sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Muito antes de topar tudo por dinheiro...

Sua inconfundível voz pode causar alguma dúvida quando entoando um bolero ou um samba-canção. Porém, ao ouvi-lo entoando uma de suas famosas marchinhas é impossível não reconhecer todo seu carisma. Aliás, o protagonista em 14 compactos e três LP´s, Silvio Santos pode ser considerado um dos grandes incentivadores da marchinha no Brasil.

Isso porque, nos anos 90, mesmo depois do auge do gênero, entre 1930 e 1950, o empresário das comunicações usou nada mais do que o SBT, o segundo maior canal de televisão do país, para difundir o tipo musical na sua própria voz.

Entretanto, seu flerte com a marchinha vem de muito antes. O primeiro compacto foi lançado em 1968, pela gravadora Copacabana. No Lado A, a romântica marcha “Me dê a mão”, No Lado B a bem-humorada "Marcha do Barrigudinho", ambas compostas por Manoel Ferreira e Gentil Junior.

Depois disso, em 1969, mais um compacto com duas marchas: No Lado A, Silvio cantava “Tetéo” pedindo ao bom moço que emprestasse a sua namorada. No Labo B, vinha “Marcha do Cachorro (A Vez do Osso)” em que tinha chegado a vez do osso morder o cachorro. Mais uma vez a dupla Manoel Ferreira e Gentil Junior estava à frente das composições.

Mas os grandes sucessos do carnaval de Silvio Santos foram compostos por outra dupla: o casal Manoel Ferreira e Ruth Amaral. O apresentador os conheceu em 1962, quando tinha um programa de domingo na Tv Paulista. De lá para cá foram 16 anos gravando e dez primeiros lugares em concursos de marchinhas.

O primeiro sucesso da dupla que Silvio deixou marcado na história foi “Transplante Corinthiano”, lançada em 1968. A faixa lembra a má-fase do Corinthians dos anos 1960-70, e o primeiro transplante de coração feito pelo Dr. Zerbini no Hospital das Clínicas, em São Paulo.




Ferreira e Amaral compuseram mais diversos sucessos. Em 1970, veio “A Bruxa Vem Aí”, lançada pela Odeon. A faixa estava no Lado B, mas até hoje é cantada nos carnavais de rua.

Até 78, Silvio gravou sempre os dois lados do disco com Manoel Ferreira e Ruth Amaral. Depois disso, talvez em um de seus acessos de mudança repentina, resolveu trocar os compositores. Por cinco anos não conseguiu emplacar nada.

Mas em 1987, surgiu um dos maiores sucessos de Silvio Santos na marchinha: “A Pipa do Vovô”. Ela conta como surgiu a inspiração, no jornal Notícias Populares de 28 de fevereiro de 1987. Ruth Amaral estava assistindo o noticiário, quando viu uma matéria sobre um campeonato de pipas. “Havia um garotinho empinando uma delas e a seu lado um velhinho olhando”.

A princípio ela teve vergonha de mostrar sua idéia para o marido: “Eu sabia que era no duplo sentido mesmo. Mas ele achou ótima, fizemos letra e música e mandamos a fita para o Silvio. Em pouco tempo o apresentador colocou voz e passou a tocar nos seus programas de domingo. Pegou no Brasil inteiro e hoje todo mundo está cantando”.


Fonte da imagem - Página do Silvio Santos

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