quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mais um site da resistência

Todo o acervo da TV e da Rádio Cultura diposnível em um só site. Uma rádio UOL melhorada e assinada com o selo de qualidade da Cultura. Ensaios, programas especiais, Mosaicos...tudo o que a gente cansa de procurar no Youtube agora em um só lugar: o portal Cultura Brasil.



O site acabou de ser lançado e como todo projeto de internet foi ao ar com algumas pequenas falhas, alguns links quebrados ou simplesmente mudos. Mas tem tudo para ser um sucesso, principalmente para os amantes da boa música brasileira.

Para investir os primeiros minutos, sugiro a parte dedicada ao samba, que está pra lá de interessante.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Orlando Silva

Abaixo um trecho de um documentário sobre Orlando Silva, com o próprio contando algumas histórias. Vale a pena assistir.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Cartolatria

Eu ia fazer um post sobre o cartunista Biratan. Mas aí encontrei no site dele uma seção chamada Cartolatria. Como o nome já diz são inúmeras caricaturas de um dos pilares do samba. Confira algumas e não deixe de ver as outras no site do Biratan:


Feita por Sebastião Godinho


Feita por Jaime Bibas


Feita por Lula


Feita por Gil


Feita por Júnior Lopes


Feita por Ricardo Soares


Feita por Rampazzo


Feita por Loredano


Feita por Souto Maior


Feita por Biratan

Disco da semana: Pixinguinha Sinfônico Popular - Orquestra Sinfônica do Recife


O texto abaixo foi retirado do encarte do CD, e foi escrito por Sergio Cabral, jornalista e biógrafo de Pixinguinha.

Foi num dos mais belos teatros do Brasil, o de Santa Isabel, de Recife, que a obra de Pixinguinha ganhou esta magnífica leitura de sua obra, feita pela Orquestra Sinfônica do Recife, sob a regência do maestro Osman Gioia e com a participação de um quinteto de sopros liderado pelo maravilhoso instrumentista Carlos Malta, além de outras participações importantes, como a do pianista Itamar Assiere e do bateirista Oscar Bolão.

Toda vez que vejo a obra do mestre Pixinga recebendo um tratamento tão precioso, lembro-me da sua reação quando, numa roda de choro, a música era brilhantemente executada e ele manifestava, com aquele jeitão de boêmio, sua aprovação com uma frase sempre seguida de uma risada dos instrumentistas: "Esta merece uma bebida". Infelizmente, ele não está mais entre nós para brindar o resultado, mas asseguro que cada uma das 10 faixas deste CD merece, no mínimo,
o nosso aplauso.

É bom que se diga que todas as músicas aqui apresentadas têm a assinatura de Pixinguinha não apenas na composição, mas também nos arranjos. Trata-se, portanto, de um puro Pixinguinha, que precisa ser mais conhecido, pois a gente lembra dele como compositor e instrumentista e acaba esquecendo de um lado importantíssimo da sua biografia: foi ele que, como arranjador, foi o primeiro a adornar nossa música com vestes realmente brasileiras. É que, na segunda metade da década de 1920, quando as gravadoras de discos começaram a recorrer aos arranjadores, grande parte das orquestrações era feita por maestros estrangeiros, que tinham muito boa vontade, mas faltava a eles certa familiaridade com o sotaque brasileiro. Quem introduziu esse sotaque na participação das orquestras foi Pixinguinha.

Este CD, portanto, além de nos oferecer a oportunidade de, mais uma vez, nos deliciarmos com a obra do mestre e entrar em contato com a excelente Orquestra Sinfônica do Recife e com os instrumentistas convidados, nos ajuda a concluir que o meu saudoso amigo e conhecedor profundo da nossa música, Ari Vasconcelos, tinha toda razão quando escreveu: "Se você dispõe de 15 volumes para escrever sobre a música brasileira, talvez seja pouco. Mas se dispuser do espaço de apenas uma palavra, escreva rapidamente: Pixinguinha".

Músicas:
1. Paciente
2. Marreco Quer Água
3. Querendo Bem
4. Parangolé
5. Lamentos
6. Dengoso
7. E Durma-se com um Barulho Desses
8. Assim É que É
9. Pula Sapo
10. Concerto de Bateria

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Quem sabe um dia

Este show foi em 2009, no lançamento do ótimo disco "Pra Iluminar" de Eduardo Gudin e Leila Pinheiro. Uma música linda, uma das obras-primas de Gudin.

Ainda Mais


Altamente recomendáveis a versão de Paulinho da Viola no seu disco Acústico e a de Dona Inah, no disco em que ela interpreta o repertório gudineano.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Um garotão bem intencionado, porém cretino

Por Plínio Marcos, para o Pasquim nº 203 (maio de 1973).

O garotão estudou Comunicação. Por essas e outras, ficou com a moringa cheia de Marcuse, McLuhan, Grotowski e outros owskis. Daí, já viu. Quando se formou, o garotão estava doido pra ir pras Europas da vida, conhecer a fonte do saber da humanidade. E não teve quás-quás-quás. Apanhou uma sonora grana com seu papai e se picou no vôo mais retumbante.

Lá na Europa, o garotão não marcou bobeira. Visitou o Louvre e outros antros onde estão infunadas as obras-primas dos grandes artistas. Claro que o garotão diante dos babados, vibrou. Porém (e sempre tem um porém), quando o garotão saiu na rua quis puxar papo com a gente de lá, se entortou. Os bidus da Europa estavam só como jacaré... E isso encabulou o garotão que, apesar de ser prafrentex, não pegava de grota. Aí, então, ele sentiu saudade da Pátria amada. Podes crer, meu lorde, brasileiro fora do Brasil é patriota paca. E o garotão, abilolado, quis escutar um sambinha. Mas, não havia samba. Quis comer uma feijoada, mas não encontrou. Quis beber cachaça. Nos botecos em que o garotão perguntou pela pinga, nem sabiam o que era. Desesperado, o garotão não se agüentou. Embarcou rapidinho de volta pro Brasil.

Aqui chegando, o garotão queria tomar um banho de coisas brasileiras. Ligou o rádio pra escutar samba. Mas, que nada, meu lorde! Só dava iê-iê-iê, rock e tal e coisa. Desesperado, o garotão ligou a televisão. Só deu fita de Paladino do Oeste e agente secreto do FBI. Nem novela entrou no ar esse dia. Então o garotão quis ir ao cinema. Na ocasião em que o garotão chegou em São Paulo, 29 cinemas estavam fechados, porque se recusavam a passar, no Brasil, filme brasileiro. Picado de raiva, o garotão se mandou pra rua. Parou no boteco onde sua curriola fazia ponto. A bem da verdade, aí o garotão não perguntou pela cachaça. Foi direto de uísque, que afinal ele não era leão. E quando já estava de pé redondo, começou a chiadeira:

- Não tem música brasileira, nem televisão, nem cinema brasileiro no Brasil. Chaveco isso. Na Europa, tá certo. A gente não tem vez. Mas, aqui, não dá pra engolir uma presepada deste naipe.

Tanto falou o garotão, que um pinta que estava de antena ligada jogou uma bóia pro garotão não se afogar:

- Olha aí, meu lorde. Na Barra Funda tem uma escola de samba que, por incrível que pareça, só toca samba.

No embalo que estava, o garotão não vacilou. Foi conferir. Chegou lá, era batuque da pesada. O negroléu fazia e acontecia. As negritinhas diziam no pé e assanhavam a moçada. O garotão se embandeirou. Encheu mais o caco e ficou à vontade. Começou a pagar birita pra patota do pedaço, se enturmou e, sem a mínima cerimônia, se botou a berrar:

- É isso aí, bicho! É isso aí! Samba legal. Paz, amor e samba. É isso aí!

O dono da escola de samba, vendo aquele garotão alimentado a Toddy, com aquele entusiasmo, inventou uma mumunha tinhosa. Convidou o garotão para ser relações-públicas da escola. Na zoeira que estava, o garotão aceitou fácil. Jurou pela luz que o iluminava que esparramaria nos seus ambientes o sarro que era a roda de samba da escola. Prometeu e cumpriu. Dali pra frente, fez das tripas coração para divulgar a escola de samba.

O esforço do garotão foi logo reconhecido. Ele começou a ter influência na escola e a escarrar regra em cima dos crioulos. Garotão formado em faculdade, viajado, falador brilhante e os cambaus, arreava cascata cultural e nunca era testado. Como é que um negão de Mobral ia discordar de um doutor? Não tinha por onde, meu lorde. E nessa catimba, o garotão se impôs.

Quando chegou a hora de escolher o enredo pra desfilar, o garotão já era pau de mando na escola de samba. E já com uma idéia de jerico a lhe brotar na cuca, deu a pala:

- Nós vamos atacar de Heróis da Independência. É isso que dá pé. Heróis da Independência vai dar primeiro lugar na avenida.

Os crioulos se fecharam em copas e traçaram o esquema. Apresentaram pro garotão um esquema de Heróis da Independência que fez o garotão subir pelas paredes de costas. O enredo dos crioulos só tinha três heróis: D. Pedro I, D. Pedro II e princesa Isabel. Foi bronca! O garotão esculachou a negrada. Xingou de burros, de analfas e o cacete a quatro. Depois, botou pra frente, em belo discurso, seu plano:

- Olha aí, gente. Pra elevar o nível cultural do povo, temos que aproximar os intelectuais da escola de samba. A escola é um ótimo veículo de comunicação e, por meio dela, podemos popularizar cultura. Vamos convidar um professor de História da faculdade para fazer o enredo.

Ninguém protestou. Então, o garotão foi na faculdade e convidou um professor de História, seu amigo. O convidado aceitou rapidinho. Professor de História está sempre disponível mesmo. Então, não teve escama. E o professor fez um enredo caprichado. Só de Herói da Independência deu 70 páginas datilografadas em espaço duplo. Todo feliz com o enredo, o garotão não se acanhou em aparecer com mais uma novidade:

- Olha, gente, se o professor da faculdade de História fez o enredo pro nosso desfile, estamos com tudo. Então vamos convidar um grande maestro do municipal pra fazer nosso samba.

E diante do silêncio da ala dos compositores, que sentiram vergonha de estrilar, o garotão selou:

- Isso é que é levar cultura pro povo.

Chamou um maestro que andava meio apagado e não teve erro. O mestre topou a parada. E aí, o garotão pegou toda a corda e abriu tudo pro pessoal da escola:

- Se o professor de História fez o enredo, se o maestro do Municipal topou fazer nosso samba, a letra do samba-enredo só pode ser feita por um grande poeta. Vamos convidar um poeta da Academia Paulista de Letras.

O poeta convidado até chorou de emoção. Comovido, declarou pra quem quis ouvir:

- A poesia não morreu. O povo me conhece. E colaborarei com a escola de samba, certo de que cumpro assim meu destino de poeta que não se trancou na torre de marfim.

E cheio de inspiração, o poeta da academia mandou ver no poema Heróis da Independência, pra servir de letra do samba da escola. Lembrou mais de 200 heróis e ainda deu tempo pra falar da Revolução de 1932. Que poeta paulista é assim, meu lorde.

A escola ficou bem servida, meu lorde. Enredo de professor de história, música de maestro do Municipal, com letra de poeta da Academia. E não parou por aí. Com tanto artista importante junto na parada, não demorou pros colunistas sociais noticiarem. E foi um auê-auê. Sabe como é que é. Malandro faz a moda, otário entra inteiro. Os grã-finos se embandeiraram e baixaram nos ensaios. Como gastavam muito, passaram a ter razão e foram se espalhando. Só o criouléu batuqueiro é que não se sentia mais em casa. Aos poucos, saindo de fininho, a negrada foi se afastando. Mas, ninguém notou essa ausência. O pagode continuou legal. Não tinha importância se quem ficou dançasse samba pulando pro ar e quando abria o bico atravessasse o ritmo. O que pesava na balança era muita gente. E isso havia.

A crioulada, triste por perder a escola, foi fazer samba na rua. Não prestou. Um cidadão incomodado telefonou pra polícia e a cana baixou dura. Quando viu que tinha muito crioulo reunido, não pediu nem documento: lotou o camburão e arrastou a curriola toda. Mas, não tem importância. A negrada não faz falta. A escola vai sair toda bonita. Cheia de destaque e de figuras marcantes na sociedade. O único que corre perigo é o garotão.

Ele está meio papo de aranha. Quer fazer cultura para o povo e já nem sabe o que é cultura e nem o que é povo.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

De onde vem o samba?

Boa música sempre vai bem. Fiquem com a faixa número 8 do disco "Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz", ótimo lançamento de 2009. Intitulada "O samba nasceu na Bahia", a música é cheia de resquícios da batucada que desceu o litoral brasileiro e foi parar no Rio de Janeiro, ainda no começo do século passado. Salve a Bahia, Sinhô!

O samba nasceu na Bahia

terça-feira, 20 de abril de 2010

O blog do Gudin

E quem parece que vai começar a se aventurar no mundo dos blogs é o compositor e violonista Eduardo Gudin. O blog ainda engatinha, e o mesmo assume que anda em fase de testes.

Lá, entre outras coisas, Gudin indicará discos que ouve em casa, escreverá sobre música, sobre o Bar do Alemão e o que mais lhe der na veneta. Uma seção que promete é o "Baú do Gudin", onde serão disponibilizados músicas dos compactos que não entraram em discos. E tudo comentado pelo próprio.

Apesar de não ter "estreado" de fato, no blog já há alguma coisa que passível de se gastar um tempo. Ah, o endereço é eduardogudin.blogspot.com.

Cerveza y samba

Quem disse que só no Brasil o samba é usado para vender cerveja, chinelo, cigarro, televisão, pasta de dente, carro e até caneta? Nosso ritmo extrapolou as fronteiras e foi parar na Venezuela, em um comercial que me parece dos anos 1950.

Trata-se de um vídeo da Cerveja Polar, que tem por mascote um urso. Sinceramente eu não entendi muito a relação com as Escolas de Samba. Acho que é só uma maneira de colocar esse empolgante levada para "los cervezeros".

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Disco da semana: Espelho - João Nogueira


Espelho (1977) é um disco clássico do João Nogueira. Além do grande sucesso que leva o nome do disco, é recheado de sambas bons. Cada um mais bonito que o outro. Mas, para mim, o samba definitivo mesmo do disco chama-se "Samba de Amor". Com uma letra inspiradíssima, arranjos precisos e a voz de João que dispensa comentários... Não há muito o que falar. Ouçam esse grande disco, e mais ainda, este sensacional samba.

Samba de Amor (Gisa Nogueira / João Nogueira / Mauro Duarte)


Músicas:
01. Pimenta No Vatapá (João Nogueira - Claudio Jorge)
02. Espelho (João Nogueira - Paulo Cesar Pinheiro)
03. Malandro J. B. (Nel Lopes - Renato Barbosa)
04. Espere Oh! Nega (João Nogueira)
05. Dora Das 7 Portas (João Nogueira - Paulo Cesar Pinheiro)
06. O Passado Da Portela (Monarco)
07. Apoteose Do Samba (Darcy Caxambu - Zinco)
08. Wilson, Geraldo E Noel (João Nogueira)
09. Batucajé (João Nogueira - Wilson Moreira)
10. Samba De Amor (João Nogueira - Mauro Duarte - Gisa Nogueira)
11. Quem Sabe É Deus (João Nogueira)
12. Desenganos (João Nogueira - Mauro Duarte)

Baixe esse disco no Do Vinil Ao Cd.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Tradição X Classe

Há diversas provas de que um samba não precisa ser necessariamente acompanhado de pandeiro, cavaquinho e tamborim. Paulinho da Viola deu uma delas quando gravou o disco "A Toda Hora Rola Uma Estória", em 1982.



A faixa seis, intitulada "A Maldade Não Tem Fim", é um samba típico de terreiro composto por Armando Santos gravado originalmente no imperdível disco "Portela Passado de Glória", de 1970. Ei-la nesta primeira gravação:

A Maldade Não Tem Fim, por Armando Santos


Aí, Paulinho decidiu dar uma cara nova a este samba. Então, 12 anos depois da gravação original, despiu a música de todo seu arranjo e colocou um piano como pando de fundo. Ficou assim:

A Maldade Não Tem Fim, por Paulinho da Viola

E aí, qual sua preferida?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Samba na serralheria

Diretamente do O Couro do Cabrito, a boa dica para esta sexta:

Samba na Serralheria
Local: Serralheria
Endereço: Rua Guaicurus, 857 - Lapa - São Paulo/SP
Data: 16 de abril (sexta)
Horário: a partir das 21h
Valor: R$ 12,00

terça-feira, 13 de abril de 2010

Dunga, leve o Ronaldo

Chega a época de Copa do Mundo e começam a pipocar um monte de músicas sobre o tema. Uma delas é esta aqui, um forró de Germano Junior, que quase implora para que o Dunga convoque o Ronaldo para o mundial. E aí, você aprova o pedido?

"Dunga, leve o Ronaldo"

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Cristina e Carlinhos

Os, então, jovens Carlinhos Vergueiro e Cristina Buarque cantam "Teimosia" do próprio Carlinhos, para um Fantástico de 1977.



Teimosia (Carlinhos Vergueiro)
Voltou todo o carinho
E a loucura da noite que ataca e confunde
Os meus sentimentos, as minhas vontades
E o sossego que eu não nego me pega
E me deixa tranquilo
Com a cabeça fria
Ver você dormindo
A minha agonia passou
Pela décima vez
Não se fala mais nisso
Eu já estou de saída
Venho te acordar
Vamos ao cinema
E os meus nervos, e a raiva que eu tenho
Me deixam maluco com a cabeça quente
Ver você chegar a minha agonia voltou
Que é que eu vou fazer
Tanta teimosia passou

O primeiro solo de Mussum

Gênio no humor, gênio no samba. Mussum já era bastante conhecido quando lançou seu primeiro disco solo, em 1980. Sua passagem pelo Originais do Samba foi entre as décadas de 1960 e 1970, seguida da piramidal participação nos Trapalhões. A trupe de humor exigiu de Mussum muita dedicação e viajar com os Originais já não era mais possível. Daí a ideia de um disco solo, que por sinal acaba de ser relançado em CD.



"Mussum" é daqueles discos que você vai ouvindo a abrindo um sorrisão. Não só por lembrar do saudoso malandro, mas porque as músicas esbanjam bom humor. É o caso de "A Vizinha (Pega ela Peru)", que chegou a fazer um relativo sucesso.


A Vizinha (Pega ela Peru)


Nega Besta


No acompanhamento está a rapaziada do Fundo de Quintal, que segura muito bem a onda. Já entre as participações especiais, vale destacar a dos Trapalhões, em "Descobrimento do Brasil", Márcia, em "Um Amor em Cada Coração" e de Martinho da Vila, em "Teatro Brasileiro".

Descobrimento do Brasil


Músicas
1. Descobrimento do Brasil
(Geraldo Babão / Walter Moreira) Participação: Os Trapalhões

2. A Vizinha (Pega Ela Peru)
(Paulinho Durena / Alfredo Melodia)

3. Um Amor Em Cada Coração
(Baden Powell / Vinicius de Moraes) Participação: Márcia

4. O Saudoso
(Ari do Cavaco)

5. Criança Louca
(Jorge Aragão / Neoci)

6. Teatro Brasileiro
(Martinho da Vila / Gemeu) Participação: Martinho da Vila

7. Nega Besta
(Arnaud Rodrigues)
Mus. Inc. "The Old Fashioned Way" (Aznavour-Garvarentz)

8. Terra de Jó
(Eduardo Gudin / Paulo César Pinheiro)

9. Tempo Bom Faz Tempo
(Bide)Participação: Bide

10. Papagaio
(Almir Guineto / Beto Sem Braço / Luverci Ernesto)

11. Eu Sou Assim
(Almir Guineto / Luverci Ernesto)

Baixe este disco no Música Total Grátis

sexta-feira, 9 de abril de 2010

E no fim de semana...

Sábado:

Ainda no sábado, o pessoal do Terreiro Grande arma um samba lá no Bar do Alemão. E com direito a pré-lançamento do cd em homenagem ao Candeia.

Rua Jarinú – 591 - Tatuapé, próximo à Pça Sílvio Romero
16h

Domingo:



quinta-feira, 8 de abril de 2010

Seleção Vermute: Pranto da Natureza

É uma tristeza o que aconteceu no Rio de Janeiro. A chuva desalojou milhares de cariocas, deixou alguns gravemente feridos e acabou matando centenas de pessoas. Mas esse problema não é novo no Rio. A chuva, quase sempre associada com a tristeza no cancioneiro nacional, já foi tema de inúmeras canções, marchas, batucadas, boleros, sambas, baiões, valsas, tanguinhos, maxixes, frevos e toadas.

Chocados e profundamente tristes com o que tem acontecido, nós, do Vermute com Amendoim, selecionamos 11 pérolas chuvosas para homenagear a Cidade Maravilhosa e lembrar que mesmo as adversidades podem render boas contribuições artísticas.



Seleção Vermute: Pranto da Natureza

1. Chuva Demais
Compositor: Hanibal Cruz
Intérprete: Orlando Silva
Lançamento: 1946

2. Chuva e Vento
Compositores: Alberto Ribeiro e José Maria de Abreu
Intérprete: Silvio Caldas
Lançamento: 1949

3. A Chuva Cai
Compositores: Casquinha da Portela e Argemiro do Patrocínio
Intérprete: Argemiro do Patrocínio
Lançamento: 2002

4. Chuva
Compositor: Paulinho da Viola
Intérprete: Paulinho da Viola
Lançamento: 1975

5. Chuva
Compositor: Hortêncio Rocha
Intérprete: Monarco
Lançamento: 1980

6. Rico vai na Chuva
Compositor: Blecaute
Intérprete: Blecaute
Lançamento: 1953

7. Xô, Chuva Muída
Compositor: Martinho da Vila
Intérprete: Martinho da Vila
Lançamento: 1972

8. Serenata da Chuva
Compositores: Evaldo Gouveia e Jair Amorim
Intérprete: Francisco Petrônio
Lançamento: 1963

9. Temporal
Compositor: Osvaldinho da Cuíca
Intérprete: Osvaldinho da Cuíca
Lançamento: 2010

10. Noite de temporal
Compositor: Dorival Caymmi
Intérprete: Dorival Caymmi
Lançamento: 1940

11. Sol e Chuva
Compositor: Cartola
Intérprete: Conjunto Galo Preto
Lançamento: 1998

Baixe essa Seleção aqui.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O samba inédito de Babaú

O ótimo blog O Couro do Cabrito presenteou os amantes do samba com uma pérola rara.

Trata-se de um samba inédito de Babaú da Mangueira, chamado "Desprezaste um lindo samba". A história foi contada por Nelson Sargento, quando foi se apresentar em Uberlândia.

Nas palavras do blog: "Babaú, grande bamba da Mangueira, tinha a promessa de Aracy de Almeida de que ela gravaria três sambas seus. No entanto, ela gravou apenas dois ("Eu dei" e "Tenha pena de mim") e se recusou a gravar o terceiro. Babaú então compôs esse samba, obviamente inédito".

terça-feira, 6 de abril de 2010

Entrevista com Nélson Gonçalves

Abaixo uma divertida entrevista de Nélson Gonçalves, concedida ao extinto caderno cultural Cult Press, da agência carioca Carta Z Notícias. Me pareceu um Nélson meio de saco cheio, sem papas na língua e disposto a ganhar algum cantando nomes como Lobão, Renato Russo, Cazuza, Lulu Santos, etc. Quem entrevista é o repórter Rodrigo Teixeira. Metralha Nélsão!


Nélson Gonçalves bem que poderia ter nascido no Velho Oeste. Ele fazia o estilo sujeito ‘durão’. Pode levar no duplo sentido mesmo! Baixo-cantante, como gostava de ressaltar, não é que o gaúcho criado em São Paulo sacou a cartucheira depois de bater um longo papo diante da fotógrafa e deste humilde repórter. Já tinha escutado de coleguinhas que o cantor de A Volta do Boêmio tinha o hábito de se vangloriar do tamanho de sua ‘pistola’ e não raro mostrava a… prótese peniana. Embecado, de terno azul-marinho e cabelo gomalinado, Nélson não só fez a lenda se tornar realidade como deu a medida exata do que ele definiu como Cartucheira 44.

Era outubro de 1997. Nélson concedia o que seria a sua última coletiva em um bar chique de São Conrado, no Rio. Ele faleceu meses depois. Os jornalistas entravam de dois em dois para conversar com Nélson e fiz a entrevista com o xará Rodrigo Faour (que depois lançou a biografia de Cauby Peixoto). Com a voz enfraquecida devido a uma isquemia no miocárdio, o cantor lançava o derradeiro Nélson Gonçalves – Ainda é Cedo. O CD é composto por músicas de roqueiros da década de 80. Cazuza, Renato Russo, Herbert Vianna, Lulu Santos…

A entrevista foi divertida. Durou 30min e foi regada a água e café. O neto de Nélson permaneceu ao seu lado durante quase todo o tempo. O final da entrevista foi surpreendente, com ele declamando duas poesias, que tenho até hoje no acervo de fitas cassetes com dezenas de entrevistas gravadas e que serão transcritas nesta série No Fundo do Baú. Foi engraçado quando Nélson ouviu o nome de João Gilberto. Ficou agitado, parecia realmente nervoso e chamou o ídolo do Caetano de “Diminuto” e “Fim de noite”. Inesquecível.

RODRIGO TEIXEIRA – QUAL FOI O CRITÉRIO DE SELEÇÃO DAS MÚSICAS DO CD?
NÉLSON GONÇALVES – Já conhecia as músicas. E achei bom gravar estas músicas com a minha divisão musical. Valorizo muito as tônicas. Não dou as notas dissonantes. Vou pelo lado natural. Achei que podia fazer bonito com estas canções. Porque muitas músicas que eles fazem, estes rocks e tal, a gente não entende a letra. As palavras escapam. Você não entende. Então quis fazer uma alteração leviana, minha, com os instrumentos em segundo plano e o coro só pontuando as notas. Gravei só com um terço da minha voz. Tudo bem ficou suave. Lindo de morrer.

RT – VOCÊ GRAVA DE PRIMA?
NG – Gravei todas as músicas de prima. Não dá para repetir não. Ouviu uma, grava na outra.

RT – DURANTE A DÉCADA DE 70 E 80, VOCÊ REGRAVOU MUITOS SUCESSOS SEUS. POR QUE SÓ AGORA RESOLVEU FAZER UM DISCO TOTALMENTE DIFERENTE DO QUE TINHA FEITO?
NG – Porque tem o seguinte. Havia grandes cantores no Brasil. Chico Alves, Orlando Silva, Carlos Garlhado, Vicente Celestino, Silvio Caldas, mas eles morreram. E parece que só restei eu. Aquela época de ouro dos cantores. Então, com esta invasão, vamos dizer assim, no bom sentido, do rock, do pop, desta coisa toda, do reggae, que todo mundo canta, as moças cantam, eu, pra não ficar fora desta coisa, embora o Brasil hoje não seja um país só de jovem, tá quase dividida a população, achei bom misturar isto daí e juntar as duas gerações, terceira idade e jovem. Então escolhi as músicas com o Robertinho do Recife. As tônicas estão todas certinhas. Não diz saudadi, diz saudade. Não diz rosá, diz rosa. Não diz casá, diz casa. Foi a primeira vez que trabalhei com ele. É um bom produtor. Novo. Ele me ouviu muito. Nos reunimos antes. Disse para ele que queria um som como se fosse dentro de uma igreja vazia. Fica um som no ar. Não é um som sentado.

RT – QUAL A SUA PREFERIDA DO CD?
NG – Não posso falar, senão vou machucar os outros (hehe).

RT – ANO PASSADO FIZERAM UMA PEÇA EM SUA HOMENAGEM. O QUE ACHOU DAQUILO?
NG – Achei boa. Faltam alguns detalhes importantes, mas…

RT – POR EXEMPLO?
NG – Não vou dizer para não machucar o rapaz (hehehehehehe).

RT – TEM ALGUMA CENA QUE VOCÊ SE VIU, QUE TE TOCOU?
NG – Não, sabe por que? Na peça que ele passa para mim, solo e tal, e eu sou um pouco irreverente. Não mal criado, irreverente. Digo não, sim. Deram uma lapidada na pedra bruta. Mas ficou bom.

RT – EM 60 ANOS DE CARREIRA, QUAL OS MOMENTOS QUE MAIS TE MARCARAM?
NG – Comecei a cantar em 1937. Minha emoção maior foi o meu primeiro disco. Quando ouvi meu primeiro disco, com Sinto-me Bem, de Ataulfo Alves, fiquei pensando: “Eu canto bem”. Havia aquelas vitrolas que você colocava as moedas para tocar as músicas, voltava para casa sem um níquel porque colocava na vitrola para tocar. Quando acabei de ouvir o disco, foi uma emoção. Muito bonito. Foi aí que lancei um ritmo novo: o samba sincopado (demonstra tocando). Nasceu comigo. A divisão é difícil de fazer. E depois foi em 73 e 74, quando recebi o prêmio Nipper (aquele do cachorrinho beagle do gramofone), da RCA, que só tem dois no mundo. Um o Elvis Presley e o outro eu. Veio ao Rio o presidente da RCA americana, especialmente para entregar o prêmio. Pelo tanto de anos e de vendagem de disco.

RT – QUAL A SUA MARCA?
NG – Já vendi 78 milhões de discos. Gravei 127 LPs, 26 CDs, com este 27, 200 compactos duplos, 200 compactos simples, 200 fitas cassete, e 103 discos 78 rotações, como era antigamente.

RT – DEPOIS DE TUDO ISSO TEM ALGUM PROJETO QUE VOCÊ AINDA QUEIRA FAZER?
NG – Vou gravar um CD com rock, pop, reggae, samba. O próximo. Vamos misturar a música tradicional minha com a dos jovens novamente.

RT – GRAVAR ATUALMENTE É MOLE PERTO DO INÍCIO DE SUA CARREIRA…
NG – Antes a gente gravava com dois canais e o veículo era o rádio. Em algumas rádios tinha um cara que via o meu disco e riscava. Boicote. Um compositor chamado Nilton de Oliveira.

RT – COMO VOCÊ ANALISA ESTES COMPOSITORES ATUAIS? NÃO EXISTE MAIS DA ESTIRPE DE UM ATAULFO ALVES, LUPICINIO RODRIGUES. ATUALMENTE FALTAM COMPOSITORES NESTA LINHA DO BOLERO…
NG – Hoje ficou muito mais fácil. Antigamente você queria pegar uma mulher para transar você tinha que namorar, levar para dançar. Hoje em dia não. Você pode ficar com três, quatro na mesma noite. Então está fácil demais. E é por isso que está assim. Qualquer um compõe.

RT – VOCÊ NÃO GOSTA DA MÚSICA ATUAL?
NG – Ta aí a dança do tchan. A dança da bundinha. Daqui a pouco vão fazer a dança da bocetinha, vocês vão ver…

RT – DE TODOS OS COMPOSITORES, QUAL CAIA COMO UMA LUVA PARA A SUA VOZ?
NG – Lupicínio Rodrigues.

RT – VOCÊ APONTARIA UM HERDEIRO MUSICAL DESTA SUA ESCOLA, QUE REALMENTE CANTE DE VERDADE?
NG – Sou o último dos moicanos. Gostaria que tivesse, mas é muito difícil, porque sou baixo cantante, pego três oitavas. É muito raro…

RT – VOCÊ CHEGOU A ESTUDAR MÚSICA. VOCÊ LÊ PARTITURA?
NG – Sim, leio. Estudei voz com o Zebolati e música com Moacir Santos.

RT – VOCÊ GRAVOU COM MUITA GENTE QUE SERIAM SEUS FILHOS MUSICAIS. VOCÊ SE SURPREENDEU COM ELES QUANDO VOCÊ FOI GRAVAR?
NG – Tive surpresas sim, mas não foram agradáveis. Eles pensavam uma coisa: vamos cantar com o velho, chegaram lá e a coisa foi diferente. Teve um cantor que disse assim: "vê o tom do velho aí que eu canto". Eu falei pro maestro vê o tom dele que canto igual. Começamos a cantar e ele não conseguiu acabar a música… Parece que estava com diarréia. Um famoso cantor de boné… O meu horário de trabalho é nove horas da manhã. Acordo gravo e, no outro dia, está pronto o LP. Tem gente que grava uma música por um dia, repetindo, repetindo… Gravei este disco doente, de cama. Tive uma isquemia no miocárdio. Mas foi fácil gravar.

RT – QUAL A QUE VC MAIS GOSTOU?
NG – Para mim todas foram boas. Os cantores que foram ouvir lá choraram. Tá passando mal? Não, Nélson, é emoção. É a música que eu fiz, que coisa. Lágrimas. Que é isso? (kkkkk)

RT – LOGO QUE SURGIU A BOSSA NOVA, VOCÊ FEZ AQUELE DISCO, “NÓS E A SERESTA”, QUE TINHA UMA MÚSICA CHAMADA: “SERESTA MODERNA”, QUE VOCË BRINCAVA COM O PESSOAL DA BOSSA NOVA. DEZ ANOS DEPOIS, VOCÊ GRAVOU TOM JOBIM. COM O TEMPO O SENHOR DEU MAIS VALOR AO PESSOAL DA BOSSA NOVA?
NG – Daquela época, me aponta um que ficou…

RT – JOÃO GILBERTO.
NG – Ele canta alguma coisa? Não canta nada. Tom Jobim foi um compositor excelente. Vinícius de Moraes excelente. Mas cantando, tchuntchuntchun…

RT – NA BOSSA NOVA INAUGUROU-SE UM NOVO JEITO DE CANTAR, BAIXINHO…
NG – Sabe como era o apelido do João Gilberto? Fim de Noite. Era ele com o violão!

RT – DEPOIS DA BOSSA NOVA QUALQUER UM COMEÇOU A CANTAR?
NG – O culpado disso é o João Gilberto. O Diminuto. Cantar sem voz. (Imita João Gilberto… kkkkk) ?Saudade que vc não tem… Passa comigo que vc vai ver… hum, hum, hum?… amplia, bota som… Puta que pariu!!! Imagina ele na cama com uma mulher. (Imita de novooo!!!) ‘Meu amor, ai que gostoso’… Ah, vai para o raio que te parta! Eu não sou assim não. Eu sou agressivo, sem bater. Amorosamente. Vem cá, me dá aqui!!!?

RT – QUAIS OS LUGARES QUE VOCÊ FREQUENTAVA NO RIO DE JANEIRO NOS ANOS 50…
NG – Os piores. A Zona, na Sapucaí, na Lapa… Não se via assalto. O submundo era bem menos barra pesada.

RT – VOCÊ SAIU DO SUL COM QUANTO TEMPO?
NG – Com dois anos. Fui para São Paulo, onde morei no Brás. Mas o Adoniran começou comigo a vender anúncio para a Rádio Record. Eu ralei um bocado.

RT – QUAL O CONSELHO QUE VOCÊ DARIA PARA UM JOVEM QUE ESTÁ COMEÇANDO UMA CARREIRA?
NG – Tem que receber o não como sim. E vá em frente. Tive no Rio e fiz teste, sendo cantor profissional em São Paulo. Cantei na Marink Veiga, na Rádio Nacional, no Celso Guimarães, Ipanema… Só ouvi ‘não gostei’. O Ary Barroso me mandou jogar boxe que ‘eu não cantava nada’. Se for um qualquer, desiste. Mas fui à luta! E depois que fiz sucesso, ele veio falar que ‘estava brincando’. Aqui para você!!!

RT – AS LETRAS DOS SAMBAS-CANÇÕES TINHAM MUITO AQUELA COISA DE VOCÊ MUDOU DE DONO… COMO AVALIA AS LETRAS DE HOJE?
NG – Eles falam da mulher indiretamente. Dizia ainda é cedo. Uma menina me falou. Não falam o nome da mulher, mas falam da mulher. Indiretamente e branda. A minha maneira é mais: ‘Vamos lá’… Eles falam, ‘você é linda’ e eu, ‘você é gostosa!’ Acho que as coisas mudaram para melhor, embora haja um avanço meio inoportuno para a atual infância. A criança está ficando adulta muito cedo. Dança da bundinha para lá e para cá… Cresce como? P-U-T-A. Isso que é o mau. Mas vai ter uma virada. Uma suavizada.

RT – VOCÊ AINDA COMPÕE?
NG – Sim. Tem até um verso, que chamo de “Esquerdo do Amor”. Tem o lado direito do amor, que é o cara casado, direito, correto, trabalha, chega em casa tem a mulher, não tem amante na rua… E tem o lado esquerdo, que é aquele cara que prevarica na rua, dorme na rua… É o Esquerdo do Amor: “MENTI, E COMO CONSEQUÊNCIA PERDI, TEU AMOR E TUA INOCÊNCIA. SOU AGORA UMA SAUDADE ESQUECIDA, UMA LEMBRANÇA PERDIDA, EU SOU O VAZIO QUE FICA DEPOIS DO AMOR, EU SOU O TÉDIO, O ÓDIO E O DESPEITO, SOU TUDO O QUE NÁO É DIREITO, EU SOU O ESQUERDO DO AMOR”.

RT – ALGUMA VEZ VOCÊ FOI O ESQUERDO DO AMOR?
NG – Fui. Olha esta aqui. “SERÁ QUE VOCÊ MENTIA, NO TEMPO QUE ME DIZIA, EU NÃO VIVO SEM VOCÊ, OU É AGORA QUE MENTE, QUANDO PASSA INDIFERENTE, FINGINDO QUE NÃO ME VÊ”. Olha, eu tenho segundo grau!

RT – QUANDO É QUE VOCÊ COMEÇOU A SOSSEGAR ESTE LADO ESQUERDO DO AMOR?
NG – Sossegar? Fui casado quatro vezes. Tenho 78 anos de idade, mas 25 anos de… Eu tenho 22cm de pau… Tenho um tesão filha da puta. Canto com um tesão do caralho. Não posso ir a piscina. Por causa do volume. Parece uma cartucheira 45.

Últimas faixas de Nélson:

1 – Como Uma Onda (Nelson Motta/Lulu Santos)
2 – Faz Parte do Meu Show (Renato Ladeira/Cazuza)
3 – De Mais Ninguém (Marisa Monte/Arnaldo Antunes)
4 – Meu Erro (Herbert Vianna)
5 – Ainda é Cedo (Ouro Preto/Renato Russo/Dado Villa-Lobos/Marcelo Bonfá)
6 – Você é Linda (Caetano Veloso)
7 – Bem Que Se Quis (Pino Danielle/versão Nelson Motta)
8 – Caso Sério (Rita Lee/Roberto Carvalho)
9 – Nada por Mim (Herbert Vianna/Paula Toller)
10 – Simples Carinho (João Donato/Abel Silva)
11 – Estácio, Holly Estácio (Luis Melodia)
12 – Me Chama (Lobão)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Disco da semana: Fogo calmo das velas - Eduardo Gudin


Eu ainda estou para ouvir algo do Gudin que eu não ache genial. "Fogo calmo das velas" é o quinto disco e o primeiro gravado de maneira totalmente independente pelo músico. Segundo o próprio Gudin, uma coisa foi determinante para a concepção de um disco tão bom. É que sem ter a pressão das gravadoras, o disco saiu sem pressa. Foram três anos de intervalo entre o lançamento de "Coração Marginal" e o "Fogo calmo das velas". Em artigo da Folha de S. Paulo de 1981, Gudin diz:

“Como havia tempo de sobra, pude depurar meu trabalho ao extremo. Só dava algo como acabado quando realmente senti que o resultado estava me satisfazendo. Além disso, procurei ampliar meu contato com outros compositores, já que nos últimos tempos meu companheiro mais constante era o Paulo César Pinheiro.”

Músicas:
1. Anúncio Classificado (Eduardo Gudin/ Sérgio Natureza)
2. Teatro de revista (E. Gudin/ Paulo César Pinheiro)
3. Lamentos do morro (Garoto)
4. É reatando que a gente se estrepa (E. Gudin/ Aldir Blanc)
5. O que tem que ser (E. Gudin/ S. Natureza)
6. Alma (E. Gudin/ Cacaso)
7. Mais de um (E. Gudin/ Cacaso)
8. Pensamento (E. Gudin)
9. Olhos Frios (E. Gudin/ Ruy Guerra)
10. Por eu ser como sou (E. Gudin)

Baixe esse disco no Procurando na internet.

Morengueira Doc. Clube

Este documentário foi produzido em 2008 pela TV Cultura. "Mosaicos – A Arte de Moreira da Silva" tem participações de Jards Macalé, Dicró, Comunidade Samba da Vela, Tereza Gama e grupo Choro em Linha de Passe. Vale a pena assistir:







quinta-feira, 1 de abril de 2010

Anunciando o fim do Vermute com Amendoim

Primeiro de Abril. Este é o nome de um fox-trote de Nelson Sargento que saiu em seu último cd, o Versátil. Curtam aí!

Primeiro de Abril (Nelson Sargento)



Foi
Numa tarde formosa de abril
Me declarei
Você não sorriu
Com ternura e afeição
E na mais pura singeleza
Pus-me a pensar na grandeza
Da gente ter no coração

Seus lábios entreabertos
Pediam-me um beijo
Quando eu ia aplacar seu desejo
A realidade surgiu
Acordei
Pois eu estava sonhando
Olhei o calendário
Ele estava marcando
Dia primeiro de abril
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...