terça-feira, 4 de março de 2008

Vermute conta o samba: Falsa Baiana

Em uma noite no Café Nice (um botequim famoso na década de 50 que ficava situado na Avenida Rio Branco 174, esquina com Rua Bittencourt Silva, e freqüentado por toda classe musical popular do Rio de Janeiro), mais precisamente numa segunda-feira de carnaval do ano de 1944 estavam, entre outros, Roberto Martins conversando com Geraldo Pereira quando entrou, fantasiada de baiana, a esposa de Roberto que atendia pelo nome de Isaura Martins.

Roberto notou a falta de animação de sua senhora que contrastava com a amimação dos presentes e como ela não era muito de carnaval comentou com Geraldo:
- Olha aí, Geraldo a Falsa Baiana

E foi daí que surgiu a inspiração para o samba Falsa Baiana, que diz:
Baiana que entra no samba e só fica parada
Não samba, não dança, não bole nem nada
Não sabe deixar a mocidade louca
Baiana é aquela que entra no samba de qualquer maneira
Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras
Deixando a moçada com água na boca

A falsa baiana quando entra no samba
Ninguém se incomoda, ninguém bate palma
Ninguém abre a roda, ninguém grita ôba
Salve a bahia, senhor

Mas a gente gosta quando uma baiana
Samba direitinho, de cima embaixo
Revira os olhinhos dizendo
Eu sou filha de são salvador


Falsa Baiana (Geraldo Pereira) --- Nadinho da Ilha

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Saiba mais sobre as histórias dos sambas:

Vagolino de Cassino, composto por Noel na década de 30

A Flor e o Espinho, composto por Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho na década de 50

2 comentários:

Fel Mendes disse...

Vale também dizer que João Gilberto já se enveredou por esses versos, dando-lhes uma interpretação belíssima!

daniel marques disse...

Belo samba! gostei da voz de Nadinho da Ilha, diferente...bem grossa! gostei desse estilo de colocação vocal...

abraços!

www.ferrugemnuncadorme.blogspot.com

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