970

7 - Camisa 10
Intérprete: Luiz Américo
Compositor: Luiz Wagner e Hélio Matheus
Ano: 1973

8 - Cala a boca, Zebedeu
Intérprete: Sérgio Sampaio
Compositor: Raul Sampaio
Ano: 1973

9 - Sangue, swing e cintura
Intérprete: Moraes Moreira
Compositor: Moraes Moreira
Ano: 1982

10 - Na Cadência do Samba
Intérprete: Waldir Calmon e Orquestra
Compositor: Luis Bandeira
Ano: 1956

Baixe aqui

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Vai, Brasil!


Amanhã é dia! A nossa seleção entrará em campo pela primeira vez nesta Copa. E se você é daqueles manés que torcerão contra por um motivo idiota qualquer, convido a parar de ler este post.

Para dar sorte ao Escrete Canarinho, coloco um samba de Moreira da Silva e Lourival Ramos. Composto após o tricampeonato de 1970, a música cita todos os jogadores daquele time histórico, em especial Tostão. Que tinha por apelido, justamente, o título da música. Confere aí:

Fera de Ouro (Moreira da Silva e Lourival Ramos)


Zagalo chegou ao México
Com suas feras embaladas
Levou Félix, Carlos Alberto
Brito, Fontana e Wilson Piaza
Everaldo e Clodoaldo
São as vigas mestras
Da nossa retranca
E os brasões da retaguarda
Que pesaram na balança

Na frente foram os bailarinos
Prá fazer exibição
Jair entrega prá Gerson
Gerson à Pelé, Pelé à Tostão
Rivelino entra na tabelinha
Dá na bandeja o mineiro sagaz
Quem chuta violentamente
"O que é que é isso minha gente
Lindo, lindo, lindo, lindo
Gol do Brasil, Tostão
A fera de Ouro de Ouro de Minas Gerais"

Disco da Semana - Sem Destino - Luiz Tatit

Antes de decidir qual disco elegeria para passar a semana toda em destaque no Vermute com Amendoim pensei dezenas de vezes. Estava entre um tradicional do samba e outro que nem de samba é. Pois escolhi pelo segundo. Os tradicionalistas podem até vir falar que está fora da proposta do blog, mas ainda assim seria um pecado não dar espaço ao novo disco de Luiz Tatit.



Lançado em 2010, "Sem Destino" é repleto de letras inspiradas de Tatit com melodias simples, mas sem serem simplórias. Entre as 14 músicas tem algumas capazes de deixar o concretismo chato de Arnaldo Antunes no chinelo. Apenas com seu violão Tatit consegue brincar com as palavras sem ser óbvio e está aí a grande sacada do poeta que também faz música. Por isso, não espere que todas as músicas sejam fáceis de ouvir, mas a complexidade da letra é também encantadora.

Por que nós


O disco inteiro é nessa pegada. Mas outras duas músicas valem o destaque:

Almas Gêmeas
Já foi gravado por Ana Costa, mas com a voz suave de Tati fica ainda melhor. Uma declaração de amor e tanto.


Sem Destino
Dá o nome ao disco. Conta a vida de um pobre homem sem destino. Tem toda a beleza que só a tristeza é capaz de mostrar.


Agora, depois de ouvir estas três pérolas, quem há de reclamar que o disco não é de samba? Pois baixe este disco no Um que Tenha

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sobre Bach, Radamés, Miguel e jingles

Quando se fala em Miguel Gustavo, logo já vem na cabeça da gente aqueles sambas de breque super bem humorados. Pois é, mas acontece que Miguel também foi compositor de jingles. Um dos seus comerciais de maior sucesso foi o da Casa da Banha. Veja o que o site Clube do Jingle disse sobre o mesmo: "Em 1950 começou a compor jingles tendo se notabilizado nesta atividade com vários jingles de grande repercussão podendo ser destacado o que foi composto para as Casas da Banha com aproveitamento da melodia de 'Jesus, alegria dos homens' de Johann Sebastian Bach".



Abaixo um pout-porri dos jingles da Casa da Banha e do Café Moinho de Ouro interpretados por Radamés Gnatalli

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Documentário sobre Orquestra Tabajara

Com vocês o programa "Mosaicos", da TV Cultura, feito em homenagem a Severino Araújo e à Orquestra Tabajara. Uma das principais orquestras populares do Brasil, a Tabajara surgiu em 1933 por investimentos de um holandês. Com Severino Araújo à frente dos músicos, a Tabajara se tornou referência, mantendo seus trabalhos por mais de 70 anos.

Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5


Leia mais sobre a história da Orquestra Tabajara aqui.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Me deixe com a minha dor...

Posto hoje aqui um samba com "S" maiúsculo. "É por aqui", de Walter Rosa. O mesmo se encontra no disco "Encontro com a Velha Guarda". Quem canta é o próprio autor.



Me deixe com a minha dor
Não adianta se compadecer de mim
O mesmo faça com uma flor
Quando ela chegar ao fim

O destino quando diz é por aqui
Seja branco ou de cor
Pobre ou rico
Eis aí o exemplo mostrando a razão
Voce partiu e eu fiquei
Se alguém perguntar se eu chorei
Alheio à minha vontade
Respondo que não
Não sei

terça-feira, 8 de junho de 2010

Justiça seja feita ao Cassiano

"O valor dá se a quem tem", já dizia o poeta. E esse post é pra fazer justiça a quem merece.

Sou da geração anos 1980 e, por uma falha de currículo, não conhecia Cassiano, a voz do soul brasileiro. Qual não foi minha surpresa ao ver que a música "A Lua e Eu" foi gravada por ele no disco "Cuban Soul" de 1976?


Na minha adolescência essa música cansou de tocar na rádio nas vozes de grupos infinitamente menores do que o Cassiano, como Sampa Crew e Pixote, este último numa levada de pagode desgracenta. Então está feita a justiça. O som é do Cassiano e não de qualquer outro pagodeiro copião. Ouça, pois, a versão original:

A Lua e Eu


Um baita arranjo, né? Uma baita voz, né? Quanto às outras... Por isso, o Vermute com Amendoim decidiu não colocar, para o garantir o bem auditivo dos visitantes.

PS: Bem que eu achava a música bonita demais para um simples pagode.
PSS: Se quiser baixar o disco Cuban Soul, do Cassiano, clique aqui.
PSSS: "No Rancho Fundo" também não é do Chitãozinho e Xororó

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Acervo Digital de Cultura Negra

Dia desses vi na tv uma propaganda de um programa novo que iria entrar no ar. Não lembro qual era o canal, menos ainda o nome da atração. Aconteceu que durante esse comercial do programa, apareceu um endereço de um site que me chamou atenção. O Acervo Digital de Cultura Negra possui vídeos de toda sorte, lógico que todos tem relação com a cultura negra, como o próprio nome já sugere. Além disso, quem se cadastrar pode baixar os vídeos. Separei alguns que talvez sejam interessantes aos visitantes deste blog. Se liga:





Disco da semana: Adoniran e Convidados - Adoniran Barbosa

Depois de quase 100 posts da seção Disco da Semana feitos pelo Murilo, agora eu é que vou assumir esse trem. E para começar, um clássico é sempre adequado.

Adoniran Barbosa é considerado por muitos o Noel Rosa de São Paulo. Assim como Noel, foi cronista do seu tempo e da sua cidade. Tinha muito bom humor e uma pitada de melancolia, tal qual o Poeta da Vila. E, assim como Noel de Medeiros Rosa, João Rubinato está comemorando seu centenário em 2010.

E para homenagear Adoniran, nada melhor do que nomes de peso da música brasileira cantando sua obra. Elis Regina, Roberto Ribeirto, Carlinhos Vergueiro, Djavan, Clara Nunes, Gonzaguinha, Clementina de Jesus, MPB4 são algumas das feras que participam do "Adoniran e Convidados", lançado em maio de 1980 pela Odeon, dois anos antes da morte do mestre.


Além de clássicos como "Tiro ao Alvaro", "Prova de Carinho" e "Despejo na Favela", o disco tem músicas não tão aclamadas, uma delas "Bom dia, tristeza", cantada por Roberto Ribeiro:

Bom dia, tristeza


Mas na minha opinião a vencedora no quesito tristeza é Iracema com Clara Nunes. Destaque para a parte declamada pelo próprio Adoniran:

Iracema


1 - Fica mais um pouco amor (Adoniran Barbosa)
2 - Tiro ao Álvaro (Adoniran Barbosa - Osvaldo Molles) participação: Elis Regina
3 - Bom Dia Tristeza (Adoniran Barbosa - Vinicius de Moraes) participação: Roberto Ribeiro
4 - O casamento do Moacir (Adoniran Barbosa - Osvaldo Molles) participação: Talismã e Seu Conjunto
5 - Viaduto Santa Efigênia (Adoniran Barbosa - Alocin) participação: Carlinhos Vergueiro
6 - Aguenta a mão, João (Adoniran Barbosa - Hervé Cordovil) participação: Djavan
7 - Acende o candieiro (Adoniran Barbosa) participação: Conjunto Nosso Samba
8 - Apaga o fogo Mané (Adoniran Barbosa)
9 - Prova de Carinho (Adoniran Barbosa - Hervé Cordovil) participação: Vânia Carvalho
10 - Vila Esperança (Adoniran Barbosa - Marcos César) participação: MPB-4
11 - Iracema (Adoniran Barbosa) participação: Clara Nunes
12 - No Morro do Piolho (Peteleco - Jacob de Brito - Carlos Silva)
13 - Despejo na Favela (Adoniran Barbosa) participação: Gonzaguinha
14 - Torresmo à Milanesa (Adoniran Barbosa - Carlinhos Vergueiro) participação: Clementina de Jesus e Carlinhos Vergueiro

Baixe esse disco no Prato e Faca

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O impressionante acervo de Fran

Eu até entendo que as gravadoras arranquem os fios de cabelos ao ver seus lançamentos disponíveis na internet. Mas como condenar um cara que garimpa os vídeos mais raros já feitos envolvendo música brasileira, coloca-os num DVD e sai difundindo a cultura nacional por meros 10 reais?

É o que o Fran, um sujeito boa praça, faz. Seja na roda de samba do Anhanguera, no samba da favela da Vila Prudente ou em muitas outras manifestações por aí, ele monta sua banquinha com raridades incríveis.


Só da série "Ensaio", ele tem: Ismael Silva, Zilda do Zé, Wilson das Neves, Wilson Moreira, Velha Guarda da Portela, Roberto Ribeiro, Raimundo Olavo, Raphael Rabello, Pixinguinha, Paulo Vanzolini, Osvaldinho da Cuíca, Noite Ilustrada, Noca da Portela, Monarco, Mestre Marçal, Marcos Suzano, Manaceia, Luis Carlos da Vila, João Nogueira, Jorge Veiga, Joel de Almeida, Dona Ivone Lara, Isaurinha Garcia, Herivelto Martins, Geraldo Filme, Época de Ouro, Elis Regina, Dorival Caymmi, Délcio Carvalho, Clementina de Jesus, Ciro Monteiro, Canhoto da Paraíba, Blecaute, Batatinha, Baden Powell, Aracy de Almeida, Adoniran Barbosa e outros.

Isso sem falar nos filmes, documentários, clipes, programas de televisão e shows que totalizam mais de 200 títulos em DVD (lista que você baixa aqui). Ele ainda tem uma baita coleção de Cd´s, coisas raras, vendidos as 5 reais. Um acervo de primeira.

Para falar com ele, basta mandar um e-mail no franclubesamba@yahoo.com.br, ou ligar no 11-9884-8492. Ele também tem um blog, para contar as novidades e os locais onde estará.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Germano no SESC

Está em São Paulo e não viajará no feriado? Pois o Vermute com Amendoim tem o programa ideal para sua quinta-feira: o show de Germano Mathias no Sesc Vila Mariana.



Comemorando seu 76º aniversário e seus 55 anos de carreira, o "sambista diferente" se apresenta às 18h, no teatro. Entre as músicas que ele promete cantar estão "Samba da Periferia" (Elzo Augusto) e "Que Baixo" (Caco Velho e Lupicínio Rodrigues).

Que Baixo!


Germano também promete relembrar algumas pérolas do nosso cancioneiro que tratam de futebol. E entrada é 16 reais.

Interessou? Clica aqui

terça-feira, 1 de junho de 2010

São Paulo dá o recado

Para o aniversário de 2 anos da revista Época São Paulo, a agência DPZ fez este simpático comercial, com música cantada pelos Demônios da Garoa. Como diria Silvio Santos: "Bem bolado, bem bolado..."

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