quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Vermute com Amendoim recomenda: Rômulo Fróes --- Calado

O som melódico da cuíca, deixando de lado sua função percussiva, é como que se dissesse que o disco que vem pela frente é diferente. E Rômulo Fróes escolheu a forma perfeita para iniciar a seqüência de músicas contidas no CD intitulado Calado, de 2004. O que vem em seguida é uma doce pancada de poesia e melancolia, à la Nelson Cavaquinho.


Não à toa foi chamado "sambista indie" pela revista Bravo! As letras, embora com uma coloração contemporânea, tem a melancolia dos sambas antigos, daqueles compostos por Cavaquinho ou pelo baiano Batatinha. O violão lembra um pouco do portelense Paulinho da Viola.

O resultado final é uma fusão convidativa entre o novo e o velho, cantadas por uma voz grave e ponderada, que se limita a alcançar os tons mais altos apenas para passar a tristeza para os ouvidos sensíveis.

Em algumas faixas também podem ser escutados instrumentos nada convencionais nos sambas e que foram tratados de uma forma tão gentil que parecem poder entrar tranquilos em qualquer morro. É o caso dos contrabaixos e dos saxofones que criam o pano de fundo. Na faixa sete, o sax rouba a cena.

E, depois de 13 músicas, quando já se sente tranquilo e felizmente triste, Rômulo apresenta uma versão para duas composições consagradas. Na Cadência do Samba, de Ataúlfo Alves e Paulo Gesta, e Fita Amarela, do mestre Noel Rosa.

Já se foram longos quatro anos de sambas corridos, mas o disco ainda vale a pena e está entre os melhores da categoria "novos".

Rômulo Fróes --- Calado

2 comentários:

Unknown disse...

O rômulo fróes me lembra alguém que eu conheço

Unknown disse...

Aliás, até a indumentária é idêntica. Camiseta xadrez, óculos de aro grosso, barba... hehe.

Enfim, ouvi o disco, é muito bonito mesmo. Mas eu não senti no Rômulo Fróes a intensidade dos sambistas da velha guarda, não sinto tanta sinceridade. Mas é bonito pra caralho, as músicas tecnicamente são impecáveis.

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