terça-feira, 31 de março de 2009

Com vocês: Barão do Pandeiro

Roupa bem característica, voz grave daquelas que lembram os grandes cantores da época do rádio e sempre com um pandeiro bem batucado à mão. Assim é Barão do Pandeiro, que todas as quintas comanda as rodas de samba lá no bar do alemão da Av. Antárctica, em São Paulo. Veja abaixo os vídeos em que ele se apresenta com a cantora Ilana Volcov.





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Veja fotos do Bar do Alemão

segunda-feira, 30 de março de 2009

Bezerra contra os 171´s da fé

Bezzera da Silva foi daqueles partideiros da pesada. Sem papas na língua, o Embaixador das Favelas cantou toda a malandragem deste Brasil: o político ladrão, o corno sabido e o corno manso, o caguete, o cafungador, a vizinha fofoqueira, as sogras e muito mais. É entre essa imensa temática que estão os trambiqueiros da fé, para os quais Bezerra também dedicou sua ácida ironia.
O primeiro que vamos apresentar é o "Pastor Trambiqueiro". Figura típica espalhada por algumas igrejinhas por aí. Tem uma capacidade imensa para vender a fé a preços altíssimos e curiosamente vai engordando sua conta:

Pastor Trambiqueiro


A música foi composta por Zaba e gravada no LP "Partideiro da Pesada", de 1991. No mesmo disco, Bezerra mandou um recado nervoso para alguns sacristãos pilantras. Saquem só a letra de "Canudo de ouro", composta por Adelzonilton, Nilo Dias e Franco Teixeira:

Canudo de Ouro


A terceira vai pros Pais de Santo malandros. A versão de "Zé Fofinho de Ogum" que você ouvirá foi gravada ao vivo e lançada no disco "Meu bom Juiz", de 2003, o último de Bezerra.

A figura do Zé Fofinho também é muito popular: faz amarração das boas, fecha e abre o corpo de qualquer um, trás marido de volta e arruma emprego. Só não faz chover:

Zé Fofinho de Ogum


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Conheça as gírias do Porta-Voz do morro

Disco da semana: Ronda - Márcia

O disco desta semana vem com atraso por conta da minha ida ontem ao Bar do Buiú, onde acontece a roda da rapaziada do Projeto Samba de Terreiro de Mauá. Primeiramente gostaria de agradecer ao pessoal lá de Mauá que me receberam muito bem. Um salve para Edinho, Baseado, Danilo, o Fausto que voltou no trem comigo, com a Marília e o André, que me apresentou o pessoal, e para todos que eu perguntei o nome um monte de vezes mas acabei esquecendo e fazem do Bar do Buiú um ambiente propício ao samba. Sem mais, vamos ao disco.
O LP que eu escolhi para ficar ali no canto direito esta semana é de 1977. "Ronda", da cantora Márcia é daqueles discos que não tem onde tirar e nem por. Desde a bela capa feita por Elifas Andreato, até os arranjos que conseguem deixar as músicas um patamar acima do convencional. Tudo isso somado à potência vocal da própria Márcia temos aí uma verdadeira paulada na cabeça dos amantes da boa música.

Destaco a faixa que abre o disco: "Chorei", grande composição de Gudin, Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte, "Outra Você Não Me Faz" de Dona Ivone Lara e a música que dá nome ao disco, "Ronda", de Paulo Vanzolini, não á toa foi um dos maiores sucessos da cantora.




Músicas:
01- Chorei (Eduardo Gudin / Paulo César Pinheiro / Mauro Duarte)
02- Avenida Fechada (Élton Medeiros / Antônio Valente / Cristóvão Bastos)
03- Outra Você Não Me Faz (Ivone Lara)
04- Minha Verdade (Valgenio Rangel / Toninho Ramos)
05- Mesa Farta (Guilherme de Brito / Nelson Cavaquinho)
06- Proezas do Coração (Roberto Riberti / Eduardo Gudin)
07- Ronda (Paulo Vanzolini)
08- Máscara (Ruy Guerra / Francis Hime)
09- Cordas de Aço (Cartola)
10- Eterno Retorno (Vicente Barreto / Vinícius de Moraes)
11- Zé Mineiro (Théo de Barros)
12- Valsa Maldita (Guinga / Paulo César Pinheiro)

Baixe esse disco no Um Que Tenha.

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Saiba como o samba "E Lá Se Vão Meus Anéis" foi feito.

sexta-feira, 27 de março de 2009

A resposta 40 anos depois

Tá, o Caetano é daqueles caras geniais e até aí nada de novo. Mas ser um dos maiores nomes da música brasileira é também reconhecer os que já passaram. E nisso, ele costuma mandar bem. Tão bem que até fez uma música para responder a "Pra que mentir?", do Noel.

A música foi feita em 1937 para Ceci, o grande amor de Noel. Dama de cabaré, Ceci chegou a viver um romance com o Poeta da Vila, mas mesmo assim era todos (e de ninguém). "Pra que mentir?" foi uma de suas últimas músicas, feita ao lado do grande Vadico.

Pouco mais de 40 anos depois, Caetano compôs "Dom de iludir". Com eu-lírico feminino, Caetano provou mais uma vez que conseguia decifrar a alma da mulher. Aí em 1986, em um show ao vivo num dos teatros do Copacabana Palace, ele gravou uma atrás da outra. Foi pro disco "Totalmente Demais" e são essas versões que você escutará hoje.

Pra que mentir?


Dom de Iludir


Baixe o disco no Um que tenha.

Em outra ocasião Caetano também dialogou com Noel. Desta vez insinuando um certo racismo na sua composição "Feitiço da Vila". Veja só

quinta-feira, 26 de março de 2009

Anhangüera dá samba com Murilão da Boca do Mato

Esta é para quem ainda não tem nada programado para amanhã. Isso porque amanhã é dia de mais um Anhangüera dá samba. O convidado dos Inimigos do Batente é o meu xará Murilão da Boca do Mato. Assisti uma vez uma apresentação do Murilão no SESC Santana e digo que a presença do sambista é garantia de muita animação.

Não conhece o Murilão?


Clube Anhangüera:
Rua dos Italianos, nº 1.261 - Bom Retiro.
Telefone: 3361-1799.
Sexta-feira, 27 de março de 2009, a partir das 23h00.
Ingressos: R$ 10,00.
Saiba mais aqui.

quarta-feira, 25 de março de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

Rindo e com gosto amargo na boca

O QG já tem internet novamente. E vamos aos posts atrasados!

É sempre útil alertar sobre bons textos que andam circulando pela internet ou pelas bancas. É o caso do perfil de Germano Mathias feito por Leonardo Fuhrmann, da Revista Brasileiros.


Leonardo visitou Germano no seu modesto apartamento em uma CDHU no bairro do Jaraguá (e quem pensava que sambista vivia de renda...)

Mas Germano continua com muito bom-humor. Ainda mais quando um jornalista o visita para estampá-lo em alguma revista por aí. Eu também fui à casa do Catedrático do Samba e entre muitas piadinhas ele me revelou: "Você vai me dar mídia. E espaço na mídia de hoje está muito caro".

Sem mais delongas, dê uma olhadinha nos três primeiros parágrafos do texto que saiu na Brasileiros:

"O sambista Germano Mathias sabe que é um personagem. "Faça a entrevista lá em casa, só me avisa antes para eu fazer a barba e colocar a minha roupa de malandro. Vou até estrear uma camisa", disse. O senhor de 75 anos que estava de bermuda na sala de seu pequeno apartamento no Jaraguá (zona norte paulistana), fazendo palavras cruzadas, cercado de dicionários, volta de chapéu preto, camisa listrada, calça social, meia social cinza e sapato. "É de couro legítimo de chupa-cabra", brinca.

Dias antes, havia se apresentado no Mercado Municipal paulistano, na festa de aniversário da cidade. Sem cachê para levar sua banda, ele cantou com os músicos que acompanham Jair Rodrigues, que se apresentou em seguida. Não houve tempo para ensaio algum, apenas uma rápida conversa antes de subirem ao palco.


Os músicos não conheciam o repertório do cantor, que recitava a letra até que eles conseguissem acompanhá-lo. Entre causos e piadas, o improviso foi disfarçado. "O dinheiro que ofereceram pelo meu show era pouco, mas sabe como é: melhor comer uma vez por dia do que uma vez por semana", contou depois.
"

Leia o texto disponibilizado no site aqui.
Quer ler a biografia de Germano? Conheça-a aqui

segunda-feira, 23 de março de 2009

Disco da semana: Quatro Grandes do Samba - Nelso Cavaquinho, Candeia, Guilherme de Brito e Elton Medeiros


O disco da semana entra atrasado graças a chuva que derrubou a internet do QG do Vermute.

Trata-se de um disco de certa forma batido e fácil de achar na internet. Mas nem por isso deixa de ser um disco bom e importante para a história do samba no Brasil. O disco "Quatro Grandes do Samba" não poderia ter outro nome. Também que outro disco reune bambas do quilate de Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Elton Medeiros e Candeia? É para se respeitar. Como se o time acima já não fosse sufuciente, ainda há uma iluminada participação de Dona Ivone Lara.

Do disco destaco o samba "Sem Ilusão", que faz uma justa crítica à comercialização do carnaval, e "A Vida", um samba que só poderia ser mesmo da dupla Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito. 

Músicas:
1-Não vem [Assim não dá] (Candeia)
Interpretação: Candeia / Elton Medeiros / Guilherme de Brito / Nelson Cavaquinho
2-Sem ilusão (Élton Medeiros - Antônio Valente)
Interpretação: Elton Medeiros
3-Notícia (Nourival Bahia - Alcides Caminha - Nelson Cavaquinho)
Interpretação: Nelson Cavaquinho
4-A flor e o espinho (Alcides Caminha - Guilherme de Brito - Nelson Cavaquinho)
• Quando eu me chamar saudade (Nelson Cavaquinho-Guilherme de Brito)
Interpretação: Guilherme de Brito
5-Amor perfeito (Guilherme de Brito - Nelson Cavaquinho)
Interpretação: Nelson Cavaquinho
6-Gotas de luar (Guilherme de Brito - Nelson Cavaquinho)
Interpretação: Guilherme de Brito
7-Sou mais o samba (Candeia)
Participação: Dona Ivone Lara; Interpretação: Candeia
8-A vida (Guilherme de Brito - Nelson Cavaquinho)
Interpretação: Guilherme de Brito
9-Não é só você (Guilherme de Brito - Nelson Cavaquinho)
Interpretação: Nelson Cavaquinho
10-Chove e não molha (Joacyr Santana - Élton Medeiros)
Interpretação: Elton Medeiros
11-Expressão do teu olhar (Candeia)
Interpretação: Candeia
12-Rita Maloca (Élton Medeiros)
Interpretação: Elton Medeiros


Baixe esse disco no Cápsula da Cultura.

sexta-feira, 20 de março de 2009

O bom humor dos traços de Baptistão

Fazia tempo que não aparecia um "Samba Pintado". E os traços do cartunista de hoje não deixam nada a desejar se comparado com grandes nomes, como o Lan.

Com vocês Baptistão!

Eduardo Baptistão tem 43 anos. Nasceu pauilsta e formou-se publicitário em 1988, na Cásper Libero. Seus desenhos podem ser vistos frequentemente nas páginas do Estadão, Jornal da Tarde e Carta Capital.
E quem pensa que ele é só trabalho, está enganado. O desenho acima é prova disso. Baptistão colocou o amigo Aurélio Prieto ao lado dos titãs da música popular brasileira. Da esquerda para direita: Cartola, Paulinho, o tal do amigo Aurélio, Pinxinguinha, Paulo Moura e Noel.

Seu belo traço vai mais longe. É detalhista e colorido, capaz de dar emoção ao que faz. Atente a construção do desenho de Paulinho da Viola. O bacana é que há o esboço e o resultado final:
Dá pra ver que não foi à toa que ele coleciona uma vasta lista prêmios, entre eles o primeiro lugar no Salão Internacional de Humos de Piracicaba em 2000 e 2005. Também foi vencedor do Troféu HQ Mix Melhor Caricaturista de 2001, 2004, 2005, 2006 e 2007.
No blog que mantém sempre com as caricaturas que acabaram de ser publicadas por aí, Baptistão também fala sobre a técnica do seu trabalho: "Se o contraste que você quer dar não estiver na foto, vai ser difícil consegui-lo por conta própria(...)Aproveitando para esclarecer uma dúvida frequente: Eu uso lapiseira Pentel 0.5, com grafite 2B".

E não só de compostitores e intérpretes, como o João Nogueira acima, vive esse caricaturista. Baptistão também tem desenhos com temas políticos, esportivos, musicais em geral. Ao visitar seu blog, percebe-se. Tudo é motivo pra uma boa caricatura. Saquem só como ficou o poeta Paulo César Pinheiro.

Além do site, ele disponibiliza outra forma de contato. Baptistão costuma responder no email: ebaptistao@uol.com.br. Pra finalizar, um desenho de um nome que passa pouco por aqui, mas não devia: Chico Buarque

quinta-feira, 19 de março de 2009

A inspiração é Candeia

Hoje eu estava procurando um comercial que de alguma maneira faça contato com o samba ou o choro para postar aqui. Quando de repente me deparo com o seguinte vídeo da Natura para o carnaval de 2004:



O vídeo é bem feito. A música não é lá grande coisa, mas também cai bem. No entanto o que me chamou mais atenção é a incrível semelhança da cena que se inicia no segundo 5 e vai até o 15 com duas cenas do curta Partido Alto de Leon Hirzman.

Note que no minuto 3:43 até 4:40 do filme de Leon aparece um rapaz com um ganzá sambando tal qual o vídeo da Natura. Ainda no curta identificamos outra cena que serviu de base para a elaboração do comercial. Ela começa no minuto 6:14, onde o cinegrafista mostra mais os outros integrantes da roda. Atentem para a semelhança do rapaz com o agogô, do tamborim e do reco-reco (inclusive nos movimentos corporais).




Só para registro, a peça é da W/Brasil e a música é de autoria de Ronaldo Bastos e Celso Fonseca. A interpretação é da Sandra de Sá.

quarta-feira, 18 de março de 2009

No tempo de Noel (5 de 11)

Fãs de Noel, preparem-se. É chegada mais uma quarta-feira e a quinta parte dos programas exibidos por Almirante sobre o Poeta da Vila vem à tona. Aproveitem e desvendem histórias de Noel até então desconhecidas. Ah, e não se esqueçam de baixar os arquivos e guardá-los. Isso é pura raridade.



Baixe aqui.

Perdeu alguma parte? Basta clicar na Tag "No Tempo de Noel"

terça-feira, 17 de março de 2009

O cantor das multidões e Jacob

Uma gravação interessante. Jacob do Bandolim acompanha seu ídolo Orlando Silva em um música escrita pelo filho de Jacob, Sérgio Bittencourt. Nesta gravação é fácil entender o estilo do cantor da multidões, adiantando e atrasando sua voz com relação a melodia.




Modinha (Sérgio Bittencourt)
Olho a rosa na janela,
sonho um sonho pequenino...
Se eu pudesse ser menino
eu roubava essa rosa
e ofertava, todo prosa,
à primeira namorada,
e nesse pouco ou quase nada
eu dizia o meu amor,
o meu amor...

Olho o sol findando lento,
sonho um sonho de adulto...
Minha voz, na voz do vento,
indo em busca do teu vulto,
e o meu verso em pedaços,
só querendo o teu perdão...
Eu me perco nos teus braços
e me encontro na canção...
Ai, amor, eu vou morrer
buscando o teu amor...
Ai, amor, eu vou morrer
buscando o teu amor...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Discografias jogadas no lixo

Apavoradas com o sucesso da música digital gratuita, as gravadoras estão usando seus tentáculos para tentar impedir que internautas parem de trocar música pela internet. A última investida foi contra a comunidade "Discografias", do Orkut. Com pouco mais de 900 mil participantes (e mais de um milhão de beneficiados), a comunidade costumava disponibilizar grandes álbuns para download. Costumava.

A APCM [Associação Antipirataria Cinema e Música] obrigou seus moderadores a encerrarem as atividades. "Em se tratando de música, ninguém tem mais arquivos que violam direitos autorais do que a 'Discografias'", disse à Folha Online Edner Bastos, coordenador antipirataria da associação que defende a propriedade intelectual. A batalha entre a comunidade e a APCM não era nova. Já em outubro de 2008 o embróglio estava armado.

Perdemos mais um gigante. Foi assim com o Som Barato, que tinha um dos maiores acervos de MPB na internet. Mas novas forças vão surgindo por aí (quer conhecer o sombarato.org?). O que nós, simples trocadores de músicas, podemos fazer? Que tal mandar um email pra APCM (Clique aqui). Ou participar de um abaixo-assinado para mostrar que somos mais fortes?

domingo, 15 de março de 2009

Disco da semana: Toalha da Saudade - Batatinha


Se eu não me engano, já figurou um disco do Batatinha ali a direita da página. No entanto foi logo quando começou com esse negócio de disco da semana e a gente ainda não escrevia sobre os discos. Então para que fique registrado, com vocês: Toalha da Saudade - Batatinha.

Batatinha é um dos maiores nomes do samba baiano. Sua obra ficou marcada pelas músicas de poesia refinada e tristes. Do disco destaco as seguintes faixas: Toalha da Saudade, Hora da Razão e Ironia. Sambas extremamente "batatinianos", como não poderiam deixar de ser.

Músicas:
1 - Toalha da saudade (J. Luna / Batatinha)
2 - Rosa tristeza (Batatinha / Edil Pacheco)
3 - Hora da razão (J. Luna / Batatinha)
4 - Babá de luxo (Bob Laô / Batatinha)
5 - Marta (Batatinha)
6 - Ondas do mar (Mapin / Batatinha)
7 - A sorte do Benedito (Batatinha)
8 - Fora do meu samba (Batatinha)
9 - Espera (Batatinha / Ederaldo Gentil)
10 - Ironia (Batatinha / Ederaldo Gentil)
11 - Marca no pé (Carlos Conceição / Batatinha)
12 - Indecisão (Batatinha)

Baixe esse disco no Cápsula da Cultura.

quinta-feira, 12 de março de 2009

A música de Di Freitas

O post de hoje é graças a dica do amigo Daniel Marques da Revista Cult. Trata-se da música do cearense Di Freitas.

Di Freitas tem quilometragem longa na música. Estudou violoncelo e violão clássico no centro de formação do SESI de Fortaleza. Fez parte da Orquestra Filarmônica de Goiás, não só como músico, mas também como arranjador.

Entre outros projetos, Di também comanda há sete anos na APAE de Juazeiro do Norte um programa que envolve a produção musical através de materiais alternativos. Ele ainda trabalha como luthier, fazendo instrumentos que se utilizam de cabaças como matérias-primas.

Em fevereiro desse ano, lançou pelo selo SESC o CD Alumioso. Nele o músico toca rabeca, violão, violoncelo e outros instrumentos. A banda que o acompanha é fomada por Éder "O" Rocha na percussão, Filpo Ribeiro tocando viola e rabecas, e Ari Colares também na percussão.

Se você gostou da música de Nicolas Krassik, vai curtir também o som de Di Freitas.

Ouça as músicas no myspace de Di Freitas.

Para quem se interessou, hoje tem show no SESC Piracicaba, amanhã no SESC Campinas e dia 17 no SESC Avenida Paulista.

quarta-feira, 11 de março de 2009

No tempo de Noel (4 de 11)

Quarta-feira é dia de voltar ao tempo de Noel Rosa no Vermute. Eis que chegamos ao quarto arquivo. Nele contém o sétimo e o oitavo programa produzido e apresentado por Almirante. Os outros programas podem ser ouvidos e baixados aqui.




Baixe os arquivos aqui.

terça-feira, 10 de março de 2009

Rhalah Ricota cai no samba

A terça-feira foi corrida, mas para o dia não passar sem nada vai aí uma animaçãozinha de um dos personagens do cartunista Angeli: o charlataníssimo guru Rhalah Ricota.



Quer saber mais sobre a música que o Rhalah canta? Clique aqui. Outras animações da série Angelitos estão sendo exibidas no programa Metrópolis, da TV Cultura. Veja mais vídeos do Rhalah aqui.

segunda-feira, 9 de março de 2009

O sucesso da canalhice

No começo do ano, o VCA alertou para um vil intérprete da nova safra do samba: Jota Canalha. Usuário inveterado de chapéu e óculos escuros e dono de uma acidez típica, Jota acabara de lançar seu primeiro disco e até então poucos sabiam que Jota é, na verdade, um heterônimo de Henrique Cazes.

O disco parece estar agradando. "Homenageando" as lésbicas, os chatos, a mala madrinha Beth e outras figuras que podem render horas de acirrada discussão, Jota até a Globo já acertou contrato para colocar a música "Chatos em desfile" na novela das oito. A canalhice está aparecendo. E isso rendeu uma entrevistinha (confira na íntegra) das boas no Jornal de Londrina.

Veja só o teor:

Jornal de Londrina - Também é uma voz dissonante dentro do politicamente correto em voga. O bom mocismo dominou o samba?
Jota Canalha - Eu posso garantir, pelo convívio no samba, que o bom-mocismo é externo. Os caras são sacanas. É que essa cobrança no Brasil chegou a verdadeiros absurdos, o próprio governo chegou a fazer uma cartilha. Não tem mais anão, é verticalmente prejudicado. Em um concurso de marchinhas aqui no Rio de Janeiro só teve música politicamente correta. A cabeleira do Zezé não existiria se fosse feita hoje. O humor dá muito trabalho, é muito mais fácil fazer esses sambas que existem aos zilhões do que pegar um assunto e bolar como criticar de forma engraçada. A ideia é ser um contraponto a isso. Tenho até uma dedicatória padrão: “um beijo na bunda do Jota Canalha”.

Confira o site do Cazes

domingo, 8 de março de 2009

Disco da semana: Padê - Juçara Marçal e Kiko Dinucci


Padê em Iorubá significa "Encontrar". Aqui no Brasil, padê também é referente à cerimônia de abertura do Candomblé, aquela que chama Exú, pois é ele quem faz a ligação entre os dois mundos.

O disco que leva esse nome é o primeiro trabalho "solo" de Kiko Dinucci e Juçara Marçal. Trata-se de um álbum repleto de batuques bem africanos, bem pesado e bonito. Juçara também dá conta do recado nos vocais, o que faz do disco uma união bastante interessante. Além de composições do próprio Kiko, ainda é possível encontrar músicas de autoria de gente do calibre de Candeia, Luiz Tatit e Batatinha.

Outro mérito de Padê, é a junção de grandes músicos egressos de áreas diferentes como podemos constatar no myspace de Kiko: "o percussionista Samba, ogã de Terreiro de Candoblé Angola Redandá; Marcelo Mainieri, baixista de jazz e música popular brasileira; Lincoln Antonio, pianista e compositor, integrante do grupo A BARCA, que tem seu foco na música tradicional brasileira e Paulo Dias, diretor da Associação Cultural Cachuêra!".

Do disco destaco as músicas "São Jorge" e "Machado de Xangô", que possuem grande influência do candomblé tanto no ritmo quanto nas letras.



Músicas:
1- Padê (Kiko Dinucci)
2- São Jorge (Kiko Dinucci)
3- Machado de Xangô (Fabiano Ramos Torres / Kiko Dinucci)
4- Atotô (Kiko Dinucci)
5- Jatobá (Juçara Marçal / Kiko Dinucci)
6- Cabocla Jurema (Candeia / Nina Alvarenga)
7- Mar de Lágrima (Kiko Dinucci / Vanderlei Muzzucato)
8- Engasga Gato / Casa Barata (Domínio Público / Fabiano Ramos Torres / Kiko Dinucci)
9- Samba Estranho (Paulo Padilha)
10- Velha Morena (Luiz Tatit)
11- Imitação (Batatinha)
12- Batuque para Ney (Lincoln Antonio / Walter Garcia)
13- Bate Baú / Coruja Batuqueira (André Bueno)
14- Roda de Sampa (Kiko Dinucci)

Baixe esse disco no Música da Boa.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Eles se renderam

A música é conhecidíssima. Foi composta por Ary Barroso em uma noite de chuva torrencial de 1939 e gravada no mesmo ano pelo rei da voz, Francisco Alves, com arranjos extraordinários (como costumavam ser) de Radamés Gnattali.

Estamos falando da belíssima "Aquarela do Brasil", um samba que exalta esta "terra de samba e pandeiro" bem aos moldes do que Getúlio Vargas queria para "estatizar" a cultura nacional. Curiosamente foram justamente os censores de Getúlio que queriam eliminar o verso que fala do samba. Afinal, antigamente tocar pandeiro era sinônimo de arruaça.

Fatalmente todo e qualquer brasileiro que se preza já escutou a canção. Mas mundo afora seu sucesso também é estrondoso. É conhecida em inglês como "Watercolor of Brazil", mas eu não sabia que nossos hermanos argentinos também apreciavam esta beleza. Veja só a torcida do Boca Juniors:



Para quem se interessa por cantitos, essa festa que a torcida faz, a Revista Invicto traz uma matéria sobre o assunto. Por sinal, feita por este que vos escreve.

quinta-feira, 5 de março de 2009

O "swingle" de Simonal

Wilson Simonal teve uma carreira complicada. Agora uma coisa é certa, ninguém discute a sua qualidade como cantor. Em 1970, Simonal foi contratado para cantar um jingle cheio de swing, com direito a bateria e uns metais falando alto, para os Formicidas Shell. A peça é da agência Standard, Ogilvy & Mather, e o jingle é de autoria de Neneco e Carlos Guerra
Confira aí o resultado:



quarta-feira, 4 de março de 2009

No tempo de Noel (3 de 11)

Chega Quarta-feira e o VCA coloca mais dois programas da série "No tempo de Noel Rosa", feitos por um dos maiores conhecedores do assunto: Almirante. Estamos na terceira parte de onze. Para quem perdeu as duas primeiras, basta clicar aqui.

Estátua de Noel, em Vila Isabel no Rio de Janeiro





Baixe os arquivos aqui

terça-feira, 3 de março de 2009

O conselho de Lupícinio

Quando Lupícinio ficou sabendo que seu grande amigo Hamilton Chaves, na época com apenas 22 anos, ia se casar tentou intervir. Lupe, que já estava com seus trinta e tantos anos, e já tinha um bocado de histórias amorosas mandou um conselho para o amigo. Em forma de samba, claro:



Esses Moços (Pobres Moços) (Lupícinio Rodrigues)
Estes moços, pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei
Não amavam, não passavam
Aquilo que já passei
Por meus olhos, por meus sonhos
por meu sangue, tudo enfim
É que eu peço a estes moços
Que acreditem em mim

Se eles julgam que a lindo futuro
Só o amor nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno à procura de luz
Eu também tive nos meus belos dias
Esta mania e muito me custou
Pois só as mágoas que eu trago hoje em dia
E estas rugas que o amor me deixou

O samba lhe rendeu uma gravação de Francisco Alves, fazendo grande sucesso. O amigo casou-se assim mesmo. E Lupícinio ainda ganhou um grande desafeto, a esposa de seu amigo.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Destinatário: Devedores

Seguindo a onda levantada pelo Murilo no post anterior, hoje vão aí mais duas cartas. Uma de Noel, e a outra de Henrique Gonçalves interpretada pelo mestre do samba de breque: Moreira da Silva.

Uma das situações mais incovenientes entre dois homens de bem é cobrar dinheiro ou pedir algum emprestado. Mas para dois habilidosos na arte de cantar samba sobre temas cotidianos, a tarefa parece facílima.

O pioneiro, é claro, foi Noel Rosa quando em 1931 escreveu "Cordiais Saudações". Na música, o eu-lírico está literalmente sem um puto no bolso e tenta reaver 10 mil réis que emprestou ao amigo. Elegante, Noel primeiro certifica-se da saúde do companheiro para depois ir direto ao ponto. Ouça a versão que foi comercializada, com o Bando de Tangarás:

Cordiais Saudações


Já o samba de Henrique Gonçalves, que toma forma na voz do malandro Moreira é um pouco menos discreto. O próprio título já revela a índole do camarada que está devendo a grana: "Amigo Urso". A música foi gravada dez anos depois da de Noel e segue no mesmo ritmo de carta:

Amigo Urso


Mas Kid Morengueira não ficou satisfeito e ele mesmo emendou a resposta da carta de Gonçalves. Mais uma cartinha que não precisou de selo, foi prensada e vendida em vinil em todo território nacional. Saquem só.

Resposta ao Amigo Urso

domingo, 1 de março de 2009

Disco da semana: Vida Boêmia - João Nogueira


Este é na minha opinião o melhor LP de João Nogueira. Também o time de compositores escolhido por João é coisa fina. Mauro Duarte, Nei Lopes, Eduardo Gudin, Cartola, Paulo César Pinheiro são apenas alguns dos nomes que figuram na bolacha.

Do disco, destaco três faixas: "Bela Cigana", em que João faz um belo dueto com Clara Nunes. "Sem Medo", samba inspirado do próprio João e "Ao Meu Amigo Edgar", que trata-se de uma carta escrita por Noel Rosa, endereçada ao amigo e médico Edgar da Graça Melo, quando o mesmo se encontrava em Minas Gerais por conta do tratamento da tuberculose. Coube a João musicá-la.



Músicas:
1- Bares da Cidade (Paulo César Pinheiro / João Nogueira)
2- Moda da Barriga (João Nogueira)
3- Baile no Elite (João Nogueira / Nei Lopes)
4- Bate-boca (Walter Nunes / Mauro Duarte)
5- Recado ao Poeta (Eduardo Gudin / Paulo César Pinheiro)
6- As Forças da Natureza (Paulo César Pinheiro / João Nogueira)
7- Maria Rita (Luiz Grande)
8- Bela Cigana (Ivor Lancelotti / João Nogueira)
9- Amor de Fato (Cláudio Jorge / João Nogueira)
10- Sem Medo (João Nogueira)
11- A Cor da Esperança (Roberto Nascimento / Cartola)
12- Ao Meu Amigo Edgar (Noel Rosa / João Nogueira)

Baixe esse disco no Cápsula da Cultura.
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