quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O juízo final da Velha Guarda

Ponto 1: Recentemente li o livro "No Princípio, era a Roda" de Roberto M. Moura, e uma das opiniões defendidas pelo autor, e que eu também compartilho, é de que o sambista, de fato, abandonou a escola de samba e deixou de cantar seus sambas lá para cantar nas rodas.

Ponto 2: Na última terça-feira fui à pré-estréia do documentário "O Mistério do Samba" e ficou bem evidenciado tanto no filme quanto no debate, que os integrantes da Velha Guarda são quem escolhem os seus sucessores. Para ser um integrante da Velha Guarda precisa ter uma ligação com a escola, ter uma ligação com os mais velhos. Enfim, precisa ter algum passado que o credencie a entrar para aquele grupo.

Acontece que hoje em dia os melhores sambistas não estão dentro das escolas de samba. Eles podem até torcer para alguma agremiação, mas não possuem aquela identificação que possuem os sambistas mais velhos. Sendo assim, digo que a Velha Guarda da Portela (ou da Mangueira, Império Serrano ou qualquer outra escola) está com os dias contados. Lógico que a "instituição" Velha Guarda nunca deixará de existir, porém acredito que a filosofia será um pouco alterada com o passar do tempo.

Viajando um pouco e divagando, acredito que no futuro, poderá haver Velhas Guardas das rodas. Isso porque do que tenho lido e pesquisado, hoje o ambiente de uma roda de samba é bem parecido com os dos ensaios nos idos tempos.

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