sexta-feira, 4 de julho de 2008

Forró Moderno

Você não entrou no Vermute ontem porque não tinha internet? Nem a gente...

Rabeca, baixão acústico, violino, zabumba, pandeiro e a superação de Nicolas Krassik e sua banda. O violinista francês radicado no Brasil fez duas primorosas apresentações no Sesc Pinheiros, por conta do lançamento do novo disco, chamado Cordestinos. O terceiro álbum dele já é o melhor.

Nicolas encontrou o ponto de encontro entre o forró, o jazz e a música erudita. O brilho de todo o disco vem daí. Arranjos que privilegiam o lirismo, sem renegar sua raiz musical. A faixa 5, “O amor daqui de casa”, de Gilberto Gil prova isso.

Outros artistas também são homenageados, como Dominguinhos, com três faixas, Sivuca e Glória Gadelha, com “Xanana” e Hermeto Pascoal como “Caminho do sol”. Nicolas, criado musicalmente nos arcos da Lapa, também dá um espaço para “Opinião”, de Zé Kéti. Mais um exemplo de como revisitar uma música sem estragá-la.




Esse tom não seria o mesmo sem a ótima banda que o acompanha. Marcos Moletta sola lindamente nas rabecas, Guto Wirtti bate no baixão, enquanto João Hermeto e Chris Mourão percussionam.

Com Nicolas, a música nordestina ganhou a nova cara que a maltrapilha categoria “forró universiotário” tentou lhe dar. Além disso, exalta essa manifestação popular que foi mal tratada por “artistas” viciados em fórmulas para vender (vocês viram que o Falamansa lançou um disco, falando com a maior cara-de-pau que é só o “melhor” do Falamansa?!).

Exagero talvez, mas algumas faixas me fizeram recordar de Astor Piazzolla. Obviamente não pelo tipo de música, mas pela forma como ela foi tratada. A música que dá nome ao disco, do próprio Nicolas é um exemplo disso.

Se Piazzolla é o rei do tango moderno, Krassik é um bom candidato para o título de rei do forró moderno.

Saiba mais sobre Nicolas Krassik

3 comentários:

Juliano Coelho disse...

"rei do forró moderno"? ô loco, meu!

Fel Mendes disse...

A expressão Rei pode ter fugido ao meu controle. Talvez tenha sido um exagero por tanto que ser um rei representa. O que acontece é que Nicolas é único em sua música, uma forma de repaginar a música nordestina (na sua sensacional forma de origem), dando o tom que foi tentado por muitos, essa modernidade. Talvez eu tenha me equivocado na seleção das músicas. Hoje ouvindo o disco, reparei que outras deveriam ter entrado. Por isso, aguarde mais sobre Nicolas no Vermute. Provarei que não foi um post deslumbrado, meus caros.

Pousada Café Aquarela disse...

Muito bom! Moderno sem perder as raízes.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...