Hoje publico quatro pequenas resenhas feitas por mim para o Guia da Folha de discos, livros e filmes de 31 de julho de 2009.
Portela Passado de Glória – Velha Guarda da Portela

Em 1970, Paulinho da Viola deu dois presentes à Portela e à música brasileira. Um deles foi o samba “Foi um rio que passou em minha vida”. O outro, o histórico disco “Portela Passado de Glória”, uma coletânea de 14 sambas inéditos, que consagrou a fundação da Velha Guarda. Interpretado em sua maioria pelos próprios compositores, o repertório não tem um deslize sequer. Entre as obras-primas, todas com melodias riquíssimas e letras sinceras, estão “Quantas Lágrimas”, de Manacéia; “Chega de Padecer”, de Mijinha; “Tristeza”, de Heitor dos Prazeres, e “Passado de Glória”, uma homenagem de Jair do Cavaquinho à história portelense. Depois de 39 anos, este precioso documento volta às prateleiras. E o tempo solidificou sua classificação: indispensável para quem aprecia música brasileira. - ÓTIMO
Noel, o Poeta da Vila (trilha)

A vida conturbada de Noel Rosa foi contada nos cinemas em “Noel, o Poeta da Vila” (2007), cuja trilha sonora original traz obras importantes do sambista e de seus contemporâneos. Com 29 faixas, uma quantidade de músicas que raramente se vê, o álbum traz sucessos como “Feitio de Oração” e “Com que Roupa?”, além de sambas de Almirante, Wilson Batista e Vadico. Nas vozes, um talentoso time com Wilson das Neves, Henrique Cazes e até Rafael Raposo, que interpretou Noel do filme. Mas algumas músicas ficaram ou muito curtas ou pela metade. Enquanto falta um trecho em “Pela Décima Vez”, “Gago Apaixonado” termina assim que começa a empolgar. Por isso, o disco é mais bem aproveitado pelos já iniciados na obra do Poeta da Vila. - BOM
Tô Fazendo a Minha Parte – Diogo Nogueira
Ouvir Diogo Nogueira sem relembrar João Nogueira é quase impossível, o que está longe de ser um problema. O timbre semelhante ao do pai, associado a uma veia de intérprete, só faz provar a capacidade de Diogo, cujos atributos musicais são mostrados pela segunda vez em CD. “Tô fazendo a minha parte” é bem mais autoral do que o álbum de estreia, pois a maioria das 14 faixas é inédita. Porém, em meio a ótimos sambas, como “Sou Eu” – parceira de Chico Buarque e Ivan Lins –, há alguns clichês em levadas comercialmente mais aceitas, como em “Tô te querendo”. Entre altos e baixos, o disco presta um importante serviço: traça um perfil mais sólido do jovem sambista, que já na primeira faixa dá o recado: “Tô fazendo a minha parte, um dia eu chego lá”. - REGULAR

Novos Alvos – Ana Costa

Um comentário:
Po, repercutir o disco do Diogo Nogueira, como dizia o Neto, "é brrrrincadêra!"
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