quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Pet, o ídolo do Mais Querido

Recente fiz uma matéria para o novo formato da Revista Invicto falando da relação entre música (principalmente samba) e a paixão pelo futebol.

E não foi que hoje, no blog Ancelmo.com, do O Globo, ouvi um samba feito para o ídolo do Mengão, Pet!

Feito por Alvaro Gribel, o som exalta o caminho de glórias trilhado pelo atual camisa 43. O samba, que já foi ouvido por mais de 25 mil pessoas, não é um primor. É bom e associado a paixão dos rubro-negros certamente é mais emocionante.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Apagão não, Blecaute!

O assunto no país inteiro é o mesmo: o apagão que deixou inúmeros brasileiros às escuras na noite de ontem. E aqui não poderia ser diferente. Falemos de Black-out, ou melhor do Blecaute!


Nasceu na cidade paulista de Espirito Santo do Pinhal em 1919, chamado Otávio Henrique de Oliveira. Em 1941, começou sua vida artística na Rádio Difusora e mudou-se para o Rio no ano seguinte. Ficou famoso por gravar algumas marchinhas de grande sucesso, como "O pedreiro Valdemar", de Wilson Batista e Roberto Martins. Gravada em outubro de 1948 com acompanhamento de Severino Araújo e Orquestra Tabajara, a música estourou no carnaval do ano seguinte.

Considerada desde logo uma música de forte conotação social, lembra bastante uma música que também estouraria 30 anos depois. "Cidadão", de Zé Geraldo, é um dos ícones musicais da Teologia da Libertação e tem os seguintes versos:

"Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado, tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?"

Já a música cantada por Blecaute é bem mais simples, mas no final das contas tem o mesmo significado:
"O Valdemar, que é mestre no ofício,
Constrói um edifício e depois não pode entrar"

Pedreiro Valdemar


Com um carisma irretocável, Blecaute foi uma figura conhecidíssima entre os anos 1960 e 1980. Chegou a incorporar a figura de "General da Banda", fantasia que ele impunhava e com a qual percorria desfiles e bailes de carnaval.

General da Banda


Blecaute morreu em 1983.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Quando a Turma caiu no samba


Não sei se para vocês foi assim, mas a Turma da Mônica fez grande parte da minha infância. Quando chegavam os gibis novos em casa, não sossegávamos enquanto todos não fossem devorados. Pois bem, em 1978, o pessoal do bairro do Limoeiro levou para o teatro uma adaptação de "Romeu & Julieta", de Shakespeare. "Mônica e Cebolinha – No Mundo de Romeu e Julieta" também ganhou uma adaptação em quadrinhos e um LP. O grande sucesso ainda fez com que a peça ganhasse uma versão em filme, rodada na cidade de Ouro Preto. Entre as músicas da peça, havia dois sambas bacanas. Um com uma levada de enredo que abria a peça.

Sambão de Romeu e Julieta (Marcio A. Sousa / Yara Maura)


O outro é um samba com uma levada mais devagar. Faz menção ao fato das famílias dos amantes serem inimigas e também à gula de Magali. A melodia é bem feita e melhor do que muita coisa que a gente ouve por aí hoje em dia.

Samba do fruto proibido (Marcio A. Sousa / Yara Maura)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Preconceito ou ignorância?

E quando a arte acaba esbarrando na falta de conhecimento ou no puro preconceito? Belas obras se tornam clichês burros e grandes nomes se afundam na própria ignorância.

Foi isso o que aconteceu com o ótimo animador Alex Budovsky. Em 2004, usando a música "Aquarela do Brasil", do mestre Ary Barroso, este russo demonstrou que tem muita capacidade com os softwares, mas lhe sobra etnocentrismo. Posso estar variando, mas ao colocar um macaquinho de shorts e chapéu palhinha cantando esta obra prima do nosso cancioneiro, Alex cometeu uma imensa falha.



Para quem quiser falar com o fulano, o twitter dele é: http://twitter.com/budovskiy

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Ney entre os gigantes

Já faz um tempo que ouvi o mais novo álbum de Ney Matogrosso, chamado "Beijo Bandido". E mais uma vez ele mostrou por que é um dos maiores intérpretes vivos do Brasil.



Assim como em "Inclassificáveis" (2008), o repertório deste disco é impecável e a potência com que Ney interpreta cada uma das 14 faixas é impressionante. Destas, quero destacar três músicas: "Segredo", composta por Herivelto Martins à época da sua famosa briga com Dalva de Oliveira, "Doce de Coco" choro de Jacob do Bandolim letrado pelo poeta Hermínio Bello de Carvalho, e "Fascinação", de Dante Marchetti e Maurice de Feraudy, que foi imortalizada na voz da Pimentinha Elis Regina. Bom, vamos à elas:

Segredo


Doce de Coco


Fascinação


Para minha felicidade, conversei com este mestre há algum tempo e coloquei a entrevista no Blog da Sexy.

Seu Libório

Samba muito apreciado pelo pessoal do Vermute com Amendoim. Trata-se de uma divertida história de Seu Libório e suas vizinhas, em primorosa interpretação de Vassourinha.

A primeira interpretação que eu e o Fel tivemos foi que Seu Libório era um gay feliz que andava para lá e para cá com as moçoilas. Porém, em conversa com o grande amigo Alexandre Agabiti, surgiu a versão que muito provavelmente é a chave da questão: Seu Libório é um aliciador de moças. É ele que controla a Manon, Margot e Fru-fru. E aí, qual vocês acham melhor?



Seu Libório (Alberto Ribeiro e João de Barro)
Seu Libório tem três vizinhas
Manon, Margot e Fru-fru
Saem todas as tardinhas
Carregando o seu Lulu
Ninguém sabe o que elas fazem
Porém todo mundo diz
Que Seu Líbório é quem manda
Ah!,Como o Libório é feliz

A Manon é mais lourinha
Que boneca de Paris
A Margot é queimadinha
Pelo sol do meu país
A Fru-fru tem um sinalzinho
Na pontinha do nariz
O Seu Libório é quem manda
Ai, Como o Libório é feliz

Seu Libório tem três vizinhas
Manon, Margot e Fru-fru
Saem todas as tardinhas
Carregando o seu Lulu
Ninguém sabe o que elas fazem
Porém todo mundo diz
Que Seu Líbório é quem manda
Ai, Como o Libório é feliz

Usam todas um V-8
Que lhes deu um coronel
Têm vestidos de altos preços
E perfumes a granel
Vivem assim felizes contentes
Com o que o destino lhes deu
O Seu íbório é quem manda
Ai, o Seu Libório sou eu

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Foi ele o presidente mais popular

Em época de estreia de "Lula, o filho do Brasil", vale lembrar algumas músicas feitas para um presidente que ao mesmo tempo em que ganhou fiéis seguidores, conquistou eternos desafetos. Para uns, o Pai dos Pobres. Para outros, Ditador. Populista, Getúlio foi certamente um dos presidentes que mais rendeu músicas.

Em 1956, a Mangueira desfilou com um belo samba de Padeirinho, chamado "O Grande Presidente". Nem mesmo o pouco tempo transcorrido anos após o suicídio de Getúlio foi suficiente para dar o título à Mangueira, que ficou em terceiro lugar.

O Grande Presidente


Também Noel Rosa de Oliveira, em 1952, compôs para a Unidos do Salgueiro o samba-enredo "Homenagem a Getúlio Vargas".A verdade é que existem mais algumas gravações sobre Getúlio Vargas. Entre elas a marcha-rancho Gegê, feita em 1931 por Getúlio Marinho e Eduardo Souto.

Na década de 1930, também foi feita "A menina presidência", por Cristóvão de Alencar e Nássara, que cantava a possível permanência de seu Gegê em 1937, época em que foi decretado o Estado Novo. A música começa citando a cantiga de roda "Terezinha de Jesus". Para ouvi-la, basta clicar aqui.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Samba na Barra Funda. É hoje!

Para embalar a galera

Ontem acabei me perdendo no tempo do feriado e por isso não postei nenhuma novidade aqui no Vermute. Mas hoje venho para me redimir, e em grande estilo.

E minhas desculpas vêm com uma indicação de disco que precisa ser escutada por qualquer pessoa que pretenda embalar a galera em uma festinha. Trata-se do disco "Lord Astor e seu conjunto - É dança!", lançado em 1961.




Agora é cinza


Nas músicas, grandes sucessos como "Agora é Cinza"(que você ouve acima), "Copacabana", "Fita Amarela", "Feitiço da Vila" e "Eu sei que vou te amar". Isso sem falar nos clássicos gringos, como o sucesso de Paul Anka, "Oh Carol".

Fita Amarela


Para baixar esta beleza, visite o Loronix

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Disco da semana: Flauta Maravilhosa - Altamiro Carrilho


Este é, sem dúvida, um dos grandes discos de choro. Em 1997, ganhou o Prêmio Sharp como melhor disco instrumental. Talvez, este seja o melhor registro de choro lançado nos últimos dez anos. Nele, o virtuoso Altamiro Carrilho mostra que nem só de samba e choro é feita a sua música. Prova disso são as músicas “Frevinho Carioca”, que como o próprio nome diz, vem carregada de elementos típicos do ritmo pernambucano. Um pouco menos evidente é a presença do forró na música “Forró n°1”.

Mas Altamiro não busca inspirações somente em ritmos populares. Com ele até grandes nomes da música clássica caem no choro. É mais ou menos o que acontece com a música “O Eterno Jovem Bach”, cuja história bastante curiosa eu peguei do site Brasileirinho: "Num bar da Alemanha, Altamiro Carrilho e Johann Sebastian Bach estão sentados a uma mesa, cada um com seu canecão de cerveja, conversando animadamente. Certa hora, o flautista brasileiro resolve falar ao mestre alemão sobre o choro, que, em suas palavras, deu origem aos demais “42 ritmos genuinamente brasileiros registrados pelo maestro Guerra Peixe, fora os 25 que os baianos inventam todo dia”. Bach mostrou-se vivamente impressionado com tudo isso, e quando Altamiro lhe revelou sua intenção de aproveitar fragmentos de músicas de Bach em uma composição, o mestre não se fez de rogado:

- Está tuto muito bem, pode usar meus músicas no seu chorrô!

É assim que Altamiro explica o nascimento de sua composição “O Eterno Jovem Bach”, a partir dessa autorização obtida em sonho."

O Eterno Jovem Bach


Músicas:
Agarradinho (Altamiro Carrilho)
01- O Eterno Jovem Bach (Altamiro Carrilho)
02- Prelúdio Pro Voltaire (Altamiro Carrilho)
03- Chorinho do Rodrigo (Altamiro Carrilho)
04- As Andorinhas de Campinas (Altamiro Carrilho)
05- Contatos Imediatos (Altamiro Carrilho)
06- João Teimoso (Altamiro Carrilho)
07- Bem-Te-Vi Tristonho (Altamiro Carrilho)
08- Frevinho Carioca (Altamiro Carrilho)
09- Forró N°1 (Altamiro Carrilho)
10- Batuque N°1 (Altamiro Carrilho)
11- Momento Musical N°1 (Altamiro Carrilho)
12- Flauta Chorona (Altamiro Carrilho)
13- Momento Musical N°2 (Altamiro Carrilho)

Baixe esse disco no Cajibrina.
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