60 Anos
Chegar aos sessenta. Quando me dei conta, cheguei. Nunca fui de prestar atenção, não sinto diferenças ou peso, como alguns. Mas essa data redonda me fez refletir, por isso quis escrever sobre ela.
O mais importante é a vida, nosso maior dom. Talvez o único que importa. Sinto aquela sensação do espermatozóide que ganhou a corrida. É muito interessante!
Fico pensativo... fui me dar a incumbência, aos 13 anos, de tocar violão bem e fazer música boa em terra de Baden Powell, Tom Jobim, Chico Buarque e Ary Barroso. É mole? Mas acho que consegui. Tô aqui, não tô?
Sinto uma paz de missão cumprida, mas que não me rouba a inquietação de fazer mais, estudar mais, tudo mais.
Cheguei aos sessenta! É preciso celebrar, beber a vida, como já disse alguém. E se ainda pudermos juntar na nossa história companheiros de jornada e algumas realizações importantes - outras menos, não importa – aí sim, vamos erguer a taça.
Quero dedicar esse momento às filhas, amigos, aos que já se foram e a todos vocês, palco e platéia, que vão viver para sempre.
Eduardo Gudin (Outubro/2010)
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