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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
O pingo e a pinga
Hoje se comemora o centenário de Pedro Caetano. Portanto, o Vermute o exalta contando como surgiu o samba "Pingo e a pinga" (Pedro Caetano / Antônio Almeida). Estas e outras histórias você encontra no Programa Ensaio do compositor.
Lá pelos idos dos anos 40, Pedro Caetano estava em um parque de diversões a convite de uma família amiga (os donos do parque). No meio da visita começou a cair uma chuva com "pingos frios pra burro e muito grossos". Pedro, que estava um tanto quanto resfriado disse ao amigo: "Ô rapaz, vamos sair daqui porque estes pingos estão grossos demais e gelado que nem na...". E o amigo respondeu: "Não se incomode com o pingo frio, que nós temos uma pinga muito quente lá dentro, pra acabar com esse negócio.". Aí surgiu a primeira parte:
O pingo pinga
Mas a pinga é diferente
Porque o pingo é muito frio
E a pinga é muito quente
Oi pinga, pinga vai pingando devagar
Pinga mais um bocadinho
Pinga boa sinhá
Chegando no Rio de Janeiro, Pedro mostrou a primeira para Antônio Almeida, que se ofereceu para fazer a segunda. Que ficou assim:
Defendo a pinga
Porque pinga tem valor
Esquenta no inverno
E refresca no calor
Quem toma um pingo pode até se resfriar
Mas um pingo só de pinga é o bastante pra curar
O amendoim, um aperitivo que estimula o apetite, aquece o paladar, abrindo as papilas para o sabor.
O vermute, uma bebida espirituosa, que lembra o vinho e, se misturado com uma boa cachaça resulta no traçado.
A mistura é motivo de papo de bar e deu samba em 1935. Foi composto em parceria de Noel Rosa com Heitor dos Prazeres. Aqui também é motivo de bom papo.
Murilo Mendes
Conheci o samba no início de 2005 e de lá pra cá minha admiração só cresceu. Não tenho a pretensão de ser um estudioso no assunto, prefiro ser apenas um amante do samba.
Não nasci ouvindo samba. Não toco cavaco ou cuíca. As batidas do tamborim entraram à tarde nos meus ouvidos, mas era tempo de samba. Ao final da noite, mais um sambista caía na roda. Sem ter medo da quarta-feira.
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