Nesta sexta-feira tem show do grande compositor e cantor Moacyr Luz, que será acompanhado pelo grupo Dose Certa. Dia 01 de Abril Às 23hs Bar Samba Rua Fidalga,308 - Vila Madalena, SP Tel: (11)3819-4619
Às vezes eu acho que sou um belo de um chato para ouvir e falar de coisas novas. O Murilo, então, nem se fala. Mas resolvi dar meus pitacos, da mais sincera maneira, sobre o grupo Pitanga em Pé de Amora, que conheci recentemente.
Trata-se de um talentoso quinteto de jovens com um trabalho 100% autoral, calcado no samba, frevo e canção. O grupo, de quebra, foi eleito pela revista Época São Paulo, em setembro de 2010 como a melhor banda nova. Ou seja, não dá para não experimentar:
Ouvida a música. Vamos às minhas considerações. 1. Desde que surgiram grupos com os nomes de Anjos do Inferno, Quatro Ases e um Coringa, Bando de Tangarás, Trio de Ouro, Galo Preto e uma dezena de outros que entraram para a história, batizar um conjunto é dificílimo. Parece que já pensaram em tudo e não cair nas obviedades de combinar "Vestido de Chita" com "Morena" ou outras expressões de alma djavaniânicas é tarefa hercúlea. Eles fizeram isso? Não sei, mas eu não gostei do nome.
2. O instrumental do grupo é muito bom. Dá pra ver que não é "vamos-se-juntar-para-fazer-um-sonzinho-lá-em-casa". Violão de seis (Diego Casas), de sete (Daniel Altman), clarinete, sax e flautas (Angelo Ursini), trompete (Gabriel Setubal) e percussão (Flora Poppovic) bem encaixadinhos. Ponto!
Olha como soa bem ao vivo:
3. A Flora Poppovic cantando é irretocável. Além de ter uma baita técnica e voz linda, a moça é bonita. Ponto!
4. Talvez seja a captação do áudio no vídeo (já que o cd que eu baixei no site do grupo veio corrompido), talvez seja o simples fato de que Diego Casas ainda não tenha a mesma desenvoltura com o microfone de Flora. O fato é que eu não entendi toda a letra do samba à Chico Buarque que o rapaz canta.
5. É Diego o principal letrista. E como ele não é o Noel Rosa, acerta em algumas, erra em outras. Eu não gosto das que tem muito "laiaraiê" e metáforas demais. Soa meio Los Hermanos demais? Talvez. Talvez seja só chatice minha mesmo.
Grande homenagem de Paulo da Portela aos seus amigos quando os comparou a passarinhos, no samba "Coleção de Passarinhos". Bernardo foi um dos fundadores da Portela. Mano Aurélio fundou o Estácio junto com Lino (Heitor dos Prazeres), Mano Rubens e outros.
Coleção de Passarinhos (Paulo da Portela)
Quiseram me comprar
eu não vendi
uma linda coleção de passarinhos
Bernardo é Gaturama
Aurélio é Rouxinol
Lino é o Canário
Mano Rubens Curió
Quatro malandros chamados Bamba-querer
eles não comem e não bebem
não deixam ninguém comer
amanhã que vou me embora
que me dão para levar
levo penas e saudades
no caminho vou chorar
Flávio Cavalcanti foi um dos grandes da televisão brasileira. Foi dele a genial criação do quadro "Isso deu samba", no seu programa de grande audiência.
A proposta do programa é bem simples: uma pessoa qualquer vai ao palco e conta sua história. Dois concorrentes tem, aproximadamente, uma hora para fazer um samba. Os intérpretes aprendem a composição em 10 minutos, cantam e são julgados por uma mesa, que escolhe a melhor canção.
Mas não vá pensando que eram compositores de meia pataca. Nesta ocasião, estavam ninguém menos do que Adelino Moreira, autor de "A Volta do Boêmio", e Lupicínio Rodrigues. É impressionante. Estes dois, e na minha opinião principalmente o Lupicínio, conseguem fazer em uma hora o que muitos não fazem em uma carreira inteira.
Sei lá porque Paulo Moura não virou uma espécie de Pixinguinha dos nossos tempos. Talento para isso ele tinha de sobra. Era considerado o maior clarinetista do mundo, pô! E o mundo, por onde ele viajou, ouviu muito mais Paulo Moura do que o próprio Brasil.
Sua obra, de mais de 40 álbuns, é pouquíssimo conhecida por aqui. Inclusive esta pérola da fusão do jazz com a música brasileira que ele gravou em 2006, quatro anos antes da sua morte, com o pianista e professor Cliff Korman.
Alma brasileira
O texto do catálogo da Rob Digital dá mais detalhes do disco:
"Gafieira Jazz é uma compilação de dois álbuns gravados na Itália, frutos da parceria entre um dos maiores instrumentistas do Brasil e um importante artista do jazz americano: Paulo Moura (saxofone/clarineta) e Cliff Korman (piano). O primeiro álbum é “Mood Ingênuo: Pixinguinha Meets Duke Ellington”, que nasceu de um sonho de Paulo no qual os compositores Pixinguinha e Duke Ellington – que nunca se conheceram na vida real – se encontravam e dialogavam por meio da música. Em "Gafieira Jazz", encontra-se a tradução que Paulo e Cliff fizeram, em Duo, deste suposto diálogo entre os dois compositores. No segundo álbum, “Gafieira Dance Brasil”, Paulo e Cliff formaram um quinteto junto aos músicos David Finck (baixo), Paulo Braga (bateria) e Mestre Zé Paulo (cavaquinho), e tocaram clássicos em que o ouvinte desfruta dos mundos paralelos das gafieiras e do improviso jazzístico."
Faixas 1. Alma brasileira 2. Mulatas 3. 1x0 4.Tarde de Chuva 5. Manhã de Carnaval 6. Pedacinhos do Céu 7. Noites Cariocas 8. Sozinha 9. Saxofone, porque choras
Baixe este disco no Um que Tenha. Veja vídeos, fotos e um riquíssimo material sobre Paulo Moura no site oficial.
Nem bem saiu a programação completa da Virada Cultural em São Paulo, que acontece nos dias 16 e 17 de abril, e o Vermute com Amendoim já selecionou as melhores atrações para quem quer curtir especialmente música brasileira de qualidade.
Dá uma ligada: Palco Barão de Limeira 00h - Dominguinhos 02h - Genival Lacerda
Palco República 08h - Monarco 10h - Riachão
12h - Paulo Miklos e Quinteto em Branco e Preto: Noel 18h - Paulinho da Viola e Orquestra de Cordas de Curitiba
Piano na Praça 20h - Carlos Roberto de Oliveira (Pixinguinha) 22h - Silvia Molan (Villa Lobos) 02h - Caio Muniz (Dorival Caymmi) 12h - Ogair Junior (Noel Rosa) 14h - Julia Tygel (Cartola) 18h - Lucila Novaes (Ari Barroso)
Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso, ao Lado do Metrô Vergueiro) Sala Adoniran Barbosa 1. das 21h às 22h40 - Gafieira Paulista e Tereza Gama 2. das 23h à 01h40 - Orquestra Lira Latina 3. 01h - Opalas - Gerson King Combo e Lady Zu 4. 18h - Fred Wesley and the New JBs
Sesc Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1.000 Belenzinho) 21h - Virgínia Rosa Canta Clara Nunes 21h30 - Monarco e o Convidado Oswaldinho da Cuíca 00h - Banda Black Rio com Participação de Carlos Dafé, Renato Piau e Max B.o.
Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93) 00h - Rei do Baião
Sesc Ipiranga (Rua Bom Pastor, 822) 22h30 - Banda Mantiqueira e Mônica Salmaso
Sesc Consolação (Rua Dr. Vila Nova, 245) Por toda a Virada - Vira Nordeste 20h - Lia de Itamaracá 22h30 - Quinteto Violado Canta Jackson do Pandeiro 03h - Orquestra Contemporânea de Olinda
Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195) 03h - Encontro de Rodas: Samba da Maria Cursi, Pagode da 27 e Kolombolo
Pinacoteca do Estado (Praça da Luz, Nº 2) 22h30 - Samba e Gafieira - Gafieira Camisa Amarela
Sempre que me perguntam sobre a nova geração do samba, deixo de lado Diogo Nogueira para exaltar Moyseis Marques. O cara, pra quem ainda não conhece, é bom compositor e cantor. E, deixando a vaidade de lado, fez um clipe com uma música que não é dele, o que eu achei bem bacana.
"Nomes de favela", composto pelo gênio Paulo Cesar Pinheiro foi gravado originalmente em 2003 no álbum "Lamento do Samba". Depois, Moyseis adotou o samba para seu disco de estreia, o "Moyseis Marques", de 2007.
Por motivos de força maior o disco "Orgia de Samba" será o disco da quinzena e ficará esta semana aí no canto. O que não chega a ser um grande problema, certo?
Peço licença ao Vinicius Terror, do bom blog Receita de Samba, para colocar aqui a seleção de sambas enredo da escola, que o mesmo fez, sobre a escola Império de Marangá. Para quem gosta deste tipo de samba especificamente, vale muito a pena baixar. Melhor ainda é que junto vem as letras dos sambas.
MPÉRIO DO MARANGÁ - 1973
Os Imortais da Música - Aquarela do Brasil
IMPÉRIO DO MARANGÁ - 1977
Lendas do Arco-Íris
IMPÉRIO DO MARANGÁ - 1978
Salamanca do Jarau
IMPÉRIO DO MARANGÁ - 1980
Brasil, Terra do Amor
IMPÉRIO DO MARANGÁ - 1981
Dos Balões aos Aviões
IMPÉRIO DO MARANGÁ - 1982
Lágrimas
IMPÉRIO DO MARANGÁ - 1983
A Coroa do Rei não é de Ouro, nem de Prata
No final da tarde de hoje fui surpreendido pela seguinte pergunta: "Você conhece o Bolão?". Pensei um pouco e respondi que não. Em seguida foi me explicado que trata-se de um seresteiro de Piracicaba. Fui direto ao youtube e procurei pelo cantor de nome engraçado. Fiquei boquiaberto logo após Bolão entoar os primeiros versos. Que voz! Que intérprete sensacional!
Nada melhor do que quem participou do processo de composição de um samba contar como ele nasceu. É exatamente isso que faz Cyro Monteiro, o Formigão, neste vídeo.
Em um programa levado ao ar em 1973, Cyro aparece sentado em uma mesa ao lado de Elke Maravilha (eu nunca imaginei que a Elke tivesse sido tão bonitinha), Carminha Mascarenhas, Sergio Cabral (o pai, claro) e Lucio Alves. Neste trecho conta a história do curioso samba "Ilmo Cyro Monteiro", de autoria do gênio Chico Buarque, que depois ganhou o segundo título: "Receita para virar casaca de neném". Eu nunca tinha entendido este apelido que a música ganhou e o Formigão explica.
Ouça aqui a música gravada pelo próprio Chico Buarque no disco "Chico Buarque de Hollanda Vol. 4", de 1970: Ilmo Cyro Monteiro
Como sofre um homem respeitador! É disso que fala o samba "Aliança de Casada", composto por Alvaiade em meados da década de 1940. Ouça a versão disponibilizada pelo blog Coisa da Antiga, interpretada por Ciro Monteiro
Aliança de Casada
Não zombe, que eu falo no seu ouvido Se eu falar um minuto é um perigo Se até hoje ainda não disse nada É respeitando a sua aliança de casada
Como sofre um homem respeitador Ah, se eu não sou eu perdia até o valor Mas o culpado sou eu em ser tão direitinho Mas agora eu aviso não deixe o ouvido no caminho
Vejam só, naquela época os homens já tinham que se segurar por causa da mulherada. Que samba Alvaiade faria se vivesse nos dias de hoje?
Ultimamente tenho feita longas incursões em um que considero o melhor blog para baixar discos de samba, o Prato e Faca. Foi de lá que retirei o primeiro LP deste cantor mineiro, que se chamava José Marquez, mas (sabe-se lá por qual razão) usou o nome de Paulo Marquez. "Orgia do Samba" foi lançado em 1958, época em que orgia não carregava o peso do significado de uma festa sexual, mas sim de festejo, comemoração, noitada.
Bem aos moldes de disco de samba dos anos 50, isso quer dizer com uma voz destacada, e arranjos orquestrados pelo regional de Canhoto (que tem uma sanfoninha marota!), o disco da Columbia é peça rara em sebos e lojas. Quanto a Paulo Márquez, nascido em 1928, ao que consta continua vivo. Uma pena o Brasil ter esquecido esta figura da nossa MPB
Lado A 01 – Orgia – Fernando Cesar e Nazareno de Brito 02 - Lá vem a Baiana – Dorival Caymmi 03 - Madame Fulano de Tal – Cyro Monteiro e Dias da Cruz 04 - Boca de Jacaré – Zé Violão 05 – Semente – J. Santos 06 - Sonho e Realidade – Castro Perret
Lado B 01 - Morena Boca de Ouro – Ary Barroso 02 - Não vá por Mim – Zé Violão 03 - Deixa de Bobagem – Carlito Gato de Botas 04 - Dois Amigos – Horondino Silva e Del Loro 05 - Calouro em Amor – Zé Violão 06 - Seu nome tem Silva Lessa – Helio Nascimento e Niquinho
Você passou a sexta-feira inteira pensando no que vai fazer amanhã. Bom, se você está em São Paulo, já tem o que fazer. É que vai rolar mais uma das homenagens ao centenário de Chico Santana, desta vez no Clube de Várzea Anhanguera.
Comandada pela galera do Glória ao Samba, a roda promete ser de primeira. A entrada é gratuita, o que torna o evento ainda mais democrático. O clube fica na Rua dos Italianos,1261 - Bom Retiro e a bagunça começa às 14:00h
Para conhecer uma bela parte da obra de Chico Santana, visite o site Samba Falado, com letras de composições dele.
Seguem as datas das próximas homenagens a este mestre. Agendem !!! 25/06 - Terreiro de Mauá (São Paulo) 23/07 - Terra Brasileira (São Paulo) 13/08 - Projeto Resgate (Rio Grande do Sul) (a definir) - Jequitibá (São Paulo) 24/09 - Mês de Aniversário de Chico Santana e a Roda de Samba de Encerramento, que acontecerá no Rio de Janeiro.
O post de hoje é em homenagem ao amigo Rogério Noia da Cruz, poeta e cuiqueiro de primeira. O poema que segue se encontra no livro "Vida Versada em Samba e Soneto". Noia, os cuiqueiros te agradecem.
Ode à Cuíca Rogério Noia da Cruz
Sou poeta, Não sou instrumentista, Embora insista em fazer samba-canção. Confesso: Já tive queda por viola, Arrisquei ter um piano E tentei o violão No tamborim, me perdi com a baqueta; Já no pandeiro, Minha ginga se deitou ao rés-do-chão. Sonhei com o sax, Flauta doce e cavaquinho E, na banda da escola, Fiz esforço no piston. Meu pai sabia, Como mestre, o maxixe, No sopro triste Do seu acordeom. Mas, foi nas letras Que me vi mais à vontade, Embora com vontade De fazer surgir meu próprio som. Um dia desses passados Era meu aniversário E de tanto insistir Tive por prenda uma cuíca De couro bem curado E um luzente prateado Que sorria ao refletir Meu rosto pasmo. Embasbacado, Por finalmente ter encontrado Um som gêmeo de mim. Chora cuíca, chora O que a minha escrita não consegue definir. Grita cuíca, grita O meu grito engasgado, Por tantos descasos Que me fizeram sentir... Rasga o verso no samba rasgado E ronca por fim; Ronca cuíca, ronca, Pois, quando teu couro estiver cansado, O meu corpo estará extasiado E será hora de dormir.
Arte é muito cara no Brasil. Uma vez em Nova York, visitei o famosíssimo sebo Strand e por míseros nove dólares, comprei um livro de carnaval de Claudio Edinger. Na boa, em Terra Brasilis, esta pérola não sairia por menos de 50 pratas. Veja algumas fotos que estão no livro de Edinger:
Na época do lançamento da biografia de Paulo César Pinheiro, ele e a autora Conceição Campos concederam uma entrevista à jornalista Elisabete Pacheco. Assiste aí:
Hoje o Rio de Janeiro completa 446 anos. E o Vermute com Amendoim, debitário de grande parte da produção musical da Maravilhosa, faz sua homenagem com duas versões da música "Cidade Mulher", que Noel Rosa (sempre ele) compôs junto com Vadico, em 1936, para o filme de mesmo nome.
A primeira interpretada por Orlando Silva
A segunda cantada pelo grande Moacyr Luz:
Cidade de amor e aventura
Que tem mais doçura
Que uma ilusão
Cidade mais bela que o sorriso,
Maior que o paraíso
Melhor que a tentação
Cidade que ninguém resiste
Na beleza triste
De um samba-canção
Cidade de flores sem abrolhos
Que encantando nossos olhos
Prende o nosso coração
Cidade notável,
Inimitável,
Maior e mais bela que outra qualquer.
Cidade sensível,
Irresistível,
Cidade do amor, cidade mulher.
Cidade de sonho e grandeza
Que guarda riqueza
Na terra e no mar
Cidade do céu sempre azulado,
Teu Sol é namorado
Da noite de luar
Cidade padrão de beleza,
Foi a natureza
Quem te protegeu
Cidade de amores sem pecado,
Foi juntinho ao Corcovado
Que Jesus Cristo nasceu
Cidade notável,
Inimitável,
Maior e mais bela que outra qualquer.
Cidade sensível,
Irresistível,
Cidade do amor, cidade mulher.
Antes de começar a ler o post abaixo, ligue as caixinhas do computador e ouça a música do player abaixo.
Definitivamente, o chorão de maior sucesso que o Brasil produziu chama-se Waldir Azevedo. Era inclusive o que mais vendia. No entanto, "Delicado" alcançou um nível de sucesso estrondoso. Em uma de suas viagens pelo Oriente Médio, onde fazia uma turnê, encontrou uma caixinha de música que a executava quando aberta.
Muitos produtos pegaram carona no sucesso:
A marca Risqué lançou dois esmaltes, o "Delicado" e o "Brasileirinho".
A reconhecida marca de chocolates suíços Lindt também entrou na onda do sucesso do chorinho.
Outra empresa suíça que também estampou "Delicado" em suas embalagens foi a Sugus. Esta, chegou a ser comercializada no Brasil.
Enfim, graças ao seu enorme reconhecimento, encontramos algumas versões geniais.
O Carnaval finalmente está chegando. E para quem prefere a festa democrática das ruas ao desfile excludente da Sapucaí e do Anhembi, nada melhor do que deliciar-se com as velhas, mas ainda boas, marchinhas. E para não ficar só nos hist "Alalaô", "A Pipa do Vovô", "Cabeleira do Zezé" e outros que, convenhamos, já cansaram o ouvido do bom folião, a historiadora Rosa Maria Araújo e o jornalista e crítico Sérgio Cabral criaram o melhor registro das marchinhas carnavalescas.
"Sassaricando - E o Rio inventou a Marchinha" reúne 100 músicas do carnaval, alguns hits como "Bandeira Branca", de Max Nunes e Laércio Alves, e algumas pouco conhecidas, como "Não sou Manoel", de Roberto Martins e Wilson Batista. Um ótimo disco para entrar no clima.
O amendoim, um aperitivo que estimula o apetite, aquece o paladar, abrindo as papilas para o sabor.
O vermute, uma bebida espirituosa, que lembra o vinho e, se misturado com uma boa cachaça resulta no traçado.
A mistura é motivo de papo de bar e deu samba em 1935. Foi composto em parceria de Noel Rosa com Heitor dos Prazeres. Aqui também é motivo de bom papo.
Murilo Mendes
Conheci o samba no início de 2005 e de lá pra cá minha admiração só cresceu. Não tenho a pretensão de ser um estudioso no assunto, prefiro ser apenas um amante do samba.
Não nasci ouvindo samba. Não toco cavaco ou cuíca. As batidas do tamborim entraram à tarde nos meus ouvidos, mas era tempo de samba. Ao final da noite, mais um sambista caía na roda. Sem ter medo da quarta-feira.