quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Os doces campos de batalha de Verônica

O post de hoje é especial. Feito por Alberto Riva, jornalista italiano radicado no Rio de Janeiro há 5 anos e autor dos livros "Seguire i pappagalli fino alla fine", uma reportagem sobre o Rio de Janeiro, e "Note Necessarie", uma biografia do jazzista Enrico Rava. Divirtam-se:

Vinda de São Paulo, como tantas das melhores cantoras dos últimos tempos, Verônica Ferriani gosta do Rio. Gosta do samba raiz do Rio, mas leva consigo um prazer pelo risco e pela diversificação típicos de São Paulo. Por isso, as dez faixas do seu recém lançado primeiro disco, são uma surpresa contínua. A começar do "Um Sorriso nos Lábios", de Gonzaguinha, com aquele andamento meio groove sustentado pelo piano fender-rodhes.

Um Sorriso nos Lábios



A mistura é fina demais, porque além das etiquetas, aquela que sobe ao palco é uma cantora generosa da melhor tradição brasileira. Em primeiro lugar vem sua emoção, que cai no público como uma chuva. Depois, o swing natural e o gosto pelo canto em torno da melodia, como fosse um campo de batalha.

Eu amo você



Se existe um defeito que se encontra nos cantores e cantoras atuais (às vezes atraídos pelo pop-style) é aquele controle absoluto da situação, uma síndrome de pânico anti-adrenalina. Isso não se encontra na Ferriani, que ainda se entrega à musica, sempre como fosse a primeira vez.

Perder e Ganhar



Os cariocas (essa quinta, dia 20, no Centro Cultural Carioca, com canjas de Moyseis Marques e Aurea Martins) e os paulistanos (no dia 22, Tom Jazz) não podem perder o encontro (ou reencontro) com essa grande cantora brasileira.

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