Pega o lenço e vai!

Neste sábado, em Mauá, vai partir do Bloco Pega o Lenço e Vai. Um bloco de carnaval que dá espaço ao samba. O bloco sairá às 15 horas do Bar do Buiú, onde costuma acontecer o encontro do Samba de Terreiro de Mauá. O endereço é Rua San Juan, 121, Parque das Américas, em Mauá.

Interessou? Dá uma olhada no samba que os caras fizeram para andar pelas ruas do bairro e visite o blog O Couro do Cabrito para entender mais sobre esta iniciativa.

Salve o Almirante Negro
Que liderou a grande insurreição
Por anos foi tratado como desertor
Pela Marinha brasileira

Em 22 de novembro de 1910
Num jantar concedido
Para o alto escalão
Guanabara recebeu
O primeiro tiro de canhão

João Cândido herói
Cidadão negro brasileiro
Líder da revolta da chibata
Clamou justiça
Para o pobre trabalhador

Laiá laiá laiá
João Cândido é o nosso grande herói brasileiro
Laiá laiá laiá
Salve o Almirante Negro

Boêmio na calçada

Dos poucos sambas que o Ary Guarda gravou, e que eu conheço, este é o meu preferido. Simples, direto e bonito como um bom samba deve ser.



Boêmio na calçada (Rubens Campos - Waldemar Silva)
Vai o sol
Vem a lua
E a vida continua
Cai o orvalho da madrugada
Mas há sempre um boêmio na calçada

Com um copo na mesa, e um violão
O boêmio canta um samba que lhe sai do coração
Ele fala do morro, sobre um tema qualquer
Mas no fundo o motivo é a mulher

Bezerra: partideiro indigesto e imortal

Hoje era para ser o 84º aniversário de Bezerra da Silva. Mas o maior dos malandros morreu em uma segunda-feira, dia 17 de janeiro de 2005. Neste blog já apareceu muita coisa sobre este partideiro indigesto. Este vídeo, porém, é novo aqui. Foi gravado no mesmo dia do seu velório. Vale a pena.

Disco da semana: Cadáver Pega Fogo Durante Velório - Fernando Pellon - 1983

Este é talvez um dos discos que aparecem apenas nas notas de rodapé de Enciclopédias de Música Brasileira. Gravado em 1983, com composições de Fernando Pellon e interpretações de Cristina Buarque, Nadinho da Ilha, Synval Silva e outras feras, o disco foi censurado e demorou a ser comercializado. O disco tinha tudo para cair nas redes dos censores.

Eis um trecho do texto da contracapa: "Artificialmente limpa pelo processo Olivetti de tecladismo estéril, a MPB ultimamente não tem correspondido à violência do país que a produz. (...) Fernando Pellon vai chocar essa hipocrisia generalizada vendida com rótulo de bom gosto e status. 'Nunca gostei de eufemismo', vai logo cantando ele. E dá nome às doenças, como fazia Augusto dos Anjos, com um requinte de morbidez que ainda perde, no entanto, para a crueldade exibida diariamente por nossas autoridades mais altas. Quem quiser se assuste com Pellon, que também recobra tradições estabelecidas por arautos das campas tão divergentes quanto Nelson Cavaquinho e Vicente Celestino. Para isso, basta ouvir 'Flores de plástico ao amanhecer'. Já o nosso recente Aldir Blanc também poderia ter assinado algo tão flagrante como 'Carne no Jantar'. E por aí afora, só para que não se pense que Fernando Pellon é um estranho no ninho, ou alienista fugaz"

Porta Afora


Todas músicas podem ser ouvidas no Myspace do próprio Pellon, mas se você quiser baixar a obra, vá ao Um que Tenha.

Informações retiradas do genial e extinto blog Botequim do Bruno

Fala Padeirinho

Vejam esta pequena entrevista que o jornalista Ari Araújo fez com o grande Padeirinho da Mangueira. É bem curtinha, mas vale o registro.

Cartola, Cristina Buarque, Copinha e outros grandes

Muito legal o site Brasil Memória das Artes, que fica dentro da página da Funarte. Tem artigos de jornais, documentários, áudios de shows, fotos e mais um monte de coisa. Separei duas coisas para colocar aqui no blog. Uma delas é esta entrevista com Cartola, que saiu no jornal O Liberal (Belém), em 1978.

A outra é o áudio de um show que Cristina Buarque fez ao lado do Maestro Copinha para a série Seis e Meia, em 1981. Vale a pena conferir.

Preconceito

Este samba do Cartola não é dos mais lembrados. Hoje achei ele no youtube e resolvi compartilhar aqui. Escutem aí.



Preconceito (Cartola)
Crime, é mais que um crime
É desumanidade, essa perseguição
É o cúmulo da maldade
Se todo mundo sabe que nós nos casaremos, quer queiram, quer
não

Oh, maldito preconceito
Afasta-te no ajeito, a que nada conseguirás
Por quê, recebemos dos céus a benção de Jesus, que é mensagem de
paz

Nosso amor não acaba mais
Viveremos sempre em paz

Barão e as fotos de Tio João

A seção "Nas lentes do samba" costuma dar cartaz para um fotógrafo e suas obras, mas desta vez será diferente. Isso porque Barão do Pandeiro, que recentemente aderiu ao Facebook, resolveu colocar um pouco de sua coleção pessoal em álbuns pra lá de especiais.

Aos poucos o Vermute com Amendoim trará algumas destas fotos disponibilizadas por esta fera do meio do samba. E a primeira etapa será dedicada a um dos pilares da música brasileira: João da Bahiana.

João da Bahiana, Donga, Jacob Palmieri, Alfredinho do Flautim e Pixinguinha

João da Bahiana e Blecaute

Alfredinho (filho de Pixinguinha), Pixinguinha, João da Bahiana e Alfredinho do Flautim no Bar São Jorge

João da Bahiana e Jota Efegê na Pedra do Sal

A Velha Guarda (1954): Waldemar do Cavaco, Bide da Flauta, Rubens Bergman, João da Bahiana, Pixinguinha, Donga, Alfredinho do Flautim, Mirinho e Jorge Cascata

João da Bahiana, preso por tocar pandeiro

Dançando maxixe com Ângela Maria

Tocando prato e faca na Uisqueria Gouveia

No show "O Samba nasce no coração", na Boite Casablanca - 1954

Cheio de ginga e malícia no tocar do pandeiro

Para ver mais fotos, visite o álbum de Barão do Pandeiro no Facebook

Disco da semana: Samba Sem Mentira - Jorge Costa - 1968

Quem aqui conhece Jorge Costa? Alagoano, nascido em 1922, Jorge fez de São Paulo sua casa. Habitué de boates e inferninhos e mestre do sincopado, Jorge foi gravado por grandes feras, como Germano Mathias, Noite Ilustrada, Jair Rodrigues, Ângela Maria e até Nelsão Gonçalves.

Sua carreira como cantor foi pequena. Gravou apenasdois LPs, que se tornaram raridade: Samba Sem Mentira (1968) e Jorge Costa e Seus Sambas (1973). Jorge Costa morreu em 1995 e ainda hoje é pouco lembrado no mundo do samba.

Músicas

Inferno Colorido


01.Inferno Colorido
02.Pode Voltar
03.Não Me Interessa
04.Apaga Tua Vela
05.Só Vai Na Onda
06.Bandeira da Paz
07.Choro Junto Com Voce
08.Maria Simplicidade
09.Chave do Coração
10.Tamborete da Vovó
11.Manda Chuva Na Escola
12.Triste Madrugada

Baixe aqui

Coloquem as crianças na sala

A série "Vai dar samba" foi feita para o Anima TV, um programa de incentivo do governa à animação nacional. O desenho é sobre um grupo de crianças que se encontram para conversar e tocar samba. O que faz com que o ritmo seja sempre o pano de fundo da história. Confira e chame, se houver, a criança da casa para assistir com você. Quem assina a animação é Humberto Avelar

Mangueira no cinema a R$ 1,00

Hoje tem a estreia do filme "O Samba que Mora em Mim", da diretora Georgia Guerra-Peixe. O ingresso sai por apenas R$ 1,00. A promoção vai valer para São Paulo (Espaço Unibanco Augusta e Unibanco Arteplex Frei Caneca) e Rio de Janeiro (Unibanco Arteplex).

O Samba Que Mora em Mim [Trailer] from Marcelo Rocha on Vimeo.

Cauby 80

Hoje Cauby Peixoto completa 80 anos de vida. O impressionante é que com toda essa idade, ele continua cantando muito, para delírio das senhoras de faixa etária similar, e de quem mais o admirar. Abaixo uma entrevista que o cantor deu ao site da revista Época. Nela, Cauby fala das suas inflências, de Sinatra, das roupas extravagantes, Luan Santana e outras coisas.



Cauby se apresenta todas as segundas no Bar Brahma
Av. São João, 677 Centro
Horário: 22h30
Couvert artístico: R$ 68,00

Três sambas inéditos de Silas de Oliveira

Acabaram de cair em minhas mãos três sambas de Silas de Oliveira jamais gravados oficialmente. Escutem estas pérolas, em gravações caseiras com o próprio Silas, "Cruel Paixão", "Estou Gamado" e "Fica".

Cruel Paixão


Estou Gamado


Fica


Valeu, Salsicha!

Disco da semana: Samba e Talento - Tião Motorista - 1970

O disco da semana, atrasado, é graças ao blog Prato e Faca e, claro, a Raimundo Cleto do Espírito Santo, mais conhecido como Tião Motorista.

O autor do hit "Quem samba fica", gravado em 1964 por Jamelão e regravado em 1966 por Elizeth Cardoso. Este disco foi gravado em 1969 e lançado em 1970, três anos após ganhar o primeiro lugar com o samba "Cheguei tarde", no "1º Festival de Samba da Bahia".

1 - Hora da razão (Batatinha - J. Luna)
2 - Fazer santo é mistério (Tião Motorista)
3 - Relógio não espera (Tião Motorista)
4 - Cheguei tarde (Tião Motorista
5 - Vá tristeza (Tião Motorista - Edil Pacheco)
6 - Galha de cajueiro (Tião Motorista)
7 - Maria Nagô (Tião Motorista - Olga do Alakêtu)
8 - Você não tem palavra (Tião Motorista)
9 - Garoa diferente (Tião Motorista)
10 - Esquece a tristeza (Ederaldo Gentil - Nelson Rufino)
11 - Quem samba fica (José Bispo ''Jamelão'' - Tião Motorista)
12 - Minha roupa (Tião Motorista

Quem samba fica

Chorinho na Itália

Ajudando também a divulgar os eventos internacionais relacionados à boa música brasileira...

Mais informações no site do bandolinista Marco Ruviaro

O fim do Trio de Ouro

Em depoimento para o MIS, Dalva de Oliveira fala sobre o fim do Trio de Ouro e de sua passagem pela Venezuela.

Gafieira no Anhangüera

Quem está acostumado com as rodas de samba do Anhangüera, talvez irá estranhar o tom da festa deste sábado: gafieira em alto estilo. Desta vez a festa será no salão social da agremiação e terá a presença da Gafieira Nacional.

A noite será repleta de sincopados, sambas-canção e clássicos dos salões. A Gafieira Nacional é: Thiago França (sax tenor, arranjos, direção musical), Fernando Szegeri (voz), Wellington "Pimpa" Moreira (bateria), Rodrigo Campos (cavaquinho, violão), Marcelo Cabral (baixo), Didi (trombone) e Amílcar Rodrigues (trompete e flugelhorn).

Para participar da festa é precisa desembolsar 40 legais, que dão direito ao buffet. Ah, o traje é esporte fino, uma ótima ocasião para vestir aquele linho S120!

Dois de fevereiro

Hoje é dia de festa no mar. Dia dois de fevereiro, dia de Iemanjá. Coloco duas versões de umas das músicas mais famosas sobre o assunto: "Dois de fevereiro", de Dorival Caymmi.

A primeira com o próprio, gravada pela primeira vez em 1957 em um 78 rotações.

Dois de fevereiro


A segunda versão é com Maria Bethânia nos vocais, e muito mais modernosa. Foi gravada em 1969 no LP "Maria Bethânia".
Dois de fevereiro


E aí, qual você prefere?

O pingo e a pinga

Hoje se comemora o centenário de Pedro Caetano. Portanto, o Vermute o exalta contando como surgiu o samba "Pingo e a pinga" (Pedro Caetano / Antônio Almeida). Estas e outras histórias você encontra no Programa Ensaio do compositor.

Lá pelos idos dos anos 40, Pedro Caetano estava em um parque de diversões a convite de uma família amiga (os donos do parque). No meio da visita começou a cair uma chuva com "pingos frios pra burro e muito grossos". Pedro, que estava um tanto quanto resfriado disse ao amigo: "Ô rapaz, vamos sair daqui porque estes pingos estão grossos demais e gelado que nem na...". E o amigo respondeu: "Não se incomode com o pingo frio, que nós temos uma pinga muito quente lá dentro, pra acabar com esse negócio.". Aí surgiu a primeira parte:

O pingo pinga
Mas a pinga é diferente
Porque o pingo é muito frio
E a pinga é muito quente
Oi pinga, pinga vai pingando devagar
Pinga mais um bocadinho
Pinga boa sinhá

Chegando no Rio de Janeiro, Pedro mostrou a primeira para Antônio Almeida, que se ofereceu para fazer a segunda. Que ficou assim:

Defendo a pinga
Porque pinga tem valor
Esquenta no inverno
E refresca no calor
Quem toma um pingo pode até se resfriar
Mas um pingo só de pinga é o bastante pra curar

E o resto é samba.