terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Parabéns Martinho!

Com 70 anos de vida completados nesta terça-feira, sendo 54 deles de samba, Martinho José Ferreira, o popular Martinho da Vila, vai contra a aceleração do ritmo que aconteceu nos últimos anos e mantém o seu jeito sereno e tranqüilo de cantar assim como iniciou sua carreira.

Incentivado por Tolito da Mangueira, Martinho começou a compor aos 16 anos, para a escola Aprendizes da Boca do Mato. Além de compor, Martinho participava da bateria, tocando frigideira. Lá desfilou até 1965, chegando a atingir a presidência da Ala de Compositores.

Em 1967, participou do III Festival de Música Popular Brasileira, realizado pela Rede Record, e teve o samba Menina Moça defendido por Jamelão. A música foi apresentada no terceiro dia de eliminatória, em 14 de outubro, mas com a inovação de Gilberto Gil, a guitarra elétrica dos Mutantes e a ousadia de Chico Buarque, a menina acabou ficando de canto.

No dia 21 de outubro, foram declarados os vencedores. A primeira colocada foi Ponteio, de Edu Lobo e José Carlos Capinam, seguida de Domingo No Parque, de Gil e de Roda Viva, feita por Chico Buarque.

Outro grande samba foi apresentado nos palcos da Record. Mas "Isso não se faz”, composto por Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho também não figurou nem entre as finalistas.

Martinho não desanimou e em 1968 participou do LP As escolas cantam seus sambas para 1968. Porém foi somente a partir do ano seguinte que Martinho resolveu deixar de lado a carreira de contador para se dedicar exclusivamente à carreira de cantor e compositor.

Nesse mesmo ano seria lançado o LP Martinho da Vila (1969), que até hoje o cantor e compositor considera uma de suas grandes obras ao longo da carreira, como contou em exclusividade ao Vermute com Amendoim:"O disco mais marcante foi o primeiro (1969), que foi o disco que abriu tudo né!"

Recheado de sucessos como O Pequeno Burguês, Casa de Bamba, Iaiá do Cais Dourado, Quem é do Mar Não Enjoa e Pra Que Dinheiro, essa obra abriu as portas para Martinho e aflorou de vez o artista que existia dentro dele. E ao contrário do ritmo devagarinho, de 1969 até hoje Martinho só tirou folga em 1996, ano em que não lançou nenhum novo material.

Entretanto, mesmo com os 54 anos no ritmo do samba Martinho afirmou ao Vermute que nenhum disco alheio marcou a sua vida: "Disco que marcou eu não tenho, às vezes tem uns colegas que têm um disco que influenciou a vida do cara, fez ele repensar coisas, mas eu sinceramente não tenho isso."

Ele ainda foi responsável por popularizar o partido-alto, que até então estava preso aos terreiros. Compôs diversos sambas-enredo para a Vila Isabel, foi o criador do histórico enredo Kizomba - a festa da raça e ainda se arriscou como escritor, com sete livros publicados.

Ouça aqui o samba Menina Moça, no tradicional ritmo do setentão:


Fonte da Imagem: Martinho da Vila - Site Oficial

3 comentários:

Anônimo disse...

Sou neto do grandioso Gentil Junior e estou indignado de que aquele salafrario Manoel Ferreira vem fazendo com nossa familia afirmando ser o compositor unico de "Transplante Corintiano" entre outros. Meu avô vendeu parte dos direitos para que Manoel Ferreira a distribuisse.

Se quiser saber/esclarecer mais sobre a historia de meu Avô... me mande um e-mail para vgbellot@globo.com

Grato e um salve aos genios da musica

Unknown disse...

é devagar, devagarinho....

Artur de Bem disse...

Mas o Jamelão chegou a cantar, ou foi o próprio Martinho, acompanhado apenas de uma caixa de fósforo?

Abraço!!

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