Quem é que nunca atribuiu um porre a uma dor de amor? Se a desculpa é verdadeira ou não é difícil dizer, mas é fato que ela serve de justificativa para muitas bebedeiras. Alguns privilegiados ainda somam a toda esta situação, o dom para compor belíssimos sambas. Logo de primeira me vem a mente a obra-prima "Cantar Para Não Chorar" de Paulo da Portela e Heitor dos Prazeres que diz:
Rir para iludir
Cantar para não chorar
Beber para esquecer
O nome daquela ingrata
Que me fez sofrer
Os versos de Cartola e Elton Medeiros também já cantaram em "Peito Vazio" um afogamento de mágoas num copo cheio.
Procuro afogar no álcool a tua lembrança
Mas noto que é ridícula a minha vingança
Há também a bela composição de Martinho da Vila, "Disritmia", que diz:
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez com essa disritmia
Vem logo, vem curar seu nego
Que chegou de porre lá da boemia
Disritimia
Finalizo este post com uma canção que está no mesmo nível das demais apresentadas acima, porém não tão conhecida. A música chama-se “Taça de Vinho” e é de autoria de Wilson das Neves:
Taça de Vinho
Você deixou dentro de mim
Uma taça partida
Derramou no caminho do meu peito
O vinho da ilusão perdida
Você deixou minha´lma assim
Uma estrela caída
Fez um rodamoinho e me largou sozinho
Nos confins da vida
Você deixou um corte de punhal
E ainda sangra esta ferida
E nem mesmo a bebida
Tira o amargo sabor da paixão
Você deixou na taça de cristal
A marca desta despedida
A aliança rompida
Entre o meu e o teu coração
Uma noite manchada
Uma taça quebrada
Uma gota de dor
Dentro dos olhos meus
Um silêncio cruel de adeus
E a minha face perdendo a cor
Um aceno na estrada
Uma estrela cortada
Um perfume de flor
Em meu leito depois
E esse vinho lembrando os dois
Me afasta sempre de um novo amor
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