sexta-feira, 21 de março de 2008

Samba Racional



“Maaaaaanoel
O maior homem do mundo
Homem sábio e profundo
Semeou conhecimento
Missionário da pureza
Fez brilhar oh que beleza
Essa nova geração”.

Esses versos ficaram marcados com a voz grave de um Tim Maia que, em 1975 deixou de lado a maconha, o uísque e a cocaína para se dedicar a só uma coisa: se imunizar.

Depois da leitura do primeiro de muitos livros publicados por seu Manoel Jacintho Coelho, o “Universo em desencanto”, Tim abraçou com toda a força a causa da Cultura Racional.

Careta, Tim ficou doidão. Começou a profetizar os dizeres do livro: “Nós somos originários de um planeta distante e perfeito e estamos na Terra exilados. Aqui, nós vivemos na animalidade, sujos e magnetizados, sofrendo nesse vale de lágrimas. A única salvação é a imunização racional, que se conquista lendo o livro e seguindo seus ensinamentos. Só assim podemos nos purificar e ser resgatados pelos discos voadores de volta a nosso planeta de origem: O Racional Superior”.

Tim só usava branco, pois era a cor que não carregava magnetismo. Pintou de branco os instrumentos da banda. Não permitia que ninguém fumasse unzinho ou cafungasse. Quem fosse pego em um fragoroso estava fora.

Como tinha um baita vozeirão e esbanjando uma considerável fama, Tim resolveu gravar dois discos, daqueles gospel, que ficaram marcados como um dos melhores da carreira de Tim. Sua voz está perfeita, alcança níveis que o triatlo de THC, álcool e coca não permitiam. Dois discos?

Recentemente foram descobertas algumas músicas inéditas, precisamente sete. E o espantoso é que três delas não usam o Hammond ou as guitarras de soul do gênio Tim Maia. A cuíca ronca quando ele começa: “Maaaaaaaaanoel....” Isso mesmo. Três sambas que têm, claro, os metais característicos da banda. Essa dita chama-se “O grão-mestre varonil”. Tim também arriscou sambar em “Do nada ao tudo” e “Minha felicidade racional”. Os sambas empolgam com um cavaquinho marcando a batida e a voz de Tim passeando com a harmonia.

No volume dois do Tim Maia Racional, Tim já havia colocado uma marcha. O rei do soul arriscou uns acordes na música tipicamente brasileira. Talvez influência de Jackson do Pandeiro, que o acompanhava nas reuniões com seu Manoel Jacintho Coelho.

O Grão-Mestre Varonil (versão samba)

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Falar de cada música ia ser um exagero. O bom mesmo é ouvi-las, ou baixar no Música Social


Minha Felicidade Racional
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Do Nada ao Tudo
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Saiba mais sobre soul no Ferrugem Nunca Dorme

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